- ESSA DÚVIDA DOMINA AS MENTES HUMANAS. MAS OS LIVROS DA CODIFICAÇÃO JÁ ESCLARECEM A QUESTÃO HÁ MUITO TEMPO.
- OS ESPÍRITOS NÃO GERAM, ISTO É, NÃO SÃO DOTADOS DA FACULDADE PROCRIATIVA
- EXCLUSIVAMENTE, A REPRODUÇÃO É DE ÂMBITO FÍSICO.
Como podem reencarnar, tanto na polaridade masculina quanto na feminina, os espíritos possuem órgãos genitais dos dois sexos em potencial . Os seres espirituais, ainda presos às injunções carnais, embora detenham em potencial as duas polaridades, certamente experimentam uma delas com maior intensidade de acordo com inúmeras experiências reencarnatórias vivenciadas.
Os espíritos puros, em pleno gozo da perfeição relativa, como o Cristo, já não mais jungidos às paixões e desejos terrenos, chegaram a unissexualidade plena, imbuindo em completo as duas polaridades dentro de si, em perfeita harmonia interior.
A ciência, através da embriologia, afirma que até a oitava semana de vida intra-uterina a genitália do embrião corresponde a ambos os sexos, sendo denominada de gônada indiferenciada ou primordial. Portanto, a polaridade sexual do ser em desenvolvimento no cadinho materno somente pode ser identificada pelo exame ultra-sonográfico gestacional a partir desse momento em diante.
O espírito, princípio inteligente individualizado, criado simples e ignorante conforme ensinamento contido em O Livro dos Espíritos, desde a sua origem alberga em potencial perfeição dentro de si. "O Reino de Deus está em vós" (Lucas 17:21). Contudo, o desabrochar da potencialidade divina no ser espiritual se verificará paulatinamente, necessitando para isso de um ambiente de grande resistência proporcionado pela vida em um planeta inferior, morada obrigatória, na qual todos encarnarão.
Por tudo isso, na Terra são encontrados, os contrastes importantes para o florescer das potencialidades: alegria e tristeza, bondade e maldade, quente e frio, luz e trevas, positivo e negativo, masculino e feminino e muito outros. Na sua origem, o espírito é virgem em experiências essencialmente masculinas e femininas. Pode, portanto, em sua primeira encarnação, vivenciar qualquer sexo. O mesmo acontecerá todo o seu trajeto evolutivo, podendo abrigar qualquer polaridade, participando das experiências inerentes aos dois gêneros. No decorrer das encarnações, experimentando várias personalidades, pode trazer estampada, durante algum tempo, uma maior característica sexual com a predominância de um dos sexos em seu psiquismo.
A PRÁTICA: A prática sexual exige muita responsabilidade e respeito. Sendo exercida de forma desarmônica é responsável por grandes quedas, a artífice maior dos desajustes espirituais, ensejando resgates dolorosos nas futuras encarnações. Todavia, a misericórdia divina não têm limites, estendendo a todos a oportunidade da redenção.
O caso, encontrado no Evangelho, que envolve Jesus no episódio da mulher adúltera e seus acusadores nos proporciona a oportunidade de intensa reflexão. Pois o Cristo, diante da mulher em desregramento sexual, não a recrimina. Ao contrário, a encoraja a trilhar novos e luminosos caminhos. "Aquele que for sem erro, que atire a primeira pedra". Essa exortação do Mestre nos serve de exemplo se estivermos diante de alguém em desvirtuamento na área da sexualidade. Afinal, todos nós não estamos também refratários a eventuais deslizes, nessa ou em próximas reencarnações?
A energia sexual é uma força incomensurável que não pode ser liberada sem controle ou disciplina. Qualquer deslize nesse setor faz com que sejam vincadas lesões de grande importância ao corpo espiritual. Principalmente nos casos em que o sexo envolve afetividade. Na realidade, durante o ato sexual há um acasalamento de vibrações espirituais, por meio dos campos de força, como se a vestimenta aderisse a outra. Desarmonias e desequilíbrios nesse campo energético trazem consequências danosas ao corpo espiritual, o perispírito.
Muito importante o conhecimento amplo da reencarnação e da lei de causa e efeito. "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória". Instruído nas leis divinas o homem irá se envolver em ligação sexual alicerçada no amor, respeitando o outro e sabendo que, além da reprodução das formas físicas, o relacionamento sexual tem a finalidade de unir energeticamente dois seres.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC, VI - SEXO NOS ESPÍRITOS:
Pergunta 200: Os Espíritos têm sexo? - Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.
Pergunta 201: O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência e vice-versa? - Sim, pois são os mesmo Espíritos que animam os homens e as mulheres.
Pergunta 202: Quando somos Espíritos, preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher? - Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de sofrer.
Comentário de Kardec: Os Espíritos encarnam-se homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, oferece-lhes provas e deveres especiais e novas ocasiões de adquirir experiências. Aquele que fosse sempre homem, só saberia o que sabem os homens.
O CASO SANSON: Sanson quando encarnado foi membro da Sociedade Espírita de Paris. Partiu para o mundo espiritual em 21 de abril de 1862. Quatro dias depois veio em espírito auxiliar seus antigos companheiros. Essa atividade mediúnica foi relatada na segunda parte da obra O Céu e o Inferno. Incorporado em um membro da Sociedade em 25 de abril de 1862, Sanson foi questionado por Allan Kardec: "Os espíritos não têm sexo, mas como há poucos dias eras um homem desejamos saber se, no vosso novo estado, tendes mais da natureza masculina ou da feminina? E o mesmo que se dá convosco pode ser aplicado ao espírito de longo tempo desencarnado?"
A resposta do espirito foi: "Não temos motivo para ser de natureza masculina ou feminina: os espíritos não se reproduzem. Deus criou-os como quis e tendo, segundo os seus maravilhosos desígnios, de dar-lhes a encarnação sobre a Terra subordinou-os aí às leis da reprodução das espécies caracterizada pela junção dos sexos. Mas vós deveis sentí-lo, sem mais explicação, que o espíritos não podem ter sexo".
A essa resposta, Kardec fez o seguinte comentário: "Sempre disseram que os Espíritos não têm sexo, sendo esse apenas necessário à reprodução dos corpos. De fato, não se reproduzindo, o sexo lhes seria inútil. A nossa pergunta não visava confirmar o fato, mas saber, visto que o sr. Sanson desencarnara recentemente as impressões que guardava do seu estado terreno. Os espíritos puros compreendem a sua natureza, porém, entre os inferiores não desmaterializados, muitos há os que se acreditam encarnados sobre a Terra, com as mesmas paixões e desejos. Assim, pensam eles que são ainda os mesmos que foram, isto é, homem ou mulher, havendo quem por esta razão suponha ter realmente um sexo.
As contradições a tal respeito são oriundas da graduação de adiantamento dos espíritos que se manifestam, sendo o erro menos deles que de quem os interroga sem se dar ao trabalho de aprofundar as questões".
Américo Domingos Nunes FilhoFonte: A Casa do Espiritismo