1- Como o
espiritismo vê a questão da pedofilia?
R: Como um
grave desequilíbrio mental e espiritual, necessitando severo tratamento
multidisciplinar, isto é envolvendo diversos profissionais além de tratamento
espiritual complementar.
2- Qual a
razão de existirem pedófilos?
R: A mesma
razão de existirem quaisquer outros desequilíbrios psíquicos. São atitudes
doentias que se estruturaram ao longo de uma ou mais existências, ou seja,
reencarnações. Ninguém foi criado pedófilo.
3- O que se
passa nas suas mentes?
R: Cada um
deles tem uma história. Não há como colocar todos em um mesmo rótulo. Mas
poder-se-ia dizer que tem um impulso sexual doente e destituído de ética.
4- Quais os
traumas que eles têm?
R: Diversos,
e variam conforme cada caso. Podem ter sofrido: violência infantil, abandono,
desprezo, presenciado quando em tenra idade, sexo entre os pais, enfim outras
distorções de educação ou de vivência.
5- Como se
explica tal comportamento?
R: A resposta
é tão difícil como explicar qualquer outra grave alteração de comportamento.
São espíritos que pelo seu atraso, imaturidade, ignorância e, sobretudo pelo
livre arbítrio desviaram-se da linha normal de conduta.
6- E as
vitimas, por que isso?
R: Em diversas
oportunidades, quando fizemos palestra sobre reencarnação, fomos questionados
posteriormente sobre a dolorosa e delicada circunstância da pedofila.
Principalmente, ao se propiciar perguntas nos serem dirigidas por escrito
viabilizava-se este questionamento.
Embora o
tema seja potencialmente polêmico e desagradável, não há como ignorá-lo no
contexto de nossa situação planetária. Nossa abordagem será pelo ângulo
transcendental e reencarnacionista considerando que são dois espíritos, no
mínimo, envolvidos na tragédia em questão. Cumpre-nos esclarecer que o livre
arbítrio é o maior patrimônio que nós, espíritos humanos, temos alcançado ao
atingirmos a faixa evolutiva pensante. Livre arbítrio que não legitima
atitudes, mas oportuniza as criaturas decidir e se responsabilizar pelas
consequências de seus atos posteriores.
Outra
premissa que deveremos estabelecer é aquela da maior ou menor repercussão dos
atos perante a Lei Universal, em função do nível de esclarecimento que
possuímos. Importante também salientar que não há atos perversos que tenham
sido planejados pela espiritualidade superior. Seria de uma miopia intelectual
sem limites, a ideia de que alguém deve reencarnar a fim de ser violentado ou
sofrer pedofilia.
A concepção
do Deus punitivo e vingativo já não cabe mais no dicionário dos esclarecidos
sobre a vida espiritual. Deus é a fonte inesgotável de amor.
É a Lei
maior que a tudo preside uma lei de amor que coordena as leis da natureza.
Então, como conceber a violência física? Como enquadrar a onipresença divina em
situações e sofrimentos que observamos? Deus estaria ausente nestas
circunstâncias? Ou estaria presente? Para muitos indivíduos se estivesse
presente já seria motivo para não crer na sua existência ou na sua infinita
bondade e onisciência.
Outra
questão importante: Quem é a “vítima”? Analisemos. Cada um de nós ao reencarnar
trouxe todo o seu passado impresso indelevelmente em si mesmo, são os núcleos
energéticos que trazemos em nosso inconsciente construídos no passado.
Espíritos
que somos e pelas inúmeras viagens que percorremos, representadas pelas
inúmeras vidas, possuímos no nosso “passaporte” inúmeros “carimbos” das
pousadas onde estagiamos em vidas anteriores. Hoje, a somatória dessas
experiências se traduzem em manancial energético que irradia constantemente do
nosso interior para a superfície desta vida.
Assim, é
também a “vítima”. A criança, que hoje se apresenta de forma diferente, traz em
seu passado profunda marcas de atitudes prejudiciais a irmãos seus. Atitudes de
desequilíbrio que são gravadas em si mesma.
Algumas
dessas, hoje crianças, participaram intelectualmente de verdadeiras emboscadas
visando atingir de maneira dolorosa a intimidade sexual de criaturas; outras
foram executoras diretas, pela autoridade que eram investidas, de crimes nesta
área. Enfim, são múltiplas as situações geradoras da desarmonia energética que
agora pulsa constantemente nos arquivos vibratórios da criança, nossa
personagem neste drama.
Pela Lei
Universal da sintonia de vibrações, poderá ocorrer, em um dado momento, uma
surpresa desagradável. O espírito, criança agora, poderá atrair e sintonizar
com a frequência do agressor, ou seja, o pedófilo e ser agredida.
Identificados
dois dos protagonistas (agressor e criança), temos também que considerar o
frequente processo obsessivo que vinha se desenvolvendo. Uma outra entidade
pode estar fixa perifericamente ou até profundamente à trama perispiritual de
um ou dos doisenvolvidos no processo.
Lembramos,
novamente, não foi em hipótese alguma programada a violència ou o estupro, nem
ele em qualquer circunstância teria justificativa. No entanto, o crime
existindo, necessário compreender em uma visão mais ampla o que está acontecendo.
A espiritualidade sempre fará o máximo para evitar o “mal” ou não sendo
possível, apoiar aos que sofrem.
O espírito
submetido à violência da pedofilia sofre intensamente no processo, conforme o
seu grau de maturidade espiritual. Não houve a programação, mas a tendência que
trazia era forte e havia o risco em passar por algo do gênero , que, a
espiritualidade não conseguiu evitar. Perante a Lei divina sabemos que o
espírito reencarnado não deve receber a agressão arbitrária em face da violência
cometida por outro. Violência que gera violência, um ciclo triste que necessita
ser rompido com uma postura de amor, de orientação e de perdão.
A violência
da pedofilia gera, muitas vezes, profundos traumas em todos os envolvidos
exacerbando a dolorosa situação cármica da constelação familiar.
Há, também,
espíritos afins e benfeitores que, visam amparar os envolvidos nesta dor.
Amigos do extra físico cheios de ternura em seu coração, com projetos de
dedicação e amparo, sempre se fazem presentes.
O tempo se
encarregará de cicatrizar os ferimentos da alma.
Fonte:
Entrevista com Dr. Ricardo Di Bernardi
Médico
pediatra, homeopata, palestrante espírita internacional, autor de diversos
livros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário