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sábado, 7 de janeiro de 2017
“MEDIUNIDADE GRATUITA”
Os médiuns modernos, — pois os apóstolos também tinham mediunidade, — receberam igualmente de Deus um dom gratuito, que é o de serem intérpretes dos Espíritos, para instruírem os homens, para lhes ensinarem o caminho do bem e levá-los à fé, e não para lhes venderem palavras que não lhes pertencem, pois que não se originam nas suas ideias, nem nas suas pesquisas, nem em qualquer outra espécie de seu trabalho pessoal. Deus deseja que a luz atinja a todos, e não que o mais pobre seja deserdado e possa dizer: Não tenho fé, porque não pude pagar; não tive a consolação de receber o estímulo e o testemunho de afeição daqueles por quem choro, pois sou pobre. Eis porque a mediunidade não é um privilégio, e se encontra por toda parte. Fazê-la pagar, seria portanto desviá-la de sua finalidade providencial.
Qualquer pessoa que conheça as condições em que os bons Espíritos se comunicam, sua repulsa a todas as formas de interesse egoísta, e saiba como pouca coisa basta para afastá-los, jamais poderá admitir que Espíritos Superiores estejam à disposição do primeiro que os convocar a tanto por sessão. O simples bom senso repele semelhante coisa. Não seria ainda uma profanação, evocar por dinheiro os seres que respeitamos ou que nos são caros? Não há dúvida que podemos obter manifestações dessa maneira, mas quem poderia garantir-lhes a sinceridade? Os Espíritos levianos, mentirosos e espertos, e toda a turba de Espíritos inferiores, muito pouco escrupulosos, atendem sempre a esses chamados, e estão prontos a responder ao que lhes perguntarem, sem qualquer preocupação com a verdade. Aquele, pois, que deseja comunicações sérias, deve primeiro procurá-las com seriedade, esclarecendo-se quanto à natureza das ligações do médium com os seres do mundo espiritual. Ora, a primeira condição para se conseguir a boa vontade dos bons Espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação: o mais absoluto desinteresse moral e material.
Ao lado da questão moral, apresenta-se uma consideração de ordem positiva, não menos importante, que se refere à própria natureza da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não será jamais uma profissão, não somente porque isso a desacreditaria no plano moral, colocando os médiuns na mesma posição dos ledores da sorte, mas porque existe ainda uma dificuldade material para isso: é que se trata de uma faculdade essencialmente instável, fugida, variável, com a qual ninguém pode contar na certa. Ela seria, portanto, para o seu explorador, um campo inteiramente incerto, que poderia escapar-lhe no momento mais necessário. Bem diversa é uma capacidade adquirida pelo estudo e pelo trabalho, e que, por isso mesmo, torna-se uma verdadeira propriedade, da qual é naturalmente lícito tirar proveito. A mediunidade, porém, não é nem uma arte nem uma habilidade, e por isso não pode ser profissionalizada. Ela só existe graças ao concurso dos Espíritos; se estes faltarem, não há mediunidade, pois embora a aptidão possa subsistir, o exercício se torna impossível. Não há, portanto, um único médium no mundo, que possa garantir a obtenção de um fenômeno espírita em determinado momento. Explorar a mediunidade, como se vê, é querer dispor de uma coisa que realmente não se possui. Afirmar o contrário é enganar os que pagam. Mas há mais, porque não é de si mesmo, que se dispõe, e sim dos Espíritos, das almas dos mortos, cujo concurso é posto à venda. Este pensamento repugna instintivamente. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, a credulidade e a superstição, que provocou a proibição de Moisés. O Espiritismo moderno, compreendendo o aspecto sério do assunto, lançou o descrédito sobre essa exploração, e elevou a mediunidade à categoria de missão. (Ver Livro dos Médiuns, cap. XXVIII, e Céu e Inferno, cap. XII).
