Neste ano de
2017 deverá ocorrer o primeiro transplante de cabeça da História.
Falar em
transplante de cabeça é controverso: afinal, o que será transplantado: a cabeça
ou o corpo?
Se
considerarmos que a sede da consciência é a cabeça, poderíamos falar de um
transplante de corpo; afinal, a sede da consciência receberia um novo corpo.
Mas as
coisas não são assim tão simples. Nossa consciência não se manifesta apenas
através da cabeça.
A
consciência se manifesta através da mente (que é um programa); a mente se liga
ao corpo astral através de centros de força; e os centros de força, através dos
chacras, que se localizam no duplo etérico, fazem a conexão com os plexos e
glândulas do corpo físico.
– Achou
complicado?
Esse tema é
tratado, dentre outras obras, nos livros Entre a Terra e o céu, Mecanismos da
Mediunidade e Evolução em dois mundos, de André Luiz; Técnica da Mediunidade,
de Pastorino; e Elucidações do Além de Ramatis – além de obras da Teosofia.
Um
transplante de cabeça, então, seria, de alguma forma, a junção de dois seres.
Isso pode
ser muito estranho se nós considerarmos a consciência apenas como essa
consciência superficial que nós usamos numa comunicação escrita.
Mas nós
temos vários níveis de consciência. Nosso subconsciente guarda tudo sobre nós –
todos os nossos arquivos existenciais estão lá. E a contraparte física do
subconsciente não está necessariamente na cabeça, pelo contrário: alguns
autores chegam a falar em um subcérebro abdominal; há cientistas que afirmam
que a estrutura do coração é semelhante à estrutura do cérebro, inclusive com
neurônios.
Para nós
compreendermos melhor o que aconteceria no caso de um transplante de cabeça
exitoso, nós temos que analisar o pouco que nós já sabemos sobre transplantes
de órgãos.
Existe um
fenômeno que tem sido chamado de memória celular.
Há muitos
casos de transplantados que herdaram gostos, comportamentos e até modos de
pensar semelhantes aos dos doadores dos órgãos.
Os doutores
Paul Pearsall e Gary Schwartz escreveram um livro contando casos assim
relacionados especificamente a transplantes de coração. Não fica nenhuma dúvida
de que as pessoas que receberam os órgãos receberam, juntamente com os órgãos
físicos, emoções, gostos, predisposições e até sentimentos do doador.
Uma das
transplantadas abordadas no livro, Sylvia Claire, escreveu um livro contando
mais detalhes da sua história – este livro está traduzido para o português; se
chama A voz do coração.
Para termos
uma ideia: há relatos de pessoas que de um momento para o outro se tornaram
vegetarianas; ou que nunca bebiam e de repente passaram a gostar de cerveja;
pessoas que começaram a se interessar por um determinado esporte, ou por
poesia, ou que mudaram a sua orientação sexual – e depois vieram a descobrir
que seus doadores tinham exatamente essas mesmas características.
Há até o
caso de um transplantado que era uma pessoa muito de bem com a vida e depois do
transplante cometeu suicídio – mais tarde vieram saber que o seu doador tinha
se suicidado.
É preciso
ter em mente que nenhuma dessas pessoas sabia quem era o seu doador. Foram
pesquisar mais tarde justamente pelo fato de terem sofrido mudanças bruscas de
gostos e comportamento depois do transplante.
A teoria do
Dr. Paul Pearsall é a memória celular. As células armazenariam a memória e
carregariam essa memória consigo repassando-as ao receptor do órgão.
– Mas como o
Espiritismo explicaria isso?
Se nos
basearmos em Kardec, podemos dizer que os fluidos que circundam e perpassam
nosso corpo estão saturados com nossos sentimentos e pensamentos e que eles
permaneceriam, por algum tempo, ativos no corpo do receptor do órgão. Mas essa
tese requer que a pessoa que recebeu o órgão esteja em sintonia com o doador,
afinal, nós só captamos sentimentos e pensamentos com os quais temos alguma
afinidade.
Outra tese
seria a da psicometria.
Ernesto
Bozzano tratou exaustivamente da psicometria. E André Luiz, no livro Nos
Domínios da Mediunidade, trata a psicometria como “a faculdade de ler
impressões e recordações ao contato de objetos comuns”. Na verdade esse
entendimento é um desenvolvimento do entendimento de Kardec: os objetos ficam
impregnados com os fluidos da pessoa que utiliza esses objetos, e até das
vibrações do meio em que permaneceu a maior parte do tempo.
