Qual o homem que, nas horas de
silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a natureza e o seu próprio
coração, pedindo-lhe o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do
Universo?
Onde está aquele que jamais
procurou conhecer seu destino, levantar o véu da morte, saber se Deus é uma
ficção ou uma realidade?
Não seria um ser humano, por mais
descuidado que fosse, se não tivesse considerado, algumas vezes, esses
tremendos problemas.
A dificuldade de os resolver, a
incoerência e a multiplicidade das teorias que têm sido feitas, as deploráveis
consequências que decorrem da maior parte dos sistemas já divulgados, todo esse
conjunto confuso, fatigando o Espírito humano, os têm relegado à indiferença e
ao ceticismo.
Portanto, o homem tem necessidade
do saber, da luz que esclareça, da esperança que console, da certeza que o guie
e sustente.
Mas tem também os meios para
conhecer, a possibilidade de ver a verdade se destacar das trevas e o inundar
de sua benfazeja luz.
Para isso, deve se desligar dos
sistemas preconcebidos, descer ao fundo de si mesmo, ouvir a voz interior que
nos fala a todos, e que os sofismas não podem enganar: a voz da razão, a voz da
consciência.
Quando encontra a Inteligência
Suprema, Causa primeira de todas as coisas, e reconhece nela uma gerência
grandiosa de todas as Leis do Universo, o coração do homem se acalma.
Não estamos abandonados neste
planeta. Não estamos sendo geridos por leis frias, mecânicas apenas, mas por
algo que é soberanamente justo e bom.
Ao chamar essa Inteligência de
Pai, o Mestre dos mestres, Jesus, revelou um aspecto até então pouco conhecido
do Criador: o aspecto amoroso de um progenitor que cuida de Seus filhos com
todo carinho possível.
Quando encontra a si mesmo, como
um ser imortal, incorpóreo, que teve início e nunca terá fim, o homem passa a
enxergar tudo de forma diversa.
O ser que se vê e se sente
imortal, não pode viver da mesma forma que antes.
O que valoriza, o que anela, o
que escolhe para seus dias é diferente. Tem menos a ver com prazeres
passageiros e mais a ver com as semeaduras duradouras.
Quem se vê imortal cuida melhor
dos seus amores, sem tanto apego, sem desespero e ansiedade, pois sabe que
nunca os irá perder.
Vislumbra na pluralidade das
existências novas chances de se reinventar, de reescrever sua história,
aprimorando continuadamente a si mesmo, sem culpa e sem medo.
A verdade, os porquês da vida,
nunca estiveram distantes de nós. Foi nossa ignorância e sonolência moral que
nos apartaram das respostas.
Chegou o tempo de entender a vida
como nunca antes fizemos.
Chegou o tempo de despertar, de
compreender e compreender-se.
Redação do Momento Espírita com
base no cap. 1, do livro O porquê da vida, de Léon Denis, ed. Feb.
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