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terça-feira, 10 de maio de 2016

“JOANA D’ARC REENCARNAÇÃO DE JUDAS ISCARIOTES”

Todos nós sabemos sobre as histórias das vidas de Judas Iscariotes e de Joana D’arc, por isso que não vou estender sobre a histórias de ambos que tem o mesmo espírito. 
Depois do ato de suicido de Judas Iscariotes, e tendo passado pouco tempo no vale dos suicidas, ele estando com o espírito profundamente perturbado e enlouquecido, recebeu a visita de Jesus, que permaneceu três dias ao seu lado até que ele adormecesse; só depois desse gesto de amor e de perdão é que Jesus apareceu materializado a Maria Madalena, segundo o Evangelho de João (20: 11 a 18).
Judas obteve a oportunidade de reencarnar diversas vezes na Terra e a sua última reencarnação foi como Joana D'arc, a sua última prova, para resgatar seus débitos para com a sua própria consciência, e se tornar um espírito livre.
Como Joana D'Arc, aos 13 anos de idade começou a ter visões de São Miguel que falava-lhe sobre umas novas aparições, que seria as de Santa Catarina e Santa Margarida que viriam em nome de Deus para cumprirem uma missão, e dar as ordens a Joana D'arc para liderar a França na Guerra dos Cem Anos contra a Inglaterra, como já sabemos. Depois da vitória da França, Joana foi injustamente condenada por bruxaria, heresia e por blasfêmia, por receber tais mensagens, assim considerada bruxa ela foi levada pela Inquisição, onde queimou e sofreu seus últimos instantes na Terra. Ao desencarnar ela se encontrou com Santa Catarina e Santa Margarida, que lhe disseram que Jesus estava pela sua espera há muito tempo.
A seguir coloco a conversa que o consagrado escritor Humberto de Campos teve com Judas Iscariotes  em Jerusalém, às margens do Jordão, a conversa foi sobre a condenação de Jesus, é uma entrevista esclarecedora, ditada a Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, em 19 de abril de 1935. Este texto é do livro "Crônicas de Além-Túmulo". Leiamo-la:
Nas margens caladas do Jordão, não longe talvez do lugar sagrado, onde o Precursor batizou Jesus Cristo, divisei um homem sentado sobre uma pedra. De sua expressão fisionômica irradiava-se uma simpatia cativante.
- Sabe quem é este? - murmurou alguém aos meus ouvidos. - Este é Judas.
- Judas?!...
- Sim. Os espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram, volver atrás, visitando os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se momentaneamente transportados aos tempos idos. Então mergulham o pensamento no passado, regressando ao presente, dispostos ao heroísmo necessário do futuro. Judas costuma vir a Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor, meditando nos seus atos de antanho...
Aquela figura de homem magnetizava-me. Eu não estou ainda livre da curiosidade do repórter, mas entre as minhas maldades de pecador e a perfeição de Judas existia um abismo. O meu atrevimento, porém, e a santa humildade do seu coração ligaram-se para que eu o atravessasse, procurando ouvi-lo.
- O senhor é, de fato, o ex-filho de Iscariotes? - perguntei.
- Sim, sou Judas - respondeu aquele homem triste, enxugando uma lágrima nas dobras de sua longa túnica.
Como o Jeremias, das Lamentações, contemplo às vezes esta Jerusalém arruinada, meditando no juízo dos homens transitórios... 
- E uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus?
- Em parte... Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e as tricas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galileia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas ideias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder, já que, no seu manto e pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que, aliás, apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos.
- E chegou a salvar-se pelo arrependimento?
- Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica, submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus, e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde, imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição, deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentindo na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência...
- E está hoje meditando nos dias que se foram... - pensei com tristeza.
- Sim... estou recapitulando os fatos como se passaram. E agora, irmanado com Ele, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas que ainda não é deste mundo, sinto nestas estradas o sinal de seus divinos passos. Vejo-O ainda na cruz entregando a Deus o seu destino... Sinto a clamorosa injustiça dos companheiros que O abandonaram inteiramente e me vem uma recordação carinhosa das poucas mulheres que O ampararam no doloroso transe... Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor... Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra... Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores.
Quanto ao Divino Mestre - continuou Judas com os seus prantos - infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque, se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços, em todos os padrões do ouro amoedado... 
- E verdade - concluí - e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-lo.
Judas afastou-se tomando a direção do Santo Sepulcro e eu, confundido nas sombras invisíveis para o mundo, vi que no céu brilhavam algumas estrelas sobre as nuvens pardacentas e tristes, enquanto o Jordão rolava na sua quietude como um lençol de águas mortas, procurando um mar morto.

Chico Xavier pelo Espírito Humberto de Campos em Pedro Leopoldo, em 19 de abril de 1935. Este texto é do livro "Crônicas de Além-Túmulo".


segunda-feira, 9 de maio de 2016

“PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIA OU PRÉ-EXISTENCIA DA ALMA”

A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho, mas sem defini-lo mais que a muitos outros, é uma das leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido de demonstrar a realidade e a necessidade do progresso. Por essa lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana apresenta; as diferenças de posição social; as mortes prematuras, que sem a reencarnação tornariam inúteis para a alma as vidas abreviadas; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais pela antiguidade do Espírito, que aprendeu mais ou menos e progrediu e que traz ao renascer a aquisição de suas existências anteriores.
Com a doutrina da criação da alma a cada nascimento, voltamos a cair no sistema das criações privilegiadas; os homens são estranhos uns aos outros, nada os une, os laços da família são puramente carnais; eles não são solidários a um passado em que não existiam; com a crença no nada depois da morte, toda relação cessa com a vida; não são solidários no futuro. Pela reencarnação, são solidários no passado e no futuro; suas relações se perpetuam no mundo espiritual e no mundo corporal, a fraternidade tem por base as próprias leis da Natureza; o bem tem uma finalidade, o mal tem suas consequências inevitáveis.
Com a reencarnação, caem os preconceitos de raça e de casta, de vez que o mesmo Espírito pode renascer rico ou pobre, grão-senhor ou proletário, patrão ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravatura, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que saliente, pela lógica, o fato material da reencarnação. Portanto, se a reencarnação fundamenta sobre uma lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, ela fundamenta sobre a mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade.
Tirai ao homem o espírito livre, independente, sobrevivendo à matéria, e tereis feito dele uma máquina organizada, sem objetivo, sem responsabilidade, sem outro freio que a lei civil e boa para ser explorada como um animal inteligente. Nada esperando depois da morte, nada o impede de aumentar os gozos do presente; se sofre, não tem nenhuma perspectiva a não ser o desespero e o nada como refúgio. Com a certeza do futuro, de reencontrar aqueles a quem amou, o receio de rever aqueles a quem ofendeu, todas as suas ideias mudam. O Espiritismo, embora conseguisse apenas tirar do homem a dúvida com relação à vida futura, teria realizado mais pelo seu progresso moral do que todas as leis disciplinares, que algumas vezes o freiam, mas não o transformam.
Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não é somente irreconciliável com a justiça de Deus, que tornaria todos os homens responsáveis pela falta de um só: seria um contrassenso e tanto menos justificável pelo fato de que, segundo essa doutrina, a alma não existia na época em que se pretende fazer remontar sua responsabilidade. Com a preexistência, o homem traz, ao renascer, o germe de suas imperfeições, os defeitos que ele não corrigiu e que se traduzem pelos seus instintos naturais, suas propensões a tal ou qual vício. Este é o seu verdadeiro pecado original, do qual sofre naturalmente as consequências, mas com a diferença capital de que sofre o castigo de suas próprias faltas e não das faltas alheias; e esta outra diferença, ao mesmo tempo consoladora, encorajante e soberanamente equitativa, de cada existência, lhe oferece os meios de se redimir pela reparação e de progredir, seja se despojando de alguma imperfeição, seja pela aquisição de novos conhecimentos, até que, suficientemente purificado, ele não tem mais necessidade da vida corporal e pode viver exclusivamente da vida espiritual, eterna e bem-aventurada.
Pela mesma razão, aquele que progrediu moralmente traz, ao renascer, qualidades naturais, como o que progrediu intelectualmente traz ideias inatas; está identificado com o bem; pratica-o sem esforço, sem cálculo, por assim dizer, sem pensar. Aquele que é obrigado a combater suas más tendências ainda está na luta: o primeiro já venceu, o segundo procura vencer. Há, portanto, virtude original, como há saber original e pecado, ou melhor, vício original.