Se isso
ocorre com objetos inanimados, com muito mais intensidade ocorreria com um
órgão do corpo humano – mas, mesmo assim, isso dependeria da sensibilidade por
parte do receptor do órgão para captar essas vibrações.
Mas existe
uma outra maneira, muito mais lógica e satisfatória de entender essa questão.
Nós sabemos,
desde Hermes Trismegisto, ou até antes, que assim como é o micro é o macro.
O átomo,
pelo menos no modelo de Bohr, se assemelha muito ao Sistema Solar. É verdade
que o sistema de Bohr tem falhas, mas também é verdade que o Sistema Solar não
é uma estrutura tão regular como se pensava. O fato é que existem grandes
semelhanças entre os modelos micro e macro, pois tudo obedece a Leis e as Leis
são a manifestação de Deus – Deus é o grande conjunto de Leis que nos rege.
Se nós
observarmos uma célula, que é a menor porção de matéria viva, ou melhor, a
menor unidade de vida que nós conhecemos, vemos que ela apresenta organelas que
exercem as mesmas funções básicas do nosso corpo humano.
Nós
acreditamos em reencarnação. E nós também acreditamos, desde Kardec, que os
animais são dotados do princípio inteligente, o mesmo princípio inteligente que
ao se individualizar e se desenvolver dará origem ao que nós entendemos por
espírito.
O primeiro
estágio do princípio inteligente, portanto, é a célula.
Nós temos
100 trilhões de células. Essas células estão sob o nosso comando, sob o comando
da nossa mente. O nosso corpo físico é formado por células. As células se
agrupam e se especializam conforme o modelo comandado por nossa mente.
Nós sabemos
que o plano físico é reflexo do plano astral, e que o corpo físico é reflexo do
corpo astral. O corpo astral é o nosso modelo organizador biológico.
André Luiz,
no livro Evolução em dois mundos, faz um longo estudo sobre o papel das células
na manifestação da nossa vida e na manutenção da nossa forma.
André Luiz
faz referência às células físicas e às células astrais. Nós temos, portanto,
células físicas, que compõe o nosso corpo físico, e temos células astrais que
compõe o nosso corpo astral.
Agora
acompanhe o meu raciocínio:
Eu, neste
momento, estou encarnado, ou seja, eu estou revestido de um corpo de carne.
Mas, mesmo
encarnado, eu tenho um corpo astral.
O corpo
físico é transitório, ele dura apenas uma reencarnação. Mas o corpo astral
permanece enquanto nós permanecemos na Terra, neste astro – por isso o nome
“corpo astral”, porque ele é composto com elementos do astro.
O corpo
físico morre, mas o corpo astral permanece, e é o corpo astral que vai
organizar, mais tarde, um novo corpo físico para a minha próxima reencarnação.
Quer dizer:
nós reencarnamos, desencarnamos; reencarnamos, desencarnamos; mas é sempre o
mesmo corpo astral.
O mesmo
ocorre com as células. São sempre as mesmas células. Nós não trocamos de
células. As células desencarnam e reencarnam.
– Você sabia
que nós trocamos praticamente todas as células do corpo a cada 7 anos?
Claro que
nem todas desencarnam e reencarnam no mesmo ritmo.
As células
do estômago e dos intestinos são trocadas a cada 5 dias, mais ou menos; as
células da pele a cada 2 ou 4 semanas; as células do fígado duram entre 150 e
500 dias – cada grupo de células físicas dura mais ou menos tempo de acordo com
a função que exerce. Os neurônios que compõe o córtex cerebral não se renovam.
– Se as
células estão sempre se renovando, como nós nos mantemos sempre os mesmos? Como
nós mantemos a nossa forma, as nossas características físicas?
Por causa do
DNA no interior das células. O DNA é a mente das células. Essa tese é do grande
(e vergonhosamente desconhecido, no meio espírita) Carlos Torres Pastorino.
Pastorino já defendia essa tese em 1969 – lembrando que o DNA foi descoberto em
1953.
