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domingo, 20 de novembro de 2016

"CONEXÃO ESPIRITUAL ENTRE IRMÃOS GÊMEOS"

A Doutrina Espírita nos explica que as famílias terrenas têm uma história pretérita em comum o que é ainda mais evidente no caso dos gêmeos. São espíritos unidos por grande sintonia ou por imensa repulsa.
Os gêmeos são seres unidos não só por sua consanguinidade óbvia, mas por uma longa história de convivência espiritual como encarnados ou desencarnados, fato que é ignorado pela ciência oficial. Geralmente são seres de grande afinidade que encontram nessa oportunidade de reencarne simultâneo um grande suporte para enfrentarem as incertezas em relação às tarefas e objetivos assumidos durante a fase de programação pré-encarnatória.
Não existem padrões em relação às conexões espirituais. A experiência dos gêmeos, entretanto, é muito intensa. Sei por vivê-la pessoalmente. Mesmo que um dos gêmeos não sobreviva à gravidez, ou à primeira infância, o vínculo parece persistir, como tenho ouvido em relatos tanto de encarnados quanto dos desencarnados (em nossos trabalhos de assistência espiritual mediúnica).
Os sobreviventes são pessoas que sempre parecem carregar uma pendência íntima, algo não resolvido, uma dor profunda. Isso pode gerar algumas dificuldades na vida física e nos relacionamentos.
A visão do filósofo Bert Hellinger é muito esclarecedora. A terapia por ele criada, a constelação familiar, tem ajudado muito as pessoas que perderam entes queridos de formas incomuns. O fato da perda ocorrer quando recém-nascidos faz com que se pressuponha que não haverá dor para o irmão que sobrevive, mas, a realidade é oposta.
 O luto que não é adequadamente vivido e elaborado gera sentimentos confusos. E, até doença. Ainda mais em quem não sabe ainda expressar a dor. O fato da família considerar que uma perda precoce é de menor importância, ou de esquecer o morto, é muito penoso para a dupla energeticamente vinculada.
Por dois motivos: O sobrevivente fica com a impressão que se fosse ele aquele que faltasse ele também não faria diferença, que também seria esquecido. E ainda por cima se sente menos merecedor da vida em relação ao morto, como se devesse algo a ele. Não entende por que ele sobreviveu e o outro não, qual o critério de escolha?
Esses sentimentos são inconscientes e frutos de uma fantasia infantil, desconhecida pelos pais e pelo próprio gêmeo, mas que se for adequadamente elaborada vai dar novo impulso ao personagem em sofrimento.
A forma de elaborar isso é:
1- Primeiro: Reconhecer que sua irmã é sua irmã, é a segunda (terceira...ou quarta??) filha de seus pais, sua irmã gêmea que nasceu doente, viveu pouco tempo mas faz parte da família e deve ser reconhecida como membro dessa família.
2 - Segundo: Admitir que se isso aconteceu é por que a harmonia universal assim exigia, a experiência rápida na terra vivida por sua irmã foi importante e necessária.
3- Terceiro: O fato de sua mãe não a ter visto impediu que ela elaborasse essa dor e o luto adequadamente. Ela, portanto, deveria poder fazer isso, ainda que de forma simbólica.
(Esse era um erro que nós médicos cometíamos muito, achávamos que se não permitíssemos que a mãe visse seu filho morto, ou mal-formado, sua dor seria menor. Ledo engano.)
4- Quarto: O gêmeo sobrevivente também deveria viver o luto, após chorar a perda e reconhecer a dor dessa perda ele ficaria liberado para viver sua própria vida plenamente, sem culpa.
5 - Quinto: Na realidade, depois desse exercício simbólico de reconhecimento da perda você poderá sentir-se como representante de sua irmã na vida física. Uma missão que o tornará alegre, necessário e importante. E, tudo de bom que fizer e conquistar poderá dedicar a ela, em honra dela.
Funcionaria como se você tivesse sua força vital duplicada por desfrutar da experiência encarnatória, neste período, pelos dois. Depois de viver assim por algum tempo, lembrando e honrando sua irmã, ela se sentirá reconhecida e reverenciada, passará, então, a ser uma memória doce.
Esses exercícios são mentais, realizados com respeito e profundidade. Deve haver preparo pessoal e do ambiente para o exercício que corresponde à prece e à meditação. Esses exercícios permitem a nossa conexão com os nossos sentimentos mais elevados e com os espíritos queridos. Podem ser realizados de forma individual, mas se for um exercício vivido solenemente pela família será muito mais produtivo.
E, com a força desse amor, que você mal conhece mas te inunda o espírito, ela se libertará para novas experiências de aprendizado, lá no mundo espiritual ou, até mesmo aqui na terra, através da reencarnação.
E isso repercutirá em você como força, alegria, determinação, coragem, e principalmente esperança e confiança no futuro. Procure ler os livros do Bert Hellinger, serão esclarecedores. O autoconhecimento é um caminho de libertação mas de difícil trânsito, pois exige coragem e persistência. Porém, tenha certeza, vale a pena.

Giselle Fachetti Machado - Médica ginecologista

sábado, 19 de novembro de 2016

"SINDROME DO PÂNICO NA VISÃO ESPÍRITA."

Texto de Joanna de Angelis, do livro “Amor, Imbatível Amor” psicografado por Divaldo Franco.

