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quinta-feira, 7 de julho de 2016

“O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES”

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.
É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida. 
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente.
Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
Emmanuel

“Roteiro” - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 6 de julho de 2016

“O ERRO”

Quem é que nunca fez nada de errado?
Naturalmente, todos nós, algumas vezes na vida, cometemos erros, seja intencionalmente ou não.
O erro faz parte do aprendizado.
Por trás de todo erro está a ignorância, o orgulho, ou o egoísmo.
O ignorante erra por desconhecer, o orgulhoso por se julgar mais importante do que as demais pessoas e o egoísta por pensar somente em si.
O que caracteriza o erro não são os padrões sociais ou as diretrizes éticas estabelecidas, mas sim suas consequências sobre o indivíduo e a sociedade.
O que torna algum gesto desacertado são os seus efeitos malignos.
Erramos quando nossos atos ferem alguém. Quando invadimos o direito à felicidade do próximo. Quando destruímos, ao invés de construir.
Numa palavra, erramos sempre que geramos sofrimento para os outros ou para nós mesmos.
Por estar vinculado ao sofrimento, vemos que o erro não é um bom negócio.
Entretanto, se formos sábios, saberemos tirar frutos dele.
De uma forma muito especial, Deus sempre cuida para que, dos nossos equívocos, tiremos algo de bom.
Isto acontece por meio da Lei de Causa e Efeito, que faz com que todo o bem, como todo o mal realizado retorne ao seu realizador.
No campo dos sofrimentos isto se chama expiação.
Mas para tornar o processo menos penoso, podemos recorrer ao arrependimento e à reparação.
Arrepender-se é, portanto, o primeiro passo na correção de um desatino.
Existem pessoas que só se arrependem dos seus erros quando estão colhendo as consequências.
Quanto mais demoramos a nos arrepender, mais sofremos.
O arrependimento deve provocar um desejo de reparação, que consiste em fazer o bem a quem se havia feito mal.
Mas nem todas as faltas implicam em prejuízos diretos e efetivos.
Quer dizer, nem sempre teremos de expiar, ou sofrer.
Nesses casos, a reparação se opera fazendo-se o que deveria e foi negligenciado. Cumprindo deveres desprezados, missões não preenchidas.
Quem tem sido orgulhoso, buscará tornar-se humilde. O rude procurará ser amável. O ocioso passará a ser útil e o egoísta, caridoso.
Costuma-se dizer que errar é humano.
Nós poderíamos inverter o raciocínio dizendo que corrigir erros é que é humano, pois o homem não pode desprezar a sua fantástica capacidade de racionalização ao persistir em atitudes que somente o infelicitam.
Reconhece-se, então, o homem de bem pela capacidade com que ele substitui seus defeitos por virtudes superiores.
Os efeitos dos nossos atos se estendem, muitas vezes, para além da existência atual.
Isso explica os sofrimentos atuais, cujas causas não se encontram no presente.
Várias vezes estamos recebendo hoje os efeitos de nossos atos de vidas passadas.
Nenhum Espírito atinge a perfeição, sem antes reparar os erros do seu caminho evolutivo.
Por isso, hoje é o dia de fazer o melhor!

Redação do Momento Espírita.



terça-feira, 5 de julho de 2016

“COMO CRIAR UM DELIQUENTE”

