Frederico
Figner, que no livro Voltei adotou o pseudônimo de “irmão Jacob”, psicografado
pelo médium Francisco Cândido Xavier, foi diretor da Federação Espírita
Brasileira e espírita atuante, prometeu escrever do além tão logo lá chegasse.
Quando encarnado, acreditava que a morte era uma mera libertação do espírito e
que seguiria para as esferas de julgamento de onde voltaria a reencarnar, caso
não se transferisse aos Mundos Felizes. Mas, conforme seu depoimento, o que
aconteceu após a sua desencarnação não foi bem assim.
Deixou-nos
um alerta. "Não se acreditem quitados com a Lei, atendendo pequeninos
deveres de solidariedade humana."
Quando ainda
doente no mundo espiritual, pediu para escrever sobre o que acontece após
morte. Recebeu permissão, mas encontrou dificuldades fluídicas. Ofendeu-se
quando foi impedido de se comunicar.
Irmão
Andrade, seu guia espiritual, ajudou na sua desencarnação. Ele sentiu dois
corações batendo. A visão alterava-se. Sentia-se dentro de um nevoeiro enquanto
recebia passes. A consciência examinava acertos e desacertos da vida, buscando
justificativas para atenuar as faltas cometidas.
De repente,
viu-se à frente de tudo que idealizou e realizou na vida. As ideias mais
insignificantes e os mínimos atos desfilavam em uma velocidade vertiginosa.
Tentou orar, mas não teve coordenação mental. Chorou quando viu o vulto da
filha Marta aconselhando-o a descansar.
PRECISARIA
DE MAIS TEMPO PARA O DESLIGAMENTO TOTAL
Durante o
transe, amparado por sua filha Marta, tentou falar e se mexer, mas os músculos
não obedeceram. Viu-se em duplicata, com fio prateado ligando-o ao corpo
físico. Precisaria de mais tempo para o desligamento total.
Sua
capacidade visual melhorou e divisou duas figuras ao lado da filha Marta:
Bezerra de Menezes e o irmão Andrade. Tentou cumprimentá-los, mas não conseguiu
se erguer. Continuava imantado aos seus objetos pessoais. Precisava sair
daquele ambiente para se equilibrar.
Foi levado
para perto do mar para renovar as forças. As dores desapareceram. Descansou.
Teve a sensação de haver rejuvenescido e notou que estava com trajes
impróprios, na ilusão de encontrar alguém encarnado.
Na volta
para casa, vestiu um terno cinza. Uma senhora encarnada que caminhava em
direção a eles passou sem que nada ocorresse de ambos os lados. Recomposto da
surpresa foi informado que estão em dimensões diferentes. No velório, projeções
mentais dos presentes provocam-lhe mal-estar e angústia.
No velório,
Jacob analisou as dificuldades e as lutas de um "morto" que não se
preparou. Os comentários divergentes a seu respeito provocaram-lhe perturbações
passageiras. Continuava ligado ao corpo. Bezerra esclareceu que não é possível
libertar os encarnados rapidamente, depende da vida mental e dos ideais ligados
à vida terrestre.
A
Conversação. Jacob melhorou e se aproximou de amigos encarnados, mas não do
corpo, conforme orientação recebida. Percebeu entidades menos simpáticas e foi
impedido de responder. Decepcionou-se com comentários de amigos encarnados
sobre as despesas do enterro. Não conseguiu suportar estes dardos mentais.
ENTERROS
MUITO CONCORRIDOS
Viu círculos
de luz num dos carros, e percebeu orações a seu favor, e alegrou-se. Assistiu
de longe, pois Bezerra informou que enterros muito concorridos impõem grande
perturbações à alma. Descobriu que quem não renunciou aos hábitos e sentidos do
corpo demora para se desprender.
Entre
companheiros. Finalmente liberto do corpo, Jacob visitou seu lar e seu núcleo
de trabalho. Abraçou amigos e seguiu em direção à praia para se reunir com
outros espíritos recém-desencarnados. Durante o trajeto, ficou preocupado por
não lembrar de vidas passadas e por não saber onde iria morar. Sua filha
garantiu que tudo seria solucionado pouco a pouco.
Minutos
depois, respeitável senhora chegou acompanhada de benfeitores e saudou a todos.
Jacob viu uma luz irradiando de seu tórax e sentiu inveja. Marta o repreendeu.
Bezerra fez uma preleção informando que aqueles que não tiverem serenidade
terão dificuldades no caminho que será percorrido até a colônia espiritual.