A GÊNESE-ALLAN KARDEC

domingo, 8 de maio de 2016

“PLURALIDADE DOS MUNDOS HABITADOS”

O axioma: Conhece-se a árvore pelos frutos, é célebre.
Ele significa que, pelos efeitos, se pode aquilatar a qualidade da causa.
Deus é a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas.
O atual estágio do desenvolvimento humano impede que se pesquise satisfatoriamente a respeito da natureza Divina.
Contudo, mediante o raciocínio, é possível concluir que Deus deve possuir todas as virtudes em seu grau máximo.
Caso contrário, poderia ser ultrapassado, em qualquer dessas virtudes, por outro ser.
Então, esse ser é que seria Deus, a entidade suprema do Universo.
Mas, se Deus é infinitamente perfeito, por qual razão sua obra parece tão repleta de falhas?
Ele criou a Humanidade, mas ela não lhe faz honra, por suas características.
Há tanta maldade no mundo: violência, corrupção, perfídia...
Haverá compatibilidade entre a perfeição Divina e a aparente imperfeição de Sua obra?
Há, mas ela pressupõe considerar a pluralidade dos mundos habitados, ensinamento ministrado pelo Espiritismo.
Em determinada passagem do Evangelho, Jesus afirma:
Há muitas moradas na casa de meu pai.
A casa do Pai é o Universo.
As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito.
Tais moradas possuem características correspondentes ao estado evolutivo dos Espíritos que nelas habitam.
Se alguém julgar um país, apenas com base em um hospital, pensará que nele só há doentes. 
Se a análise levar em conta a população de um presídio, a conclusão será de que a nação é composta por criminosos.
Equívoco semelhante comete quem julga a Humanidade apenas com base nos habitantes da Terra.
Os Espíritos ensinam que há mundos, em diversos estágios evolutivos.
Quanto mais evoluído o Espírito, melhor o mundo que ele habita.
Há mundos primitivos, de provas e expiações, de regeneração e paz, ditosos e celestes ou Divinos.
Nos mundos primitivos, reinam soberanas as paixões e a vida moral é quase nula.
A Terra da idade da pedra e períodos subsequentes, é um exemplo desse tipo de mundo.
Atualmente, o planeta Terra qualifica-se como de provas e expiações.
Os seres que o habitam, em sua maioria, possuem inteligência desenvolvida.
Contudo, são muito viciosos, o que evidencia sua imperfeição moral.
Por força dos vícios de seus habitantes, na Terra o mal predomina.
Os mundos evoluem de um estágio a outro e os Espíritos não se encontram sempre vinculados a um planeta.
Isso explica porque almas nobres e generosas não são comuns em nosso meio.
Quando um Espírito passa a merecer paz e felicidade, ele é encaminhado a um mundo compatível.
A partir daí, somente nasce em locais inferiores em missão de amor.
Assim, a obra Divina, que se reflete na Humanidade terrena, está em processo de elaboração.
Com o tempo, absolutamente todos os Espíritos serão puros, em sabedoria e bondade.
Mas essa pureza é fruto do esforço próprio.
Assim, se você quer ser feliz, burile o seu íntimo.
Remova do seu ser toda causa de violência, discórdia ou crueldade. 
Seja um fator de progresso e harmonia no mundo.
Por uma questão de justiça, você sempre estará no local mais adequado ao seu temperamento e aos seus valores.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. III, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. FEB.

sábado, 7 de maio de 2016

"SÍNDROME DOS APARELHOS PARASITAS NO SISTEMA NERVOSO DO CAMPO ASTRAL"

