Sempre que
nos referimos a Alimentação Carnívora por parte das pessoas, sobretudo dos
espíritas, ouvimos como resposta que cada um tem o seu tempo e suas
necessidades. Acreditamos nisso, mas também acreditamos que assim como os
espíritas, os animais igualmente possuem as próprias necessidades, necessidades
estas que roubamos deles em benefício próprio.
A Doutrina
Espírita situa-se dentro de um magnífico cabedal de conhecimento que é
constantemente ignorado pelos próprios estudiosos da Doutrina no que se refere
aos animais. Os mais ilustres baluartes do espiritismo repetem de cor e
salteado o caminho da mônada até a esfera hominal. Conseguem falar durante
horas do Amor de Jesus, de seus atos e da soberana bondade de Deus. A cada
momento nos chamam a atenção para vibrarmos pelo Outro, a amarmos sem
condições, a nos entregarmos de corpo e alma nas mãos de Jesus e a agir tal
como Ele agiu, nesta hora não nos dizem que temos o nosso momento e as nossas
necessidades, afinal o Outro por quem temos que vibrar é o Outro humano e não o
Outro animal.
Mas o que
nos impede de mudar? Se for a falta de conhecimento do que ocorre com os
animais, tal problema se dissipará agora com o trecho do Livro “Iniciação a
Viagem Astral”. Nele Lancellin mostra não apenas o que ocorre com o animal
enquanto matéria, mas o que ocorre momentos após a sua morte. O que ele relata
neste capítulo, a carne do animal ao qual ele se refere , é exatamente a mesma
carne que vai virar bife e parar no seu prato. Vejamos o que nos coloca o
espírito Lancellin neste primeiro trecho:
(…)
Daí a pouco,
demos entrada em um matadouro de gado bovino, ambiente turvado de um magnetismo
deprimente, mas, antes, o nosso guia espiritual nos reuniu e falou com
sabedoria:
— Meus
irmãos, nunca são demais as advertências. Hoje não trouxemos mais companheiros
encarnados por ser o ambiente muito inferior. É preciso, pois, muito equilíbrio
emocional para que possamos ajudar sem ferir, ajudar sem julgamento, ajudar sem
desprezar as coisas de Deus. Cada fato se processa no lugar certo, e o que
vamos contemplar agora, estudando, existe na Terra pelo que ela é. A escala que
o nosso planeta atingiu até agora requer essa violência com as vidas
inferiores. Caso um de vós altere as emoções, tornar-se-á visível a
determinados Espíritos vampirizadores, o que irá dificultar os nossos
trabalhos. Vamos nos lembrar do Mestre, quando advertiu desta maneira: Vigiai e
orai.
Primeiro
Lancellin descreve o local que lhes serviria como sala de estudo e coloca que é
um lugar turvado de um magnetismo deprimente e um ambiente muito inferior. Só
por esta primeira descrição deveríamos urgentemente reavaliar nossa alimentação
que provém de um ambiente deprimente e inferior, onde não apenas permitimos que
ocorram a morte de animais, mas onde obrigamos aquele nosso Outro, a quem
deveríamos respeitar e amar, a matar para nós. Qualquer pessoa, não apenas
Lancellin, precisaria manter o equilíbrio emocional dentro de um abatedouro,
tamanha a crueldade praticada lá dentro. Contra o que se vê num abatedouro, a
palavra de nenhum baluarte espirita que permite a alimentação carnívora consegue
se sobrepor. Ou seja, é sempre preciso continuarmos a Pensar e não apenas a
ouvir e agir conforme aquele que nos fala.
E o Espírito
prossegue em sua explicação do lugar ao dizer que as cenas as quais irão
assistir ainda existem “na Terra pelo que é ela é” – (vide artigo “Terra, um
Planeta de expiação e provas”) e que infelizmente “requer essa violência com as
vidas inferiores” . Seria uma justificativa ou uma explicação? Lancellin
justifica a maldade dos seres humanos para com os animais alegando que isso
ocorre pelo que a Terra ainda é – Planeta de expiação e provas, Planeta
inferior com seres inferiores – e a Terra ainda é o que é porque nós somos o
espelho onde ela se reflete. Não é o Planeta que é ruim, somos nós, e o
primeiro passo é admitirmos isso para conseguirmos operar uma Transformação em
nós mesmos. Em seguida ele explica que os seres humanos e não o Planeta,
“requer essa violência com a vida dos seres inferiores” , ou seja, por sermos
seres inferiores, deficientes moral e eticamente, nos aproveitamos daqueles que
estão em uma escalada evolutiva abaixo de nós – por isso o termo inferior –
seres que ainda se encontram num estágio pelo qual passamos um dia, que nos
supriu com qualidades que hoje usamos contra eles : Inteligência, racionalidade.
