Texto de
Joanna de Angelis, do livro “Amor, Imbatível Amor” psicografado por Divaldo
Franco.
Em 1980 foi
estabelecido como sendo uma entidade específica, diferente de outros
transtornos de ansiedade, aquele que passou a ser denominado como síndrome de
pânico, ou melhor elucidando, como transtorno de pânico, em razão de suas
características serem diferentes dos conhecidos distúrbios.
A designação
tem origem no deus Pan, da Mitologia grega, caracterizado pela sua fealdade e
forma grotesca, parte homem, parte cabra, e que se comprazia em assustar as
pessoas que se acercavam do seu habitat, nas montanhas da Arcádia,
provocando-lhes o medo.
Durante
muito tempo este distúrbio foi designado indevidamente como ansiedade, síndrome
de despersonalização, ansiedade de separação, psicastenia, hipocondria,
histeria, depressão atípica, agorafobia, até ser estudado devidamente por
Sigmund Freud, ao descrever uma crise típica de pânico em uma jovem nos Alpes
Suíços. Anteriormente, durante a guerra franco-austríaca de 1871, o Dr. Marion
da Costa examinou pacientes que voltavam do campo de batalha apresentando
terríveis comportamentos psicológicos, com crises de ansiedade, insegurança,
medo, diarreia, vertigens e ataques, entre outros sintomas, e que foram
denominados como “coração irritável”, por fim tornando-se conhecido como
“Síndrome de Da Costa”, pela valiosa contribuição que ele ofereceu ao seu
estudo e terapia.
A Síndrome
de Pânico pode ocorrer de um para outro momento e atinge qualquer indivíduo,
particularmente entre os 10 a 40 anos de idade, alcançando, na atualidade,
expressivo índice de vítimas, que oscilam entre 1% e 2% da população em geral.
Na
atualidade apresenta-se com alta incidência, levando grande número de pacientes
a aflições inomináveis.
Existem
fatores que desencadeiam, agravam ou atenuam essa ocorrência e podem ser
catalogados como físicos e psicológicos.
Já não se
pode mais considerar como responsável pelos distúrbios mentais e psicológicos
uma causa unívoca, porém, uma série de fatores predisponentes como ambientais,
especialmente no de pânico.
Entre os
primeiros se destacam os da hereditariedade, que se responsabilizam pela
fragilidade psíquica e pela ansiedade de separação. Tais fatores genéticos
facultam o desencadear da predisposição biológica para a instalação do
distúrbio de pânico. Por outro lado, os conflitos infantis, geradores de
insegurança e ansiedade, facultam o campo hábil para a instalação do pânico,
quando se dá qualquer ocorrência direta ou indireta, que se responsabiliza pelo
desencadeamento da crise.
Acredita-se
que a responsabilidade básica esteja no excesso de serotonina sobre o Sistema
Nervoso Central, podendo ser controlada a crise mediante aplicação de drogas
específicas tais clonazepam, não obstante ainda seja desconhecido o efeito
produzido em relação a esse neuro-receptor.
O surto ou
crise é de efeitos alarmantes, por transmitir uma sensação de morte, gerando
pavor e desespero, que não cedem facilmente.
A utilização
de palavras gentis, os cuidados verbais e emocionais com o paciente não operam
o resultado desejado, em razão da disfunção orgânica, que faculta a instalação
da ocorrência, embora contribuam para fortalecer no enfermo a esperança de
recuperação e poder trabalhar-se o psiquismo de forma positiva, que minora a
sucessão dos episódios devastadores.
Não raro, o
paciente, desestruturado emocionalmente e vitimado pela sucessão das crises,
pode desenvolver um estado profundo de agorafobia ou derrapar em alcoolismo,
toxicomania, como evasões do problema, que mais o agravam, sem dúvida.
É uma doença
que se instala com mais frequência na mulher, embora ocorra também no homem, e
não se trata de um problema exclusivamente contemporâneo, resultado do estresse
dos dias atuais, em razão de ser conhecida desde a Grécia antiga, havendo sido,
isto sim, melhor identificada mais recentemente, podendo ser curada com
cuidadoso tratamento psiquiátrico ou psicológico, desde que o paciente se lhe
submeta com tranquilidade e sem a pressa que costuma acompanhar alguns
processos de recuperação da saúde mental.
O distúrbio
de pânico encontra-se enraizado no ser que desconsiderou as Soberanas Leis e se
reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos genes a necessidade da
reparação dos delitos transatos que permaneceram sem justa retificação, porque
desconhecidos da Justiça humana, jamais porém da divina e da própria
consciência do infrator. Por isso mesmo, o portador de distúrbio de pânico não
transfere por hereditariedade necessariamente a predisposição aos seus
descendentes, podendo, ele próprio não ter antecessor nos familiares com essa
disfunção explícita.
Indispensável
esclarecer que, embora a gravidade da crise, o distúrbio de pânico não leva o
paciente à desencarnação, apesar de dar-lhe essa estranha e dolorosa sensação.
Segue abaixo outro texto da nobre
mentora, do livro “Auto-descobrimento”, também psicografado por Divaldo Franco.
No imenso
painel dos distúrbios psicológicos o medo avulta, predominando em muitos
indivíduos e apresentando-se, quando na sua expressão patológica, em forma de
distúrbio de pânico.
O medo, em
si mesmo, não é negativo, assim se mostrando quando, irracionalmente,
desequilibra a pessoa.
O
desconhecido, pelas características de que se reveste, pode desencadear
momentos de medo, o que também ocorre em relação ao futuro e sob determinadas
circunstâncias, tornando-se, de certo modo, fator de preservação da vida,
ampliação do instinto de autodefesa. Mal trabalhado na infância, por educação
deficiente, o que poderia tornar-se útil, diminuindo os arroubos excessivos e a
precipitação irrefletida, converte-se em perigoso adversário do equilíbrio do
educando.
