Diversas
publicações psicografadas, através de médiuns sérios, nos esclarecem que
algumas das gravidezes que terminam em aborto são utilizadas como um dos meios
terapêuticos do qual a espiritualidade se utiliza para recuperação de espíritos
com risco de ovoidização, ou ainda, para a recuperação daqueles portadores de
deformidades severas do perispírito.
O trânsito
pela matéria, ainda que fugaz, permite a reestruturação do corpo espiritual. Os
mecanismos de miniaturização e amnésia envolvidos no processo permitem o
reequilíbrio de espíritos em sofrimento, principalmente naqueles vítimas de
dores de tamanha intensidade que são tomados por estados de desagregação mental
severa com grande risco de implosão do corpo espiritual.
Tal
morbidade espiritual é também chamada de segunda morte, ou ovoidização. É
descrita tanto por André Luiz no Livro Evolução em Dois Mundos, quanto por
Adamastor no excelente livro, Ícaro Redimido, psicografado pelo médium mineiro
Gilson Freire.
Se uma
experiência aparentemente traumática e frustrante, como o abortamento
espontâneo, pode ser utilizada para benefício dos sofredores, por que
permitiria Deus, que esse aspecto fosse desprezado, enquanto inúmeros espíritos
necessitam da abençoada terapia do choque físico?
Sabemos que
ocorrem 90 milhões de nascimentos por ano no mundo e 60 milhões de abortamentos
entre os espontâneos e os provocados. A energia mobilizada nesses processos
dolorosos é imensa e tem utilidade não só para os envolvidos fisicamente no
processo, mas também, para os que precisam recuperar anatomia do seu
perispírito.
Nestes
casos, mesmo havendo a influencia do campo morfogenético do espírito
reencarnante, a formação do corpo físico fica prejudicada pelo grau de
deformidade que esse principio estruturador apresenta.
Gravidezes
nestas circunstâncias geram embriões e fetos com deformidades que são
incompatíveis com a vida física, muitas vezes mesmo que a carga genética seja
absolutamente normal. Por isso temos cerca de 10 a 20 por cento de abortamentos
em gravidezes clinicamente detectadas.
Do ponto de
vista médico existirão diversas explicações para o desenvolvimento inadequado
do concepto e sua posterior eliminação. Doenças genéticas, teratogenicidade
induzida por fatores ambientais, tais como infecções e medicamentos, alterações
imunológicas, distúrbios do metabolismo enzimático e proteico.....
Tais
explicações são absolutamente verdadeiras do ponto de vista material, mas a
causa dos abortamentos espontâneos vai além da questão física. O espírito, que
deveria presidir a formação de um novo corpo físico, traz em sua complexidade
morfológica as deformidades que se transmitirão por ressonância mórfica ao seu
duplo físico.
Em algumas
entidades tal é a deformidade que apresentam que não são capazes de induzir a
matéria a mais do que uma proliferação desordenada e agressiva de tecido
sincicial como observamos nos casos de mola hidatiforme.
Os espíritos
parasitas que se habituaram por séculos a extrair energias vitais de seus
parceiros obsedados, os quais cumpriam sua penosa caminhada terrena, não mais
do que essa capacidade podem oferecer aos tecidos cuja neoformação induziram.
Uma vez
tratada a doença e eliminadas as células agressivas do organismo materno, a
fonte de exploração seca. E, então, o parasita é forçado a obter energias da
sua própria economia fisiológica.
Neste
momento crucial ele é capaz de vislumbrar flashes de consciência, que se
reforçados pela energia amorosa da família que sofreu a perda com resignação e
esperança, servirão de combustível para o seu desabrochar definitivo como
espírito consciente, o que já foi antes de afundar no charco de seu desespero.
Portanto,
apesar de ser possível em situações excepcionais, a existência de gestações sem
que haja espíritos a elas destinados, essa situação é raríssima. Rara, pois que
a espiritualidade superior é extremamente organizada e procura não perder
nenhuma oportunidade de realizar o bem.
E ainda,
quando isso excepcionalmente acontece, tenhamos a certeza que não se formará um
sistema orgânico perfeito e funcional, pois tal não é possível sem a influência
de um espírito com sua estrutura fisiológica minimamente adequada.
Serão no
máximo as gravidezes anembrionadas e mais freqüentemente os microabortos, que
ocorrem de forma até imperceptível ao diagnóstico clínico.
Sabemos que
cerca de 70 % dos ovos são perdidos sem que cheguem a gerar gravidez
clinicamente detectável. Isto sim, ocorre por não haver espírito determinado
para encarnação naquela oportunidade.
Hoje,
podemos esclarecer melhor, o que foi genericamente abordado no Livro dos
Espíritos. Naquela época sequer se conheciam as diversas possibilidades em
termos de causas orgânicas de abortamento e teratogênese. Daí por que houve uma
resposta essencialmente genérica. Agora, entretanto, já temos condições de nos
depararmos com verdades mais profundas.
Entre os
natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de
Espírito?
“Alguns há,
efetivamente, a cujos corpos nenhum espírito esteve destinado.
Nada tinha
que se efetuar para eles.
Tais
crianças então só vem por seus pais.”
A utilidade
desse conhecimento se faz pelo objetivo primordial de valorização da vida, quer
ela progrida, ou não, além das barreiras do ventre materno. Qualquer que seja a
duração de uma gravidez, ela deve ser vivida com amor.
Os pais devem
saber que o amor que transferem ao espírito que foi espontaneamente abortado,
ao portador de deformidade física incompatível com a vida, ao deficiente, é o
medicamento abençoado que os curarão da morbidez que longamente carregam, em
função de seus próprios delitos, mas que por caridade Divina tem essa
oportunidade impar de tratamento reestruturador.
Se o amor e
a aceitação impregnam as entranhas maternas que acolhem o doente frágil em
internação de caráter intensivo, emergencial e, na maioria das vezes, compulsória,
o resultado só pode ser o milagre da recuperação plena da anatomia espiritual.
Repercussões
ainda mais significativas ocorrem como resultados dessas experiências
marcantes. Em um futuro breve a família que sofreu com a perda inesperada, pode
ser presenteada com uma linda criança, para que cresça sob sua guarda. Criança
esta agradecida e doutrinada para o bem, já que aprendeu pelo exemplo e pelo
sentimento.
A redoma de
amor que se formou durante a gravidez frustrada permanece incubando o ex-sofredor
e protegendo-o em sua nova fase. É um reservatório energético que o conduz
firmemente através das desventuras que terá que atravessar, ainda no mundo
espiritual, para ser digno de uma outra oportunidade reencarnatória, agora
passível de êxito do ponto de vista de realizações cristãs.
Ele, após
essa sublime transfusão energética recuperadora do seu corpo espiritual
debilitado, passa a captar as instruções superiores e consegue, finalmente,
fortalecer-se no caminho do bem. Bem que o conquistou nesse breve período de
terapia intensiva que é denominada pelos servidores imateriais do Cristo como
choque físico de amor.
Dra Giselle
Fachetti
Fonte:
Medicina e Espiritualidade