Inúmeras
crenças religiosas têm sido imensamente nocivas ao desenvolvimento das pessoas,
pois usam frequentemente a culpa como forma de atemorizar. Com isso, obtêm a
submissão dos indivíduos, conduzindo-os a seu bel-prazer.
Utilizam-se
de comportamentos manipuladores baseados em crenças punitivas. Um dos conceitos
mais apregoados é o de que a Divina Providência age através do castigo e da
vingança e de que Deus, quando se decepciona conosco, impede-nos de desfrutar e
participar das benesses do Reino dos Céus.
A doutrina
do fogo eterno (...) não produzirá bom resultado (...) Se ensinardes coisas que
mais tarde a razão venha a repelir causareis uma impressão que não será
duradoura, nem salutar".
As religiões
foram criadas para retirar as pessoas da convenção e transportá-las à
espiritualização, mas, na atualidade, algumas religiões se transformaram nas
próprias convenções sociais.
Abordaremos
agora algumas mensagens que produzem culpa e consequentemente infelicidade no
íntimo das pessoas:
"Vocês
desobedeceram às leis divinas, mas, se sofrerem bastante, talvez serão
perdoados".
"Vocês
não entrarão na Casa de Deus, a menos que se sacrifiquem muito pelos
necessitados".
"se
vocês amassem ao Pai, não ousariam ter a atitude que tiveram".
A culpa é
frequentemente difundida por religiosos ortodoxos de forma consciente e até
mesmo inconsciente, como meio de, produzindo temor nos fiéis, estabelecer
dependência religiosa e determinar comportamentos e posturas de vida que
acreditam ser corretas e convenientes às suas "nobres causas
missionárias".
Esquecem-se,
porém, de que cada ser tem uma idade astral, que lhe permite ver e compreender
a existência de forma específica e única. Também não se lembram de que, por
maior que seja a soma das culpas de um indivíduo, ele não poderá transformar
seu comportamento passado nem mesmo suas atitudes do presente. Portanto, a
única forma possível de levá-lo a uma transformação interior é a mudança de
entendimento e de atitude.
Somente
através de uma real conscientização é que se estabelece o processo de
amadurecimento das criaturas. Em outras palavras, tal conscientização se dá
pelo somatório de sua experiências vivenciadas através do tempo, nunca pela
imposição ou pelo receio.
"Sacrifique-se
pelos necessitados", poderá ser uma recomendação equivocada, quando
endereçada a uma pessoa psicologicamente fragilizada, pois, se ela não consegue
nem mesmo ajudar a si mesma, obviamente se sentirá culpada por não conseguir
ajudar o próximo.
Ela até
poderá estar provida de boa vontade e tentar fazer algumas coisas, mas não
conseguirá efetuar uma real ajuda, visto que é tão necessitada que dentro de si
não há senão escuridão e desequilíbrio. Então, como poderá cooperar
convenientemente com os outros?
Só poderemos
prestar auxílio a alguém que estiver se afogando se soubermos nadar. como
ajudá-lo, se estivermos também afogando?
Na
realidade, pessoas imaturas se consideram profundamente culpáveis porque
valorizam em excesso o que os outros dizem e pensam. Por lhes faltar
independência interior, nem sempre reúnem condições de julgar seu próprio
comportamento, pensamentos e emoções, responsabilizando-se pelas consequências que
tais atos causam sobre elas.
Não creem
que Deus lhes fala diretamente; ao contrário, necessitam de homens que se
autodenominam "iluminados", para conduzi-las, conforme julguem
correto e justo São infelizes. Quando não se culpam, atribuem culpa aos outros.
Não percebem que são elas mesmas que determinam o seu destino!
A culpa não
encontrará abrigo em nossa alma, se tivéssemos uma ampla fé no amor de Deus por
nós e se acreditássemos que Ele habita em nosso interior e sabe que somos tão
bons e adequados quanto permite nosso grau de conhecimento e de entendimento
sobre nossa vida interior e também exterior.
Hammed - as
dores da alma
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