O controle
da natalidade vem sendo praticado desde os primórdios dos tempos. A civilização
humana sempre encontrou raízes ou ervas com as quais feiticeiros ou médicos
procuraram interferir no processo da concepção ou mesmo da gestação em curso.
Mesmo
aqueles casais avessos aos processos artificiais frequentemente optam por
“métodos naturais”, evitando relacionamento sexual nos dias férteis e
objetivando o mesmo resultado: a limitação da natalidade.
Teoricamente,
em todos os casais haveria uma possibilidade de número maior de filhos, caso
não houvesse alguma forma de controle ou planejamento familiar. Esta
constatação nos leva a crer que há, na quase totalidade dos casais, alguma
interferência, por livre iniciativa, sobre a natalidade de seus filhos.
Em face do
exposto, o bom senso nos leva a posicionar realisticamente, sem no entanto
perdermos a visão idealística. Nós, seres humanos já conquistamos o direito da
liberdade de decidir, evidentemente com a responsabilidade assumida pelo livre
arbítrio. O Homo Sapiens já possui a possibilidade de escolher a rota de seu
progresso, acelerando ou reduzindo a velocidade de seu desenvolvimento
espiritual. Somos os artífices da escultura de nosso próprio destino.
Nas
informações que são colhidas, psicográfica ou psicofonicamente, os espíritos
nos expõem a respeito da planificação básica de nossa vida aqui na Terra,
projeto desenvolvido antes de reencarnarmos. Se é verdade que os detalhes serão
aqui por nós construídos, certamente o plano geral foi anteriormente elaborado
no mundo espiritual, frequentemente com nossa aquiescência. Dessa planificação
básica, consta o número de filhos.
Se um
determinado casal deveria receber 4 filhos na sua romagem reencarnatória e não
o fez, pelo uso das pílulas anticoncepcionais ou outro método bloqueador da
concepção, ficará com a carga de responsabilidade a ser cumprida. Não se
permitiu a complementação da tarefa a que se propôs antes de renascer.
A grande
questão que surge é com relação às consequências advindas da decisão de limitar
a natalidade dos filhos. Sabemos que há, frequentemente, uma transferência do
compromisso estabelecido para outra encarnação.
Sucede
muitas vezes que essa decisão de postergar compromissos determina a necessidade
de um replanejamento espiritual com relação àqueles designados à reencarnação
em um determinado lar. Podem os mesmos obter “novos passaportes” surgindo como
netos, filhos adotivos ou outras vias de acesso elaboradas pela espiritualidade
maior. Ocorrerá, nestes casos, a necessidade de um preenchimento da lacuna de
trabalho que se criou ao se impedir a chegada de mais um filho.
O trabalho
construtivo, consciente ou inconscientemente desenvolvido para a substituição
do compromisso previamente assumido, poderá compensar pelo menos parcialmente a
dívida adiada. Qualquer débito cármico poderá ser sanado ou apagado por
potenciais positivos, às vezes bem diversos dos setores daqueles que originaram
as reações. No entanto, o labor amoroso na área mais específica da maternidade
e da infância carentes são naturalmente mais indicados para a harmonização das
energias tornadas deficientes nessa área.
Se o ideal é
que cumpramos o plano de vida preestabelecido, é também quase geral o fato de
que neste planeta a maioria não logra êxito na execução total de suas tarefas.
Resta-nos a necessidade de consultar honestamente a consciência, pois pela
intuição ou sintonia com nosso eu interno encontraremos as respostas e dúvidas
(ou dívidas) particulares nesse mister.
É
constatação evidente o fato de, normalmente, não nos recordarmos dos planos
previamente traçados, mas é verdadeiro também que frequentemente fazemos
“ouvido de mercador” aos avisos que nosso inconsciente nos transmite. Não
esperemos respostas prontas ou transferência de decisão para quem quer que
seja, afinal estamos ou não lutando para fugir das mensagens dogmáticas, do
“isto é permitido” e “isto não é”?. Cada casal deverá valorizar o mergulho em
seu inconsciente, sentir, meditar, e das águas profundas de seu espírito, trazer
à superfície a sua resposta...
Dr. Ricardo
Di Bernardi-Medicina e Espiritualidade