Seguidores

sábado, 15 de abril de 2017

“COMO SABER SE UMA PESSOA DESENCARNADA ESTÁ BEM OU MAL NO PLANO ESPIRITUAL? ”

Para responder essa pergunta é preciso esclarecer que não existe “estar bem” ou “estar mal” no plano espiritual. O estado positivo ou negativo nos planos imateriais é um reflexo da natureza de uma alma e do seu estado de elevação e libertação. No plano físico a ideia de estar bem ou estar mal faz sentido.
Reconhecemos que estar bem é estar devidamente servido em quesitos básicos de sobrevivência, como ter estabilidade material, dinheiro, conforto, fazer o que gosta, ter saúde física e mental, ter nossas necessidades supridas e estar satisfeito com a vida que se leva. Todas essas são condições físicas que nos sustentam materialmente, nos dão conforto e estabilidade para vivermos nossa vida. No entanto, no plano incorpóreo, não existem condições externas que dão suporte ao espírito.
Ao atravessar o limiar da vida e da morte, a alma perde todos os alicerces externos e passa a ser exatamente aquilo que ela é. Sua natureza interna aparece com toda a clareza e ela passa a manifestar aquilo que estava oculto. No plano físico existem muitas formas de uma pessoa dissimular seu interior.
Um homem arrogante pode fingir ser humilde; um homem egoísta pode fingir ser muito caridoso e doar grandes somas em dinheiro para instituições; um homem pode fingir honestidade e ser ladrão e mentiroso; pode também fingir felicidade diante de todos, mas sentir-se profundamente infeliz.
Podemos enganar outras pessoas quando estamos no mundo, mas jamais podemos mascarar qualquer coisa e ludibriar alguém após a morte. No plano espiritual ninguém pode dissimular nada: as almas manifestam com total limpidez aquilo que são. Por isso, a pergunta que se faz sobre a alma estar bem ou mal no plano espiritual não faz sentido. O espírito se encontrará bem se ele for bom, e se encontrará mal se ele for mau. Ele será luz se existir luz em si, e será escuridão caso seu interior seja obscuro. Ele estará bem se for uma alma pura, e estará em sofrimento se for uma alma atormentada. A alma expressará exatamente aquilo que ela é e o que plantou em suas múltiplas existências terrenas.
Após a morte, a alma não pode jamais sentir-se bem se não tem esse bem dentro de si. Nos termos da Psicologia, podemos dizer que o inconsciente e o consciente passam a ser um só, não havendo mais divisão entre ambos. Por esse motivo, ao chegarem no plano espiritual e sentirem exatamente como são, as almas anseiam pela reencarnação para que possam se purificar e aprender. Esse inclusive é um estímulo muito importante para que a alma manifeste seu intento de retornar e refazer sua vida, para que possa se depurar e eliminar todas as impurezas do seu ser.
Diante dessas explicações, aqueles que desejam saber como está seu ente querido ou amigo após a morte, basta que se lembrem de como ele foi em vida, que tipo de pessoa ele era e qual o grau de pureza, simplicidade e desprendimento de sua alma.

(Hugo Lapa)

sexta-feira, 14 de abril de 2017

"QUEM FORAM OS ESPÍRITOS QUE HOJE FOGEM DA SÍRIA E OS QUE ATUALMENTE HABITAM O HAITI?"


“EXISTEM ANIMAIS NO MUNDO ESPIRITUAL? ”

Há muitas coisas no Universo que não se explicam, são ainda incompreensíveis para nós, porém podemos percebê-las.
Acreditando na reencarnação, que o mundo não se acaba nesta vida, acredito da mesma forma que os animais também partem daqui para o mundo espiritual, para seu progresso.
Posso não entender os mecanismos, mas sei que alguns animais reencarnam imediatamente, voltando ou não para a proximidade daqueles a quem amou. Partem em novas jornadas na Terra, por vezes convivendo com pessoas evoluídas, às vezes tendo de sofrer e ensinar lições de resignação e tolerância. Ainda há aqueles que são menos evoluídos e demonstram alguma distonia quanto ao comportamento e desequilíbrio suas relações.
Frequentemente, videntes conseguem visualizar próximo ao médium os mais diversos animais, como cães, gatos, acompanhando seus trabalhos. E nos terreiros de Umbanda, são percebidos junto aos caboclos águias, lobos, tigres e panteras, trabalhando na proteção e no patrulhamento.
Não se trata de licantropia (espíritos humanos que retrocedem e adquirem forma animal), são realmente espíritos de animais que de alguma maneira evoluíram e compreendem sua tarefa de lutar contra as trevas, penetrando os portais de regiões lúgubres, localizando junto aos espíritos guardiões aqueles que precisam ser resgatados.
Estão junto aos tarefeiros nos seus trabalhos, no seu dia a dia, sempre avançando na frente, sempre protegendo a retaguarda, dando a visão ampliada quando é um espírito de águia por exemplo, sempre emprestando a força e agilidade quando é um tigre ou uma pantera, a coragem e a perspicácia quando é um lobo. Acredite quem quiser, mas em contato com alguns médiuns, tenho certeza que estes relatos são reais, trabalhando com caboclos daqui, caboclos do hemisfério norte, espíritos do Oriente.
Comprovações através da literatura espírita:
L. dos Espíritos – Pergunta 600 – “A alma do animal depois da morte é classificado pelos espíritos a quem incumbe essa tarefa e é utilizado quase imediatamente.”
L. dos Médiuns – Pergunta 283 – “Depois da morte do animal o principio inteligente que nele havia se acha em estado latente e é logo utilizado, por Espíritos incumbidos disso, para animar novos seres, em os quais continua a obra de sua elaboração, assim , no mundo dos espíritos não há errantes Espíritos de animais, porem unicamente Espíritos humanos.”
Nosso Lar – André Luiz – ”Aves de plumagens policromas cruzavam os ares e de quando em quando pousavam agrupadas nas torres muitas alvas…”
“Os cães são auxiliares preciosos nas regiões escuras do Umbral”
“Animais que mesmo de longe pareciam iguais aos muares terrestres”
L. dos Espíritos – Pergunta 602 – “Os animais progridem como o homem, por ato da própria vontade, ou pela força das coisas? – Pela força das coisas, razão por que não estão sujeitos à expiação.”
Revista Espírita março de 1864 – “Há uma lei geral que rege os seres da criação, animados ou inanimados; é a lei do progresso. Os espíritos estão submetidos a ela pela força das coisas.”
Marcel Benedeti – “Os animais principalmente os domésticos, aprendem conosco, que somos, além de irmãos, seus professores. Durante o tempo em que permanecem conosco, passam por várias experiências, como encarnados, e quando já for o suficiente, provavelmente ele reencarnará em outra família e em outra localidade onde aprenderá coisas que não podemos oferecer. Mas em geral retornam varias vezes ao mesmo lar.”