Quando se fala em delinquência, muitos pais sofrem só em pensar no que esse termo representa.
Alguns de nós pensamos e repensamos em como pode uma criança cordata, amável durante a infância, tornar-se um delinquente na adolescência ou na juventude.
Nós não nos damos conta que somos, enquanto educadores, muitas vezes os responsáveis pela delinquência que vige no mundo.
O Departamento de Polícia de Houston, Texas, elaborou uma lista enumerando algumas maneiras fáceis de como criar um delinquente. A lista é a seguinte:
1 - Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja.
2 - Quando ele disser palavrões, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.
3 - Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue aos vinte e um anos, e "decida por si mesmo".
4 - Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo por ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.
5 - Discuta com frequência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.
6 - Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades que você passou?
7 - Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. (Negar pode acarretar frustrações prejudiciais).
8 - Tome o partido dele contra vizinhos e policiais. (Todos têm má vontade para com o seu filho).
9 - Quando se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "Nunca consegui dominá-lo."
Aja assim e prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido destino. 
Quando nos queixamos do desgosto por que nos fazem passar os filhos, normalmente esquecemos todos esses detalhes enumerados pela polícia de Houston.
Enquanto ainda são crianças, imaginamos que jamais venham a delinquir. Em verdade é esse o nosso mais profundo desejo.
No entanto, é bem possível que nos equivoquemos procurando acertar. Procurando fazer o melhor para esses seres tão queridos aos nossos corações.
Se temos a intenção de fazer de nossos filhos cidadãos responsáveis e dignos, comecemos a prestar mais atenção na forma de educação que lhes damos.
Ensinar-lhes a tolerar frustrações, estabelecer regras a serem respeitadas, limites a serem observados, é sempre importante.
Consideremos que nossos filhos são Espíritos reencarnados e como tais, trazem consigo a bagagem de erros e acertos conquistados ao longo das existências.
Consideremos, ainda, que todos nascemos para galgar degraus na escala evolutiva e sejamos os impulsionadores daqueles a quem Deus nos confiou a educação.
Dessa forma, de nada teremos que nos arrepender mais tarde.
É na adolescência que o Espírito retoma a bagagem de experiências acumuladas ao longo da sua caminhada evolutiva.
É que na adolescência o corpo e o psiquismo já estão preparados para receber essas informações.
Não é outro o motivo pelo qual muitos pais desconhecem os filhos, que passam a ser outra pessoa, dizem, quando chegam à adolescência.
Até aos sete anos de idade a criança é mais suscetível aos ensinamentos.
Por isso devemos nos esmerar para dar-lhes uma educação efetiva, de forma que esta possa suplantar as informações equivocadas que porventura traga o nosso filho, de existências anteriores.

Redação do Momento Espírita, com base em mensagem volante atribuída à polícia de Houston, Texas.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

“AS NOSSAS DIVERSAS ENCARNAÇÕES EM DIFERENTES MUNDOS”

As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?
“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição. ”
A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para o outro, ou pode ter muitas no mesmo globo?
“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior. ”
Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
“Certamente. ”
Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra. ”
Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?
“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela. ”
Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?
“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer planeta. ”
Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?
“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus. ”
Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aí tenham estado?
“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro. ”
Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?
“Muitos, e em graus diversos de adiantamento. ” 
Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra?
“Nenhuma utilidade teria isso. ”
Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passa pela fieira de todos os mundos existentes no Universo?
“Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau. ”
Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?
“De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência. ”
Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram?
“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem. ”
Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes?
“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal-empregadas. ”
Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?
“Os que faliram em suas missões ou em suas provas. ”
Os seres que habitam cada mundo hão todos alcançado o mesmo nível de perfeição?
“Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra: uns Espíritos são mais adiantados do que outros. ” 
Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha?
“Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar. ”
Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?
“É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muita morada há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá. ”
É possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?
“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria. ”
À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente pela superfície do solo, menos grosseiras se lhe fazem as necessidades físicas, não mais sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos. Vê com os olhos do corpo o que só pelo pensamento entrevemos.
Da purificação do Espírito decorre o aperfeiçoamento moral, para os seres que eles constituem, quando encarnados. As paixões animais se enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento da fraternidade. Assim é que, nos mundos superiores ao nosso, se desconhecem as guerras, carecendo de objeto os ódios e as discórdias, porque ninguém pensa em causar dano ao seu semelhante. A intuição que seus habitantes têm do futuro, a segurança que uma consciência isenta de remorsos lhes dá, fazem que a morte nenhuma apreensão lhes cause. Encaram-na de frente, sem temor, como simples transformação. A duração da vida, nos diferentes mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos paixões a miná-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia os sofrimentos. (A.K.)
Indo de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?
“Em toda parte a infância é uma transição necessária, mas não é, em toda parte, tão obtusa como no vosso mundo. ”
Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde passe a habitar?
“Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtê-lo, se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau da elevação destes. ”
Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo em que ele reencarnará?
“O grau da sua elevação. ”
O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada minuto?
“Não; os mundos também estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram, como o vosso, por um estado inferior e a própria Terra sofrerá idêntica transformação. Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons. ”
É assim que as raças, que hoje povoam a Terra, desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos, pois que essas novas raças transformadas sucederão às atuais, como estas sucederam a outras ainda mais grosseiras. (A.K.)
Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros. ” 
Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada, não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre ume outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer. ”
A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago. ”
Os Espíritos puros habitam mundos especiais, ou se acham no espaço universal, sem estarem mais ligados a um mundo do que a outros?
“Habitam certos mundos, mas não lhes ficam presos, como os homens à Terra; podem, melhor do que os outros, estar em toda parte. ”


