Uma pergunta
muito comum que as pessoas fazem é:
“Se Deus é
infinitamente bom, justo e misericordioso, por que Ele permite tantos
sofrimentos no mundo?”
Vamos
responder essa pergunta com uma pequena estória, para que todos possam
compreender a permissão de Deus sobre nossos sofrimentos.
Havia um
rapaz que recentemente enveredara pelo caminho das drogas. Seu pai muito o
aconselhou para não seguir este direcionamento na vida, mas o rapaz não o
ouviu. Experimentou algumas drogas e após um tempo não conseguia mais parar de
usar. O pai conversou com ele e insistiu que ele fizesse um tratamento. O rapaz
recusou. O pai tentou mais uma vez e o rapaz não o ouviu.
Seu pai
então providenciou que ele fosse internado numa clínica de reabilitação
antidrogas. O filho fez todo o tratamento, se desintoxicou e foi liberado. No
entanto, duas semanas depois já estava se drogando novamente. O pai decidiu
mais uma vez leva-lo a uma clínica e fez todo o tratamento, mas assim que
recebeu alta, novamente foi se drogar. O pai o internou cinco vezes, mas em
todas as oportunidades o filho retomava o antigo padrão e voltava a suar
drogas.
O pai,
desesperado, já não sabia mais o que fazer. Decidiu então que nada mais poderia
ser feito, pois o filho simplesmente não correspondia, não reagia e tampouco
queria ser ajudado. Ele desejava continuar mergulhado no mundo das drogas e
nada do que o pai fizesse poderia lhe tirar desse caminho. O pai então decidiu
que permitiria que o filho vivesse essas experiências para que chegasse sozinho
a conclusão. Um dia ele entenderia o malefício das drogas e que, na verdade,
ele estava se destruindo.
O filho
então saiu de casa e passou a praticar roubos. Ele vivia de assalto em assalto,
pois só assim conseguia usar as drogas e se alimentar. Tornou-se um marginal e
logo virou um traficante conhecido. Certo dia levou um tiro numa guerra entre
facções para controle de uma boca de fumo. Foi para o hospital, ficou em coma
por semanas e depois voltou. Assim que retomou a consciência, decidiu que
largaria esse caminho…
Essa estória
ilustra um pouco o que acontece com o ser humano neste mundo. Como um pai pode
ajudar um filho que não deseja ouvi-lo e quer permanecer no caminho do erro e
da ilusão? Podemos tentar orienta-lo de várias formas, dar o tratamento
adequado, mas se a pessoa insiste no erro, é necessário permitir que ela sofra
as consequências de suas próprias ações. É mais ou menos assim que funciona o
sofrimento humano. Deus procura enviar diversos tipos de mensagens sobre os
erros que cometemos, mas nós não O ouvimos e não mudamos de caminho; insistimos
no erro e na ilusão. O homem insiste em permanecer na embriaguez das ilusões do
mundo, e Deus autoriza que venha a dor, o sofrimento, o desespero, as perdas,
etc., para liberta-lo.
Dessa forma,
Deus autoriza o sofrimento para que, somente assim, possamos encontrar o
caminho real e nos transformar. Se as pessoas querem viver de tal modo a criar
o sofrimento para si mesmas, Deus permite que isso seja feito para que elas
possam aprender e despertar para a realidade. Nesse sentido, o sofrimento acaba
sendo a única forma do espírito acordar dos sonhos e miragens mundanas que
criou para si mesmo.
(Hugo Lapa)
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