Talvez o
mais assustador, a quem quer que leia o trecho em questão, seja a referência de
Lancellin sobre os Espíritos Vampirizadores que ali se encontram, isso mesmo,
vampiros ao redor do boi, este irmão animal que irá morrer, virar bife e parar
no prato das pessoas, sejam espíritas ou não.
Vamos ler
mais um trecho da fala de Lancellin:
Penetramos
em um lugar assustador; estavam em círculo vinte vampiros, cuja descrição
preferimos omitir. Com o chefe, formavam um magote de vinte e um. O que estava
chefiando vestia-se de vermelho encarnado, com uma espécie de capuz bipartido
atrás e tendo nas pontas duas bolas pretas; no alto da cabeça, duas saliências
o destacavam dos outros. Os bois estavam em filas obrigatórias, devido às
cercas laterais que os prendiam, sem que eles pudessem ao menos se mexer. Ao
passarem em determinado ponto, caía em suas nucas uma lâmina mortal. Logo
adiante, um homem carrancudo fazia escorrer o sangue do animal já ajoelhado e
exteriorizando suas dores.
Eu sentia
reações profundas, sem que as deixasse passar para as emoções. Confesso, estava
encontrando dificuldades para me manter em equilíbrio. Procurei a Dezenove e
não a vi. Fiquei inquieto, e como Miramez sentiu que as minhas perguntas
íntimas poderiam perturbar os trabalhos que requeriam muito silêncio,
aproximou-se de mim e falou baixinho:
— Lancellin,
não viste que ela começou a desmaiar, não suportando a visão do ambiente? Foi
levada às pressas para o corpo de carne, pelo Padre Galeno.
Cortei as
minhas indagações e passei a prestar atenção no meu dever, o dever de informar
pelas minhas anotações, com o cuidado que exigem a moral e a paz dos
encarnados, transmitindo somente o que pode ser dito. Parece que Miramez deixou
que os vampiros iniciassem sua ação, para que pudéssemos ter uma ideia de como
as coisas acontecem nos frigoríficos.
Lancellin
continua a narrar a visão perturbadora que todos estão tendo do frigorífico, os
bois enfileirados a espera da morte, seguem cercados de vampiros astrais que
desejam sugar seus fluidos plasmáticos, e tal visão dificulta o equilíbrio
emocional dos presentes, e acredito que dificulte até essa leitura discreta que
o espírito faz sobre , como ele mesmo coloca, “de como as coisas acontecem nos
frigoríficos”.
O que
questionamos agora é:
Estaria
Lancellin mentindo sobre o que ocorre aos animais dentro dos frigoríficos?
Estaria ele
inventando ações irreais apenas para apavorar os espíritas diante do que estes
fazem aos seus irmãos inferiores evolutivamente?
Porque, ao
ouvirmos o discurso de muitos palestrantes espíritas de renome, nos parece que
Lancellin está apenas a fazer uma piada sobre o que ocorre dentro de um
abatedouro, tal o desrespeito à vida dos animais no qual estes doutrinadores se
lançam.
Já ouvimos
inúmeros desdéns as palavras do Irmão X em sua defesa pelos animais, sabemos
que este espírito é querido por todos, respeitado e amado, porém parece que
quando se refere aos animais “não sabe o que fala”. Seria isto o que ocorre ?
Suas palavras servem apenas na defesa da vida humana e não da vida animal?
Quando Irmão
X nos diz:
Comece a
renovação de seus costumes pelo prato de cada dia. Diminua gradativamente a
volúpia de comer a carne dos animais. O cemitério na barriga é um tormento,
depois da grande transição. O lombo de porco ou o bife de vitela, temperados
com sal e pimenta, não nos situam muito longe dos nossos antepassados, os
tamoios e os caiapós, que se devoravam uns aos outros.
Não sabe ele
o que diz então?
Supostamente
estaríamos autorizados a alegar que não, Irmãos X, André Luiz, Emmanuel,
Lancellin e tantos outros não sabem o que dizem a respeito dos abatedouros e da
carne se não soubéssemos nós de onde provém o bife que está em nosso prato. Nós
sabemos, apenas não aceitamos que nos digam pois somos seres vampirizadores dos
animais quando nos sentamos a mesa de refeição, apenas nos negamos a aceitar
nossa inferioridade diante disso.