A obsessão espiritual, de acordo com o modelo proposto por Allan Kardec, é a perseguição intencional e persistente que um mau espírito desencadeia sobre outrem. Dependendo do seu grau de constrangimento, o processo pode ser assim classificado: obsessão simples, fascinação e subjugação.
É fundamental nesses casos a compreensão de algumas características básicas. Nos três tipos citados, o comprometimento maléfico decorre da ação mental do espírito e da influenciação comprometedora do seu próprio campo vibratório a envolver a psicosfera da vítima. Logo, nos casos de obsessões pesquisados pelo mestre de Lion, prevalecem a sugestão hipnótica e a ação de contato, fatores tão contundentes, quanto mais intensificados sejam o ódio e o conhecimento de técnicas magnéticas desarmonizantes utilizadas pelo agente agressor.
As obsessões tornam-se cada vez mais invasivas, à medida que os métodos manipulados pelos representantes das sombras se sofisticam. Nas práticas mediúnicas contemporâneas, na dependência da metodologia vigente, já se pode diagnosticar com razoável precisão, uma influência espiritual perfeitamente enquadrada entre as obsessões complexas. Tais obsessões são extremamente comprometedoras, porquanto as técnicas empregadas envolvem artifícios sutis que suplantam, em termos de comprometimento, as modalidades clássicas descritas por Kardec.
Entre as obsessões complexas, uma das mais conhecidas é a Síndrome dos Aparelhos Parasitas inseridos no sistema nervoso do campo astral, condição sabidamente indutora de quadros neurológicos e psicopatológicos graves, difíceis de serem diagnosticados e, por isso mesmo, responsáveis por um expressivo número de pacientes crônicos vitimados por enfermidades de prognóstico reservado.
Esse tipo de transtorno espiritual foi identificado na década de 70 pelo ilustre pesquisador espírita brasileiro, o Dr. José Lacerda de Azevedo, autor do livro Espírito/Matéria - Novos Horizontes Para a Medicina (Porto Alegre), a quem devemos, sem dúvidas, o descortino da moderna Medicina do Espírito.
A Síndrome dos Aparelhos Parasitas é o conjunto de sinais e sintomas decorrentes da inserção de artefatos elaborados por ação ideoplástica do obsessor no sistema nervoso do perispírito da criatura-alvo e capazes de desencadearem as mais variadas perturbações neurológicas, mentais ou físicas. São ocorrências extremamente graves e nem sempre diagnosticadas pelos padrões clássicos das práticas desobsessivas.
É comum nas reuniões mediúnicas de assistência aos encarnados, os médiuns videntes mais experimentados identificarem a presença de toda sorte de material negativo aderido à psicosfera dos enfermos. São descritos como grilhões, cunhas, placas, correntes, cordas, fios e outros artefatos a envolverem o corpo astral das criaturas. Apesar de serem constituídos de condensados energéticos de significativo teor barôntico, os sintomas gerados nem sempre são de grande monta, chegando a provocar em alguns casos, discreta sensação de mal-estar geral, alguma dor de cabeça, dolorimento muscular e eventual cansaço físico.
Uma vez identificados podem ser removidos através da administração de simples passes magnéticos, recursos habitualmente utilizados nas sociedades espíritas e de comprovada eficiência na limpeza superficial do campo perispirítico.
Não podemos dizer, portanto, que tais condensados barônticos se constituam peças fundamentais da síndrome propriamente dita, pois a sua ação periférica sem maiores repercussões na economia psicofísica e a relativa facilidade de remoção pela terapêutica bioenergética, são as mais importantes características diferenciais com a síndrome verdadeira como veremos adiante.
Os casos mais severos se definem pelo seu aspecto invasivo e pela capacidade de gerarem patologias degenerativas. Geralmente, tais aparelhos são de tamanho minúsculo, quase que imperceptíveis, inseridos em zonas nobres da área encefálica e, sobretudo, difíceis de serem removidos. Temos identificado alguns tipos interessantes quanto a morfologia e os mecanismos de ação.
Vejamos agora um exemplo prático para melhor compreensão, muito embora, a nossa casuística registre centenas de casos com imensa variação de técnicas.
Certa feita um paciente adulto apresentou-se em nossa casa espírita referindo as seguintes queixas: zumbidos auditivos intermitentes, vertigens, apatia profunda, emagrecimento progressivo e intenso cansaço. Tais sintomas se intensificavam sempre que ele tentava levantar-se do leito e deambular. Era acometido, então, do agravamento da sintomatologia, sobrevindo-lhe em seguida, a sensação de desfalecimento acompanhada de abundante sudorese. Estava sendo assistido por neurologistas há vários meses, embora não houvesse por parte da Medicina um diagnóstico de certeza.
Trazido à presença do grupo mediúnico foi submetido ao desdobramento de seu corpo astral, através de técnica magnética específica, com a finalidade de ser examinado na sua matriz perispiritual, pois como se sabe, é lá que se encontram registrados os pontos de ligações obsessivas e os morbos vibratórios que se manifestam no campo físico em decorrência de mecanismos drenadores. Inicialmente os médiuns não registraram a presença de entidades obsessoras ligadas ao caso. O fato gerou expectativas, pois quase sempre essas criaturas desvitalizadas e enfermiças são vítimas da ação parasitária de entidades maléficas que agem à semelhança de verdadeiros vampiros, sugando-lhes as energias vitais. Concentramos, então, as nossas atenções no corpo astral do enfermo, inspecionando-lhe detalhadamente o cérebro, até que um dos médiuns nos alertou para sutil detalhe, logo confirmado pelos demais tarefeiros. Tratava-se da presença de minúsculos eletrodos inseridos em núcleos encefálicos e dos quais partiam filamentos capilares que se estendiam até os tendões de vários grupos musculares.
Em diálogo com os nossos mentores, eles nos explicaram tratar-se de uma terrível modalidade obsessiva, ainda desconhecida da maioria dos espíritas, porém, bem mais frequente do que imaginávamos.
A primeira preocupação de nossa parte foi saber o porquê da ausência dos obsessores ao lado do enfermo. Explicaram-nos os dirigentes espirituais que a técnica utilizada no caso, pelo seu grau de sofisticação eletrônica, prescindia da presença deles, vez que, os aparelhos uma vez implantados por si só cumpriam a ação destrutiva. Os autores espirituais apenas acompanhavam à distância, evitando serem identificados ou capturados pelas falanges benfeitoras que auxiliam os grupos desobsessivos existentes na crosta.
Os aparelhos parasitas tinham sido implantados por espíritos de baixíssimo estofo moral, não obstante, serem dotados de elevado nível de inteligência, verdadeiros técnicos das sombras. Na qualidade de delinquentes da erraticidade, tais entidades trabalham quase sempre a soldo de barganhas e se comprazem em destruir a existência das criaturas encarnadas.
No caso específico, a ativação e o funcionamento dos aparelhos obedeciam a um verdadeiro sistema de “feed-back”. Qualquer tentativa de atividade muscular, por menor que fosse, alimentava a fiação inserida nos tendões musculares com a própria energia vital do paciente, energia liberada pelo seu metabolismo neuro-muscular e indispensável à ativação dos eletrodos e “chips” implantados em zonas encefálicas. A partir de então, os “aparelhos” emitiam energias de baixo teor vibratório, profundamente desarmonizantes e capazes de desencadear toda sintomatologia referida pelo paciente. Esse efeito nocivo era cada vez mais duradouro e, toda vez que o enfermo tentava se movimentar, sem que disto se apercebesse, realimentava o circuito parasita prolongando os mecanismos desvitalizantes por períodos cada vez mais extensos.
A terapêutica por nós empregada consistiu na aplicação das “técnicas desobsessivas de alta eficiência”, relatadas, em parte, no capítulo Obsessão Onírica inserido na obra de nossa autoria, Mediunidade e Medicina - Um Vasto Campo de Pesquisa - da Editora “O Clarim”.
Certamente, as incursões no campo das obsessões complexas, nos tempos atuais, estão descortinando novos horizontes com repercussões bastante favoráveis no âmbito prático das chamadas desobsessões espirituais, mormente, aquelas direcionadas aos psicopatas internados nos hospitais e sanatórios espíritas.
Elevada amostragem de transtornos psicóticos na rotina psiquiátrica corresponde perfeitamente aos sintomas observados em vítimas da Síndrome dos Aparelhos Parasitas. São distúrbios espirituais que, se precocemente identificados pelo referencial mediúnico disponível, apresentam boas chances de serem revertidos, a exemplo do que habitualmente já acontece na intimidade de alguns Centros Espíritas. Contudo, o detalhe que enfatizamos é a necessidade da ampla divulgação do recente modelo de desobsessão espiritual em curso nas instituições espíritas que o adotaram, através de seminários e palestras elucidativas, de tal modo que ele se torne conhecido pela maioria dos médiuns e dirigentes de trabalhos práticos.
A nossa razoável experiência no assunto nos permite firmar posições coerentes com aquilo que temos divulgado. Orientando-se adequadamente o desenvolvimento mediúnico através das modernas técnicas de desdobramento induzido, estaremos ofertando aos médiuns as condições propícias à ampliação da sua capacidade sonambúlica, facilitando-lhes a identificação dos aparelhos parasitas e demais eventos que se desenrolam na dimensão extra-física, ao lado dos bondosos mentores que prestimosamente nos dirigem e orientam.
Aguardamos esperançosos que, muito em breve, os trabalhadores da seara espírita estejam mais capacitados a diagnosticarem a Síndrome dos Aparelhos Parasitas e as demais obsessões complexas, consolidando definitivamente a nova era da Medicina do Espírito.