Allan Kardec- Livro dos Espíritos

domingo, 3 de julho de 2016

“A DIFERENÇA ENTRE QUERER MORRER E QUERER QUE A DOR PARE”

Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse: a dor que rodeava e apertava meu peito, o peso que envolveu meu cérebro na sombra, a agonia que transformou todo o mundo em escuridão.
Eu precisava disso para cessar a dor.
Não foi um grande trauma que me convenceu que a morte era a minha única opção, mas uma série interminável de pequenas dores que roubaram a minha esperança. A pressão da vida quotidiana tornou-se um assalto implacável: uma mão pesada sobre meu ombro que me esmagava.
Uma manhã eu tive uma discussão menor com meu marido e, como diz o  provérbio sobre colocar mais lenha na fogueira, essa discussão me deixou em pedaços.
E então eu decidi que tinha apenas uma escolha que fazia algum sentido. Senti que todo mundo estaria melhor sem mim.
Eu fiz um plano. Eu escrevi cartas para a minha família. Chorando, telefonei para o meu amado irmão para dizer adeus.
Entretanto, levou poucos momentos para ele compreender o que eu estava fazendo e, em seguida, rapidamente, ele entrou em ação. Ele me cortou, desligou na minha cara e chamou meu marido imediatamente.
Meu marido correu de seu prédio de escritórios e, frenético, me procurou usando um aplicativo em seu telefone. Ele chamou um policial. Chamou a ambulância. Levou-me para o hospital.
Deram-me uma bebida lamacenta em um copo de papel enquanto eu estava deitada na maca, e eu chorei.
Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse.
A escuridão que eu tinha mergulhado era muito espessa. Eu não conseguia mais enxergar meus filhos. Eu não conseguia mais enxergar a vida que eu tinha construído com o homem que eu havia escolhido 25 anos atrás. Eu não podia enxergar minha família, os irmãos que me conheciam desde o nascimento, os pais que me apoiaram desde antes que eu pudesse lembrar. Eu não podia enxergar meus amigos, que teriam ficado extremamente entristecido comigo se eu tivesse de deixá-los.
Eu não podia ver o amor.
Havia amor em volta de mim, mas esse amor foi empurrado pela escuridão, com força despejado de minha consciência pelo preto sufocante.
No hospital psiquiátrico, eu estava cercada por pessoas cujas experiências foram muito parecidas com o minha. Ouvi histórias familiares. Eu aprendi novas formas de lidar com a minha dor. Percebi que tinha opções. Mais importante, porém, vi que não estava sozinha.
Eu tenho ajuda.
Eu tenho um bom diagnóstico e fui colocada sob medicação que funcionou como um raio de luz no meu cansado cérebro, confuso. Isso não aconteceu da noite para o dia. Levou algum tempo para encontrar as doses certas e as prescrições corretas, mas eu perseverei. Eu mantive firmemente a esperança de que o antídoto certo para a escuridão poderia ser encontrado.
Eu não quero morrer.
Eu só queria que a dor parasse.
E ela parou.
Lenta, mas seguramente, com a terapia e o tempo, a dor parou.
Estou aqui hoje para lutar junto com você: Não desista.
Há uma razão para que você esteja lendo isso agora, neste exato momento no tempo. Esta é uma mensagem que você precisa ouvir. Você não está sozinha. O próprio mundo anseia para você ficar, anseia para você permanecer. A Terra está chamando. Ouça! Lá está, no calor dos raios do sol em cima de seu rosto virado para cima, na brisa fresca que acaricia sua pele, no canto de um pássaro, a maravilha de folhas e flores. A mensagem está lá para ouvir. A Terra está implorando para você não desistir.
Para toda escuridão há um facho de luz pelo qual é possível andar, basta apenas que os olhos sejam liberados do desespero.
Buscar. Falar com alguém. Há amor lá fora; há amor ao seu redor. Só porque você não pode sentir isso agora não significa que ele se foi. Não acredite na escuridão. Ele é uma mentirosa e uma ladra.
Estou feliz por estar aqui hoje.
A chuva cai e o sol brilha. Posso ver meus filhos rirem e chorarem e lutar e crescer. Meus pais estão agradecidos. Meu marido é cuidadoso. Meus irmãos me apoiam. Meus amigos me querem bem. Todo dia eu vejo o amor que eu não podia ver antes.
Eu acreditava nas mentiras que a escuridão me falou, e eu tentei tirar minha vida.
As vezes a vida ainda é uma luta. As vezes o amor parece desaparecer e parece estar longe. Há dias em que eu acordo desanimada e me sinto derrotada. Tem dias que eu ainda quero deixar este mundo (e todas as suas tribulações) para trás. Mas eu continuo colocando um pé na frente do outro, e eu agarro a esperança. Eu falo com os que me rodeiam. Eu tenho um boa noite de sono. Um novo dia amanhece. Eu me sinto melhor.
Eu não tinha que morrer para que a dor parasse.
Você também não tem que querer.

Texto original: The Difference Between Wanting to Die and Wanting the Pain to Stop / By Jennifer Wilson
Texto livremente traduzido e adaptado.             

Se você ou alguém que você conhece precisa de ajuda, por favor, ligue para o telefone do CVV 141 e procure ajuda especializada.

sábado, 2 de julho de 2016

“OS ESPÍRITOS SE AFEIÇOAM A CERTAS PESSOAS? ” “PERGUNTAS E RESPOSTAS-LIVRO DOS ESPÍRITOS”

484 - Os Espíritos se afeiçoam de preferência a certas pessoas?
"Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como consequência da conformidade dos sentimentos."
485 - É exclusivamente moral a afeição que os Espíritos votam a certas pessoas?
"A verdadeira afeição nada tem de carnal; mas, quando um Espírito se apega a uma pessoa, nem sempre o faz só por afeição. À estima que essa pessoa lhe inspira pode agregar-se uma reminiscência das paixões humanas."
486 - Interessam-se os Espíritos pelas nossas desgraças e pela nossa prosperidade? Afligem-se os que nos querem bem com os males que padecemos durante a vida?
"Os bons Espíritos fazem todo o bem que lhes é possível e se sentem ditosos com as vossas alegrias. Afligem-se com os vossos males, quando os não suportais com resignação, porque nenhum benefício então tirais deles, assemelhando-vos, em tais casos, ao doente que rejeita a beberagem amarga que o há de curar."
487 - Dentre os nossos males, de que natureza são os de que mais se afligem os Espíritos por nossa causa? Serão os males físicos ou os morais?
"O vosso egoísmo e a dureza dos vossos corações. Daí decorre tudo o mais. Riem-se de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição. Rejubilam com os que redundam na abreviação do tempo das vossas provas."
Sabendo ser transitória a vida corporal e que as tribulações que lhe são inerentes constituem meios de alcançarmos melhor estado, os Espíritos mais se afligem pelos nossos males devidos a causas de ordem moral, do que pelos nossos sofrimentos físicos, todos passageiros.
Pouco se incomodam com as desgraças que apenas atingem as nossas ideias mundanas, tal qual fazemos com as mágoas pueris das crianças.
Vendo nas amarguras da vida um meio de nos adiantarmos, os Espíritos as consideram como a crise ocasional de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo. Porém, enxergando as coisas de um ponto de vista mais justo, os apreciam de modo diverso do nosso. Então, ao passo que os bons nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro, os outros nos impelem ao desespero, objetivando comprometer-nos.
488 - Os parentes e amigos, que nos precederam na outra vida, maior simpatia nos votam do que os Espíritos que nos sãos estranhos?
"Sem dúvida e quase sempre vos protegem como Espíritos, de acordo com o poder de que dispõem."
- São sensíveis à afeição que lhes conservamos?
"Muito sensíveis, mas esquecem-se dos que os olvidam.

Allan Kardec

sexta-feira, 1 de julho de 2016

“FILHOS ADOTIVOS NA VISÃO ESPÍRITA”

