O bolsão
kármico é um fenômeno ainda um pouco desconhecido do espiritualismo, mas não
menos real. Bolsão kármico pode ser definido como uma coletividade de espíritos
ligados por laços de karma comuns. Estes são espíritos que participaram de
catástrofes, tortura, mortes, carências ou qualquer circunstância de sofrimento
em conjunto.
O bolsão
kármico se inicia geralmente com um acontecimento marcante na vida destes
espíritos que gera muito sofrimento. Essa dor fica impregnada em sua mente e no
plano espiritual, após a morte coletiva, eles ficam vibrando ainda naquela
sintonia do mal que lhes foi feito. Os espíritos presos a bolsões não conseguem
se desprender daquela situação kármica, e por isso permanecem vibrando juntos,
em contato uns aos com os outros naquela mesma frequência, e isso em algumas
ocasiões pode se estender por milênios. Os bolsões são prisões espaço-temporais
de coletividades de espíritos acorrentados em acontecimentos traumáticos
passados. No livro “Energia e Espírito” de José Lacerda de Azevedo há uma série
de casos de bolsões que foram tratados pelo autor com a técnica da Apometria.
Os bolsões
estão quase sempre ligados a um encarnado. Isso ocorre por que alguns membros
ligados a um bolsão específico podem estar encarnados, enquanto outros membros
do bolsão estão desencarnados. Na maioria das vezes os bolsões são constituídos
de espíritos que estão simultaneamente na Terra e no plano espiritual. Quando
encontram-se no plano espiritual, estão quase sempre situados em zonas
inferiores do astral. No caso dos encarnados, os espíritos que integram bolsões
estão em ressonância com os desencarnados em planos mais densos, e por esse
motivo, podem recepcionar as vibrações provenientes dos próprios bolsões e
também da zona de consciência na qual o bolsão vibra. Uma pessoa pode estar
ligado a um ou mais bolsões. Os bolsões podem vibrar em zonas mais ou menos
inferiores, dependendo do karma que eles geraram.
Vamos dar
alguns exemplos de bolsões para que fique mais clara a visualização deste tema:
Bolsões de
guerra: São formados por espíritos vítimas ou algozes de uma ou mais guerras.
Eles se ligam uns aos outros por uma sintonia de ódio e rancor contra seus
algozes. Os algozes também estão conectados aos bolsões, e geralmente são o
centro por meio do qual giram as conexões de ódio, ressentimento, mágoa, dor,
instintos inferiores, etc. Neste caso, assim como em outros, é comum que os
algozes estejam no centro dos bolsões, e recebam toda sorte de energias
negativas de suas vítimas, conectadas a eles. É muito importante mencionar que
os algozes dos bolsões podem ter sido vítimas de suas próprias vítimas em vidas
passadas, e as vítimas podem ter sido algozes.
Bolsões de
magia negra: Aqui se encontram todos os espíritos que foram prejudicados por
trabalhos de magias de diversos tipos. Esses espíritos pedem vingança contra
seus algozes, e vibram negativamente contra eles. É muito comum ocorrer que os
espíritos vitimados pela goétia se tornem obsessores de encarnados nas vidas
seguintes.
Bolsões de
desastres coletivos: São bolsões formados a partir de mortes coletivas ou
desastres. Esses espíritos podem ficar aprisionados no momento da tragédia e
irradiar vibrações de raiva e rancor aos possíveis culpados pela tragédia. Como
no universo não funciona o acaso, mas sim a lei de causa e efeito, os espíritos
pertencentes a bolsões de desastres coletivos não foram apenas vítimas da
catástrofe, há quase sempre uma razão para aquela tragédia ter ocorrido. Por outro
lado, uma tragédia pode não ser necessariamente causada por um karma negativo,
mas por que a missão daquele espírito se findou na Terra e ele precisa
desencarnar.
Uma pessoa
que entra em estado meditativo, que faz regressão a vidas passadas, toma alguma
erva sagrada, ou realiza qualquer outra prática de estados alterados de
consciência pode ter acesso ao bolsão ou bolsões a que pertence. Geralmente a
pessoa fecha os olhos e observa vários rostos com aparências estranhas, hostis
e por vezes animalizadas. O semblante pode irradiar sentimentos de ódio,
vingança, aversão, ojeriza, rancor, tristeza extrema, etc. Por outro lado, nem
toda aglomeração de espíritos está presa a bolsões kármicos. Há coletividades
de espíritos elevados que mantém laços kármicos positivos, de amor e
fraternidade.
É preciso
dizer que os espíritos não ficam automaticamente presos aos bolsões. A causa da
prisão é quase sempre um apego a situação traumática, alimentado por
sentimentos como raiva, rancor, ressentimento, culpa, aversão, tristeza, etc.
Um espírito pode viver todas estas e outras situações coletivas e não se
prender a um bolsão, para tanto é necessário cultivar o perdão, o amor e a
compreensão.
Autor: Hugo
Lapa
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