COMO DEVEMOS
PARTICIPAR DE UM VELÓRIO
Como se
trata de um evento muito delicado para o desencarnante, gostaríamos de
relacionar alguns comportamentos para todos aqueles que se dirigirem a um velório:
- Orar com
sinceridade em favor do desencarnante e de sua família, compreendendo que mais
cedo ou mais tarde chegará a nossa hora e que, então, constataremos o
gigantesco valor da prece a nós dirigida em situações como a desencarnação;
- Esforçar-se
para não lembrar episódios infelizes envolvendo o desencarnante, compreendendo
que todo pensamento tem elevada repercussão espiritual;
- Estar
sempre disponível para o chamado “atendimento fraterno” com os irmãos
presentes, mas não esquecer que o velório não é uma situação adequada a debates
de natureza filosófico-religiosa;
- Respeitar
a religião de todos os presentes e os cultos correspondentes a essas crenças,
buscando contribuir efetivamente para a psicosfera de solidariedade do ambiente
mesmo que em silêncio;
- Não perder
o foco do objetivo maior da presença no velório, que é o auxílio espiritual ao
desencarnante e aos familiares, assim como aos Espíritos desencarnados que
estejam no local necessitando de auxílio através da oração para contribuir no
desligamento do desencarnante;
- Se
convidado a enunciar prece ou algumas palavras de homenagem ao desencarnante,
tomar o cuidado de manter sempre a brevidade, a objetividade e o otimismo,
evitando quaisquer imagens negativas que possam ser sugeridas por nossas
palavras em relação aos irmãos presentes, sejam eles encarnados ou
desencarnados;
- Aproveitar
a ocasião para refletir sobre a impermanência de todas as situações materiais
da vida física, fortalecendo o nosso desejo de amar e servir durante o tempo
que ainda nos resta no corpo físico.
OS ESPÍRITOS
NÃO FICAM NAS SEPULTURAS
Como se
sabe, a visita às sepulturas apenas expressa que lembramos do amado ausente.
Mas não é o lugar, objetos, flores e velas que realmente importam. O que
importa é a intenção, a lembrança sincera, o amor e a oração. Túmulos suntuosos
não importam e não fazem diferença para quem parte.
No programa
Debate na Rio, que apresento na Rádio Rio de Janeiro, um ouvinte perguntou onde
ele poderia orar no dia 2 de novembro pela alma de um amigo que foi cremado, e
as cinzas jogadas no mar. Eu respondi que ele poderia orar de um leito de
hospital, no templo religioso, em casa ou na prisão, pois não é preciso ir ao
cemitério para orar pelo falecido. Os espíritos desencarnados não ficam nos túmulos
presos aos despojos mortais. Eles continuam vivendo perto de nós ou nas
Colônias Espirituais, como “Nosso Lar”, mostrada em filme.
Podemos,
portanto, orar pelos espíritos, onde estivermos. O lugar não importa, desde que
a prece seja sincera. Da mesma forma que ligamos pelo celular para alguém que
mora em outro país, podemos também orar de qualquer lugar para os entes
queridos que vivem na pátria espiritual, usando o “celular” do pensamento.
Quando oramos, a força do pensamento emite um fio luminoso impulsionado pelo
sentimento de amor, indo ao encontro do espírito para o qual rogamos as Bênçãos
de Deus.
Porém, o que
importa é orarmos com sinceridade em benefício deles; afinal, se os nossos
parentes e amigos já são felizes, as nossas preces aumentarão ainda mais essa
felicidade. Por sua vez, caso estejam sofrendo, como os espíritos dos suicidas,
as nossas orações têm o poder de aliviar os seus grandes sofrimentos. Isso
acontece quando oramos; a força do nosso pensamento emite um fio luminoso
impulsionado pelo sentimento de amor, que segue em direção ao espírito para o
qual rogamos as bênçãos de Deus.
FALAR COM OS
DESENCARNADOS PELA ORAÇÃO
Quando
sentimos saudade dos parentes ou dos amigos que estão vivendo muito distantes
de nós, simplesmente telefonamos para eles, matando a saudade. Assim acontece,
também, quando sentimos falta dos entes queridos que partiram para o mundo
espiritual, e falamos com eles através da oração. Para tanto, usamos o
“celular” do nosso pensamento, pois ao orarmos, emitimos um fio luminoso que é
impulsionado pelo sentimento de amor, que vai em direção a esses espíritos que
continuamos amando e que continuam a nos amar. Pelo “celular” do nosso
pensamento, podemos ligar para eles de qualquer lugar onde estejamos.
FRED FIGNER
– IRMÃO JACOB DO LIVRO VOLTEI – PSICOGRAFADO POR CHICO XAVIER
FONTE:
http://www.correioespirita.org.br/
Postado por
Ana Maria Teodoro Massuci, em 23/10/16, na rede Espirit Book.