Pela visão espírita, todos somos adotados. Porque o único Pai legítimo é Deus. Os pais da Terra não SÃO nossos pais, eles ESTÃO nossos pais. Porque a cada encarnação, mudamos de pais consanguíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai. Mas, para entendermos melhor a existência desta experiência na vida de muitos pais, é necessário analisá-lo sob a óptica espírita, sob a luz da reencarnação. A formação de um lar é um planejamento que se desenvolve no Mundo Espiritual. Sabemos que nada ocorre por acaso. Assim como filhos biológicos, nossos filhos adotivos também são companheiros de vidas passadas. E nossa vida de hoje é resultado do que angariamos para nós mesmos, no passado. Surge, então, a indagação: "se são velhos conhecidos e deverão se encontrar no mesmo lar, por que já não nasceram como filhos naturais?" Na literatura espírita encontramos vários casos de filhos que, em função do orgulho, do egoísmo e da vaidade, se tornaram tiranos de seus pais, escravizando-os aos seus caprichos e pagando com ingratidão e dor a ternura e zelo paternos. De retorno à Pátria Espiritual (ao desencarnarem), ao despertarem-lhes a consciência e entenderem a gravidade de suas faltas, passam a trabalhar para recuperarem o tempo perdido e se reconciliarem com aqueles a quem lesaram afetivamente. Assim, reencontram aqueles mesmos pais a quem não valorizaram, para devolver-lhes a afeição machucada, resgatando o carinho, o amor e a ternura de ontem. Porque a lei é a de Causa e Efeito. Não aproveitada a convivência com pais amorosos e desvelados, é da Lei Divina que retomem o contato com eles como filhos de outros pais chegando-lhes aos braços pelas vias de adoção. Aos pais cabe o trabalho de orientar estes filhos e conduzi-los ao caminho do bem, independente de serem filhos consanguíneos ou não. A responsabilidade de pais permanece a mesma. Recebendo eles no lar a abençoada experiência da adoção, Deus sinaliza aos cônjuges estar confiando em sua capacidade de amar e ensinar, perdoar e auxiliar aos companheiros que retornam para hoje valorizarem o desvelo e atenção que ontem não souberam fazer. Trazem no coração desequilíbrios de outros tempos ou arrependimento doloroso para a solução dos quais pedem, ao reencarnarem, a ajuda daqueles que os acolhem, não como filhos do corpo, mas sim filhos do coração. Allan Kardec elucida: "Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias".
DEVEMOS ESCONDER QUE ELES SÃO ADOTIVOS? Um dos maiores erros que alguns pais adotivos cometem é o de esconder a verdade aos seus filhos. É importante, desde cedo, não esconder a verdade. Ás vezes, fazem por amor, já que os consideram totalmente como filhos; outros o fazem por medo de perder a afeição e o carinho deles. Quando os filhos adotivos crescem, aprendendo no lar valores morais elevados, sentem-se mais amados por entenderem que o são, não por terem nascido de seus pais, mas sim frutos de afeição sincera e real, e passam a entender que são filhos queridos do coração. Revelar-lhes a verdade somente na idade adulta é destruir-lhes todas as alegrias vividas, é alterar-lhes a condição de filhos queridos em órfãos asilados à guisa de pena e compaixão. Não devemos traumatizá-los, livrando-os do risco de perderem a oportunidade de aprendizado no hoje. André Luiz esclarece-nos quanto a este perigo: "Filhos adotivos, quando crescem ignorando a verdade, costumam trazer enormes complicações, principalmente quando ouvem esclarecimentos de outras pessoas". Identicamente ao que ocorre em relação aos nossos filhos biológicos, buscar o diálogo franco e sincero, com base no respeito mútuo, sob a luz da orientação cristã de conduta. Pais que conversam com os filhos fortalecem os laços afetivos, tornando a questão da adoção coisa secundária. Recebendo em nossa jornada terrena a oportunidade de ter em nosso lar um filho adotivo, guardemos no coração a certeza de que Jesus está nos confiando a responsabilidade sagrada de superar o próprio orgulho e vaidade, amando verdadeiramente e desinteressadamente a criatura de Deus confiada em trabalho de educação e amparo. E, ajudando-o a superar suas próprias mazelas, amanhã poderá retornar ao seio daqueles que o amam na posição de filho legítimo.
É CERTO A ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS? Raul Teixeira responde: “O amor não tem sexo. Como é que podemos imaginar que o melhor para uma criança é ser criada na rua, ao relento, submetida a todo tipo de execração, a ser criada nutrida, abençoada por um lar de casal homossexual? Muita gente assevera que a criança corre riscos. Mas como? Nós estamos acompanhando as crianças correndo riscos nas casas de seus pais heterossexuais todos os dias. Outros afirmam que a criança criada por homossexuais poderá adotar a mesma postura, a mesma orientação sexual. O que também é falso. A massa de homossexuais do mundo advêm de lares heterossexuais. Então, teremos de concluir que são os casais heterossexuais que formam os homossexuais. Logo, não devemos entrar nessa discussão que é tola e preconceituosa. aquele que tem amor para dar que dê.”
Amemos nossos filhos, sem cogitar se nos vieram aos braços pela descendência física ou não, como encargo abençoado com que o Céu nos presenteia. Encerremos com Emmanuel: "Recorda que, em última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus".