Em 1980 foi estabelecido como sendo uma entidade específica, diferente de outros transtornos de ansiedade, aquele que passou a ser denominado como síndrome de pânico, ou melhor elucidando, como transtorno de pânico, em razão de suas características serem diferentes dos conhecidos distúrbios.
A designação tem origem no deus Pan, da Mitologia grega, caracterizado pela sua fealdade e forma grotesca, parte homem, parte cabra, e que se comprazia em assustar as pessoas que se acercavam do seu habitat, nas montanhas da Arcádia, provocando-lhes o medo.
Durante muito tempo este distúrbio foi designado indevidamente como ansiedade, síndrome de despersonalização, ansiedade de separação, psicastenia, hipocondria, histeria, depressão atípica, agorafobia, até ser estudado devidamente por Sigmund Freud, ao descrever uma crise típica de pânico em uma jovem nos Alpes Suíços. Anteriormente, durante a guerra franco-austríaca de 1871, o Dr. Marion da Costa examinou pacientes que voltavam do campo de batalha apresentando terríveis comportamentos psicológicos, com crises de ansiedade, insegurança, medo, diarreia, vertigens e ataques, entre outros sintomas, e que foram denominados como “coração irritável”, por fim tornando-se conhecido como “Síndrome de Da Costa”, pela valiosa contribuição que ele ofereceu ao seu estudo e terapia.
A Síndrome de Pânico pode ocorrer de um para outro momento e atinge qualquer indivíduo, particularmente entre os 10 a 40 anos de idade, alcançando, na atualidade, expressivo índice de vítimas, que oscilam entre 1% e 2% da população em geral.
Na atualidade apresenta-se com alta incidência, levando grande número de pacientes a aflições inomináveis.
Existem fatores que desencadeiam, agravam ou atenuam essa ocorrência e podem ser catalogados como físicos e psicológicos. 
Já não se pode mais considerar como responsável pelos distúrbios mentais e psicológicos uma causa unívoca, porém, uma série de fatores predisponentes como ambientais, especialmente no de pânico.
Entre os primeiros se destacam os da hereditariedade, que se responsabilizam pela fragilidade psíquica e pela ansiedade de separação. Tais fatores genéticos facultam o desencadear da predisposição biológica para a instalação do distúrbio de pânico. Por outro lado, os conflitos infantis, geradores de insegurança e ansiedade, facultam o campo hábil para a instalação do pânico, quando se dá qualquer ocorrência direta ou indireta, que se responsabiliza pelo desencadeamento da crise.
Acredita-se que a responsabilidade básica esteja no excesso de serotonina sobre o Sistema Nervoso Central, podendo ser controlada a crise mediante aplicação de drogas específicas tais clonazepam, não obstante ainda seja desconhecido o efeito produzido em relação a esse neuro-receptor.
O surto ou crise é de efeitos alarmantes, por transmitir uma sensação de morte, gerando pavor e desespero, que não cedem facilmente.
A utilização de palavras gentis, os cuidados verbais e emocionais com o paciente não operam o resultado desejado, em razão da disfunção orgânica, que faculta a instalação da ocorrência, embora contribuam para fortalecer no enfermo a esperança de recuperação e poder trabalhar-se o psiquismo de forma positiva, que minora a sucessão dos episódios devastadores.
Não raro, o paciente, desestruturado emocionalmente e vitimado pela sucessão das crises, pode desenvolver um estado profundo de agorafobia ou derrapar em alcoolismo, toxicomania, como evasões do problema, que mais o agravam, sem dúvida.
É uma doença que se instala com mais frequência na mulher, embora ocorra também no homem, e não se trata de um problema exclusivamente contemporâneo, resultado do estresse dos dias atuais, em razão de ser conhecida desde a Grécia antiga, havendo sido, isto sim, melhor identificada mais recentemente, podendo ser curada com cuidadoso tratamento psiquiátrico ou psicológico, desde que o paciente se lhe submeta com tranquilidade e sem a pressa que costuma acompanhar alguns processos de recuperação da saúde mental. 
O distúrbio de pânico encontra-se enraizado no ser que desconsiderou as Soberanas Leis e se reencarna com predisposição fisiológica, imprimindo nos genes a necessidade da reparação dos delitos transatos que permaneceram sem justa retificação, porque desconhecidos da Justiça humana, jamais porém da divina e da própria consciência do infrator. Por isso mesmo, o portador de distúrbio de pânico não transfere por hereditariedade necessariamente a predisposição aos seus descendentes, podendo, ele próprio não ter antecessor nos familiares com essa disfunção explícita.
Indispensável esclarecer que, embora a gravidade da crise, o distúrbio de pânico não leva o paciente à desencarnação, apesar de dar-lhe essa estranha e dolorosa sensação.