Ao
prosseguir na narrativa, torna-se ainda mais difícil a leitura do que ocorre a
nossos irmãos animais:
Quando o
magarefe enterrou a lâmina no pescoço do animal, cortando-lhe as veias, o
vampiro-chefe avançou em primeiro lugar e sorveu, de mais ou menos uma
distância de trinta centímetros, o fluido do plasma sanguíneo com uma
habilidade espetacular. O plasma etérico se dividia, pela vontade dele, em dois
jatos de energia que entravam pelas narinas e por sua boca, posicionada em
forma de bico. Era grande a satisfação. Depois que sugou de uns três animais,
ante a inquietação dos outros, ele deu um sinal para o primeiro. Esse veio e
fez o mesmo, sugando as energias vitais do animal. Quando chegou a vez do
quinto Espírito, senti que para mim era um sacrifício imputado aos meus
sentimentos. Era demais! Então, pude observar que vampiro e magarefe eram uma
coisa só. Miramez segredou-me, mesmo estando eu com a emoção um pouco alterada:
— Vê,
Lancelin! A mediunidade se processa em toda a parte. Este irmão está servindo
de instrumento para os Espíritos da sua mesma faixa se alimentarem com as
energias do animal. E o pior é que essa classe de Espíritos recebe magnetismo
inferior do animal, fortalecendo seus instintos mais baixos, e transmitem para
o mesmo animal, ou seja, para a sua carne e ossos, outro tipo de fluidos
pesados na mesma frequência, com os quais os homens, depois, vão inundar seus
organismos. É por isso que os comedores de carne dos animais mostram, de vez em
quando, no cotidiano, algo que lembra esses Espíritos. Os espíritas se livram
deste magnetismo inferior com os recursos dos passes, da água fluidificada e,
por vezes, de prolongadas leituras espirituais; os evangélicos e também alguns
católicos se libertam dele nos ambientes das igrejas, mas sempre fica alguma
coisa para se transformar em doenças perigosas.
A medicina
tem quase a idade do planeta, se buscarmos sua origem, e quanto mais descobre
remédios, mais surgem doenças, por lhe faltar um senso profundo, um
entendimento mais correto sobre as causas. Ela trata, infelizmente, somente dos
efeitos.
Todas as
causas são morais, na extensão desta palavra. O mundo todo se preocupa só em
instruir a humanidade, esquecendo que o melhor é Educar, mostrar-lhe o valor do
bem. A salvação da humanidade encarnada e desencarnada está na descoberta do
Amor, mas o amor universal.
Lancellin faz
referências importantes ao que ocorre com os animais neste lugar aterrador e
com o corpo que irá virar bife, o magnetismo recebido pelos vampiros que lhes
realça o instinto animalizado e a transferência do magnetismo pesado e inferior
deles, vampiros, para o corpo sem vida do animal, lembrando que este corpo irá
ser vendido nos açougues e com a qual “os homens, depois, vão inundar seus
organismos.”
“Essa classe
de Espíritos recebe magnetismo inferior do animal, fortalecendo seus instintos
mais baixos, e transmitem para o mesmo animal, ou seja, para a sua carne e
ossos, outro tipo de fluidos pesados na mesma frequência, com os quais os
homens, depois, vão inundar seus organismos.”
Estes que
vão se inundar deste baixo magnetismo, estes que tiraram a vida do animal,
nosso irmão, estes somos todos Nós que nos alimentamos de suas carnes, que
desdenhamos dos Espíritos que defendem a vida animal como se a vida de cada um
deles de nada nos valesse. Somos nós que ignoramos suas dores ao dizer que
temos o Nosso Momento, que temos a Nossa Necessidade, e que egoisticamente
praticamos o massacre de bilhões de animais todos os anos. Por isso Lancelin
nos diz que todas as causas de nossas doenças são morais, por isso nos fala
sobre a importância do Educar e não do apenas Instruir nas noções do Bem; e
para demonstrar a importância dessa educação , trazemos outra citação do Irmão
X :
”A rigor, a
Religião deve orientar as realizações do espírito, assim como a Ciência dirige
todos os assuntos pertinentes à vida material. Entretanto, a Religião até certo
ponto, permanece jungida ao superficialismo do sacerdócio, sem tocar a
profundeza da alma.”
“Ao
superficialismo do sacerdócio, sem tocar a profundeza da alma” ,uma
superficialidade ética e moral, uma superficialidade que não nos permite
atingir o Amor Universal, que nãos nos permite ver os animais como irmãos e que
não nos permite fazer da Terra um lugar melhor, onde não seja necessária, como
coloca Lancellin, a morte de seres inocentes.