Compilação e algumas observações de Rudymara

(http://grupoallankardec.blogspot.com)

quinta-feira, 30 de junho de 2016

“OS ANIMAIS DEVEM SER TRATADOS COM RESPEITO, AMOR E CARINHO”

Os cães como todos os seres viventes, possuem alma e segundo nosso irmão Chico Xavier, se tratados com respeito, amor e carinho, podem após seu desencarne, ainda permanecer até 4 anos ao lado de quem tanto lhe deu amor. É uma forma de não sofrerem com a separação. Mas eles voltam ter a mesma vitalidade de quando eram filhotes. Quem já perdeu um amigo, fique sabendo que ele continuou ou continua ao seu lado, com a mesma felicidade de sempre!!!
Os animais, diferentemente, do homens, não possuem o tempo da erraticidade (intervalo mais ou menos longo entre uma encarnação e outra). Quando morrem, quase que instantaneamente, sua alma ou energia vital é atraída, magneticamente e por afinidade para mais um processo de encarnação. Dessa forma, de pouquinho em pouquinho, vai progredindo. Devemos lembrar que a lei do progresso é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita. A alma de alguns animais podem, a exemplo dos cachorros, retornar rapidamente para seu dono, através de outro que nasça. Mas isso ocorre, somente, por merecimento e mérito nosso.
Veja um relato bem interessante sobre Chico Xavier e sua cadelinha boneca:
Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. O Chico então dizia: - Ah Boneca, estou com muitas pulgas !!!! Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas. Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.
- Ah Boneca, estou cheio de pulgas!!! Disse Chico.
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:
- Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!! Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer. Chico respondeu:
- Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis. Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Por isso, quem maltrata um animal vai contra as leis de Deus, porque Suas leis são as leis da preservação da natureza. E, com certeza, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.

Chico Xavier

quarta-feira, 29 de junho de 2016

“INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS EM NOSSOS PENSAMENTOS E NOSSOS ATOS- LIVRO DOS ESPÍRITOS. ”

459. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Mais do que imaginais, pois com bastante frequência são eles que vos dirigem.”
460. De par com os pensamentos que nos são próprios a, outros haverá que nos sejam sugeridos?
“Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que muitos pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto e, não raro, contrários uns dos outros. Pois bem, no conjunto deles estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas ideias a se combaterem.”
461. Como havemos de distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos são sugeridos?
“Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Mas, afinal, não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saibais fazê-la. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se se decide pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.”
462. É sempre de si mesmos que os homens inteligentes e de gênio tiram suas ideias?
“Algumas vezes elas lhes vêm do seu próprio Espírito, porém, de outras muitas, lhes são sugeridas por Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de transmiti-las. Quando tais homens não as acham em si mesmos, apelam para a inspiração. Fazem assim, sem o suspeitarem, uma verdadeira evocação.”
Se fosse útil que pudéssemos distinguir claramente os nossos pensamentos próprios dos que nos são sugeridos, Deus nos haveria proporcionado os meios de o conseguirmos, como nos concedeu o de diferençarmos o dia da noite. Quando uma coisa se conserva vaga, é que convém assim aconteça.
463. Diz-se comumente ser sempre bom o primeiro impulso. É exato? 
“Pode ser bom, ou mau, conforme a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom naquele que atende às boas inspirações.”
464. Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um Espírito bom ou de um Espírito mau?
“Estudai a questão. Os Espíritos bons só para o bem aconselham. Compete-vos discernir.”
465. Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal?
"Para que sofrais como eles sofrem."
a) - E isso lhes diminui os sofrimentos?
"Não; mas eles o fazem por inveja de ver seres mais felizes."
b) - Qual natureza de sofrimento querem fazer provar?
"Aquelas que resultam de ser de uma ordem inferior e afastada de Deus."
466. Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?
“Os Espíritos imperfeitos são os instrumentos destinados a provar a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal podem eles ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no íntimo esse pendor. Mas outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos.”
É assim que Deus confia à nossa consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.
467. Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo ao mal? 
“Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”
468. Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem repele?
“Que querias que fizessem? Quando nada conseguem, abandonam o campo. Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato.”
469. Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.”
470. Os Espíritos que ao mal procuram induzir-nos, e que põem assim em prova a nossa firmeza no bem, procedem desse modo cumprindo missão? E, se assim é, cabe-lhes alguma responsabilidade?
“A nenhum Espírito é dada a missão de praticar o mal. Aquele que o faz age por conta própria, sujeitando-se, portanto, às consequências. Pode Deus permitir-lhe que assim proceda, para vos experimentar; nunca, porém, lhe determina tal procedimento. Compete-vos, pois, repeli-lo.”
471. Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível, ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la unicamente a uma disposição física?
“É quase sempre efeito das comunicações em que inconscientemente entrais com os Espíritos, ou da que com eles tivestes durante o sono.”
472. Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las?
“Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-vos, sem que disso vos deis conta, para aquilo que cobiçais. Assim, por exemplo, encontra um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a trouxeram para ali. Mas eles podem inspirar ao homem a ideia de tomar aquela direção e sugerir-lhe depois a de se apoderar da importância achada, enquanto outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O mesmo se dá com relação a todas as demais tentações.”