Dr. Vitor Ronaldo Costa-Medicina e Espiritismo

sexta-feira, 6 de maio de 2016

“TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS NA VISÃO ESPIRITA”

A medicina tem se valido, cada vez mais da possibilidade de aumentar o tempo de vida das pessoas, através da utilização de partes do corpo ou de transplantes de pessoas que venham a falecer. Há registros de transplantes em várias épocas, na Índia, há dois mil anos ou mais, tem-se notícias de transplantes autógenos, para reparo de mutilações de nariz, orelhas e lábios. Os cirurgiões de Alexandria já tratavam de problemas de lesões na fase e em outras partes do corpo, através de transplante de pele.
Sem dúvida, é uma atitude louvável a possibilidade de, através da doação de partes de um corpo, que nenhuma serventia terá ao seu proprietário, permitir que alguém possa ter a oportunidade de ter a sua vida prolongada. “Isso sem dúvida é caridade para com o próximo”.
Entretanto, uma série de dúvidas e perguntas surgem junto a todos em relação ao conceito de morte, a família, ao espírito, a religião e outros fatores. Do ponto de vista médico-jurídico, o conceito de morte vem sendo muito discutido, tendo-se chegado a um consenso do conceito de morte encefálica, quando as estruturas vitais do cérebro estão irremediavelmente lesadas, o exame mostra a ausência de atividade elétrica cerebral, esse é um dos métodos de comprovação da morte.
Mas como fica a situação do espírito do doador?
R: Essa é uma dúvida que assalta muitas pessoas, vamos dar alguns exemplos: quando uma pessoa doa as córneas (olhos), essa pessoa não retorna ao mundo espiritual sem enxergar, se fosse assim, como seria, aquelas pessoas que foram consumidas pelo fogo? Voltariam a pátria espiritual como? só cinzas??? E aquelas pessoas que foram desintegradas numa explosão?
Não há o que se preocupar, pois a remoção de órgãos em nada afeta o corpo perispiritual, sendo que, muitas vezes até beneficia o espírito doador, pela possibilidade que proporciona, recebendo á alegria e a gratidão do receptor do órgão e de seus familiares. 
Numa operação de transplante de órgãos é necessária a presença de duas equipes médicas: uma material e outra espiritual, cada uma executando a sua parte e, por assim dizer, complementando-se uma à outra. Enquanto a equipe médica material trabalha nas ligações das estruturas dos tecidos do órgão doado ao corpo material do paciente receptor, a equipe médica espiritual providencia as conexões dos “fios fluídicos” do perispírito* do transplantado, na região do órgão que foi doado, às respectivas células materiais do seu novo órgão. Se o perispírito do paciente transplantado não se adaptar convenientemente à nova porção de matéria do órgão que foi doado, haverá a rejeição, pois ele deixa de receber os influxos vitais irradiados pelo Espírito e transmitidos ao corpo carnal via perispírito.
Nota-se, que a equipe médica espiritual atua no perispírito do receptor buscando aliviá-lo das impressões fluídicas existentes, possibilitando, assim, reduzir problemas de inaptidão do órgão a um novo organismo.
Nota: - Perispírito* - O homem compõe de três elementos: o corpo ou ser material, composto das partículas materiais idênticas á aquelas utilizadas na constituição fisiológica de todo o animal; A alma, ser inteligente, imaterial, ou espírito encarnado no corpo, e o Perispírito, laço fluídico que prende a alma ao corpo, principio intermediário entre matéria e espírito. A função do perispírito : quando encarnado, é o intermediário entre o espírito e o corpo físico, tendo como função, transmitir as sensações do corpo para o espírito e as impressões do espírito para o corpo.
O Espírito e o corpo carnal, são de naturezas totalmente opostas. No transplante quando o órgão é retirado, leva com ele o conteúdo energético, que, sendo estranho ao organismo transplantado, pode ser chocante, portanto, não basta apenas harmonia e semelhança do ponto de vista físico, mas, também do perispiritual, quando maior essa identidade, menor a chance de rejeição.
O veículo físico de matéria palpável, não deixa de ser energia, mas é energia concentrada, pesada; já o Espírito, ser pensante, é sutil e embora ainda não conhecemos a sua estrutura íntima, percebe que é algo como um foco irradiante, uma fonte poderosa de energia vibrátil.
Dois corpos tão diferentes na sua essência, só podem ser conectados por um outro de textura intermediária - O PERISPÍRITO -, constituído de fluido semi-material, geralmente mais fluídico do que material. O perispírito é como se fosse um conjunto enorme de pequenas “algemas fluídicas”, que aprisionam o Espírito à matéria, célula a célula, elemento a elemento, cuja libertação plena só acontece com o fenômeno da morte.
Os corpos carnais das diferentes pessoas são exatamente iguais, pois são compostos dos mesmos elementos químicos oriundos da terra (cálcio, ferro, alumínio, zinco, etc.), qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade dos Espíritos que os habitam temporariamente. Com o perispírito já não é assim. A natureza do envoltório fluídico do Espírito guarda uma relação íntima com o grau de adiantamento moral do Espírito. Para os Espíritos inferiores, seus perispíritos são tão grosseiros que chegam a ser confundidos com o próprio corpo carnal. Os Espíritos mais elevados, no entanto, possuem os perispíritos bem mais purificados.
Como sabemos, que o perispírito dos Espíritos não são iguais, variando de textura, de acordo com a sua pureza fluídica, em consonância com o adiantamento moral dos Espíritos, é fácil imaginar que poderá haver maior ou menor facilidade na adaptação do órgão transplantado ao corpo do receptor, na medida em que os perispíritos dos dois Espíritos (doador e receptor) sejam mais ou menos semelhantes em grau de pureza. Embora as ligações fluídicas perispirituais do doador do órgão já estejam desatadas, em consequência do fenômeno da morte, que recentemente ocorreu, é natural que as células materiais do órgão doado, guardem, por algum tempo, uma certa porção de fluidos, isto é, um certo reflexo da natureza fluídica do perispírito ao qual esteve até então jungido e ao receber agora uma fixação fluídica perispirítica de outra natureza, poderá ocorrer um choque, de maior ou menor intensidade, que perdurará por um certo tempo, até que sejam totalmente dissipadas do órgão doado, as influências residuais dos fluidos perispirituais do Espírito doador.
Tal situação pode se agravar, caso o Espírito do doador, seja mais materialista do que espiritualista e esteja ainda muito apegado à matéria, inclusive ao próprio corpo carnal. Neste caso o Espírito pode se revoltar ao ver os seus órgãos serem retirados do seu cadáver e transplantados para outras pessoas, podendo causar até mesmo angústia no desencarnado que, eventualmente, poderá repassar esta angústia para o paciente transplantado, que assim não passará bem. 
Para os Espíritos desprendidos da matéria, já mais espiritualizados, a doação de seus órgãos materiais será melhor compreendida e mesmo entendida como uma caridade prestada aos seus Irmãos que passam a se beneficiar de alguns órgãos materiais que para o doador morto não têm mais nenhuma serventia. 
Lembre-se de quantas pessoas poderíamos estar salvando ou até mesmo aumentando a sobrevida daqueles que necessitam tanto de um órgão?