Segue abaixo outro texto da nobre mentora, do livro “Auto-descobrimento”, também psicografado por Divaldo Franco.
No imenso painel dos distúrbios psicológicos o medo avulta, predominando em muitos indivíduos e apresentando-se, quando na sua expressão patológica, em forma de distúrbio de pânico.
O medo, em si mesmo, não é negativo, assim se mostrando quando, irracionalmente, desequilibra a pessoa.
O desconhecido, pelas características de que se reveste, pode desencadear momentos de medo, o que também ocorre em relação ao futuro e sob determinadas circunstâncias, tornando-se, de certo modo, fator de preservação da vida, ampliação do instinto de autodefesa. Mal trabalhado na infância, por educação deficiente, o que poderia tornar-se útil, diminuindo os arroubos excessivos e a precipitação irrefletida, converte-se em perigoso adversário do equilíbrio do educando.
São comuns, nesse período, as ameaças e as chantagens afetivas: Se você não se alimentar, ou não dormir, ou não proceder bem, papai e mamãe não gostarão mais de você... ou O bicho papão lhe pega, etc. A criança, incapaz de digerir a informação, passa a ter medo de perder o amor, de ser devorada, perturbando a afetividade, que entorpece a naturalidade no seu processo de amadurecimento, tornando o adolescente inseguro, e um adulto que não se sente credor de carinho, de respeito, de consideração. A deformação leva-o às barganhas sentimentais – conquistar mediante presentes materiais, bajulação, anulando a sua personalidade, procurando agradar o outro, diminuindo-se e supervalorizando o afeto que anela. 
A pessoa é, e deve ser, amada assim como é. Naturalmente, todo o seu empenho deve ser direcionado para o crescimento interior, o desenvolvimento dos recursos que dignificam: não invejando quem lhe parece melhor – pois alcançará o mesmo patamar e outros mais elevados, se o desejar – nem se magoando ante a agressividade dos que se encontram em níveis menores.
Por outro lado, face às ameaças, o ser permanece tímido, procurando fazer-se bonzinho, não pela excelência das virtudes, mas por mecanismo de sobrevivência afetiva.
O medo, assim considerado, pode assumir estados incontroláveis, causando perturbações graves no comportamento.
Os fatores psicossociais, as pressões emocionais influem, igualmente, para tornar o indivíduo amedrontado, especialmente diante da liberação sexual, gerando temores injustificáveis a respeito do desempenho na masculinidade ou na feminilidade, que propiciam conflitos psicológicos de insegurança, a se refletirem na área correspondente, com prejuízos muito sérios.
Bem canalizado, o medo se transforma em prudência, em equilíbrio, auxiliando a discernir qual o comportamento ético adequado, até o momento em que o amadurecimento emocional o substitui pela consciência responsável.
Confunde-se o pânico com a expressão do medo, quando irrompe acompanhado de sensações físicas: disritmia cardíaca, sudorese, sufocação, colapso periférico produzindo algidez generalizada. Essa sensação de morte com pressão no peito e esvaecimento das energias que aparece subitamente, desencadeada sem aparente motivo, tem outras causas, raízes mais profundas.
Na anamnese do distúrbio de pânico, constata-se o fator genético com alta carga de preponderância e especialmente a presença da noradrenalina no sistema nervoso central. É, portanto, uma disfunção fisiológica. Predomina no sexo feminino, especialmente no período pré-catamenial, o que mostra haver a interferência de hormônios, sendo menor a incidência durante a gravidez.
Sem dúvida, a terapia psiquiátrica faz-se urgente, a fim de que determinadas substâncias químicas sejam administradas ao paciente, restabelecendo-lhe o equilíbrio fisiológico. 
Invariavelmente atinge os indivíduos entre os 20 e os 35 anos, podendo surgir também em outras faixas etárias, desencadeado por fatores psicológicos, requerendo cuidadosa terapia correspondente.
Há, entretanto, síndromes de distúrbio de pânico que fogem ao esquema convencional. Aquelas que têm um componente paranormal, como decorrência de ações espirituais em processos lamentáveis de obsessão.
Agindo psiquicamente sobre a mente da vítima, o ser espiritual estabelece um intercâmbio parasitário, transmitindo-lhe telepaticamente clichês de aterradoras imagens que se vão fixando, até se tornarem cenas vivas, ameaçadoras, encontrando ressonância no inconsciente profundo, onde estão armazenadas as experiências reencarnatórias, que desencadeadas emergem produzindo confusão mental até o momento em que o pânico irrompe, incontrolável, generalizado. Dá-se, nesse momento, a incorporação do invasor do domicílio mental, que passa a controlar a conduta da vítima, que se lhe submete à indução cruel.
Cresce assustadoramente na sociedade atual essa psicopatologia mediúnica, que está requerendo sérios estudos e cuidadosas pesquisas.
A terapia de libertação tem a ver com a transformação moral do paciente, a orientação ao agente e a utilização dos recursos da meditação, da oração, da ação dignificadora e beneficente.
Quando a ingerência psíquica do agressor se faz prolongada, somatiza distúrbios fisiológicos que eliminam noradrenalina no sistema nervoso central do enfermo, requerendo, concomitantemente, a terapia especializada, já referida.
Mediante uma conduta saudável de respeito ao próximo e à vida, o indivíduo precata-se da interferência perniciosa dos seres espirituais perturbadores, adversários de existências passadas, que ainda se comprazem na ação perversa. Esse sítio que promovem, responde por inúmeros fenômenos de sofrimento entre os homens.
Não sendo a morte do soma o aniquilamento da vida, a essência que o vitaliza – o Eu profundo – prossegue com suas conquistas e limitações, grandezas e misérias. Como o intercâmbio decorre das afinidades morais e psíquicas, fácil é constatar-se as ocorrências que se banalizam. 
O medo, portanto, necessita de canalização adequada, e o distúrbio do pânico, examinada a sua gênese, merece os cuidados competentes, sendo passíveis de recuperação ambos os fenômenos  viciosos, a que o indivíduo se adapta, mesmo sofrendo.

Texto de Joanna de Angelis, do livro “Amor, Imbatível Amor” psicografado por Divaldo Franco.

"COLÔNIA ESPIRITUAL É FOTOGRAFADA PELA NASA."


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

“REENCARNAÇÃO DE SUICIDAS”

 O processo reencarnatório é sempre complexo e fruto de minucioso planejamento. Ao tomarmos conhecimento do nascimento de um novo habitante da superfície terrestre devemos ter a consciência do enorme esforço  engendrado não só no plano material, mas também no invisível, para que esse “milagre” seja uma realidade.
As crianças nos demonstram concretamente a confiança de Deus nos seres humanos. Elas são a prova da misericórdia Divina que nos resgata incansavelmente das trevas e suplícios em que nos afogamos repetida e propositadamente.
E, essa mesma misericórdia é a fonte que nos ilumina com a luz morna do dia, que nos invade os olhos infantis curiosos, quando os abrimos pela primeira vez no mundo físico.
Apesar de um longo e penoso trânsito pela erraticidade os espíritos vítimas de si mesmos, geralmente, não têm condições de presidir a construção de um corpo físico saudável durante seu processo reencarnatório.
A disposição integral dos recursos intelectuais e físicos, amealhados preteritamente por aqueles filhos de Deus, pode ser necessária ao completo êxito de sua missão terrena. Por isso, a espiritualidade responsável por esses pacientes se empenha no tratamento das suas mazelas, através da medicina astral, mesmo quando são frutos da imprudência e do orgulho.
Assim, eles poderão chegar um pouco melhores à terra, e então, terão, por sua vez, a magnífica oportunidade de retribuir ao Criador tamanha benção, colaborando com seus contemporâneos em seu progresso como cidadãos.
Uma das causas mais frequentes de debilidade e deformidade do corpo espiritual é a desagregação energética induzida pelo autoextermínio. As lesões do corpo espiritual são ainda mais severas do que aquelas que desvitalizaram o corpo físico. Não atingem apenas o sistema mental do desencarnado, toda a complexa estrutura perispiritual é comprometida.
Sua delicada tessitura é impregnada pelas energias deletérias que causaram, primariamente, o autoextermínio e por aquelas que se originaram dele. Os componentes unitários do tormento com que se deparam os suicidas são: Dores intensas, de teor moral e físico, acrescidas do desespero de se encontrar vivo após a morte, revolvidas com o cimento da culpa.
E sentindo-se servos inúteis reconhecem a justiça de seu tormento imediatamente após o desenlace traumático do corpo físico. Entretanto, a falta de equilíbrio que os caracterizou em vida, os persegue no além túmulo. Crises subintrantes de arrependimento e desespero se sucedem, como se fossem continuar indefinidamente.
Não dispõem de recursos íntimos para atenuarem esse estado de dentro para fora. A prece é impronunciável para eles, sem que entendam o porquê dessa afasia seletiva. É, na realidade, a autopunição que se segue à culpa demolidora.
Querem, e cultivam a dor por ilusão da purificação. Assim o fizeram por milênios e, assim, se conduzem quase que reflexamente.
Interromper esse processo depende de uma fagulha de esperança em seus corações petrificados. Fagulha insignificante, mas perceptível aos benfeitores do além, que nesse momento crítico, de olhar hesitante e frágil voltado para os céus, os acodem e recolhem às instituições caridosas do invisível.
Esse é apenas o primeiro passo em direção á reencarnação libertadora e reconstrutora. Muitos serão necessários.
Os abnegados servidores do cristo que os acolheram, oferecem a eles os medicamentos espirituais mais avançados. Todos eles repletos de um principio ativo que se habituaram a negligenciar em suas numerosas existências físicas pregressas.
É o amor temperado com energias de diferentes ordens, mas também sublimes e retificadoras em sua essência.
Os amigos encarnados atuam expressivamente nesse processo, fornecendo a matéria mais densa para que os cirurgiões do espaço refaçam a delicada anatomia do corpo astral  desses pobres desvalidos.
Suturas, drenagens, condutoplastias, inúmeros procedimentos são executados para a melhor recuperação possível de pacientes tão especiais.