São comuns,
nesse período, as ameaças e as chantagens afetivas: Se você não se alimentar,
ou não dormir, ou não proceder bem, papai e mamãe não gostarão mais de você...
ou O bicho papão lhe pega, etc. A criança, incapaz de digerir a informação,
passa a ter medo de perder o amor, de ser devorada, perturbando a afetividade,
que entorpece a naturalidade no seu processo de amadurecimento, tornando o
adolescente inseguro, e um adulto que não se sente credor de carinho, de
respeito, de consideração. A deformação leva-o às barganhas sentimentais –
conquistar mediante presentes materiais, bajulação, anulando a sua
personalidade, procurando agradar o outro, diminuindo-se e supervalorizando o
afeto que anela.
A pessoa é,
e deve ser, amada assim como é. Naturalmente, todo o seu empenho deve ser
direcionado para o crescimento interior, o desenvolvimento dos recursos que
dignificam: não invejando quem lhe parece melhor – pois alcançará o mesmo
patamar e outros mais elevados, se o desejar – nem se magoando ante a
agressividade dos que se encontram em níveis menores.
Por outro
lado, face às ameaças, o ser permanece tímido, procurando fazer-se bonzinho,
não pela excelência das virtudes, mas por mecanismo de sobrevivência afetiva.
O medo,
assim considerado, pode assumir estados incontroláveis, causando perturbações
graves no comportamento.
Os fatores
psicossociais, as pressões emocionais influem, igualmente, para tornar o
indivíduo amedrontado, especialmente diante da liberação sexual, gerando
temores injustificáveis a respeito do desempenho na masculinidade ou na
feminilidade, que propiciam conflitos psicológicos de insegurança, a se
refletirem na área correspondente, com prejuízos muito sérios.
Bem
canalizado, o medo se transforma em prudência, em equilíbrio, auxiliando a
discernir qual o comportamento ético adequado, até o momento em que o
amadurecimento emocional o substitui pela consciência responsável.
Confunde-se
o pânico com a expressão do medo, quando irrompe acompanhado de sensações
físicas: disritmia cardíaca, sudorese, sufocação, colapso periférico produzindo
algidez generalizada. Essa sensação de morte com pressão no peito e
esvaecimento das energias que aparece subitamente, desencadeada sem aparente
motivo, tem outras causas, raízes mais profundas.
Na anamnese
do distúrbio de pânico, constata-se o fator genético com alta carga de
preponderância e especialmente a presença da noradrenalina no sistema nervoso
central. É, portanto, uma disfunção fisiológica. Predomina no sexo feminino,
especialmente no período pré-catamenial, o que mostra haver a interferência de
hormônios, sendo menor a incidência durante a gravidez.
Sem dúvida,
a terapia psiquiátrica faz-se urgente, a fim de que determinadas substâncias
químicas sejam administradas ao paciente, restabelecendo-lhe o equilíbrio
fisiológico.
Invariavelmente
atinge os indivíduos entre os 20 e os 35 anos, podendo surgir também em outras
faixas etárias, desencadeado por fatores psicológicos, requerendo cuidadosa
terapia correspondente.
Há,
entretanto, síndromes de distúrbio de pânico que fogem ao esquema convencional.
Aquelas que têm um componente paranormal, como decorrência de ações espirituais
em processos lamentáveis de obsessão.
Agindo
psiquicamente sobre a mente da vítima, o ser espiritual estabelece um
intercâmbio parasitário, transmitindo-lhe telepaticamente clichês de aterradoras
imagens que se vão fixando, até se tornarem cenas vivas, ameaçadoras,
encontrando ressonância no inconsciente profundo, onde estão armazenadas as
experiências reencarnatórias, que desencadeadas emergem produzindo confusão
mental até o momento em que o pânico irrompe, incontrolável, generalizado.
Dá-se, nesse momento, a incorporação do invasor do domicílio mental, que passa
a controlar a conduta da vítima, que se lhe submete à indução cruel.
Cresce
assustadoramente na sociedade atual essa psicopatologia mediúnica, que está
requerendo sérios estudos e cuidadosas pesquisas.
A terapia de
libertação tem a ver com a transformação moral do paciente, a orientação ao
agente e a utilização dos recursos da meditação, da oração, da ação
dignificadora e beneficente.
Quando a
ingerência psíquica do agressor se faz prolongada, somatiza distúrbios
fisiológicos que eliminam noradrenalina no sistema nervoso central do enfermo,
requerendo, concomitantemente, a terapia especializada, já referida.
Mediante uma
conduta saudável de respeito ao próximo e à vida, o indivíduo precata-se da
interferência perniciosa dos seres espirituais perturbadores, adversários de
existências passadas, que ainda se comprazem na ação perversa. Esse sítio que
promovem, responde por inúmeros fenômenos de sofrimento entre os homens.
Não sendo a
morte do soma o aniquilamento da vida, a essência que o vitaliza – o Eu
profundo – prossegue com suas conquistas e limitações, grandezas e misérias.
Como o intercâmbio decorre das afinidades morais e psíquicas, fácil é
constatar-se as ocorrências que se banalizam.
O medo,
portanto, necessita de canalização adequada, e o distúrbio do pânico, examinada
a sua gênese, merece os cuidados competentes, sendo passíveis de recuperação
ambos os fenômenos viciosos, a que o
indivíduo se adapta, mesmo sofrendo.
Texto de
Joanna de Angelis, do livro “Amor, Imbatível Amor” psicografado por Divaldo
Franco.