1 – Não há
mal que dure para sempre. Qualquer dor, ou sofrimento que você esteja passando
é necessariamente passageiro. Por mais que demore e por mais que o sofrimento
pareça eterno, um dia ele sempre terá um fim.
2 – Você não
é a única pessoa a sofrer no mundo. Nosso sofrimento sempre parece maior, pois
estamos sentindo-o diretamente, em nós mesmos. Mas basta olhar para o lado e
ver o quanto cada pessoa no mundo sofre de igual forma, ou até mais gravemente
que nós.
3 – Pense
que, se o sofrimento fosse menor, ele poderia não ser suficiente para provocar
um movimento em você e te tirar do conformismo. No momento em que o sofrimento
se torna insuportável, esse limite nos força a tomar uma atitude e a buscar um
desenvolvimento. Se alguma parte do seu organismo não começasse a doer
fortemente, você não saberia que ele precisa de cuidados, e não buscaria a
cura. Da mesma forma, quando há uma enfermidade da alma precisando de
purificação interior, é necessário que a dor nos tire da inação e nos mostre o
caminho. Logo, não reclame da dor, tome-a como a base de sua transformação e do
seu desapego das coisas fúteis e efêmeras.
4 – Tal como
uma criança grita e se debate quando toma uma vacina, nós também reclamamos e
esperneamos quando Deus nos coloca diante das vacinas doloridas da vida. Da
mesma forma que a vacina irá imunizar a criança e evitar doenças futuras, assim
também o sofrimento advindo das adversidades da vida tem o poder de imunizar
nosso espírito e nos libertar das futuras doenças da alma.
5 – Uma
grande lição do sofrimento é que só aprendemos uma coisa quando a realizamos e
sentimos. É como o aluno de natação e seu professor. Por mais que o professor
explique a teoria da natação, num dado momento o aluno precisará mergulhar na
água e se virar sozinho para conseguir nadar. É certo que, em algum momento o
professor precisa jogar a pessoa na água, e deixa-la sozinha, para que ela
aprenda a nadar pelos seus próprios meios e recursos, sem depender mais de
ninguém. Em essência, Deus faz isso para que cada pessoa cresça por si mesma e
se torne independente, pois é assim que evoluímos espiritualmente. Por esse
motivo, Deus nos coloca num mundo de sofrimento para que, sem nenhuma ajuda nos
momentos difíceis, possamos aprender as sagradas lições da vida.
6 – Saiba
que, se os sofrimentos da vida fossem simples de serem vencidos, o mérito
espiritual seria igualmente simples, e pouco traria de benefícios espirituais
para nosso espírito. Quanto maior o sofrimento, maior o mérito em supera-lo, e
consequentemente, maior a conquista espiritual. Portanto, não reclame do
sofrimento, agradeça a Deus a oportunidade de atravessar uma provação.
7 – Os
sofrimentos da vida mundana podem ser comparados aos sofrimentos que passamos
na infância. Quando somos crianças, as pequenas tribulações de briguinhas com
colegas, lutas por brinquedos, ciúmes dos irmãos, gozações dos meninos, tudo
isso parece terrível. Naquela fase esses probleminhas parecem imensos, mas após
nosso crescimento e amadurecimento volvemos o olhar novamente à infância e nos
damos conta do quão irrisórios e insignificantes eram esses problemas. Os
adultos podem até deixar de lado pequenas rixas infantis por descobrirem o seu
caráter banal. O que acontece na infância com a visão da fase adulta, é
semelhante ao que ocorre na visão do espírito no plano espiritual em relação
aos sofrimentos do mundo. Percebemos a sua natureza transitória e sua total
irrelevância diante da eternidade da vida espiritual.
8 – E por
fim, não se esqueça: Deus nos dá a cruz do sofrimento na medida em que podemos
carrega-la. Se Deus desse uma cruz mais pesada do que alguém poderia
conduzi-la, ele seria um Deus injusto. Como Deus é a inteligência perfeita e
infinita, Ele te conhece muito melhor do que ti mesmo, e sabe que você é capaz
de carregar uma pesada cruz. Logo, não reclame da injustiça do sofrimento, tome
para si a sua cruz, pois ela foi esculpida pelo carpinteiro cósmico, que
conhece tuas forças e sabe que você é capaz de passar pelos labirintos tortuosos
da vida e conseguir a sagrada purificação interior.
(Hugo Lapa)
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