Uma vez que se encontrem anatomicamente recuperados (relativamente) serão guiados aos estudos. Não é um processo rápido. A formação de que necessitam é longa, didática e transformadora.
Nas aterradoras crises de confiança são restabelecidos pela doação de energia salutar dos seus colegas em melhores condições.
Começam a se doar uns aos outros, aos próximos bem próximos. Em um momento socorrem e no seguinte são socorridos. Estão ainda em uma montanha russa íntima. No seu ápice acumulam forças para enfrentarem os vales.
Aos poucos estudam suas existências anteriores e os motivos que os levaram ao desespero. Isso é oferecido a eles de uma forma tal que possam se distanciar o suficiente para que entendam e relembrem da dor, sem serem cegados e confundidos por ela.
Com esse método podem identificar mecanismos de defesa impróprios e padrões de comportamento com tendência à recorrência.
Quando conseguem elaborar, ou melhor, metabolizar seu passado são transferidos às escolas gerais. Necessitam do convívio com todos os outros espíritos. Nesta fase já podem ajudar necessitados de outros matizes.
Trabalham em funções diversas, sempre iniciando pelas mais simples. São felizes por terem a oportunidade de realizar pequenas obras. Não são cobrados para erigirem grandes monumentos, pois para muitos deles o orgulho e o poder foram a passarela condutora à derrocada.
Décadas eles despendem nessas escolas, e o tempo todo, são ajudados, escorados, impulsionados pelo amor dos benfeitores espirituais. Muitos  são pais, mães, filhos de outras épocas.
A maioria, entretanto, são os seus inimigos do passado, já refeitos dos vícios morais mais limitantes, que hoje agradecem a possibilidade de resgatarem seus débitos cármicos no trabalho junto aos, transitoriamente, mais frágeis.
Ao mesmo tempo em que se recuperam auxiliam no progresso de seus educadores.
O treinamento prossegue, posteriormente, em frentes de trabalho mais densas e perigosas, verdadeiros testes de fidelidade em relação aos exércitos do
Cristo. Aprendem a amar o diferente, o ignorante e o demente. Veem nestes irmãos o reflexo de seu passado recente.
A última fase preparatória para a reencarnação dos antigos suicidas é a elaboração do projeto reencarnatório. Por mais que tenham obtido algum grau de recuperação da anatomia de seu corpo espiritual, as lesões que a essa estrutura foram impostas pela autoagressão ainda serão máculas indeléveis no plano espiritual.
Mesmo que sejam imperceptíveis aos olhos dos próprios portadores elas carrearão, necessariamente, ao corpo físico as mensagens de alerta de um passado que não deve ser revivido.
Serão limitações congênitas de graus variáveis, doenças crônicas severas com crises intermitentes e curtos períodos de acalmia. Insuficiências orgânicas diversas e possivelmente múltiplas.
Essas doenças graves os açoitarão, na vida física, relembrando-os dos compromissos assumidos e, também, cumprindo o papel de verdadeiros exaustores biológicos na drenagem das energias perniciosas e densas de uma qualidade tal que apenas podem ser expurgadas no trânsito pela matéria.
O amor vivido em sua plenitude os livrará das dores inúteis. Aquelas necessárias foram discutidas durante a sua preparação pré-encarnatória e devem ser vividas resignadamente, mesmo quando extremamente dolorosas. A luta pela vida é o exercício diário necessário para que desenvolvam os meios de evitarem novas quedas.
Os amigos espirituais os acompanharão em toda a sua existência física, oferecerão o suporte e consolo diante das suas fraquezas. E a cada obstáculo que venham a superar, mais fortes se encontrarão.
Não mais suicidas serão, mas, ex-suicidas, dispostos ao trabalho retificador em prol do seu próprio progresso. Serão, também, luzes nos rodapés dos longos e tortuosos corredores da existência infeliz de seus semelhantes, daqueles ainda cegos à luz redentora do Cristo.
Dra Giselle Fachetti-Blog-Medicina e Espiritualidade.


"CRIANÇA LEMBRA QUE MORREU EM INCÊNDIO NA VIDA PASSADA. EXPLICAÇÃO ESPIRITA."


quinta-feira, 17 de novembro de 2016

“COMPULSÃO ALIMENTAR NA VISÃO ESPIRITA. ”


A alimentação está associada, no psiquismo humano, a todo um conjunto de fatores emocionais que vão além da simples manutenção da vida orgânica. Ao sermos alimentados, nos primeiros anos de nossa existência física, somos também acalentados, em uma permuta de afeto do bebê com aqueles que se caracterizam como seus cuidadores.
Considerando, por sua vez, a compulsão como um ato direcionado por um impulso, que procura descarregar uma ansiedade inconsciente, podemos entender a compulsão alimentar como uma tentativa de solucionar um conflito interno.
Diante de algo que nos incomoda – seja a necessidade de afeto, seja a não aceitação do corpo ou de alguma circunstância vivida ou a não aceitação das próprias dificuldades emocionais por exemplo – através da compulsão alimentar fugimos, procurando algo que nos proporcione prazer momentâneo e postergando o encontro conosco mesmos.
Claro que a partir de uma perspectiva de psicologia espírita, não podemos esquecer o intercâmbio constante com o mundo espiritual, de modo que, afinizados conosco, desencarnados ainda muito ligados ao plano material, desejosos das sensações físicas, estimulam tais comportamentos dos quais pensam se beneficiar, assimilando as sensações dos encarnados.
André Luiz (nos livros “Nosso Lar” e “Missionários da Luz”, psicografados por Chico Xavier) exemplificou bem este fato ao mostrar que muitos desencarnados se compraziam “absorvendo gostosamente as emanações dos pratos fumegantes” de modo que sem a vigilância necessária deixamos à mesa “margem vastíssima à leviandade e à perturbação”. O nobre mentor, contando sobre os primeiros anos que se seguiram à sua desencarnação, diz que fora chamado de suicida no plano espiritual. Amargurado e sem entender, somente depois de certo tempo pode compreender que havia “desperdiçado patrimônios preciosos da experiência física” porque “todo o aparelho gástrico foi destruído à custa de excessos de alimentação e bebidas alcoólicas, aparentemente sem importância”.
Por isso urge nos vigiarmos com relação a todos os excessos a que nos permitimos.