De André
Luiz
“Os seres
inferiores e necessitados do Planeta não nos encaram como superiores generosos
e inteligentes, mas como verdugos cruéis. Confiam na tempestade furiosa que
perturba as forças da Natureza, mas fogem, desesperados, à aproximação do homem
de qualquer condição, excetuando-se os animais domésticos que, por confiar em
nossas palavras e atitudes, aceitam o cutelo no matadouro, quase sempre com
lágrimas de aflição, incapazes de discernir com o raciocínio embrionário onde
começa a nossa perversidade e onde termina a nossa compreensão. Se não
protegemos nem educamos aqueles que o Pai nos confiou, como germens frágeis de
racionalidade nos pesados vasos do instinto; se abusamos largamente de sua
incapacidade de defesa e conservação, como exigir o amparo dos superiores
benevolentes e sábios, cujas instruções mais simples são para nós difíceis de
suportar, pela nossa lastimável condição de infratores da lei de auxílios
mútuos ?”
De Emmanuel
1“A ingestão
das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivaram
numerosos vícios da nutrição humana. É de lastimar semelhante situação, mesmo
porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de
determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos
produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta dos matadouros e
frigoríficos. ”
De Irmão X
Preliminarmente,
admito deva referir-me aos nossos antigos maus hábitos. A cristalização deles,
aqui, é uma praga tiranizante. Comece a renovação de seus costumes pelo prato
de cada dia. Diminua gradativamente a volúpia de comer a carne dos animais. O
cemitério na barriga é um tormento, depois da grande transição. O lombo de
porco ou o bife de vitela, temperados com sal e pimenta, não nos situam muito
longe dos nossos antepassados, os tamoios e os caiapós, que se devoravam uns
aos outros.
Mas não
permitimos que elas toquem a profundeza de nossa alma,e nos distanciamos dia a
dia do amor acreditando que o bem só é bem se for de ser humano para ser
humano, ideia falaciosa que projetamos uns nas mentes do outros apenas para que
continuemos a ser o que somos, seres inferiores e egoístas.
A dúvida é:
Até quando?
Nós somos
culpados pela morte dos animais, de bilhões de animais. Nós tratamos como
coisas, objetos, não como filhos de Deus e tentamos a todos momento justificar
nossos atos violentos contra eles.
Os Incas e
Astecas também achavam necessário sacrificar pessoas … no entendimento deles, a
manutenção da vida (deles) igualmente “requer essa violência(sacrifício humano)
com seres inferiores sacrifícios humanos, mas por que no limiar do Século 21
precisamos aceitar que o estágio de evolução no qual nos encontramos ainda
requeira essa violência e justamente contra aqueles que nomeamos de
“inferiores”?
Porque somos
inferiores tanto quanto julgamos nosso Outro, seja ele animal ou hominal, essa
nossa desculpa para a prática e a cristalização no mal.
Por isso
temos que tomar muito cuidado com tudo que lemos e ouvimos, pois a
cristalização de pensamento não permite a mudança de uma mentalidade de maus
hábitos para bons hábitos. podemos notar que , para a continuidade da
existência dos frigoríficos, muitos amigos citam Emmanuel e os problemas
econômicos que o seu desaparecimento poderia causar. Alguém acredita que os
frigoríficos desapareceriam do dia para a noite deixando desempregados milhares
de pessoas que se sustentam com a morte dos animais? E as fábricas de
armamentos que igualmente matam crianças, jovens, velhos, não devemos ser
contra elas também ou devemos pensar nas milhares de pessoas que igualmente se sustentam
com o genocídio? Assim o é com o trafico de drogas, com as grandes corporações
de fumo e álcool, criando dezenas de doenças e desavenças entre as famílias.
Mas, infelizmente só pensamos deste modo, como Emmanuel narra, quando se trata
de animais, e o mais complicado nisso tudo é que, tais palavras, vindas de um
Espírito de Luz são extremamente significativas para muitos espíritas,
cristalizando neles a necessidade da morte dos animais.
Só não nos
apercebemos que esse mesmo pensamento de justificação no mal pode , igualmente,
justificar uma guerra contra os mais fracos, mesmo que sejam humanos, ou que
alguém de um outro Planeta, que seja mais intelectualizado que nós, nos use
como servos e nos abata como abatemos os animais.
Não é mais
possível deixar que outros pensem por nós. não é mais possível ler as frases
que citamos acima e ficarmos ignorantes ao que ocorre com os animais, somos tão
vampiros deles quanto os vampiros que se encontravam nos abatedouros, os
animais possuem tanto medo de nós quanto deles, é necessário que repensemos se
desejamos a Terra como está, requerendo a violência , ou se desejamos torná-la
um lar para todos nós, seres hominais, animais, e vegetais.
Fonte: Portal do Espírito.
REFERÊNCIAS
Iniciação –
Viagem Astral. João Nunes Maia, pelo Espírito Lancellin. Editora Espírita Fonte
Viva Cartas e Crônicas. Irmão X – Psicografia de Chico Xavier. O Consolador –
Emmanuel – Psicografia de Chico Xavier. Fonte; portal do Espírito
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