1 - Porque é que os espíritas discordam
quando não-espíritas afirmam que o espiritismo é uma religião? Pois se fala de
Deus, portanto é uma religião, não é?
Porque o espiritismo não nasceu sob uma
premissa religiosa. Essa é uma questão importante. Allan Kardec, quando iniciou
seu trabalho de pesquisar as manifestações mediúnicas (que na época não tinham
sequer essa terminologia), ele o fez sob um direcionamento puramente
cientifico, seguindo os mesmos métodos de toda pesquisa científica comumente
feitas no âmbito da matéria. Por assim dizer: O efeito estava lá. Ele apenas
procurou estudar as causas, e dar-lhes explicação. Fatalmente, pela própria
comprovação da existência do mundo dos espíritos e da possível comunicação com
eles, chegar até um Deus criador seria uma consequência natural.
Por isso é
que o espiritismo é por ele mesmo definido como uma doutrina filosófica com
consequências religiosas, e não simplesmente uma religião.
2 - As religiões de origem africana como a
umbanda e o candomblé são comumente classificadas de espiritismo. Alguns
espíritas negam isso veementemente, outros negam sem tanta veemência, e outros
sequer negam... Porque isso acontece?
Porque o espiritismo, apesar de ser do
ponto de vista objetivo, algo diferente das religiões africanas, dá crédito
para os fenômenos mediúnicos nelas observados. É importante ressaltar que dar
crédito é uma coisa, concordar com o uso que se faça é outra.
As religiões africanas nasceram à
partir do uso prático (sem fazer aqui juízo de valor moral) das comunicações,
atendendo aos mais diversos interesses das pessoas que participavam, e por isso
mesmo com objetivos que nem sempre condizem com o que prega o espiritismo.
Chamar um espírita de
"macumbeiro", "feiticeiro" e outras coisas é, além do
preconceito e da falta de respeito em si, uma inverdade.
3 - Um espírita diz que não faz
proselitismo, ou ao menos afirma que a doutrina não incentiva isso. Posso
concluir, então, que a fé do espírita é mais fraca do que a fé dos demais
religiosos?
Não. O espírita não faz proselitismo
porque não crê na existência do inferno de penas eternas, nem do diabo, embora
acredite na existência do mal. Para o espírita, um evangélico, um católico, um
muçulmano, um umbandista podem ser "salvos", desde que siga na
prática as lições de Jesus. Ser salvo, para o espírita, está ligado à melhoria
espiritual que cada pessoa atinge progressivamente, através de suas
encarnações, e não a "livrar-se do inferno eterno e ir direto para o céu
gozar de uma felicidade também eterna". Para o espírita, o alcance da felicidade
acontece de forma progressiva, onde cada pessoa colhe aquilo que planta de bom
e de ruim, na mesma medida.
4 - Muitas pessoas que eu vejo falarem
sobre sua vida passada, falam que foram reis, rainhas, personalidades
famosas... Isso não é um convite para que não se leve a reencarnação a sério?
É, quando muito, um convite para que
não se leve a sério a pessoa que está afirmando ter sido esse alguém
importante, e só.
Uma
mistificação sobre determinado tema não deve ser enxergada como um motivo para
tirar crédito do tema em si.
5 - Tem como eu saber quem eu fui na minha
vida passada?
No espiritismo, não há espaço para
nada que não tenha uma utilidade real. Saber detalhes de uma vida passada não é
útil para ninguém, somente satisfaz a curiosidade. É mais importante sabermos
como fomos, e não quem fomos. E para isso, basta olharmos para quem somos hoje:
Os nossos defeitos e fraquezas nos revelam, e é contra esses defeitos que cada
pessoa tem que lutar. É a chamada reforma íntima.
Bom, pra finalizar espero que este artigo
tenha sido útil para os que leram. Que assim seja!
Fontes: REDE
AMIGO ESPÍRITA
Romeu Leonilo Wagner, Belém, Pará.
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