Além das terapias convencionais e espirituais, a autoanálise é sempre de grande auxílio:
1º - procurando identificar os momentos de ansiedade que levam a buscar alimento em dose excessiva ou fora dos horários de alimentação.
2º - tendo identificado, procurando dar-se conta (tornar-se consciente) no próprio momento em que isto ocorre.
3º - tendo percebido no momento, procurando evitar o ato.
E é importante termos muita paciência conosco mesmos, pois toda mudança psíquica se dá gradativamente. Se conseguirmos identificar o conflito de que fugimos, tendo-o por etapa do nosso processo evolutivo (e não como “algo horrível, doentio e proibido”) nos colocamos na posição responsável daquele que luta para superar as próprias dificuldades.

FONTE: Psicologia Espírita.

"MÉDIUNS EXPLICAM PROCESSOS DE DESENCARNE-DESLIGAMENTO PASSO A PASSO."!


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

“A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL. ” COMO É A ALIMENTAÇÃO DOS DESENCARNADOS. ”?

Como é a alimentação das pessoas desencarnadas (ou seja, que habitam a dimensão vibratória conhecida como “mundo espiritual”)? E qual o sistema fisiológico do nosso corpo espiritual (veículo físico utilizado na outra dimensão)?*
André Luiz explica a forma de alimentação dos desencarnados e a suas consequências fisiológicas no livro “Evolução em Dois Mundos”, p. 211/212, 25ª edição):
“Abandonado o envoltório físico na desencarnação, se o psicossoma está profundamente arraigado às sensações terrestres, sobrevém ao Espírito a necessidade inquietante de prosseguir atrelado ao mundo biológico que lhe é familiar, e, quando não a supera ao preço do próprio esforço, no autor reajustamento, provoca os fenômenos da simbiose psíquica, que o levam a conviver, temporariamente, no halo vital daqueles encarnados com os quais se afine, quando não promove a obsessão espetacular.
Na maioria das vezes, os desencarnados em crise dessa ordem são conduzidos pelos agentes da Bondade Divina aos centros de reeducação do plano espiritual, onde encontram alimentação semelhante à da terra, porém fluídica, recebendo-a em porções adequadas até que se adaptem aos sistemas de sustentação da esfera superior, em cujos círculos a tomada de substância é tanto menor e tanto mais leve quanto maior se evidencie o enobrecimento da alma, porquanto, pela difusão cutânea, o corpo espiritual, através de sua extrema porosidade, nutre-se de produtos sutilizados ou sínteses quimio-eletromagnéticas, hauridas no reservatório da Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com que os seres se sustentam entre si.
Essa alimentação psíquica, por intermédio das projeções magnéticas trocadas entre aqueles que se amam, é muito mais importante que o nutricionista do mundo possa imaginar, de vez que, por ela, se origina a ideal euforia orgânica e mental da personalidade. Daí porque toda criatura tem necessidade de amar e receber amor para que se lhe mantenha o equilíbrio geral.
De qualquer modo, porém, o corpo espiritual com alguma provisão de substância específica ou simplesmente sem ela, quando já consiga valer-se apenas da difusão cutânea para refazer seus potenciais energéticos, conta com os processos da assimilação e da desassimilação dos recursos que lhe são peculiares, não prescindindo do trabalho de exsudação dos resíduos, pela epiderme ou pelos emunctórios normais, compreendendo-se, no entanto, que pela harmonia de nível, nas operações nutritivas, e pela essencialização dos elementos absorvidos, não existem para o veículo psicossomático determinados excessos e inconveniências dos sólidos e líquidos da excreta comum”.
Dessa explicação de André Luiz, podemos concluir alguns pontos a respeito da alimentação daqueles que habitam a dimensão vibratória “Mundo Espiritual”:
I – Conforme a mente esteja viciada na alimentação grosseira desta dimensão (a nossa), ao desencarnar, naturalmente a pessoa possuirá a necessidade de uma alimentação parecida. Nesse caso, se a pessoa não foi beneficiada com uma desencarnação assistida, ficará, em regra, próximo aos seus afins encarnados, absorvendo as vibrações emanadas da alimentação deles, até que um dia receba alguma espécie de socorro espiritual, do contrário passará anos e poderá até desenvolver quadro de obsessão.

Porém, se a desencarnação foi assistida por amigos espirituais (e isso ocorre quando há méritos, méritos adquiridos na prática do bem/caridade), a pessoa será levada a um Hospital (ou instituto similar) na outra dimensão, onde receberá ajuda necessária. Caso, a pessoa ainda esteja “viciada” na alimentação grosseira, ela receberá preparados que imitam a sensação da alimentação terrena.
No livro “Senhores da Escuridão”, de Robson Pinheiro, espírito Ângelo Inácio, há a explicação de que há preparados que imitam até mesmo o sabor da carne animal.
Porém, esta alimentação mais pesada vibracionalmente somente ocorre nas faixas vibratórias mais densas do “Mundo Espiritual”. Ou seja, para ascender para faixas vibratórias mais sutis, torna-se necessário depurar também a alimentação.
II – Há locais apropriados para ajudar na adaptação alimentar, auxiliando na transição da alimentação mais grosseira para a mais sutil.
III – Todo pensamento emite vibrações e estas vibrações também são formas de alimentação. Disso resulta que nosso corpo espiritual absorve as vibrações afins, fato que ocorre inclusive quando estamos encarnados repercutindo nos corpo físico .
IV – Da mesma forma que aqui, lá também há a necessidade de expelir os excessos de alimentos não absorvidos pelo corpo espiritual (veículo físico da dimensão vibratória “mundo espiritual”).
Ocorre que, quanto mais sutil for a alimentação, mais sutil e diferente será a forma de expelir esses excesso (dispensando, conforme o nível atingido, os procedimentos adotados por nós). O que, via contrária, leva-nos ao fato de que aqueles desencarnados que se alimentam das comidas densas (preparados que imitam a alimentação dos encarnados), possuirão as necessidades fisiológicas iguais às nossas, os encarnados.
Autor: Breno Costa


terça-feira, 15 de novembro de 2016

“MATERIALIZAÇÃO DE ESPÍRITOS”

