Como agimos
perante a nós mesmos? .
Somos seres
em transformação. A vida é uma descoberta de potencialidades e uma permanente
construção de nós mesmos. Algumas vezes, partindo de decisões melhores,
atingimos o bem-estar e uma condição satisfatória para nosso viver. Decisões
menos felizes, em geral, acabam trazendo arrependimentos e dores. .
Mas isso não
é necessariamente ruim. Olhar para nossos arrependimentos serve para perceber
que nos transformamos. Olhar para nossas dores nos mostra que ainda somos frágeis.
Aceitá-las, no entanto, ajuda-nos a nos sentirmos fortes e capazes de
enfrentá-las. .
Uma das leis
divinas que nos regem a existência é a Lei de Liberdade. A vida é uma
professora que nos permite agir, usar nossa curiosidade e impulsos, experimentar
para, e somente então, mostrar seu ensinamento. Não pratica a coação e as
proibições, só conduz ao nosso encontro com as consequências naturais, para
avaliarmos e calibrarmos nossas futuras ações conforme os ideais de justiça,
amor e caridade, que pautam um viver mais elevado. .
A vida como
professora, porém, não é passiva, pois tem mecanismos para nos despertar: a dor
e o arrependimento. Ela nos sinaliza, nos aponta direções, pode inspirar
pensamentos, palavras e atos. .
O que ela
não pode fazer é agir por nós… Porque nossa alma é nosso domínio, é nossa
morada, onde ninguém pode chegar sem pedir licença. Então a vida nos chama,
bate à janela oferecendo luminosidade e entendimento. Às vezes, com
insistência. Às vezes, com muita força. Fazendo “um barulhão”, até, se nosso
sono consciencial estiver muito pesado, apontando uma necessidade, uma ideia
equivocada, um reflexo indesejável do que pensamos, dissemos ou fizemos,
necessitado de premente revisão…
Diante do
chamado da vida à responsabilidade, podemos agir como nosso melhor amigo:
ouvindo-nos com benevolência, compreendendo, perdoando a nós mesmos,
incentivando aos passos necessários para a melhoria. Mas noutras vezes, sem a
devida clareza, agimos como nossos próprios julgadores implacáveis, tentando
nos eximir da responsabilidade, enquanto nos acusamos, criando batalhas mentais
que drenam nossas energias e nos mantêm na escuridão. .
Sim, é isso
o que acontece. E a frase de Jung nos indica a melhor escolha: “Não conseguimos
mudar coisa alguma sem antes aceitá-la. A condenação não libera, oprime.” .
A janela da
alma só se abre pelo lado de dentro. É preciso querer a luz do entendimento,
para que ela venha nos ampliar as condições de lidar com o dia-a-dia, aceitando
nosso passado para criar nosso porvir. .
Encaremos os
fatos: temos uma faixa de atitudes possíveis, entre as que revelam nossa mais
alta evolução presente e aquelas que desnudam nossa fragilidade. Quando um
amigo em dificuldade nos procura, podemos ouvir com nosso melhor, com a
compaixão. Ou com aquela tendência, ainda presente em nós, de julgar e
condenar. A questão é: como agiremos perante a nós mesmos? .
Na
caminhada, é preciso acreditar que somos seres com ilimitada potencialidade.
Aprender a olhar para nós mesmos com humildade e compaixão, admitindo a
vulnerabilidade e os passos equivocados, encontrando a coragem para criar dias
melhores em nossas vidas.
Fonte:
Portal do Espírito
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