A Doutrina
Espírita não condena a homossexualidade; ao contrário, a respeita.
A Doutrina
Espírita é libertadora por excelência. Ela não tem o caráter tacanho de impor
seus postulados às criaturas, tornando-as infelizes e deprimidas. A energia
sexual pede equilíbrio no uso e não abuso ou repressão. A Doutrina Espírita não
condena a homossexualidade; ao contrário, recomenda-nos o respeito e fraterna
compreensão para com os que têm preferências homo afetivas. Muitas vezes, pode
até ser alguém tangido pelo apelo permissivo que explode das águas tóxicas do
exacerbado erotismo, somado aos diversos incentivadores pseudocientíficos da
depravação, que podem estar desestruturando seu sincero projeto de edificação
moral, através de uma conduta sexual equilibrada. Por isso mesmo, não pode ser
discriminado, nem rejeitado, pois a mensagem de Jesus é a de “amar o próximo
como a si mesmo”.
Como já
vimos com Emmanuel no início desta exposição, não há masculinidade plena, nem
plena feminilidade na Terra. Tanto a mulher tem algo de viril quanto o homem de
feminil. Antigamente, a educação muito rígida e repressiva contribuía para
enquadrar o indivíduo homossexual de acordo com a expectativa social em volta,
contrariando suas tendências espontâneas. Assumir a homossexualidade não
significa mergulhar em um universo de atitudes extremadas e desafiadoras perante
seu grupo de relacionamento familiar ou profissional, “mas fazer um profundo
exercício de auto aceitação, asserenar-se por dentro, a fim de poder reconhecer
perante si mesmo e todo seu círculo de amigos e parentes que vivem uma situação
de desafio. O verdadeiro desafio é a construção interna para orientar saudável
e equilibradamente os desejos. E não estamos aqui referindo-nos exclusivamente
a desejo sexual e sim a toda espécie de desejos que comandam a vida das
criaturas”. Emmanuel enfatiza: “O mundo vê, na atualidade, em todos os países,
extensas comunidades de irmãos em experiência dessa espécie [homossexual],
somando milhões de homens e mulheres, solicitando atenção e respeito, em pé de
igualdade devidos às criaturas heterossexuais”.
União
estável[casamento] entre duas pessoas do mesmo sexo.
Ante a
miopia preconceituosa do falso purismo religioso da esmagadora maioria de
cristãos supostamente “puros”, isso é uma blasfêmia. Isto torna o tema bastante
complexo, e não ousaríamos opinar com a palavra definitiva. Estamos, portanto,
aberto a discussões. Porém, após refletir bastante sobre o assunto e,
sobretudo, tendo como alicerce as opiniões de Chico Xavier, entendemos que a
união estável [casamento] entre homossexuais pode ser legítima, até porque cada
um deve saber de si o que melhor norteia sua própria felicidade.
Só
conseguiremos entender melhor a questão homossexual depois que estivermos
livres dos (pré)conceitos que nos acompanham há muitos milênios. Arriscaríamos
afirmar que a legalização do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo é um
avanço da sociedade, que estará apenas regulamentando o que de fato já existe.
Tanto o
homossexual como o heterossexual devem buscar a sua reforma interior, não
cedendo aos arrastamentos provocados pelos impulsos instintivos e sensuais.
Lembremos: o que é ilícito ao hétero, também o é ao homossexual.
Ambos
precisam “distinguir no sexo a sede de energias superiores que o Criador
concede à criatura para equilibrar-lhe as atividades, sentindo-se no dever de
resguardá-las contra os desvios suscetíveis de corrompê-las. O sexo é uma fonte
de bênçãos renovadoras do corpo e da alma”.
Mister,
portanto, reconhecer que ao serem identificados os pendores homossexuais das
pessoas nessa dimensão de experiência é imperioso se lhes oferte o amparo
educativo pertinente, nas mesmas condições com que se administra instrução à
maioria heterossexual da sociedade.
Acreditamos,
por fim, que estas idéias poderão levar, a quantos as lerem, a meditar, em
definitivo, sobre o assunto, lembrando que a homossexualidade transcende em si
mesmo a simples questão da permuta sexual.
Fonte:
Kardec Rio Preto-Jorge Hessen, autor do texto
Bibliografia:
-Vida e Sexo, Emmanuel
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