Tive a
alegria de conhecer a Doutrina em 1980 e o prazer de conhecer (ou reconhecer) o
médium Chico Xavier em 1981, em Pedro Leopoldo (MG), na casa de sua irmã,
Cidália Xavier e do nosso saudoso Francisco Carvalho. Um encontro que ficará
registrado na minha memória espiritual. Nesse período, estabelecemos um contato
estreito, onde tive a oportunidade de acompanhar parte do seu admirável
trabalho. Em todos esses anos, sempre procurei manter a nossa amizade em bases
de respeito e confiança. Talvez, por isso, ela só tenha sido interrompida em 30
de junho de 2002.
O caso que
narro a seguir foi contado pelo Chico, em meados da década de 80, na casa de
sua irmã Luiza Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo (MG). Estávamos conversando
sobre o livro Nosso Lar, quando fiz ao Chico a seguinte pergunta:
Qual foi o
acontecimento que mais o alegrou na Seara Espírita até o dia de hoje?
R - Tenho
tido sempre muitas alegrias em minha vida mediúnica, principalmente na recepção
dos livros de nossos instrutores do Alto,
no entanto,
assinalo, como sendo uma das mais belas surpresas da minha vida de médium, a
saída de meu corpo físico, durante algumas horas, em julho de 1943, na companhia
do nosso amigo desencarnado, André Luiz, a fim de conhecer uma faixa suburbana
de Nosso Lar, a cidade que ele descreve no primeiro livro que ele escreve, por
meu intermédio, providência essa que Emmanuel permitiu fosse tomada para que eu
não prejudicasse a psicografia de André Luiz, cujas narrações eram para mim
inteiramente novas.” (No Mundo de Chico Xavier, p. 106-107) Chico Xavier.
Ele me disse
também que no capítulo do livro intitulado Bônus Hora, ele havia parado de
psicografar por uns 15 dias.
Pensou que
estava sendo mistificado. Segundo ele, André Luiz, percebendo que a dúvida
poderia atrapalhar o desenvolvimento da obra, disse que em uma das
quartas-feiras ele seria levado para conhecer alguns aspectos da cidade.
Recomendou o Chico quanto aos cuidados em relação aos pensamentos e à
alimentação. E aconselhou que ele se deitasse em decúbito dorsal, procurando
evitar qualquer posição desconfortável, principalmente para a região do
pescoço. Chico disse que ele se deslocou do corpo e ficou aguardando a chegada
de André Luiz, mantendo boa consciência.
No horário
marcado, André Luiz e Chico “caminham” na rua São Sebastião, em direção à rua
Comendador Antônio Alves (rua principal da cidade), e ficam aguardando em
frente à Matriz. Lá permanecem por alguns minutos, quando Chico observa que um
veículo na forma de um “cisne” aterriza suavemente na rua. No lugar onde ficam
os “órgãos do cisne” se localizavam as janelas e nos “olhos do cisne” os
condutores do veículo.
Antes de
entrar no citado veículo, André Luiz disse a Chico que a partir daquele momento
ele não precisava articular nenhuma palavra, que se comunicariam através do
pensamento. Entraram no veículo e Chico observou que todos os lugares já
estavam ocupados, com exceção dos dois últimos. Chico perguntou mentalmente a
André Luiz o que aquelas pessoas estavam fazendo ali e ele disse que muitas
estavam indo à cidade de Nosso Lar para refazimento e outras para orientação e
instrução, sempre acompanhadas por algum amigo ou benfeitor espiritual.
Chico observou
que o deslocamento do veículo era muito diferente do avião comum, que para
pegar altitude tem de dispor de muito espaço. Ao contrário, aquele veículo
pegava altitude rapidamente e foi exemplificando com as mãos que o veículo
pegava altitude utilizando um movimento espiralado.
Chico não
soube precisar exatamente quanto tempo esteve no veículo, mas me relatou que
acreditava ter ficado por volta de 40 minutos. Disse ainda que não era possível
observar pela janela o que estava acontecendo na paisagem exterior e que, de
repente, o veículo fez um movimento semelhante ao de quando empurramos um
objeto de plástico para o fundo da água e o soltamos ele volta um pouco acima
do nível da água e depois se acomoda na superfície.
Naquele
momento, quando Chico olhou pela janela, o veículo estava sobre um oceano.
Segundo André Luiz, na perspectiva de Nosso Lar os encarnados "estão
vivendo em um mar de oxigênio”.
O médium
relatou que o veículo deslizou por alguns minutos na horizontal e parou em uma
espécie de porto. O comandante da “nave” disse a todos que deveriam estar
novamente naquele local a uma determinada hora.
Cada grupo
seguiu a sua direção. Chico afirmou que no trajeto para a cidade existiam
flores emitindo cores variadas. André Luiz disse que pela manhã as flores
absorvem a luz solar e à noite emitem luz, permitindo um jogo de cores
impressionante. Chico não teve permissão de conhecer a Governadoria.
Observou que
as ruas eram bem largas e arborizadas. Conheceu algumas dependências do
Ministério da Regeneração. Disse que entrou em uma espécie de hospital (acho
que ele se referiu ao Santuário da Bênção). Viu muitos enfermos. Observou que
as lâmpadas nesse local tinham a forma de um coração. André Luiz disse que
durante as orações da Governadoria e de toda a comunidade, pontualmente às 18h,
os enfermos recebem energias de refazimento através dessas lâmpadas.
André Luiz
falou sobre o chamado Bônus Hora, explicando o seu mecanismo. Boa parte dessa
explicação consta no próprio livro. Retornaram no horário previsto.
Das obras
psicografadas pela faculdade mediúnica do nosso Chico Xavier, na minha opinião,
a série André Luiz representa uma fonte inesgotável de informação, consolo e
esclarecimento. Precisamos estudá-la urgentemente.
Ana Maria
Teodoro Massuci.
Fonte:
Geraldo Lemos Neto Vinha de Luz Editora Ismael Gobbo | SP
Jhon Harley
- Presidente do Conselho Curador da Fundação Cultural Chico Xavier, instituída
em 01/07/2005, e trabalhador do Grupo Espírita Scheilla e da Casa de Chico
Xavier, na cidade de Pedro Leopoldo (MG).
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