André Luiz
acompanhou o missionário Alexandre para observar algumas demonstrações de
desenvolvimento mediúnico em um Centro Espírita.
Instantes
depois, os primeiros encarnados deram entrada no recinto. André observava a
conversa, onde três deles mostravam desânimo, pois tentavam à algum tempo
desenvolver a mediunidade sem resultado algum.
Foi iniciada
a sessão de desenvolvimento, onde 18 pessoas mantinham-se em expectativa.
Alexandre
explica a André Luiz que tal desenvolvimento requer: disciplina, educação,
esforço e perseverança. Então, passaram a observar 3 pessoas: O primeiro foi um rapaz que queria
psicografar. Então, Alexandre pede para André Luiz observar o aparelho genital
do rapaz, e explicou que ali havia bacilos psíquicos da tortura sexual,
produzidos pela sede febril de prazeres inferiores. Sem contar o contato com
entidades grosseiras, que se afinavam com as predileções dele.
Passaram,
então, a observar o segundo, um senhor de bigode, que demonstrava dificuldade
para sustentar o pensamento com relativa calma. Foi concluído que este deveria
usar alcoólicos em quantidade regular. O aparelho gastrintestinal encontrava-se
totalmente ensopado em aguardente, e invadia os escaninhos do estômago, e
começava a afetar o esôfago e a influenciar o bolo fecal. O fígado estava
enorme, o baço apresentava anomalias estranhas . . . Então, Alexandre
esclareceu dizendo que, André Luiz estava examinando as anormalidades menores.
Depois,
passaram a observar a terceira, uma senhora idosa, que era candidata ao
desenvolvimento da mediunidade de incorporação. Viu-se então, uma fraquíssima
luz que emanava de sua organização mental. O estômago estava dilatado
horrivelmente e os intestinos pareciam sofrer estranhas alterações. O fígado
estava aumentado. O aparelho digestivo estava cheio de pastas de carne e caldos
gordurosos, cheirando a vinagre de condimentação ativa. Enfim, ali estava uma
pobre senhora desviada nos excessos de alimentação.
Alexandre
concluiu:
– O
Espiritismo cristão é a revivescência do Evangelho de Nosso Senhor
Jesus-Cristo, e a mediunidade constitui um de seus fundamentos vivos. A
mediunidade, porém, não é exclusiva dos chamados “médiuns”. Todas as criaturas a possuem, porquanto
significa percepção espiritual, que deve ser incentivada em nós mesmos. Não
bastará, entretanto, perceber. É imprescindível santificar essa faculdade,
convertendo-a no ministério ativo do bem.
A maioria
dos candidatos ao desenvolvimento dessa natureza, contudo, não se dispõe aos
serviços preliminares de limpeza do vaso receptivo. Dividem, inexoravelmente, a
matéria e o espírito, localizando-os em campos opostos, quando nós, estudantes
da Verdade, ainda não conseguimos identificar rigorosamente as fronteiras entre
uma e outro, integrados na certeza de que toda a organização universal se
baseia em vibrações puras. Inegavelmente, meu amigo André, não desejamos
transformar o mundo em cemitério de tristeza e desolação. Atender a santificada
missão do sexo, no seu plano respeitável, usar um aperitivo comum, fazer a boa
refeição, de modo algum significa desvios espirituais; no entanto, os excessos
representam desperdícios lamentáveis de força, os quais retêm a alma nos
círculos inferiores. Ora, para os que se trancafiam nos cárceres de sombra, não
é fácil desenvolver percepções avançadas. Não se pode cogitar de mediunidade
construtiva, sem o equilíbrio construtivo dos aprendizes, na sublime ciência do
bem-viver.
Do Livro:
Missionários da Luz, capítulo 3
André Luiz
(Espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier (médium)
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