Fenômeno mediúnico de efeitos físicos:

As ações desenvolvidas pelos efeitos dessa mediunidade afetam o ambiente material e, por isso, são denominados de efeitos físicos. Os fenômenos de efeitos físicos resultam da ação dos espíritos sobre os fluidos até chegar a produzir resultados perceptíveis no mundo material. Os efeitos dessa mediunidade são percebidos por qualquer pessoa que os possa presenciar.
O efeito físico é o resultado da combinação dos fluidos do espírito, do o ectoplasma do médium e os fluidos do ambiente. Com esses três elementos o espírito gera o fenômeno, o anima e controla pelo pensamento.
Fluidos:
André Luiz, no livro Domínios da Mediunidade, afirma que o fluido é um material leve e plástico, necessário para a materialização. Podemos dividi-lo em três elementos essenciais: fluidos A, representando as forças superiores e sutis da esfera espiritual (são, geralmente, os mais puros); fluidos B, nascidos da atuação dos companheiros encarnados e, muito notadamente, do médium; e fluidos C, constituindo energias tomadas à Natureza terrestre (são os mais dóceis).
Os Espíritos agem sobre os fluidos, intencionalmente ou não, conforme o esclarecimento e a evolução.
As formações fluídicas são geradas pelo pensamento e dependem da capacidade de cada um ter mais ou menos potencialidade de criar formas através da manipulação de fluidos.
Podem aglomerar, dirigir, modificar e até combinar entre si para obter resultados ou conferir-lhes propriedades.
É assim que, no campo espiritual, as “coisas” são plasmadas (formadas).

Materialização (ou Ectoplasmia):
Fenômeno pelo qual os espíritos constroem algo material (objeto ou corpo) a partir da manipulação do ectoplasma, em combinação com os fluidos do ambiente e do espírito.
Para que o fenômeno de materialização de espíritos aconteça, é necessário a presença do médium de efeitos físicos e a presença de um componente especial denominado de ectoplasma.
Chama-se de médium de efeito físico aquele que tem a faculdade que permite ceder ectoplasma em quantidade suficiente para possibilitar aos espíritos o seu uso em combinação com outros fluidos (os do espírito e do ambiente), visando produzir ações e resultados sobre o mundo material.

O Ectoplasma:
O ectoplasma é uma substância que se acredita que seja força nervosa e tem propriedades de interagir com o mundo físico. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade, servindo de alavanca para interagir os planos físicos e espiritual. Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis. 
É uma substância delicadíssima, que se situa entre o perispírito e o corpo físico, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza.
Pode ser usado pelo ser humano para liberá-lo, produzindo vários fenômenos. É de difícil manipulação, exige treinamento e técnicas para que os espíritos possam se utilizar desse fluido.
O médium em transe fornece o ectoplasma necessário para o fenômeno. O ectoplasma flui para fora do corpo do médium pelos orifícios naturais do organismo humano. Os espíritos combinam este ectoplasma com os fluidos retirados do ambiente (plantas, animais etc) e moldam as formas e os corpos desejados.
No processo de materialização, o corpo físico do médium, prostrado, sob o domínio dos técnicos do plano espiritual, expele o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geléia viscosa e semiliquida, através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais - particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos - com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos.
Durante o fenômeno o médium apresenta sensível perda de peso (matéria) e sensações de frio. É desgastante e requer muito cuidado para que a experiência não afete a saúde do médium. Deve ser realizado em um ambiente escuro (a luz afeta o ectoplasma) e tranquilo, e não deve-se tocar no médium durante o transe.
Ao final da manifestação o corpo ou objeto materializado se dissolve e os seus elementos retornam aos corpos de origem.
Fonte: Espiritas na Net.

Sugestão de livros que tratam sobre ectoplasma e materialização:
Análise das Coisas - Paul Gibier
A alma é Imortal- Gabriel Delane
Mediunidade - J. Herculano Pires
Libertação - André Luiz / Chico Xavier
Pensamento e Vontade - Ernesto Bozzano
Parapsicologia Hoje e Amanhã - J. Herculano Pires
Curso Dinâmico de Espiritismo - J. Herculano Pires
Domínios da Mediunidade - André Luiz / Chico Xavier
Evolução em Dois Mundos - André Luiz / Chico Xavier

Espirito, Perispírito e Alma - Hernani Guimarães Andrade

"NO MOTEL EXISTE PROTEÇÃO CONTRA OS ESPÍRITOS ZOMBETEIROS."


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

“ANTES DE REENCARNAR ESCOLHEMOS AS PROVAS QUE VAMOS PASSAR NO MUNDO FÍSICO? ”