Assim como
nós temos uma mente que age sobre o corpo, a célula também tem uma mente que
age sobre ela. A nossa mente comanda o DNA das células, informando todos os
nossos sentimentos, pensamentos e energias no DNA.
Nós vemos no
capítulo 13 do livro Missionários da Luz, de André Luiz, que o instrutor
Alexandre e uma equipe de técnicos trabalhavam no planejamento reencarnatório
do espírito de Segismundo. Alexandre tinha em mãos os mapas cromossômicos de
Segismundo, onde podia decifrar todas as principais características que
marcariam a nova existência física de Segismundo.
Esse livro
foi publicado antes da descoberta do DNA.
Se
meditarmos um instante na imensidão do Cosmos, é fácil concluirmos que existem
seres incalculavelmente superiores a nós. Seres perante os quais, por
comparação, nós não parecemos mais do que simples células. É possível – e até
provável – que nós façamos parte de uma organização viva tão grande que nós não
podemos nem imaginar.
Do mesmo
modo, nós somos os mentores da evolução de 100 trilhões de minúsculas
organizações biológicas que chamamos de células. Essas células nos acompanham,
provavelmente, por toda a nossa evolução neste planeta.
– Como fica,
então, a questão dos transplantes?
Nós sabemos
que o órgão transplantado permanece com o seu DNA inalterado, ou seja, o
receptor do órgão passa a abrigar na sua própria estrutura física o DNA do
doador.
Uma pessoa
morre. Um ou mais dos seus órgãos são retirados para transplante. As células
que acompanham essa pessoa (espírito) desencarnaram; ela vai se manifestar,
agora, só com as suas células astrais – mas as células físicas, com o seu DNA,
passam a fazer parte da estrutura física de uma outra pessoa. O DNA das células
do órgão transplantado deve passar a obedecer ao comando mental do receptor do
órgão.
Nós vemos
claramente que é preciso haver afinidade entre as programações mentais do
doador e do receptor para que o DNA do órgão transplantado obedeça ao novo
comando mental. Isso pode explicar a alta taxa de rejeição dos transplantes.
Vamos
imaginar agora como seria um transplante de cabeça.
A cabeça de
uma pessoa recebe um novo corpo. Será que a mente da pessoa que recebe um novo
corpo é suficientemente forte para comandar trilhões de células habituadas a
outro comando mental? Será que o DNA (que é a mente das células) de um corpo
inteiro, que foi formatado por outra mente, que é o resultado de outra mente,
será que ele é capaz de se adaptar a um novo comando?
Eu não
acredito.
No
transplante de um órgão importante (como um coração, por exemplo), se doador e
receptor vibram numa frequência próxima uma da outra, é possível a adaptação –
o comando da mente do receptor, que vibra no DNA das suas próprias células,
provoca um fenômeno de indução no DNA das células do órgão transplantado.
Mas num caso
assim, em que o transplante seria, na verdade, de um corpo inteiro, fora as
questões técnicas da cirurgia, que não compete a mim falar, só poderia haver
sucesso, talvez, se houvesse uma afinidade tão grande entre doador e receptor,
a ponto de promover uma relativa adaptação de uma mente a outra.
Existe outra
questão que deve ser considerada. Entre o corpo astral e o corpo físico nós
temos o duplo etérico. Nas palavras de André Luiz, no livro Nos Domínios da
Mediunidade, o duplo etérico é o conjunto dos “eflúvios vitais que asseguram o
equilíbrio entre a alma e o corpo de carne”, “formado por emanações
neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não
conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à
desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte
renovadora”.
O capítulo
13 do livro Obreiros da Vida Eterna, também de André Luiz, narra a
desencarnação de Dimas, em que vemos o delicado trabalho de desfazimento dos
laços energéticos que ligam o corpo astral ao corpo físico.
No caso do
transplante de cabeça (que na verdade é um transplante de corpo), seria imprescindível
a participação de uma equipe de médicos desencarnados para promover o
desligamento dos laços energéticos que ligam o corpo físico a ser transplantado
ao corpo astral do doador do corpo, e fazer a ligação desses laços com o corpo
astral do receptor do corpo.
De qualquer
forma, poderão sair daí grandes aprendizados.
Autor:Morel Felipe Wilkon
Fonte:
http://www.espiritoimortal.com.br/transplante-de-cabeca-uma-visao-espirita/