Emanuel – Chico Xavier – “Chico, pare e preste atenção neste cãozinho. É o Dom Pedrito que está voltando para você!”
A Questão Espiritual dos animais – Irvênia Prada – “A reencarnação pode favorecer o reencontro afetivo entre animais e homens para continuarem juntos o aprendizado de amor
Revista Espírita – Março de 1860 – “Pode (um animal) aperfeiçoar-se a ponto de se tornar um Espírito Humano? – Ele pode, mas depois de passar por muitas existências animais, seja no nosso planeta terrestre, seja em outros.”
“Nossos benfeitores espirituais nos esclarecem que é preciso que todos consideremos que os animais diversos, a nós rodearem a existência de seres humanos em evolução no planeta Terra, são nossos irmãos menores, desenvolvendo em si mesmo o próprio princípio inteligente.(…) Eles, os animais aspiram ser, num futuro distante, homens e mulheres inteligentes e livres. Assim sendo, nós podemos nos considerar como irmãos mais velhos e o mais experimentado dos animais. (…) Tudo isso se resume em graves responsabilidades para os seres humanos; a angústia, o medo e o ódio que provocamos nos animais lhe altera o equilíbrio natural de seus princípios espirituais, determinando ajustamentos em posteriores existências (…) A responsabilidade maior recairá sempre nos desvios de nós mesmos, que não soubemos guiar os animais no caminho do Amor e do Progresso, seguindo a Verdade de Deus” – Chico Xavier – Mandato de Amor.
Na verdade, tanto estudamos os seres vivos, sabemos de micromoléculas, sabemos de ultraestruturas, mas não sabemos da essência dos seres vivos, dos animais, de nós mesmos. E desta maneira, isto leva ao desrespeito à vida, e é necessário se refletir sobre isto. Que temos de reservar um tempo em nossas atribuladas agendas para refletir sobre o que somos, o que são estes animais que nos cercam, que nos alimentam, nos confortam, nos fazem companhia, nos protegem, às vezes, nos amedrontam, pois não os conhecemos. Entender seu valor, o porque estão aqui, assim como nós mesmos, entendermos porque aqui estamos e o que fazemos . Isto dará um sentido maior no relacionamento com o que está ao nosso redor.
Temos de ter uma atitude de reverência com o que nos cerca, toda a Natureza, mesmo o que parece inanimado, está vibrando, a água que corre, as estrelas que brilham, as flores que abrem, a chuva que cai, os animais que se manifestam cada um com seu jeito de ser, os seres humanos tão diversos entre si, todos e tudo vibrando ao nosso redor. Merece nossa atenção, nosso respeito, nosso cuidado, na mesma medida que queremos isso para nós. E assim teremos sempre um sentido, uma razão de Ser, uma direção, e uma justificativa para aqui estarmos, e entenderemos melhor a presença dos animais da Espiritualidade, a missão dos espíritos, e muito mais coisas que se encontram além do véu das infinitas dimensões paralelas.
Não vemos as ondas eletromagnéticas, mas sabemos que ali estão; não vemos o Rx, nem a energia atômica, mas podem estar presentes. Então por quê teimamos em achar que só o que percebemos com nossos limitados sentidos são as coisas reais? Vamos seguir com serenidade, em equilíbrio, sem entrar em fanatismos ou acrobacias mentais, mas vamos refletir, deixar fluir nossa intuição, o que nos sopram nossos guias, vamos aumentar nosso padrão de consciência, nossa percepção, abrindo as portas para a compreensão, que nos trará mais Harmonia e Luz.


