A obsessão
espiritual, de acordo com o modelo proposto por Allan Kardec, é a perseguição
intencional e persistente que um mau espírito desencadeia sobre outrem.
Dependendo do seu grau de constrangimento, o processo pode ser assim
classificado: obsessão simples, fascinação e subjugação.
É
fundamental nesses casos a compreensão de algumas características básicas. Nos
três tipos citados, o comprometimento maléfico decorre da ação mental do espírito
e da influenciação comprometedora do seu próprio campo vibratório a envolver a
psicosfera da vítima. Logo, nos casos de obsessões pesquisados pelo mestre de
Lion, prevalecem a sugestão hipnótica e a ação de contato, fatores tão
contundentes, quanto mais intensificados sejam o ódio e o conhecimento de
técnicas magnéticas desarmonizantes utilizadas pelo agente agressor.
As obsessões
tornam-se cada vez mais invasivas, à medida que os métodos manipulados pelos
representantes das sombras se sofisticam. Nas práticas mediúnicas
contemporâneas, na dependência da metodologia vigente, já se pode diagnosticar
com razoável precisão, uma influência espiritual perfeitamente enquadrada entre
as obsessões complexas. Tais obsessões são extremamente comprometedoras, porquanto
as técnicas empregadas envolvem artifícios sutis que suplantam, em termos de
comprometimento, as modalidades clássicas descritas por Kardec.
Entre as
obsessões complexas, uma das mais conhecidas é a Síndrome dos Aparelhos
Parasitas inseridos no sistema nervoso do campo astral, condição sabidamente
indutora de quadros neurológicos e psicopatológicos graves, difíceis de serem
diagnosticados e, por isso mesmo, responsáveis por um expressivo número de
pacientes crônicos vitimados por enfermidades de prognóstico reservado.
Esse tipo de
transtorno espiritual foi identificado na década de 70 pelo ilustre pesquisador
espírita brasileiro, o Dr. José Lacerda de Azevedo, autor do livro
Espírito/Matéria - Novos Horizontes Para a Medicina (Porto Alegre), a quem devemos,
sem dúvidas, o descortino da moderna Medicina do Espírito.
A Síndrome
dos Aparelhos Parasitas é o conjunto de sinais e sintomas decorrentes da
inserção de artefatos elaborados por ação ideoplástica do obsessor no sistema
nervoso do perispírito da criatura-alvo e capazes de desencadearem as mais
variadas perturbações neurológicas, mentais ou físicas. São ocorrências
extremamente graves e nem sempre diagnosticadas pelos padrões clássicos das
práticas desobsessivas.
É comum nas
reuniões mediúnicas de assistência aos encarnados, os médiuns videntes mais
experimentados identificarem a presença de toda sorte de material negativo
aderido à psicosfera dos enfermos. São descritos como grilhões, cunhas, placas,
correntes, cordas, fios e outros artefatos a envolverem o corpo astral das
criaturas. Apesar de serem constituídos de condensados energéticos de
significativo teor barôntico, os sintomas gerados nem sempre são de grande
monta, chegando a provocar em alguns casos, discreta sensação de mal-estar
geral, alguma dor de cabeça, dolorimento muscular e eventual cansaço físico.
Uma vez
identificados podem ser removidos através da administração de simples passes
magnéticos, recursos habitualmente utilizados nas sociedades espíritas e de
comprovada eficiência na limpeza superficial do campo perispirítico.
Não podemos
dizer, portanto, que tais condensados barônticos se constituam peças
fundamentais da síndrome propriamente dita, pois a sua ação periférica sem
maiores repercussões na economia psicofísica e a relativa facilidade de remoção
pela terapêutica bioenergética, são as mais importantes características
diferenciais com a síndrome verdadeira como veremos adiante.
Os casos
mais severos se definem pelo seu aspecto invasivo e pela capacidade de gerarem
patologias degenerativas. Geralmente, tais aparelhos são de tamanho minúsculo,
quase que imperceptíveis, inseridos em zonas nobres da área encefálica e,
sobretudo, difíceis de serem removidos. Temos identificado alguns tipos
interessantes quanto a morfologia e os mecanismos de ação.
Vejamos
agora um exemplo prático para melhor compreensão, muito embora, a nossa
casuística registre centenas de casos com imensa variação de técnicas.
Certa feita
um paciente adulto apresentou-se em nossa casa espírita referindo as seguintes
queixas: zumbidos auditivos intermitentes, vertigens, apatia profunda,
emagrecimento progressivo e intenso cansaço. Tais sintomas se intensificavam
sempre que ele tentava levantar-se do leito e deambular. Era acometido, então,
do agravamento da sintomatologia, sobrevindo-lhe em seguida, a sensação de
desfalecimento acompanhada de abundante sudorese. Estava sendo assistido por
neurologistas há vários meses, embora não houvesse por parte da Medicina um
diagnóstico de certeza.