A mediunidade é uma coisa sagrada, que deve ser praticada santamente, religiosamente. E se há uma espécie de mediunidade que requer esta condição de maneira ainda mais absoluta, é a mediunidade curadora. O médico oferece o resultado dos seus estudos, feitos ao peso de sacrifícios geralmente penosos; o magnetizador, o seu próprio fluído, e frequentemente a sua própria saúde: eles podem estipular um preço para isso. O médium curador transmite o fluído salutar dos bons Espíritos, e não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os Apóstolos, embora pobres, não cobravam as curas que operavam.
Que aquele, pois, que não tem do que viver, procure outros recursos que não os da mediunidade; e que não lhe consagre, se necessário, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos levarão em conta o seu devotamento e os seus sacrifícios, enquanto se afastarão dos que pretendem fazer da mediunidade um meio de subir na vida.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
"ALMAS ENAMORADAS. ”
Geralmente,
é na juventude do corpo que temos despertado o interesse em buscar o sexo
oposto para compartilhar dos nossos sonhos.
Quando
encontramos a alma eleita, o coração parece bater na garganta e ficamos sem
ação. Elaboramos frases perfeitas para causar o impacto desejado, a fim de não
sermos rejeitados.
Então, tudo
começa. O namoro é o doce encantamento.
Logo
começamos a pensar em consolidar a união e nos preparamos para o casamento.
Temos a
convicção de que seremos eternamente felizes. Nada nos impedirá de realizar os
sonhos acalentados na intimidade.
Durante a
fase do namoro é como se estivéssemos no cais observando o mar calmo que nos
aguarda, e nos decidimos por adentrar na embarcação do casamento.
A embarcação
se afasta lentamente do cais e os primeiros momentos são de extrema alegria.
São os minutos mais agradáveis. Tudo é novidade.
Mas, como no
casamento de hoje observa-se a presença do ontem, representada por almas que se
amam ou se detestam, nem sempre o suave encantamento é duradouro.
Tão logo os
cônjuges deixem cair as máscaras afiveladas com o intuito de conquistar a alma
eleita, a convivência torna-se mais amarga.
Isso
acontece por estarem juntos Espíritos que ainda não se amam verdadeiramente,
que é o caso da grande maioria das uniões em nosso planeta.
Assim sendo,
tão logo a embarcação adentra o alto mar, e os cônjuges começam a enfrentar as
tempestades, o primeiro impulso é de voltar ao cais. Mas ele já está muito
distante...
O segundo
impulso é o de pular da embarcação. E é o que muitos fazem.
E, como um
dos esposos, ou os dois, têm seus sonhos desfeitos, logo começam a imaginar que
a alma gêmea está se constituindo em algema e desejam ardentemente libertar-se.
E o que
geralmente fazem é buscar outra pessoa que possa atender suas carências.
Esquecem-se
dos primeiros momentos do namoro, em que tudo era felicidade, e buscam outras
experiências.
Alguns se
atiram aos primeiros braços que encontram à disposição, para logo mais,
sentirem novamente o sabor amargo da decepção.
Tentam outra
e outra mais, e nunca acham alguém que consolide seus anseios de felicidade.
Conseguem somente infelicitar e infelicitar-se, na busca de algo que não
encontram.
Se a pessoa
com quem nos casamos não é bem o que esperávamos, lembremo-nos de que, se a
escolha foi feita pelo coração, sem outro interesse qualquer, é com essa pessoa
que precisamos conviver para aparar arestas.
Lembremo-nos
de que na Terra não há ninguém perfeito, e que nossa busca por esse alguém será
em vão.
E se
houvesse alguém perfeito, esse alguém estaria buscando alguém também perfeito
que, certamente, não seríamos nós.
Os
casamentos são programados antes do berço.
Assim, temos
o cônjuge que merecemos e o melhor que as Leis Divinas estabeleceram para nós.
Dessa forma,
busquemos amar intensamente a pessoa com quem dividimos o lar, pois só assim
conseguiremos alcançar a felicidade que tanto almejamos.
Redação do
Momento Espírita.
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