R: Deus não
escuta a maldição injusta e culpado perante Ele se torna o que o profere. Como
temos os dois gênios opostos, o bem e o mal, pode a maldição exercer
momentaneamente influência, mesmo sobre a matéria. Tal influência, porém, só se
verifica por vontade de Deus como aumento da prova para aquele que é dela
objeto. Demais, o que é comum é serem amaldiçoados os maus e abençoados os
bons. Jamais a benção e a maldição podem desviar da
senda
da justiça a
Providência, que nunca fere o maldito, senão quando mau, e cuja proteção não
acoberta senão aquele que a merece. (questão 557)
O ato de
abençoar implica em desejar o bem de alguém. Assim como a oração, o alcance da
benção depende de nosso envolvimento com ela, dos sentimentos que mobilizamos.
O pai que, displicentemente, abençoa o filho, sem desviar a atenção do programa
de televisão, não vai além das palavras. Já a mãe, que leva a criança ao leito,
conversa com ela, conta-se uma história e a beija carinhosamente, põe a própria
alma ao abençoá-la, envolvendo-a em poderosas vibrações de amor, com salutar
repercussão em seu psiquismo.
Ao contrário
da benção, amaldiçoar é desejar o mal de alguém. O fato de desejarmos que uma
pessoa seja atropelada, não implicará, evidentemente, nesse funesto
acontecimento. Não possuímos poderes para tanto, nem Deus o permitiria. Mas
podemos perturbar nosso desafeto. À semelhança da benção, a maldição é um
pensamento contundente, revestido de carga magnética deletéria, passível de
provocar-lhe reações adversas, como nervosismo, tensão, irritabilidade,
mal-estar. Se, porém, o amaldiçoado é uma pessoa bem ajustada, moral ilibada,
idéias positivas, sentimentos nobres, nada lhe acontecerá. Simplesmente não
haverá receptividade para nossa vibração maldosa. O "olho gordo", o
"mal olhado", o "mal fluido", ou como queiramos chamar, é
repelido ou aceito dependendo de nós. Nós somos o nosso próprio amuleto.
Bênçãos e maldições são como bumerangues, que retornam às nossas mãos quando os
atiramos. Se amaldiçoamos alguém, odientos, o mal que lhe desejamos volta
invariavelmente para nós, precipitando-nos em perturbações e desequilíbrios.
Somos vitimados por nosso próprio veneno. Em contrapartida, aquele que abençoa
alimenta-se de bênçãos, neutralizando até mesmo vibrações negativas de
eventuais desafetos da Terra ou do além. Certamente, em inúmeras
circunstâncias, inspiramos antipatia em pessoas que cruzam nosso caminho.
Impossível agradar a todos. Tudo que podemos desejar é que isso jamais ocorra
em função de uma omissão ou iniciativa infeliz de nossa parte.
Fonte: GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC
Por Richard Simonetti
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