No estado errante, antes de nova existência corpórea, o Espírito tem consciência e previsão do que lhe vai acontecer durante a vida?
— Ele mesmo escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio.
     Não é Deus quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo?
— Nada acontece sem a permissão de Deus, porque foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem, o Universo. Perguntareis agora por que ele fez tal lei em vez de tal outra! Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade dos seus atos e das suas consequências; nada lhe estorva o futuro; o caminho do bem está à sua frente, como o do mal. Mas se sucumbir, ainda lhe resta uma consolação, a de que nem tudo se acabou para ele, pois Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi malfeito. É necessário distinguir o que é obra da vontade de Deus e o que é da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós que o criastes, mas Deus; tivestes, porém, a vontade de vos expordes a ele, porque o considerastes um meio de adiantamento; e Deus o permitiu.
     Se o Espírito escolhe o gênero de provas que deve sofrer, todas as tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós?
— Todas, não, pois não se pode dizer que escolhestes e previstes tudo o que vos acontece no mundo, até as menores coisas. Escolhestes o gênero de provas; os detalhes são consequências da posição escolhida, e frequentemente de vossas próprias ações. Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por exemplo, já sabia a que deslizes se expunha, mas não conhecia cada um dos atos que praticaria; esses atos são produtos de sua vontade ou do seu livre-arbítrio. O Espírito sabe que, escolhendo esse caminho, terá de passar por esse gênero de lutas; e sabe de que natureza são as vicissitudes que irá encontrar; mas não sabe quais os acontecimentos que o aguardam. Os detalhes nascem das circunstâncias e da força das coisas. Só os grandes acontecimentos, aqueles que influem no destino, estão previstos. Se tomas um caminho cheio de desvios, sabes que deves ter muitas precauções, porque corres o perigo de cair, mas não sabes quando cairás, e pode ser que nem caias, se fores bastante prudente. Se, ao passar pela rua, uma telha te cair na cabeça, não penses que estava escrito, como vulgarmente se diz.
    Como o Espírito pode querer nascer entre gente de má vida?
— E necessário ser enviado ao meio em que possa sofrera prova pedida. Pois bem, o semelhante atrai o semelhante, e para lutar contra o instinto do bandido é preciso que ele se encontre entre gente dessa espécie.
     Se não houvesse gente de má vida na Terra, o Espírito não poderia encontrar nela o meio necessário a certas provas?
— E deveríamos lamentar isso ? É o que acontece nos mundos superiores, onde o mal não tem acesso. É por isso que neles só existem bons Espíritos. Fazei que o mesmo aconteça, bem logo, em vossa Terra. 
      O Espírito, nas provas que deve sofrer para chegar à perfeição, terá de experimentar todos os gêneros de tentações? Deverá passar por todas as circunstâncias que possam provocar-lhe o orgulho, o ciúme, a avareza, a sensualidade etc.?
— Certamente não, pois sabeis que há os que tomam desde o princípio um caminho que os afasta de muitas provas. Mas aquele que se deixa levar pelo mau caminho, corre todos os perigos do mesmo. Um Espírito pode pedir a riqueza e esta lhe será dada; então, segundo o seu caráter, poderá tornar-se avarento ou pródigo, egoísta ou generoso, ou ainda entregar-se a todos os prazeres da sensualidade. Mas isso não quer dizer que ele devia passar forçosamente por todas essas tendências.
    Como pode o Espírito que, em sua origem, é simples, ignorante e sem experiência escolher uma existência com conhecimento de causa e ser responsável pela sua escolha?
— Deus supre a sua inexperiência, travando-lhe o caminho que deve seguir, como fazes com uma criança desde o berço. Mas deixa-lhe pouco a pouco a liberdade de escolher, à medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve. E então que ele muitas vezes se extravia, tomando o mau caminho, por não ouvir os conselhos dos bons Espíritos. É a isso que podemos chamar a queda do homem.
Quando o Espírito goza do seu livre-arbítrio, a escolha da existência corpórea depende sempre exclusivamente da sua vontade ou essa existência pode lhe ser imposta pela vontade de Deus, como expiação?
– Deus sabe esperar: não precipita a expiação. Entretanto, pode impor certa existência a um Espírito, quando este, por sua inferioridade ou má vontade, não está apto a compreender o que lhe seria mais proveitoso, e quando vê que essa existência pode servir para a sua purificação, o seu adiantamento, e ao mesmo tempo servir-lhe de expiação.
     O Espírito faz a escolha imediatamente após a morte?
– Não, pois muitos creem na eternidade das penas e, como já vos foi dito, isso é um castigo.
O que orienta o Espírito na escolha das provas?
– Ele escolhe as que podem servir de expiação, segundo a natureza de suas faltas, e fazê-lo adiantar mais rapidamente. Uns podem impor-se uma vida de misérias e provações para tentar suportá-la com coragem outros querem experimentar as tentações da fortuna e do poder, bem mais perigosas pelo abuso e o mau emprego que se lhes pode dar e pelas más paixões que desenvolvem; outros, enfim, querem ser provados nas lutas que terão de sustentar no contato com o vício.
     Se alguns dos Espíritos escolhem o contato com o vício como prova, há os que o escolhem por simpatia e pelo desejo de viver num meio adequado aos seus gostos, ou para poderem entregar-se livremente às suas inclinações materiais?
— Há, por certo, mas só entre aqueles cujo senso moral é ainda pouco desenvolvido; a prova decorre disso, e eles a sofrem por tempo mais longo Cedo ou tarde, compreenderão que a satisfação das paixões brutais tem para eles consequências deploráveis, que terão de sofrer durante um tempo que lhes parecerá eterno. Deus poderá deixá-los nesse estado até que eles tenham compreendido suas faltas, pedindo por si mesmos o meio de resgatá-las em provas proveitosas.
      Não parece natural que os Espíritos escolham as provas menos penosas?
– Para vós, sim; para o Espírito, não. Quando ele está liberto da matéria, cessa a ilusão, e a sua maneira de pensar é diferente 
    O homem, submetido na Terra à influência das ideias carnais, só vê nas suas provas o lado penoso. É por isso que lhe parece natural escolher as que, do seu ponto de vista, podem subsistir com os prazeres materiais. Mas na vida espiritual ele compara os prazeres fugitivos e grosseiros com a felicidade inalterável que entrevê, e então, que lhe importam alguns sofrimentos passageiros? O Espírito pode escolher a prova mais rude, e em consequência a existência mais penosa, com a esperança de chegar mais depressa a um estado melhor, como o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável, para se curar mais rapidamente. Aquele que deseja ligar o seu nome à descoberta de um país desconhecido, não escolhe um caminho coberto de flores, pois sabe os perigos que corre, mas sabe também a glória que o espera, se for feliz.