Ana Maria Teodoro Massuci. Fonte: Freddy Brandi,

CEI( Centro Espírita Ismael)

quinta-feira, 5 de maio de 2016

"TELEFONE MEDIÚNICO - VOCÊ FARIA UMA LIGAÇÃO PARA ALÉM ?"

Uns não acreditam nas comunicações dos espíritos, outros acreditam demais e querem obtê-las com a facilidade de uma ligação telefônica. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra! Se as comunicações entre as criaturas terrenas nem sempre são fáceis, que dizer das que se processam entre os espíritos e os homens? Muita gente procura o médium como se ele fosse uma espécie de cabina telefônica. Mas nem sempre o circuito está livre e muitas vezes o espírito chamado não pode atender.
Não há dúvida que estamos na época profetizada por Joel, em que as manifestações se intensificam por toda parte. Nem todos os espíritos, porém, estão em condições de comunicar-se com facilidade. Além desazo, a manifestação solicitada pode ser inconveniente no momento, tanto para o espírito quanto para o encarnado.
A morte é um fenômeno psicobiológico que ocorre de várias maneiras de acordo com as condições ídeo-emotivas de cada caso, envolvendo o que parte e os que ficam. A questão 155 de O Livro dos Espíritos explica de maneira clara a complexidade do processo de desencarnação. Alguns espíritos se libertam rapidamente do corpo, outros demoram a fazê-lo e isso retarda a sua possibilidade de comunicar-se.
Devemos lembrar ainda que os espíritos são criaturas livres e conscientes. Não estão ao sabor dos nossos caprichos e nenhum médium ou diretor de sessões tem o poder de fazê-los atender aos nossos chamados. Quando querem manifestar-se, eles o fazem espontaneamente, e não raro de maneira inesperada. Enganam-se os que pensam que podem dominá-los. Já ensinava Jesus, como vemos nos Evangelhos: o espírito sopra onde quer e ninguém sabe de onde vem nem para onde vai.
É natural que os familiares aflitos procurem obter a comunicação de um ente querido. Mas convém que se lembrem da necessidade de respeitar as leis que regem as condições do espírito na vida e na morte. O intercâmbio mediúnico é um ato de amor que só deve realizar-se quando conveniente para os dois lados. O Espiritismo nos ensina a respeitar a morte como respeitamos a vida, confiando nos desígnios de Deus. Só a misericórdia divina pode regular o diálogo entre os vivos da Terra e os vivos do Além. Façamos nossas preces em favor dos que partiram e esperemos em Deus a graça do reencontro que só Ele nos pode conceder. 
Muitos religiosos condenam as comunicações mediúnicas, alegando que elas violam o mistério da morte e perturbam o repouso dos mortos. Esquecem-se de que os próprios espíritos de pessoas falecidas procuram comunicar-se com os vivos. Foi dessa procura de comunicação dos mortos, tão insistente no mundo inteiro, que se iniciaram de maneira natural as relações mediúnicas entre o mundo visível e o invisível. O conceito errôneo da morte, como aniquilamento ou transformação total da criatura humana, gera e sustenta essas formas de superstição. O Espiritismo, revivendo os fundamentos esquecidos do Cristianismo puro, mostra-nos que a comunicação mediúnica é lei da vida a nos libertar de erros e temores supersticiosos do passado.
Por Irmão Saulo
Do livro Diálogo dos Vivos

Médium: Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires

quarta-feira, 4 de maio de 2016

“A ESPERANÇA”

