Certa noite,
já de madrugada, percebi que estava projetado fora do corpo em um pântano
escuro e tenebroso. Não sei como fui parar lá, mas com certeza fui levado pelos
amparadores espirituais, pois participei de um trabalho de assistência
extrafísica.
O que mais
me surpreendeu não foi o local, mas os espíritos que encontrei lá. Conforme
caminhava, ia passando por vários jovens desencarnados caídos naquele chão
imundo. Escutava gemidos e uma energia de medo e dor vibrava no ambiente. Muitos
espíritos puxavam minhas pernas, outros estavam completamente atordoados,
indiferentes à minha presença.
Andei um
pouco por aquela multidão de infelizes. Todos pareciam ainda estar sob o efeito
das drogas, completamente sugados em sua vitalidade, sem forças para se
levantar.
Em
determinado momento, senti a necessidade de me sentar no chão, mesmo sem saber
ao certo o motivo. Logo que fiz isso, uma jovem aparentando uns 19 anos, loira,
aproximou-se de mim muito amedrontada. Não sabia onde estava nem o que estava
acontecendo. Sentou-se ao meu lado e me abraçou, na ânsia de se proteger
daquilo tudo.
Não sei
quanto tempo ela ficou abraçada em mim. Na verdade, a percepção do tempo varia
de acordo com o plano em que nos manifestamos. Só sei que fui me sentindo cada
vez mais fraco, até perder a consciência e despertar no corpo físico.
O que
aconteceu é fácil de entender. Fui levado pelos amparadores à uma região
umbralina onde muitos espíritos que desencarnaram devido ao uso de drogas
estavam reunidos, de acordo com a lei de afinidade. Muitos espíritos ainda
ficam sob o efeito de drogas devido à ligação energética que têm com seus
corpos e com a energia de determinada droga. Suas mentes estão cristalizadas no
vício, fazendo com que fiquem por tempo indeterminado naquelas regiões. Mas
alguns, devido ao próprio carma ou a uma vontade sincera, se encontram em
condições de sair desses lugares e buscar apoio nos hospitais extrafísicos. Era
o caso daquela jovem. É bem provável que ela tivesse desencarnado por overdose recentemente
e por isso, seu corpo astral estava muito denso. Como se encontrava fraca,
somente alguém encarnado, temporariamente afastado do corpo poderia doar
energia vital mais densa, para que ela pudesse ser tratada posteriormente pelos
amparadores, que devido ao plano de manifestação, irradiam energias mais sutis.
É claro que
nem todos os espiritos que desencarnam sob o vício das drogas se dirigem a este
vale. Cada caso é um caso. Tudo é uma questão de afinidade.
Relato de
uma projeção astral- Por Victor Rebelo
Revista
Cristã de Espiritismo, edição 32
Nenhum comentário:
Postar um comentário