    A doutrina da liberdade de escolha das nossas existências e das provas que devemos sofrer deixa de parecer extraordinária, quando se considera que os Espíritos, libertos da matéria, apreciam as coisas de maneira diferente da nossa. Eles anteveem o fim, e esse fim lhes parece muito mais importante que os prazeres fugidios do mundo. Depois de cada existência, veem o progresso que fizeram e compreendem quanto ainda lhes falta em pureza, para o atingirem. Eis porque se submetem voluntariamente a todas as vicissitudes da vida corpórea, pedindo eles mesmos aquelas que podem fazê-los chegar mais depressa. Não há, pois, motivo para nos admirarmos de que o Espírito não dê preferência à existência mais suave. No seu estado de imperfeição, ele não pode desfrutar a vida sem amarguras, que apenas entrevê. E é para atingi-la que procura melhorar-se.
    Não vemos diariamente exemplos de coisas parecidas? O homem que trabalha uma parte de sua vida, sem tréguas nem descanso, a fim de ajuntar o necessário para o seu bem-estar. não desempenha uma tarefa que se impôs, com vistas a um futuro melhor? O militar que se oferece para uma missão perigosa, o viajante que não enfrenta menores perigos, no interesse da Ciência ou de sua própria fortuna, não se submetem a provas voluntárias, que devem proporcionar-lhes honra e proveito, se as vencerem? A que o homem não se submete e não se expõe, pelo seu interesse ou pela sua glória? Todos os concursos não são provas voluntárias para melhorar na carreira escolhida? Não se chega a nenhuma posição social de elevada importância, nas ciências, nas artes, na indústria, sem passar pela série de posições inferiores, que são outras tantas provas.
   A vida humana é, assim, o decalque da vida espiritual. Nela encontramos, em menor escala, todas as peripécias daquela. Se na vida terrena escolhemos muitas vezes as provas mais difíceis, com vistas a um fim mais elevado, por que o Espírito, que vê mais longe, e para quem a vida do corpo é apenas um incidente fugaz, não escolherá uma existência penosa e laboriosa, se ela o deve conduzir a uma felicidade eterna? Aqueles que dizem que, se pudessem escolher a sua existência, teriam pedido a de príncipes ou milionários, são como os míopes que não veem o que tocam, ou como as crianças gulosas, que respondem, quando perguntamos que profissão preferem: pasteleiros ou confeiteiros.
    Da mesma maneira, o viajante, no fundo de um vale nevoento, não vê a extensão nem os pontos extremos da sua rota; mas, chegando ao cume da montanha, seu olhar abrange o caminho percorrido e o que falta percorrer, vê o final de sua viagem, os obstáculos que ainda tem de vencer, e pode então escolher com mais segurança os meios de o atingir. O Espírito encarnado é como o viajante no fundo do vale; desembaraçado dos liames terrestres, é como o que atingiu o cume. Para o viajante, o fim é o repouso após a fadiga; para o Espírito, é a felicidade suprema, após as tribulações e as provas.
     Todos os Espíritos dizem que, no estado errante, buscam, estudam, observam, para fazerem suas escolhas. Não temos um exemplo disso na vida corpórea? Não buscamos muitas vezes, através dos anos, a carreira que livremente acabamos por escolher, porque a achamos a mais apropriada aos nossos objetivos? Se fracassamos numa, procuramos outra. Cada carreira que abraçamos é uma fase, um período da vida. Não empregamos cada dia em escolher o que faremos no outro? Ora, o que são as diferentes existências corpóreas para o Espírito, senão fases, períodos, dias da sua vida espírita que. como sabemos, é a vida normal, não sendo a vida corpórea mais do que transitória, passageira?
   O Espírito poderia fazer a sua escolha durante a vida corporal?
— Seu desejo pode ter influência. Isso depende da intenção. Mas, no estado de Espírito, frequentemente vê as coisas de maneira diferente. É o Espírito quem faz a escolha. Mas, ainda assim, ele pode fazê-la nesta vida material, porque o Espírito tem sempre os momentos em que se liberta da matéria.
Muitas pessoas desejam grandezas e riquezas, mas não o será, por certo, como expiação nem como prova?
— Sem duvida; a matéria deseja essa grandeza, para gozá-la, e o Espírito a deseja, para conhecer-lhe as vicissitudes.
Até que chegue ao estado de perfeita pureza, o Espírito tem de passar constantemente por provas?
— Sim, mas elas não são como as entendeis. Chamais provas às tribulações materiais; ora, o Espírito, chegando a um certo grau, mesmo sem ser perfeito, não tem mais nada a sofrer. Mas tem sempre deveres que o ajudam a se aperfeiçoar, e que não são penosas para ele, a não ser os de ajudar os outros a se aperfeiçoarem.
O Espírito pode enganar-se, quanto à eficácia da prova que escolher?
— Pode escolher uma que esteja acima de suas forças, e então sucumbe. Pode também escolher uma que não lhe dê proveito algum, como um gênero de vida ocioso e inútil. Mas, nesse caso, voltando ao mundo dos Espíritos, percebe que nada ganhou, e pede para recuperar o tempo perdido.
Ao que se devem as vocações de certas pessoas e sua vontade de seguir uma carreira em vez de outra?
– Parece-me que podeis responder por vós mesmos a esta questão. Não é a consequência de tudo o que dissemos sobre a escolha das provas sobre o progresso realizado numa existência anterior?
Quando o Espírito estuda, na erraticidade, as diversas condições em que poderá progredir, como julga poder fazê-lo, se nascer entre canibais?
— Não são os Espíritos já adiantados que nascem entre os canibais, mas os Espíritos da mesma natureza dos canibais, ou que lhes são inferiores.
     Sabemos que os nossos antropófagos não estão no último grau da escala, e que há mundos onde o embrutecimento e a ferocidade ultrapassam tudo o que existe na Terra. Esses Espíritos são, portanto, ainda inferiores aos mais inferiores do nosso mundo, e vir para o meio dos nossos selvagens é para eles um progresso, como seria um progresso para os nossos antropófagos exercer entre nós uma profissão que não os obrigasse a derramar sangue. Se eles não visam a mais alto, é porque a sua inferioridade moral não lhes permite compreender um progresso mais completo. O Espírito não pode avançar senão gradualmente; não pode transpor de um salto a distância que separa a barbárie da civilização. E está nisso uma necessidade da reencarnação. que se mostra verdadeiramente de acordo com a justiça de Deus. De outra maneira, em que se transformariam esses milhões de seres que morrem diariamente no último estado de degradação, se não tivessem meios de se elevar? Por que Deus os teria deserdado dos favores concedidos aos demais?
Os Espíritos procedentes de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os canibais, poderiam nascer entre os povos civilizados?
— Sim, há os que se extraviam ao quererem subir muito alto, mas ficam deslocados entre vós, porque têm hábitos e instintos que se chocam com os vossos.
Esses seres nos dão o triste espetáculo da ferocidade em meio da civilização. Retornando para o meio dos canibais, isso não será um retrocesso, pois não farão mais do que retomar o seu lugar e talvez ainda com proveito.
Um homem pertencente a uma raça civilizada poderia, por expiação, reencarnar-se num raça selvagem?
— Sim, mas isso depende do gênero da expiação. Um senhor que tenha sido duro para os seus escravos poderá tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a outrem. Aquele que mandou numa época, pode, em outra existência, obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. É uma expiação, se ele abusou do poder, e Deus pode determiná-la. Um bom Espírito pode, para os fazer avançar, escolher uma vida de influência entre esses povos. Então se trata de uma missão.


FONTE: O livro dos Espíritos. Allan Kardec

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...