Para os teólogos, o Espírito Santo só tem se manifestado em
Pentecostes, aos apóstolos, aos autores do Novo Testamento e aos participantes
de concílios ecumênicos, mas diz são Pedro: “…homens (santos) falaram da parte
de Deus movidos pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1: 21).
Falo muito que, quando lemos no Novo Testamento em português
“o Espírito Santo”, no original em grego, é “um espírito santo”. “Ora, se vós
que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai
celestial dará o Espírito Santo (“um espírito santo”) àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11: 13). Na
Bíblia, ele não é a Terceira Pessoa Trinitária, mas o conjunto dos espíritos
humanos, e pode ser também o Deus único, o Deus Pai, o Pai dos espíritos
(Hebreus 12: 9), o Santo Espírito.
Observemos que no texto de Lucas, Deus Pai é o sujeito da
frase (o que pratica a ação de enviar) e que o espírito enviado é o objeto
direto que recebe a ação de ser enviado. Portanto, Deus é um, e o espírito
santo enviado é outro. Ora, se de acordo com o dogma trinitário, o Espírito
Santo é Deus, e segundo a Bíblia (Hebreus 12: 9), Deus é o Pai de todos nós
espíritos, como Deus pode enviar o Espírito Santo, ou seja, a Ele próprio? Ele
só pode enviar outro espírito e não a si próprio! O espírito enviado não é,
pois, o Espírito Santo do Deus bíblico e nem o trinitário dogmático dos
teólogos, mas um espírito santo, evoluído, que poderia ser até chamado de anjo
na Bíblia. Mas não nos esqueçamos de que anjo bíblico é um espírito humano
enviado superevoluído. Daí a forma humana com que se manifesta um anjo bíblico.
“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da
glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação no pleno
conhecimento dele.” (Efésios 1: 17). Aqui, nesta passagem, está se pedindo a
Deus que nos seja dado um espírito de sabedoria, que não é o Espírito Santo
Trinitário dos teólogos nem o do próprio Deus Pai da Bíblia, mas um espírito
santo evoluído, no dizer de são Jerônimo na Vulgata Latina: “um espírito bom”
(“spiritum bonum”, acusativo em latim, e objeto direto em português). Ademais,
se fosse o Espírito do próprio Deus, não seria necessária a afirmação de que
fosse um espírito de sabedoria!
Entre os teólogos dogmáticos cristãos tradicionais, o
Espírito Santo, o Consolador e o Espírito de Verdade são a Terceira Pessoa
Trinitária.
Se o Consolador nos fará lembrar de tudo que Jesus ensinou,
ele não é o Pentecostes, pois não se sabe sequer uma palavra do que foi dito em
Pentecostes! Ademais, o Consolador não pode ser um espírito encarnado ou
desencarnado. Ele é para os espíritas o próprio espiritismo, o qual contém e
complementa realmente tudo que Jesus ensinou e pode estar conosco e poderá
permanecer conosco para sempre! (João 14: 16 e 26).
E o Espírito de Verdade, que se manifestou com esse nome a
Kardec, é o espírito que controlou e administrou a equipe de espíritos que se
manifestaram a ele. E esse Espírito de Verdade é também o próprio Jesus.
É interessante que, no Velho Testamento, o Messias prometido
é também o homem Jesus, nunca o próprio Deus, que é o “enviador” divino do
Messias humano enviado!
Fonte- Portal do Espírito
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