Personagens do texto abaixo:
André Luiz.
Espírito que ditou o texto abaixo,
por intermédio do médium Chico Xavier.
Alexandre.
Espírito orientador de André Luiz, no
plano espiritual
...Minha surpresa não tinha limites,
porque observei a atitude de vigilância assumida pelo meu orientador, que
penetrou firmemente a larga porta de entrada. Pelas vibrações ambientes,
reconheci que o lugar era dos mais desagradáveis que conhecera, até então, em
minha nova fase de esforço espiritual. Seguindo Alexandre de muito perto, via
numerosos grupos de entidades francamente inferiores que se alojavam aqui e
ali. Diante do local em que se processava a matança dos bovinos, percebi um
quadro estarrecedor. Grande número de desencarnados, em lastimáveis condições,
atiravam-se aos borbotões de sangue vivo, como se procurassem beber o líquido
em sede devoradora...
Alexandre percebe o assombro doloroso
que se apossara de mim e esclareceu-me com serenidade:
— Está observando, André? Estes
infelizes irmãos que nos não podem ver, pela deplorável situação de
embrutecimento e inferioridade, estão sugando as forças do plasma sangüíneo dos
animais. São famintos que causam piedade.
Poucas vezes, em toda a vida, eu experimentara
tamanha repugnância. As cenas mais tristes das zonas inferiores que, até ali,
pudera observar, não me haviam impressionado com tamanho amargor.
Desencarnados à procura de alimentos
daquela espécie? Matadouro cheio de entidades perversas? Que significava tudo
aquilo? Lembrei meus reduzidos estudos de História, remontando-me à época em
que as gerações primitivas ofereciam aos supostos deuses o sangue de touros e
cabritos. Estaria ali, naquele quadro horripilante, a representação antiga dos
sacrifícios em altares de pedra? Deixei que as primeiras impressões me
incandescessem o cérebro, a ponto de sentir, como noutro tempo, que minhas
idéias vagueavam em turbilhão.
Alexandre, contudo, solícito como
sempre, acercou-se mais carinhosamente de mim e explicou:
— Por que tamanha sensação de pavor,
meu amigo? Saia de si mesmo, quebre a concha da interpretação pessoal e venha
para o campo largo da justificação. Não visitamos, nós ambos, na esfera da
Crosta, os açougues mais diversos? Lembro-me de que em meu antigo lar terrestre
havia sempre grande contentamento familiar pela matança dos porcos. A carcaça
de carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto do estômago.
Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão inferiores quanto já o fomos,
dos animais mortos, cujo sangue fumegante lhes oferece vigorosos elementos
vitais. Sem dúvida, o quadro é lastimável; não nos compete, porém, lavrar as
condenações. Cada coisa, cada ser, cada alma, permanece no processo evolutivo
que lhe é próprio. E se já passamos pelas estações inferiores, compreendendo
como é difícil a melhoria no plano de elevação, devemos guardar a disposição
legítima de auxiliar sempre, mobilizando as melhores possibilidades ao nosso
alcance, a serviço do próximo.
MISSIONÁRIOS DA LUZ – 25a ed. Fonte: Espiritbook
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