Trazido à
presença do grupo mediúnico foi submetido ao desdobramento de seu corpo astral,
através de técnica magnética específica, com a finalidade de ser examinado na
sua matriz perispiritual, pois como se sabe, é lá que se encontram registrados
os pontos de ligações obsessivas e os morbos vibratórios que se manifestam no
campo físico em decorrência de mecanismos drenadores. Inicialmente os médiuns
não registraram a presença de entidades obsessoras ligadas ao caso. O fato
gerou expectativas, pois quase sempre essas criaturas desvitalizadas e
enfermiças são vítimas da ação parasitária de entidades maléficas que agem à
semelhança de verdadeiros vampiros, sugando-lhes as energias vitais.
Concentramos, então, as nossas atenções no corpo astral do enfermo,
inspecionando-lhe detalhadamente o cérebro, até que um dos médiuns nos alertou
para sutil detalhe, logo confirmado pelos demais tarefeiros. Tratava-se da
presença de minúsculos eletrodos inseridos em núcleos encefálicos e dos quais
partiam filamentos capilares que se estendiam até os tendões de vários grupos
musculares.
Em diálogo
com os nossos mentores, eles nos explicaram tratar-se de uma terrível
modalidade obsessiva, ainda desconhecida da maioria dos espíritas, porém, bem
mais frequente do que imaginávamos.
A primeira
preocupação de nossa parte foi saber o porquê da ausência dos obsessores ao
lado do enfermo. Explicaram-nos os dirigentes espirituais que a técnica
utilizada no caso, pelo seu grau de sofisticação eletrônica, prescindia da
presença deles, vez que, os aparelhos uma vez implantados por si só cumpriam a
ação destrutiva. Os autores espirituais apenas acompanhavam à distância,
evitando serem identificados ou capturados pelas falanges benfeitoras que
auxiliam os grupos desobsessivos existentes na crosta.
Os aparelhos
parasitas tinham sido implantados por espíritos de baixíssimo estofo moral, não
obstante, serem dotados de elevado nível de inteligência, verdadeiros técnicos
das sombras. Na qualidade de delinquentes da erraticidade, tais entidades
trabalham quase sempre a soldo de barganhas e se comprazem em destruir a
existência das criaturas encarnadas.
No caso
específico, a ativação e o funcionamento dos aparelhos obedeciam a um
verdadeiro sistema de “feed-back”. Qualquer tentativa de atividade muscular,
por menor que fosse, alimentava a fiação inserida nos tendões musculares com a
própria energia vital do paciente, energia liberada pelo seu metabolismo
neuro-muscular e indispensável à ativação dos eletrodos e “chips” implantados
em zonas encefálicas. A partir de então, os “aparelhos” emitiam energias de
baixo teor vibratório, profundamente desarmonizantes e capazes de desencadear
toda sintomatologia referida pelo paciente. Esse efeito nocivo era cada vez
mais duradouro e, toda vez que o enfermo tentava se movimentar, sem que disto
se apercebesse, realimentava o circuito parasita prolongando os mecanismos
desvitalizantes por períodos cada vez mais extensos.
A
terapêutica por nós empregada consistiu na aplicação das “técnicas
desobsessivas de alta eficiência”, relatadas, em parte, no capítulo Obsessão
Onírica inserido na obra de nossa autoria, Mediunidade e Medicina - Um Vasto
Campo de Pesquisa - da Editora “O Clarim”.
Certamente,
as incursões no campo das obsessões complexas, nos tempos atuais, estão
descortinando novos horizontes com repercussões bastante favoráveis no âmbito
prático das chamadas desobsessões espirituais, mormente, aquelas direcionadas
aos psicopatas internados nos hospitais e sanatórios espíritas.
Elevada
amostragem de transtornos psicóticos na rotina psiquiátrica corresponde
perfeitamente aos sintomas observados em vítimas da Síndrome dos Aparelhos
Parasitas. São distúrbios espirituais que, se precocemente identificados pelo
referencial mediúnico disponível, apresentam boas chances de serem revertidos,
a exemplo do que habitualmente já acontece na intimidade de alguns Centros
Espíritas. Contudo, o detalhe que enfatizamos é a necessidade da ampla
divulgação do recente modelo de desobsessão espiritual em curso nas
instituições espíritas que o adotaram, através de seminários e palestras
elucidativas, de tal modo que ele se torne conhecido pela maioria dos médiuns e
dirigentes de trabalhos práticos.
A nossa
razoável experiência no assunto nos permite firmar posições coerentes com
aquilo que temos divulgado. Orientando-se adequadamente o desenvolvimento
mediúnico através das modernas técnicas de desdobramento induzido, estaremos
ofertando aos médiuns as condições propícias à ampliação da sua capacidade
sonambúlica, facilitando-lhes a identificação dos aparelhos parasitas e demais
eventos que se desenrolam na dimensão extra-física, ao lado dos bondosos
mentores que prestimosamente nos dirigem e orientam.
Aguardamos
esperançosos que, muito em breve, os trabalhadores da seara espírita estejam
mais capacitados a diagnosticarem a Síndrome dos Aparelhos Parasitas e as
demais obsessões complexas, consolidando definitivamente a nova era da Medicina
do Espírito.
Dr. Vitor
Ronaldo Costa-Medicina e Espiritismo