O meu papel nesse mundo havia
terminado. Eu não tinha mais nada a escrever no livro da minha vida. Eu sentia
isso. Mas, eu desejava viver um pouco mais. Chamavam-me de velho. “Velho eu?”
Eu não me sentia assim. Tinha ainda muito vigor apesar do cansaço e a falta de
ar que me assolaram de vez em quando. A vida para mim ainda me oferecia algo de
bom. Eu fumava, é verdade, diziam que eu não devia, mas eu pensava, “se fumar
vou morrer, se não fumar também.”
Aquela noite eu não passei bem, mas
não disse para ninguém.
Amanheceu e eu fui para a janela ver
o dia e respirar um pouco.
Pensava “os remédios não estão
respondendo e eu não estou bem”.
Foi quando houve um estrondo e eu
cai. Não sei como os meus familiares me acharam, me levantaram e certamente me
levaram para um hospital, pois quando acordei estava em um hospital, com
oxigênio, respirava mal, mas eu não sentia aflição, só respirava mal.
Passou o tempo eu só via os médicos e
enfermeiros, ninguém me visitava.
Um dia perguntei a uma enfermeira:
“onde estão os meus?” ao que ela me respondeu; “calma eles virão”.
Vieram sim, mas quem veio não foi
quem eu esperava; minha mulher, meus pais e irmãos já falecidos. Um de cada
vez. Vinham me olhavam, e nada diziam, iam embora.
Confesso que fiquei muito confuso. Que
acontecera? Minha filha é espírita, pede muito por mim e pediu em uma reunião.
Eu compareci a esta reunião e lá eu entendi tudo (porque me disseram). Eu já
não fazia mais parte do mundo dos encarnados. Eu estava desencarnado, eu
morrera. Mas como eu nem senti e agora como vai ser?
Me levaram para um lugar onde hoje
estou, onde aprendo e ajudo aqueles que estão pior que eu. È um tipo de
albergue. Lá eu soube por que não devia fumar. Para quem fuma o cigarro alivia
as dores, embora não mate no sentido vulgar da palavra, abrevia a vida. E temos
a responsabilidade por nosso corpo físico. Não é o prazer que o cigarro trás o
que prejudica, mas sim o cigarro (ou qualquer outro vicio em si.).
A desculpa que eu arrumava para fumar
não abreviou em nada minha responsabilidade. O cigarro também me dava aquele ar
de “velho” que eu detestava. Quando eu tiver a oportunidade de voltar novamente
eu posso garantir que não vou fumar.
O cigarro me prejudicou muito.
Espirito Jorge.
Médium: Catarina.
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