Há dias que temos a impressão de que chegamos no fim do caminho. Olhamos para frente e não vislumbramos mais saída. Não há uma luz no fim do túnel, e não há também nenhuma possibilidade de volta.
Parece que todos os nossos projetos, nossos objetivos, foram levados para bem distante, e estamos sem possibilidade de alcançá-los.
Parece mesmo que o outono da existência fez com que secassem as nossas esperanças e o vento forte do inverno varresse das nossas mãos todos os sonhos acalentados.
A morte vem e arrebata os afetos da nossa alma deixando-nos o coração dilacerado.
Sentimo-nos perdidos. Não sabemos que rumo tomar. Ficamos atônitos.
Sentimo-nos como uma árvore ressecada, sem folhas, sem brilho, sem motivo para viver. É a desesperança.
De repente, como acontece com a natureza, a primavera muda toda a paisagem. As árvores secas enchem-se de brotos verdes, e logo estão cobertas de folhas e flores.
O tom acinzentado cede lugar às cores verdes de tonalidades mil. É a esperança.
Os entes caros, que nos antecederam na viagem de retorno à Pátria Espiritual, um dia estarão novamente junto aos nossos corações saudosos, num abraço de carinho e afeição.
Tudo em a natureza volta a sorrir. A relva verde fica bordada de flores de variados matizes, as borboletas bailam no ar, os pássaros brindam-nos com suas sinfonias harmoniosas. Tudo é vida.
Assim, quando a chama da esperança reacende em nosso íntimo, nossos sonhos desfeitos são substituídos por outros anseios. Nossos objetivos se modificam e o entusiasmo nos invade a alma.
Jesus, o Sublime Galileu, falou-nos da esperança no Sermão da Montanha, com o suave canto das bem-aventuranças.
Exemplificou-a nos Seus ditos e feitos. Enfim, toda Sua mensagem é de esperança.
Se formos visitados por qualquer dissabor e o desespero nos tomar de assalto, busquemos o nosso Amigo Maior, Jesus, através da oração.
Predispondo-nos pela prece, a ajuda chegará certamente, como suave bálsamo a penetrar nas fibras mais íntimas do nosso ser, dando-nos alento e tranquilidade.
Se a desesperança acercar-se de nós, lembremos o Amigo Celeste a nos dizer: Meu fardo é leve, meu jugo é suave.
Se Seu jugo é suave, por que não O aceitamos?
Se Seu fardo é leve por que não O conduzimos?
Consideremos que o rigor do inverno pode ser o resultado da nossa falta de cuidado, submetendo-nos ao jugo da mentira, da ambição desmedida, do pessimismo, das queixas sem fim...
Ou talvez a desesperança resulte da nossa própria insensatez, carregando o pesado fardo dos prazeres inferiores, do orgulho, do egoísmo, da ganância, dos vícios de toda ordem, e de outros tantos fardos inúteis que nos sobrecarregam os ombros destroçando-nos as forças.
Dessa forma, em qualquer circunstância, deixemos que a esperança nos invada a alma, confiantes em Deus, que sempre nos dá oportunidades novas para refazermos caminhos, buscando a nossa redenção.
A esperança deve ser uma constante em nossas vidas.
Esperança de melhores dias; esperança de realizações superiores;
esperança de paz.
Narra-se que um monge que vivia da mendicância, sem abrigo, recolheu-se numa gruta para o repouso noturno em bela paisagem banhada de luar.
Adormeceu, veio um bandido e lhe furtou a capa de que se utilizava como agasalho.
O frio da madrugada despertou-o e, dando-se conta do infortúnio, porém fascinado pela claridade da lua, aproximou-se da entrada da gruta e, emocionando-se com o que viu, exclamou:
Que bom que o ladrão não me furtou a lua!
E sorrindo, pôs-se a meditar.
Desesperar, nunca!
Redação do Momento Espírita


terça-feira, 3 de maio de 2016

“ENFRENTANDO A DEPRESSÃO”

Considerada pelos especialistas como o Mal do século XXI, a depressão já atinge cerca de 15% da população mundial. A depressão é um estado d'alma que tem como causa diversos fatores. Mas o principal deles, e muitas vezes ignorado pelos especialistas, está radicado no cerne do Espírito imortal.
O Espírito eterno é herdeiro de si mesmo. Pela Lei de Causa e Efeito ele traz, ao nascer, as experiências acumuladas ao longo dos milênios.
O que geralmente ocorre é que o Espírito que se reconhece culpado cria, inconscientemente, um mecanismo de autopunição. Sabe que infringiu as Leis Divinas e por isso não se permite ser feliz.
Assim, nos porões da consciência, o que Freud chama ID, estão esses clichês mentais que muitas vezes são causadores de depressões graves.
Por essa razão, nem sempre é possível reverter esse mal sem uma ação profunda e efetiva, nas raízes do problema. O que acontece, muitas vezes, é que, sem se aperceberem da gravidade da enfermidade, muitos pais fortalecem as bases da depressão nos primeiros anos de existência dos filhos, adotando um comportamento inadequado.
Quando a educação se baseia principalmente em questões materiais, visando uma projeção social e a abastança financeira do ser, geralmente está se criando fortes bases para que a depressão possa se instalar.
Um exemplo simples está no fato de pais e educadores massificarem a ideia de que o sucesso é de quem consegue um lugar de destaque na sociedade.
E que vencer na vida significa ter um cargo importante e dinheiro sobrando.
Desde pequena a criança aprende a fazer cálculos, ouve falar em investimentos financeiros, juros, aprende a comparar seus brinquedos com os do amigo, o carro do pai com o carro do vizinho, etc.
É iniciada desde cedo num mundo de competições, de concorrências, de incentivo ao ter em detrimento do ser.
Por tudo isso, quando essa criança se torna adulta e mergulha numa profissão, não está preparada para lidar com as emoções e fraquezas que trouxe consigo de outras eras.
Saberá muito bem calcular o quanto seu colega ganha mais do que ele, mas não subtrair uma simples ofensa do companheiro de trabalho.
Saberá lutar pela primeira posição na empresa, mas não tolerar a mínima frustração de um afeto não correspondido.
Conseguirá traçar metas brilhantes para elevar os lucros da empresa, mas não vencer o abismo que o distância dos entes queridos.
Criará estratégias eficientes para elevar-se na hierarquia, galgando postos de relevância, mas não compartilha a mínima tarefa em equipe.
Quando não consegue nenhuma dessas façanhas que julga importantes, frustra-se e acredita-se imprestável, impotente, inútil.
E, no final de tudo, aparece a depressão. Esse mal que tem origem nas raízes do ser imortal e que é causa de muitas desgraças nos dias atuais.
Outro ponto falho é deixar de passar às crianças a ideia de Deus como um Pai amoroso e justo, além de extremamente misericordioso.
Se ele cresce com a certeza da existência de Deus e do Seu amor, saberá confiar e alimentar a esperança de dias melhores, mesmo tendo que enfrentar algumas noites sem estrelas.
A criatura que crê em Deus jamais se desespera, mesmo sabendo-se devedora das leis que regem a vida, pois tem a certeza de que Deus não quer o castigo nem a morte daquele que dá um passo em falso.
Sabe que Deus deseja, tão somente, que acertemos o passo no compasso das Suas soberanas leis.
Se o seu coração lhe diz que você já tropeçou antes, e as feridas abertas em sua alma o impedem de ser feliz, é momento de parar um instante para refletir.
É o momento de abrir a alma ao Criador, reconhecendo os atos insanos e rogar o Seu perdão em forma de oportunidades para refazer o caminho.
Certamente ouvirá a resposta do Pai amoroso a lhe dizer com suavidade:
Filho, cada dia que amanhece é a renovação da Minha confiança na sua redenção, no seu aprendizado, no seu progresso, como filho da luz que é.
E enquanto houver dias amanhecendo, você saberá que o convite do Criador está se repetindo ao seu coração de filho bem-amado.

Redação do Momento Espírita


segunda-feira, 2 de maio de 2016

“HOSPITAL ESPERANÇA NA ESPIRITUALIDADE RECEBE OS ESPÍRITOS NECESSITADOS DE MAIOR EQUILÍBRIO.”