Autor- Allan Kardec- O Livro dos Espíritos

terça-feira, 28 de junho de 2016

“O HOMEM UM SER ESPIRITUAL? -PERÍSPIRITO”

A palavra perispírito foi empregada pela primeira vez por Allan Kardec, no item 93 de O Livro dos Espíritos, para designar o complexo fluídico que envolve a Alma. André Luiz (Espírito) chama-o de psicossoma e/ou corpo espiritual. Porém, hoje, os autores dão aos três termos – períspirito, corpo espiritual e psicossoma – o mesmo sentido.
Segundo Kardec “A alma é, pois, um ser simples; o Espírito, um ser dual e o homem, um ser trino”. Porém, alma e períspirito constituem um todo indissolúvel, constituem o ser chamado Espírito. Portanto,  “a alma é o centro de vida do perispírito, como este é o centro de vida do organismo físico. É a alma que sente, pensa e quer; o corpo físico constitui, com o corpo fluídico, o duplo organismo por cujo intermédio a Alma atua no mundo da matéria” (ZIMMERMANN, p.24).
Assim, a Alma é o princípio inteligente, imperceptível e indefinido; o períspirito é um ser limitado, definido e circunscrito à sua individualidade espiritual; a união da alma, do períspirito e do corpo material constitui o homem; a alma e o períspirito separados do corpo físico constitui o Espírito.
O autor espirita Léon Denis - no livro Depois da Morte, capitulo XXIX – O Homem, Ser Psíquico (p.199) -, conceitua o homem como um Ser trino, visto que, aponta em sua constituição três elementos principais em sua constituição, a saber: “O corpo físico, envoltório material temporário, que abandonamos na morte; O perispírito, envoltório fluídico permanente, invisível aos nossos sentidos, que acompanha a alma em sua evolução; A Alma, principio inteligente, centro de força, foco da consciência e da personalidade”. E acrescenta que a “Alma despendida do corpo material e revestida do seu invólucro sutil, constitui o Espírito, ser fluídico, de forma humana, liberto das necessidades terrestres, invisível e impalpável”.
Portanto, compreende-se então que o existir humano, é na verdade, um interexistir com o Perispírito, este é o espelho da alma e sustentáculo do corpo físico. Envoltório sutil e perene da alma, que possibilita sua interação com os meios espiritual e físico, assim, o Perispírito é por excelência o elo inter existencial.
Para compreendermos melhor este ser que, chamamos de Perespírito e que constitui/compõem a estrutura do Ser Humano como o conhecemos, é necessário compreendermos o que é afinal a matéria. Assim, recorremos a André Luiz que em sua Obra E a Vida Continua (p.70), nos relata que, “a chamada matéria densa não é senão a energia radiante condensada. Em última análise, chegaremos a saber que a matéria é luz coagulada, substância divina, que nos sugere a onipresença de Deus”. Portanto, a matéria é uma forma e/ou fase da energia, em última instancia fluido cósmico universal.
O Perispírito é então, o resultado da aglutinação da energia cósmica motriz (fluido cósmico), possui uma estrutura eletromagnética, tão sutil que os Espíritos da Codificação usaram o termo semimaterial para qualifica-la. André Luiz falando do Perispírito em seu livro Evolução em Dois Mundos (p.26), o define como “uma formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa” vibram e possuem “a respectiva carga elétrica” para o desenvolvimento da vida terrena.
A pretexto de concluir, se faz necessário afirmar que “tal como a luz, a matéria vibra e quanto maior a frequência da vibração, menos densa e mais sutil será” a matéria. Assim, o Perispírito “vibra numa frequência mais elevada que a do corpo denso” – físico. Portanto, quanto mais superior for o Espírito menos denso é o seu Perispírito e quanto mais primitiva for a mente, esta “vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço” (ZIMMERMANN, p.30 e 33).
O Ser espiritual (Perespírito) é o “elemento chave na relação interdimensional, apresenta-se como fator dos mais importantes na economia da vida física e espiritual”, é verdadeira “chave que nos abre o entendimento da nossa condição” de natureza espiritual do Ser Humano, na sua realidade interexistencial (ZIMMERMANN, p.21).
Por Valdecir Martins
Bibliografia:
DENIS, Léon. Depois da Morte – 11ª edição, Ed. FEB, Tradução João Lourenço de Souza, Rio de Janeiro/RJ, 1978.
LUIZ, André (Espírito), XAVIER, F.C (médium). E a Vida Continua – 35ª edição, Ed. FEB, Brasilia/DF, 2014.

