Os Espíritos
são os seres inteligentes da criação. Todos nós somos espíritos. Os espíritos
como nós, que atualmente habitam a crosta da Terra, são chamados de espíritos
encarnados (pois estão envolvidos pela carne, matéria grosseira, que constitui
nosso corpo). Os espíritos que já abandonaram o seu envoltório corporal
(material), são chamados de espíritos desencarnados.
Além do
mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, existe o mundo espiritual,
habitação dos Espíritos desencarnados.
Os Espíritos
são criados simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimentos. Evoluem,
intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais
elevada, até a perfeição. A felicidade eterna e pura é para os que alcançam essa
perfeição. Através da reencarnação os espíritos se aperfeiçoam. O objetivo da
reencarnação é a evolução, pois só através dela pode-se viver certas
experiências, como os resgates de dívidas. Para uns é uma expiação; para outros
é uma missão. A encarnação tem também um outro objetivo: dar ao espírito
condições de cumprir sua parte na obra da criação. Os Espíritos reencarnam
tantas vezes quantas forem necessárias ao seu aprimoramento. Os Espíritos
preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Onde vivem e
o que fazem os Espíritos desencarnados?
Os espíritos
desencarnados povoam o universo fora do mundo material, ou seja, o mundo
espiritual (ou das inteligências incorpóreas), que preexiste e sobrevive a
tudo, e que constitui o mundo invisível para nós, que estamos momentaneamente
encarnados.
Os espíritos
desencarnados estudam, trabalham e desenvolvem diversas atividades no mundo
espiritual (Ver Colônias Espirituais)
Estão sempre
ao nosso lado, nos observam e agem entre nós de diversas maneiras, pois os
Espíritos são uma das forças da natureza e os instrumentos dos quais Deus se
serve para a realização de Seus desígnios.
Os Espíritos
sabem de tudo?
Os Espíritos
são as almas dos homens que já perderam o corpo físico. A exemplo do que observamos
na Humanidade encarnada, o conhecimento que eles têm é correspondente ao seu
grau de adiantamento moral e intelectual.
A “morte” é
apenas uma passagem para a vida espiritual (na verdade é uma “volta”, pois a
vida espiritual é a nossa verdadeira vida) e não dá valores morais ou de
inteligência a quem não os tem.
Todos os
Espíritos são iguais?
Não. Os
Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que
tenham alcançado:
Espíritos
Puros – Espíritos que atingiram a perfeição máxima. Passaram por todos os graus
da escala e se libertaram de todas as impurezas da matéria. Tendo atingido o
mais elevado grau de perfeição de que é capaz a criatura, não têm mais que
sofrer provas nem expiações, não estando mais, desta forma, sujeitos à reencarnação
em corpos perecíveis. Gozam de uma felicidade inalterável por não estarem mais
sujeitos nem às necessidades, nem às variações e transformações da vida
material. São os mensageiros e ministros de Deus, cujas ordens executam para a
manutenção da harmonia universal. Comandam todos os Espíritos que lhes são
inferiores, designando-lhes missões e ajudando-os a se aperfeiçoarem. São
chamados, às vezes, de anjos, arcanjos ou serafins.
Bons
Espíritos – Espíritos nos quais o desejo do bem é o que predomina. Suas
qualidades e poder para fazer o bem estão em conformidade com o grau que
alcançaram. Uns têm a ciência; outros, a sabedoria e a bondade. Os mais
adiantados reúnem o saber às qualidades morais. Não estando ainda completamente
desmaterializados, conservam mais ou menos, de acordo com sua categoria, os
traços da existência corporal, tanto na forma da linguagem quanto nos costumes,
entre os quais se identificam algumas de suas manias. Não fosse por isso,
seriam Espíritos perfeitos. São felizes pelo bem que fazem e pelo mal que
impedem.
A esta ordem
pertencem os Espíritos designados nas crenças populares pelos nomes de gênios
bons, gênios protetores ou espíritos do bem.
Pode-se
dividi-los em quatro grupos principais:
· Espíritos
Superiores – Reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade.
· Espíritos
de Sabedoria – As qualidades morais do mais elevado grau formam seu caráter.
· Espíritos
Prudentes ou Sábios – Preocupam-se menos com as questões morais do que com as
científicas, para as quais têm mais aptidão.
· Espíritos
Benevolentes – Sua qualidade dominante é a bondade; satisfazem-se em prestar
serviços aos homens e em protegê-los, mas seu saber é limitado. Seu progresso é
maior no sentido moral do que no intelectual.
Espíritos
Imperfeitos – Espíritos caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e
pelas paixões inferiores. Aqui há uma predominância da matéria sobre o
Espírito, caracterizada pelos sentimentos como inveja, ciúme, orgulho, egoísmo
e todas as más paixões que são as conseqüências dos maus pensamentos.
Nem todos
são essencialmente maus. Entre alguns há mais ignorância, leviandade,
inconsequência e malícia do que verdadeira maldade. Alguns não fazem o bem nem
o mal; mas, apenas pelo fato de não fazerem o bem, já demonstram sua
inferioridade. Outros, ao contrário, se comprazem no mal e ficam satisfeitos
quando encontram a ocasião de o fazer.
Pode-se
dividi-los em cinco classes principais:
· Espíritos
Batedores e Perturbadores – Parecem estar ainda, mais do que outros, ligados à
matéria e ser os agentes principais das variações e transformações das forças e
elementos da natureza no globo, seja ao atuarem sobre o ar, a água, o fogo, os
corpos duros ou nas entranhas da terra. Manifestam, frequentemente, sua
presença por efeitos sensíveis e físicos, como pancadas, o movimento e o
deslocamento anormal dos corpos sólidos, a agitação do ar, etc.
· Espíritos
Neutros – Não são bastante bons para fazer o bem, nem suficientemente maus para
fazer o mal. Inclinam-se tanto para um quanto para o outro e não se elevam
acima da condição comum da humanidade, tanto pela moral quanto pela
inteligência. Eles se prendem às coisas deste mundo e lamentam a perda das
alegrias grosseiras que nele deixaram.
· Espíritos
Pseudo-Sábios – Seus conhecimentos são bastante amplos, mas acreditam saber
mais do que sabem na realidade. Sua linguagem tem uma característica séria que
pode induzir ao erro e ocasionar enganos sobre suas capacidades e seus
conhecimentos. É uma mistura de algumas verdades ao lado dos erros mais
absurdos, no meio dos quais sobressai a presunção, o orgulho, a inveja e a
obstinação das quais não puderam se libertar.
· Espíritos
Levianos – São ignorantes, maliciosos, inconsequentes e zombeteiros.
Comprazem-se em causar pequenos desgostos e pequenas alegrias, atormentar e
induzir maliciosamente ao erro por meio de mistificações e espertezas. Nas suas
comunicações com os homens, a linguagem é algumas vezes espirituosa e
engraçada, mas quase sempre sem profundidade. Compreendem os defeitos e o
ridículo humanos, exprimindo-os em tiradas mordazes e satíricas.
· Espíritos
Impuros – São inclinados ao mal e fazem dele o objeto de suas preocupações. Dão
conselhos falsos, provocam a discórdia e a desconfiança e se mascaram de todas
as formas para melhor enganar. Ligam-se às pessoas de caráter mais fraco, que
cedem às suas sugestões, a fim de prejudicá-los, satisfeitos em poder retardar
o seu adiantamento e fazê-las fracassar nas provas por que passam. Quando estão
encarnados, são inclinados a todos os vícios que geram as paixões vergonhosas e
degradantes: a sensualidade, a crueldade, a mentira, a hipocrisia, a cobiça e a
avareza sórdida. Fazem o mal pelo prazer de fazê-lo e, muitas vezes, sem
motivos e por ódio ao bem, escolhem quase sempre suas vítimas entre as pessoas
honestas. São flagelos para a humanidade, seja qual for a posição da sociedade
a que pertençam, e o verniz da civilização não os livra da baixeza e da
desonra.
Fonte: O livro dos Espíritos.
Fonte: O livro dos Espíritos.
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