A obra de Amor na Espiritualidade conhecida como "Sanatório Esperança" ou "Hospital Esperança" foi erguida por Eurípedes Barsanulfo e tem como função atender os espíritos que desencarnaram necessitados de recuperarem sua saúde mental. A obra acolhe espíritos de todas as religiões cristãs ou não (católicos, evangélicos, etc.) e, principalmente, os espíritas.
O nome "Esperança" foi escolhido por causa do momento em que vivemos na Terra. Todo o sofrimento da transição do estágio de "provas e expiações" para a "regeneração" se reflete na necessidade de renovação de atitudes, da educação dos sentimentos. Dessa forma, muitos espíritos com dificuldade do auto enfrentamento adoecem e caem na desesperança, no desânimo de não conseguirem progredir. Diz Cícero Pereira (1): "Somente a esperança é capaz de acender na alma o desejo de galgar os degraus da caminhada humanizadora, ante os golpes cruéis da dor." ("Lírios de Esperança", cap. 18, pag. 182, 9ª. Ed).
Sobre o "Hospital Esperança", escreve o espírito Manoel Philomeno de Miranda (2) pela psicografia de Divaldo Pereira Franco em "Tormentos da Obsessão":
"Diante da massa imensa de desesperados que haviam conhecido as diretrizes para a felicidade, mediante o serviço dignificante e restaurador dos ensinamentos de Jesus, mas que preferiram os jogos doentios dos prazeres exorbitantes, o missionário compadecido (Eurípedes Barsanulfo), buscou o apoio de Benfeitores do mais Alto, para que conduzissem a Jesus uma proposta sua, caracterizada pelo interesse de edificação de um Nosocômio Espiritual, especializado em loucura, para aqueles que desequilíbrio apresentassem após a morte do corpo físico, e que também serviria de Escola viva, como igualmente de laboratório, para a preparação de suas reencarnações futuras em estado menos doloroso e com possibilidades mais seguras de recuperação." (cap. 2 , pág. 32, 8ª. Ed.).
Também o espírito Cícero dos Santos Pereira escreve na obra "Lírios de Esperança", do espirito Ermance Dufaux (3) e psicografada por Wanderley Soares de Oliveira:
"O Hospital Esperança é uma obra de amor, erguida no plano espiritual por Eurípedes Barsanulfo, cujo objetivo é prestar abrigo e orientação aos seguidores do Cristo que não conseguiram ou não quiseram adotar o compromisso da vivência da Sua mensagem de amor. São as almas mais facilmente aliciadas pelas furnas da maldade em razão da disputa do gênio do mal com o Cristo. Os mentores de Mais Alto que avalizaram o projeto foram Agostinho de Hipona e João Evangelista entre outros integrantes da Equipe do Espírito da Verdade. Sob convocação direta do Cristo, Eurípedes foi chamado, antecipadamente, em sua reencarnação gloriosa, para erguer este ponto de pacificação para almas atormentadas pelo arrependimento tardio ante as clarinadas do Evangelho." (cap. 18, pag. 178, 9ª. Ed.).
Na entrada do pavilhão central do "Hospital Esperança" está escrito o principio fundamental "Fora da Caridade não há salvação", lembrando sempre do Amor nas tarefas de socorro aos necessitados.
O "Hospital Esperança" tem ligações com o Brasil há muito tempo:
"A "Casa de Eurípedes", em suas origens está intimamente ligada à história do Sanatório Espírita Uberabense, fundado pela família de D. Maria Modesto Cravo. O Hospital Esperança faz parte do Planejamento de Espírito Verdade no transporte da árvore do Evangelho para o Brasil. Logo depois de lançadas as bases da doutrina em plena França positivista, o Espírito Verdade trouxe as sementes doutrinárias para esse rincão que, há esse tempo já estava predestinado, há quase 400 anos, em se tornar o celeiro da mensagem cristã à luz da imortalidade... O Sanatório Espírita Uberabense foi inaugurado em 31 de dezembro de 1933. Na erraticidade, Eurípedes lança as sementes do Hospital Esperança em plena década 30. O entrelaçamento desses núcleos de amor e redenção foi cada dia se estreitando, a ponto de tornar-se o primeiro núcleo avançado de ligação do Hospital Esperança com a Terra." (cap. 18, pag. 181, 9ª. Ed.).
Além de Eurípedes Barsanulfo, encontramos Dr. Bezerra de Menezes, Dr. Inácio Ferreira, Prof. Cícero Pereira, Dr. Odilon Fernandes, D. Maria Modesto Cravo e Ermance Dufaux dedicando-se ao trabalho nesse santuário de Amor.
(1) Cícero dos Santos Pereira: Nasceu em 14 de novembro de 1881, em Gorutuba, Minas Gerais. Exerceu o magistério, foi guarda-livros, taquigrafo e bacharel em direito. Foi presidente da União Espirita Mineira (1937-1940) e fundador de vários centros espíritas em Belo Horizonte e Montes Claros. Foi um dos fundadores do "Abrigo de Jesus", instituição espírita de amparo à criança carente, em Belo Horizonte. Foi colaborador da imprensa espírita, especialmente "O Espírita Mineiro". Desencarnou em 04 de novembro de 1948 em Belo Horizonte.
(2) Manoel Philomeno de Miranda: Nasceu em 14 de novembro de 1876, em Jangada, município do Conde, na Bahia. Foi curado pelo médium Saturnino Favila em 1914 e converteu-se ao Espiritismo. Conheceu Jose Petitinga em Salvador e exerceu vários cargos na União Espírita Baiana, sendo eleito presidente após a desencarnação de José Petitinga. Dedica-se às questões da obsessão e desobsessão.
(3) Ermance Dufaux: Ermance de La Jonchére Dufaux nasceu em 1841 na cidade de Fontainebleau, França. Colaborou na posição de médium nas atividades doutrinárias com Allan Kardec, contribuiu na elaboração da segunda edição de "O Livro dos Espíritos" (1860) e ainda, com sua mediunidade psicográfica, escreveu, junto do Espírito Joana D'arc, a obra "A História de Joana D'arc Ditada por Ela Mesma". Em vários pontos das edições da Revista Espírita, publicação mensal que Kardec iniciou em 1858 com a finalidade de divulgar mais amplamente o Espiritismo, o codificador menciona o trabalho de Ermance, muito jovem na época, como médium. Na posição de autora espiritual, Dufaux vem desde 2000 colaborando na elucidação de algumas facetas doutrinárias do Espiritismo, especialmente aquelas que dizem respeito ao relacionamento dos espíritas e à reforma íntima do ser humano.
Ana Maria Teodoro Massuci.

