Importante que todos nós,
independente da corrente filosófico-religiosa que professamos, possamos
conhecer melhor o panorama terrestre em seu aspecto espiritual cujo nível
evolutivo ainda se encontra classificado como “Mundo de Provas e Expiações”.
Antes disto, éramos um planeta primitivo e estamos ainda nos primeiros degraus
do processo evolutivo, onde gradativamente vamos nos aprimorando moral e
intelectualmente através das reencarnações. Basta observar as informações
prestadas pela mídia em geral, para verificarmos que ainda existe a
predominância do mal sobre o bem em nossa sociedade. Embora nosso planeta tenha
entrado em uma fase de “transição planetária” prestes a ser promovido a “Mundo
de Regeneração”, com predominância do bem sobre o mal, este processo deverá
levar ainda várias décadas até ser concluído.
Como existe a predominância da
maldade, isto significa que a maioria das almas que desencarnam e retornam ao
mundo espiritual (erraticidade) vibram nas faixas morais inferiores, presos aos
vícios e a violência. Estes espíritos permanecem um tempo mais ou menos longo,
conforme o caso, em regiões próximas a Terra, conhecidas como Umbral.
Eventualmente são resgatados e transportados para as cidades organizadas na
erraticidade, onde após a recuperação e adaptação necessária, se preparam para
novas reencarnações. A questão é que estes espíritos desencarnados, quando
ainda se encontram em condições perturbadoras, entram em sintonia com a
população encarnada, aumentando ainda mais a desarmonia social. Podem ser
classificados de uma forma geral em dois grandes grupos: aqueles que
fracassaram devido aos desvios morais (álcool, drogas, sexo desregrado, etc.)
ou quando estavam envolvidos na criminalidade (quadrilhas organizadas tanto de
criminosos comuns, como políticos e até religiosos que traíram os compromissos
assumidos).
Ficamos então aqui reencarnados na
crosta planetária, em permanente contato com estes grupos, cuja sintonia vai
ser estabelecida conforme o nosso padrão moral. Em nossos relacionamentos sociais
ou familiares, nós decidimos quem convidar, ficando em nossa presença apenas
aqueles que nos interessam. Entretanto, com relação aos espíritos, a
aproximação deles se faz por intermédio de nossos pensamentos e de nossas
ações. É uma questão de sintonia, passando a ser a afinidade moral que define a
natureza do espírito a ficar em nossa presença. Indivíduos que já despertaram
para a necessidade de realizarem uma transformação moral, procurando pautar as
atividades da rotina diária dentro dos preceitos cristãos, com certeza estarão
sintonizados com as esferas espirituais mais elevadas, trazendo para junto de
si entidades nobres que irão ajudar na medida do permitido. Por outro lado,
pessoas que se deixam levar pelos vícios, ou mesmo a atividades condenáveis,
“convidam” mentalmente para estarem ao seu lado, espíritos moralmente enfermos
e viciados. Estes, gradativamente estabelecem as “pontes” de contato,
realizando uma verdadeira “vampirização”, sugando as energias do encarnado que
os convidou pelos pensamentos indevidos. Além de serem verdadeiros “parasitas”
das nossas energias, estes obsessores além de nos influenciarem a tomar
decisões equivocadas, podem também transmitir as enfermidades de que são
portadores (bacilos espirituais), causando sérios danos a todos aqueles que
voluntariamente se tornaram as suas vítimas.
Existem situações diferentes, onde
indivíduos que mesmo tendo uma vida digna e responsável, se tornam vítimas de
espíritos vingativos e cruéis. No caso então a explicação transcende a presente
reencarnação. Geralmente são vítimas agora, mas estão resgatando os equívocos
de ações equivocadas perpetradas em outras existências. Nem todos aqueles que
se sentem prejudicados pelas nossas decisões, conseguem nos perdoar. Assim, ao
regressar à erraticidade, buscam desforra pelos supostos ultrajes de que se
dizem vítimas. Ao nos encontrarem, mesmo agora em roupagem carnal diferente,
procuram nos prejudicar de todas as formas possíveis.
Para neutralizar estas influências
perniciosas, as casas espíritas orientam que para revertermos esta situação
isto vai depender fundamentalmente do esforço pessoal daquele que sofre o
processo obsessivo. Os nossos obsessores não podem ser confinados em uma
prisão, pois é da lei de Deus que devemos colher o que plantamos. A única forma
de atenuar as influências negativas destas entidades enfermas sobre nós, é
melhorando o nosso padrão moral, de forma à não sintonizarmos na mesma faixa
mental em que eles se encontram. Para isto, a frequência à um centro espírita é
fundamental, com atendimento nos trabalhos de desobsessão, associado a
fluidoterapia e principalmente a presença constante nas palestras e cursos
oferecidos nestas casas. Com estes tratamentos e recebendo as informações
fundamentais sobre o Espiritismo, passaremos a entender melhor o mecanismo de
interação entre o mundo material e o mundo espiritual, despertando em um
interesse maior na transformação moral que irá atenuar os efeitos obsessivos.
Longe de reclamar dos espíritos
obsessores, devemos sempre recordar que eles foram convidados por nós pela
nossa ação mental ou são antigas vítimas de vidas pregressas em busca da
reparação. O mais importante é que se resultado deste processo obsessivo, nós
nos transformarmos moralmente, nos tornando pessoas de bem, a experiência
embora dolorosa terá sido positiva. Estes espíritos enfermos, que antes se
aproximavam com objetivo de nos prejudicar, ao notarem a nossa disposição para
a uma vida cristã, também serão tocados pelas energias renovadoras, modificando
as próprias disposições mentais doentias. Muitos inclusive passam a ser nossos
colaboradores, se tornando elementos úteis diante das novas possibilidades de
trabalhado para ambos, algoz e vítima. Embora qualquer mudança de paradigma
seja difícil, estimulamos a todos a redobrarem os esforços necessários para
este comedimento, pois é a alternativa mais viável no caminho da paz e da
felicidade tão necessárias para todos nós.
Álvaro Augusto Vargas
Fonte: União Espírita de Piracicaba
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