LUIZ, André (Espírito), XAVIER, F.C, e VIEIRA, W. (médiuns). Evolução em Dois Mundos – 27ª edição, Ed. FEB, Brasilia/DF, 2014.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

"PORQUE ADOECEMOS"

Esse questionamento tem chamado muito a atenção nos tempos atuais. Há uma preocupação peculiar com a saúde, que hoje já tem um conceito bastante ampliado e não restrito apenas aos órgãos e células, mas igualmente abrangente para as questões emocionais e psicológicas e de relacionamento.
Afinal, seria o caso de perguntarmos:
a) De dois homens da mesma idade que sofrem ataques cardíacos, por que o homem solteiro e deprimido tem maior probabilidade de falecer da doença cardíaca do que o homem que é casado e não está deprimido?
b) Se uma mulher sofre de artrite reumatoide, por que o quadro se mantém relativamente estável quando sua vida está tranquila, mas se agrava quando tem conflitos com um filho?
c) Por que pessoas com pouco poder de decisão no emprego sofrem mais ataques cardíacos e desordens intestinais que seus superiores hierárquicos na empresa?
d) E por que o isolamento social é tão prejudicial à saúde quanto o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo?
Claro que o assunto não se restringe apenas às questões propostas. Elas aí estão apenas como exemplos. O assunto é inesgotável e abrange muitos fatores. Entre eles estão o envelhecimento natural, inevitável, as enfermidades trazidas na bagagem e aquelas adquiridas pelos vícios de toda espécie.
O que se deseja enfatizar aqui é que as emoções influem decisivamente na saúde física. O que pensamos, os sentimentos que alimentamos influem diretamente na saúde ou na eclosão de doenças.
Daí pensar que não vale a pena alimentar-se de rancor, de ódio, de vingança. Guardar mágoas, ficar sentindo inveja ou ciúme só servem para destruir ou danificar as células, comprometendo o equilíbrio orgânico. A melhor postura para se ter boa saúde é alimentar pensamentos saudáveis, alegrar-se com o
dinamismo da própria vida e trabalhar incessantemente pelo próprio crescimento e, óbvio, aplicarmo-nos igualmente ao bem coletivo em ações humanitárias e construtivas. 
Em síntese, podemos resumir sem medo: amar! Amar a si mesmo, amar a Deus, confiar na vida, amar o semelhante, continuar trabalhando. Eis o segredo!
O assunto é amplo, envolve múltiplas questões. O objetivo aqui é destacar a importância da alegria, do otimismo e citar o mais poderoso antibiótico que se pode usar no tratamento das doenças. Ele não tem custo financeiro, não tem efeitos colaterais e só pede o sacrifício do orgulho e do egoísmo. É o perdão!
Tenho abordado o assunto em palestras, com ampla repercussão. É que as recomendações de Jesus à humanidade constituem o mais poderoso medicamento para nossas enfermidades, pois afinal somos os próprios autores de nossas doenças, tragédias e sofrimentos. O Evangelho é o maior e melhor compêndio de saúde já apresentado à Humanidade. Dele derivam ensinos que preservam a saúde e trazem a felicidade. A conquista dessa sonhada felicidade e da saúde plena é o uso e prática desse autêntico manual de relacionamento.
 Não tenhamos medo nem receio de adotá-lo em nossa própria vida. A síntese dele é apenas respeitar a vida, respeitar a nós mesmos e entender que o próximo tem os mesmos direitos que tanto reclamamos para nós mesmos!

 Orson Peter Carra.

Escritor e orador espírita. Consultor Editorial residente em Matão/SP 

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...