O dia-a-dia
não deixa espaço para uma vida espiritual, muitas vezes, e somos levados de
rede social em rede social ou de aplicativo em aplicativo sem maiores
meditações ou contemplações... A vida
digital com suas garras e tentáculos invade o cotidiano de todos de forma
avassaladora...
O último
bam-bam-bam da rede é o Whatsapp, que de novidade passou a “necessidade básica”
em pouquíssimo tempo. A ponto de que
quando a justiça bloqueia o aplicativo em território nacional, por decisões
judiciais; muitos se sentem praticamente nus, sem a praticidade do
serviço. O que é realmente necessidade
básica para você? Ter ou ser? Fazer ou
estar? Se a resposta for “ter” e
“fazer”, o Whatsapp é muito útil e, até pode ser, com justiça, uma necessidade
básica. Mas há outras prioridades na
vida espiritual...
Quando
pensamos em nosso guia interior, ou voz interior ou anjo da guarda, sejam quais
forem nossas convicções religiosas ou de espiritualidade, pensamos que este
guia, esta voz ou este anjo é um conosco em qualquer atividade, em qualquer
situação. Porém não é assim. As pessoas com alguma desordem mental estão
fragmentadas: o ego diz uma coisa, o corpo diz outra e acabam fazendo uma
terceira coisa. “Ser” é importante e
fundamental para a vida espiritual por que é uma dimensão completamente
diferente da dimensão que a maioria das pessoas está acostumada no mundo
contemporâneo de consumismo desenfreado.
E a maioria, 99,9% das pessoas, tem algum nível de desordem mental. Essa desordem influencia, é claro, na
espiritualidade...
“Ser”
pressupõe que damos atenção ao nosso mundo interior com compaixão. Temos compaixão de nós mesmos, nos
consideramos como seres humanos e espirituais.
Logicamente, a consideração atenta e cônscia do mundo interior e a pausa
do mundo externo, traz consequências muito mais positivas do que a consideração
do mundo externo para a espiritualidade.
Porque Deus nos fala individualmente, Ele nos conhece profundamente e
sabe que precisamos deste tempo de descoberta interior...
“Estar” é o
primeiro passo. Estar no lugar onde se
está realmente, se se está no campo, está sentindo todos os cheiros, ar puro e
sensações do campo. Se se está na praia,
todas as marolas do mar, a maresia e o céu azul. A tecnologia dá prolongamentos aos nossos
braços, mãos e mentes e isto é útil em grande parte das nossas necessidades,
mas não é útil quando precisamos estar no lugar real – e não virtual – em que
estamos. Sendo assim, experimente estar
cônscio totalmente do lugar onde você está agora. Sinta sua respiração. Há tensão nela? É entrecortada? É normal? É natural?
Sinta o momento em plenitude...
O mundo
digital veio para trazer rapidez, agilidade, potencialidade e comodidade ao
nosso cotidiano e traz tudo isto, efetivamente.
Mas o homem e a mulher contemporâneos – ou de qualquer outro período
histórico – não vivem só disso.
Precisamos considerar nossa alma, nosso espírito como partes integrantes
e integradoras da nossa vida, fora de um pragmatismo exacerbado. Esteja consciente disto.
Paz e luz.
Mauricio
Duarte
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