Projeto Cornélio Pires (Divulgando o Espiritismo no Brasil).

domingo, 1 de maio de 2016

“AS VOLTAS COM ESPÍRITOS”

Não é necessário que alguém acredite na existência de entidades espirituais para que elas atuem das formas mais diversas na vida das pessoas.
Não se faz indispensável que alguém seja espiritualista a fim de estar às voltas com as ações de Espíritos desencarnados, nos caminhos humanos.
É importante lembrar que a Humanidade terrena é composta por todos os Espíritos que o Criador a ela destinou, em razão da lei de afinidades, e os colocou sob a coordenação de Jesus, o Cristo.
Daí, não será difícil compreender que num mundo com tantas potencialidades, com tantos recursos a serem explorados, como é a Terra, a grande massa dos Espíritos a ele vinculados se acha desencarnada.
Há mais Espíritos no plano espiritual (erraticidade é um termo usado por Kardec mas que só é entendida no contexto espírita) do que reencarnados. Isso explica porque o número dos mortais cresceu tanto, através dos séculos.
Vivendo essa realidade de um mundo considerado em dois níveis gerais, o nível dos que estão no corpo físico e o dos que se encontram fora dele, não é surpreendente a constatação de que ocorram influências recíprocas de um nível sobre o outro.
Imensa é a leva de desencarnados que procura contatar os encarnados, seja para ajudar, em qualquer coisa, seja para participar de qualquer tarefa, ou seja para perturbar, de qualquer forma.
Enorme é a massa de encarnados que deseja contatar os desencarnados, seja para pedir uma ajuda banal, seja para vingar-se de desafetos ou seja para rogar um socorro direto em casos complexos.
Há entidades espirituais que gostam somente de fazer o bem, de ajudar para o bem, de participar de qualquer esforço pelo bem.
No entanto, há outras inteiramente voltadas para o contrário, dando vazão às suas inclinações inferiores, ainda não devidamente transformadas.
Uma vez que você sabe disso, observe o tipo de sintonias, de contatos mentais que faz e que deseja fazer com os Espíritos. 
Analise os conteúdos dos seus pedidos dirigidos ao Além e o teor das suas expectativas diante da vida, mantendo a certeza de que quaisquer que sejam suas buscas, alguma entidade espiritual a elas se associará.
As suas decisões quanto ao seu estilo de vida, as suas relações de afeto ou desafeto, ao rumo que dê às suas realizações na faixa da honestidade ou da desonestidade, funcionarão como tomadas ideais para a sua ligação com nobres mensageiros da luz ou com desafortunados agentes da sombra.
Busque Jesus e una-se a Ele em tudo o que faça. Viva com alegria interior, aprenda a enfrentar e superar problemas sem ódios, sem guardar mágoas de ninguém.
Solte-se. Viva em clima de liberdade espiritual, por conservar o coração e a mente livres de vínculos com Espíritos perturbadores.
Busque Jesus e tudo o que se refira ao bem, e esteja certo de usufruir a melhor assistência invisível, atraída por suas felizes predisposições morais.
Quando um familiar morre e volta ao mundo dos Espíritos, não se torna melhor nem pior do que era quando no corpo físico.
Por essa razão, não o perturbe com pedidos que ele não pode ou não deve atender.
Confie sempre em Deus, Pai de todos nós, e a Ele dirija a sua prece ou o seu pedido.
Mas lembre-se de levar em conta que o Pai conhece nossas necessidades e sempre nos dá o que precisamos, que nem sempre é o que queremos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28 do

Livro Para uso diário, pelo Espírito Camilo, psicografia de Raul Teixeira

sábado, 30 de abril de 2016

“A CÓLERA”

O orgulho vos leva a vos julgardes mais do que sois, a não aceitar uma comparação que vos possa rebaixar, e a vos considerardes, ao contrário, de tal maneira acima de vossos irmãos, seja na finura de espírito, seja no tocante à posição social, seja ainda em relação às vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e vos fere. E o que acontece, então? Entregai-vos à cólera.
Procurai a origem desses acessos de demência passageira, que vos assemelham aos brutos, fazendo-vos perder o sangue frio e a razão: procurai-a, e encontrareis quase sempre por base o orgulho ferido. Não é acaso o orgulho ferido por uma contradita, que vos faz repelir as observações justas e rejeitar, encolerizados, os mais sábios conselhos? Até mesmo a impaciência, causada pelas contrariedades, em geral pueris, decorre da importância atribuída à personalidade, perante a qual julgais que todos devem curvar-se.
No seu frenesi, o homem colérico se volta contra tudo, à própria natureza bruta, aos objetos inanimados, que espedaça, por não o obedecerem. Ah! se nesses momentos ele pudesse ver-se a sangue frio, teria horror de si mesmo ou se reconheceria ridículo! Que julgue por isso a impressão que deve causar aos outros. Ao menos pelo respeito a si mesmo, deveria esforçar-se, pois, para vencer essa tendência que o torna digno de piedade.
Se pudesse pensar que a cólera nada resolve, que lhe altera a saúde, compromete a sua própria vida, veria que é ele mesmo a sua primeira vítima. Mas ainda há outra consideração que o deveria deter: o pensamento de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tiver coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa mortal não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de recriminar-se por toda a vida!
Em suma: a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede que se faça muito bem, e pode levar a fazer-se muito mal. Isso deve ser suficiente para incitar os esforços por dominá-la. O espírita, aliás, é incitado por outro motivo: o de que ela é contrária à caridade e à humildade cristãs.
Segundo a ideia muito falsa de que não se pode reformar a própria natureza, o homem se julga dispensado de fazer esforços para se corrigir dos defeitos em que se compraz voluntariamente, ou que para isso exigiriam muita perseverança. É assim, por exemplo, que o homem inclinado à cólera se desculpa quase sempre com o seu temperamento. Em vez de se considerar culpado, atribui a falta ao seu organismo, acusando assim a Deus pelos seus próprios defeitos. É ainda uma consequência do orgulho, que se encontra mesclado a todas as suas imperfeições.
Não há dúvida que existem temperamentos que se prestam melhor aos atos de violência, como existem músculos mais flexíveis, que melhor se prestam a exercícios físicos. Não penseis, porém, que seja essa a causa fundamental da cólera, e acreditai que um Espírito pacífico, mesmo num corpo bilioso, será sempre pacífico, enquanto um Espírito violento, num corpo linfático, não seria mais dócil. Nesse caso, a violência apenas tomaria outro caráter. Não dispondo de um organismo apropriado à sua manifestação, a cólera seria concentrada, enquanto no caso contrário seria expansiva.
O corpo não dá impulsos de cólera a quem não os tem, como não dá outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito. Sem isso, onde estariam o mérito e a responsabilidade? O homem que é deformado não pode tornar-se direito, porque o Espírito nada tem com isso, mas pode modificar o que se relaciona com o Espírito, quando dispõe de uma vontade firme. A experiência não vos prova, espíritas, até onde pode ir o poder da vontade, pelas transformações verdadeiramente miraculosas que se operam aos vossos olhos? Dizei, pois, que o homem só permanece vicioso porque o quer, mas que aquele que deseja corrigir-se sempre o pode fazer. De outra maneira, a lei do progresso não existiria para o homem.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...