(Estudo Espírita-Cristão Amigos de Chico Xavier)

“PODEMOS EVITAR A MORTE DE ALGUÉM? ”

É comum as pessoas me procurarem perguntando sobre a morte de entes queridos. Uma das perguntas mais comuns é se elas poderiam ter feito algo para evitar a morte das pessoas que amam, pois sentem muito sua falta.
A resposta a essa pergunta é simples… não. Elas não poderiam evitar, em hipótese alguma. Mas por que não seria possível evitar a morte de uma pessoa? A morte não pode ser evitada porque ela já está determinada desde quando a pessoa nasceu. Tão logo o espírito encarnado cumpra determinadas tarefas e viva certas experiências na matéria, sua existência material passa a se tornar desnecessária e o espírito deve ir embora.
O ser humano prefere acreditar que tem poder para intervir em tudo. Ele quer acreditar que é poderoso e que suas ações podem mudar as coisas do mundo. Ele quer acreditar que é o senhor do seu destino e, e não apenas isso, mas também que é o senhor do destino de outras pessoas. Sem a ideia do poder, o ser humano sentir-se-ia enfraquecido e perdido. No entanto, é preciso compreender que o poder que temos não é o poder material; não é o poder da carne; não é o poder para interferir nos acontecimentos do mundo. O único poder que temos é sobre nós mesmos.
Não adianta tentar mudar algo externamente; não adianta buscar evitar ou provocar certas circunstâncias; não é possível acreditar que temos o poder de salvar ou deixar uma pessoa morrer. Quando uma pessoa desencarna, a hora dela chegou e nada pode ser feito para evitar isso. Não importa o quanto você seja forte; não importa o quanto você seja sábio; não importa as influências políticas que você tem; não importa quantos médicos você conhece e tampouco quanto dinheiro você tem. Quando conseguimos “salvar” a vida de alguém, por exemplo, de um afogamento, só fomos bem sucedidos no resgate porque ainda não era a hora do seu desencarne. Caso fosse o momento dela ir embora, nenhum poder humano seria capaz de salva-la.
Pelo contrário. Supondo que uma pessoa precisasse morrer e nos fosse dado o poder de intervir e mante-la na matéria por mais tempo, isso a prejudicaria imensamente. Vamos imaginar que uma pessoa está indo embora de um país para trabalhar em outro país. Ela precisa daquele emprego, pois vai incrementar seu currículo, ela terá um experiência inédita e muito preciosa para sua carreira, além de ganhar mais e assim poder comprar sua casa própria. Agora imagine que existe uma pessoa apegada a ela e que não deseja essa distância. O que aconteceria se essa pessoa queimasse as passagens e a impedisse de ir? Ela estaria destruindo uma oportunidade valiosa de crescimento profissional de alguém que ama.
O mesmo ocorre com aqueles que tentam impedir a morte de alguém cuja estadia na matéria já se findou. Ela estaria prejudicando agudamente aquele espírito de seguir sua jornada evolutiva, ir a outras regiões cósmicas mais sutis para trabalhar, aprender, se desenvolver, ter novas experiências, etc. Portanto, nosso egoísmo em desejar prender alguém que precisa ir pode atrapalhar consideravelmente a evolução do seu espírito, da mesma forma que os pais podem atravancar o desenvolvimento do filho quando obstam sua saída de casa para morar sozinho. O ser humano muitas vezes se comporta como uma criança mimada, que bate o pé e grita quando suas vontades não são atendidas. Os mestres sempre ensinaram que devemos seguir a vontade de Deus, como fez Jesus quando disse: “Pai, que seja feita a Sua vontade e não a minha”.
Muitas pessoas se culpam por não terem evitado a morte de um parente. Elas acreditam que, se tivessem levado a pessoa antes a um hospital; se tivessem socorrido mais rápido; se tivessem prestado mais atenção; se tivessem certos conhecimentos de primeiros socorros; se não tivessem sido negligentes com a pessoa; se fossem mais espertas, mais inteligentes, mais dinâmicas em algum momento, teriam sido capazes de salvar a pessoa. A grande verdade, que poucos desejam aceitar, é que ninguém salva ninguém; cada pessoa se salva por si só. É imenso o número de pessoas que perdem suas vidas tentando salvar outras pessoas e acabam esquecendo de si mesmas. Passam suas vidas tentando resgatar o outro do abismo em que ele se encontra, e acabam caindo nesse mesmo abismo, não salvando o outro e ainda perdendo a si mesmas por puro apego.
É preciso deixar o outro viver a sua vida da forma como ele deseja viver, de acordo com suas escolhas e seus objetivos. Mesmo que o outro aparentemente fique mal, perca tudo, fique doente, se destrua… se isso ocorreu, é porque precisava ocorrer. A autodestruição era necessária para seu avanço espiritual, com base em suas escolhas. Vamos entender de uma vez por todas que não é algo ruim as pessoas sofrerem as consequências de suas escolhas. Ao contrário, é algo extremamente positivo, pois quem padece no futuro de acordo com o que escolheu no passado vai aprender e se purificar. Seria o mesmo que queimar uma plantação de jiló que nosso filho semeou alegando que o jiló não lhe trará renda. Se ele escolheu plantar o jiló, é necessário permitir que ele colha o jiló. Se ele não colher, não enfrentará as consequências de seus próprias atos e não aprenderá certas lições. Isso não é algo a se evitar, até porque não pode ser evitado. É algo que deve ser aceito como parte da nossa evolução.
Portanto, não se culpe por não ter conseguido salvar alguém de sua morte ou mesmo salvar alguém em vida. O momento da morte não vem por acaso. Era para ocorrer exatamente daquela forma. Aquele acidente que a pessoa sofreu e que a levou, precisava acontecer; aquela doença que ceifou sua vida, precisava vir e purifica-la; aquele caminhão que a atropelou precisava atropela-la para ela se libertar; aquela queda que o levou a morte era necessária a sua elevação; se não fosse necessária, acredite, não teria ocorrido, pois nada, absolutamente nada em todo o cosmos ocorre por acaso. O acaso é mera ilusão de nossa mente que ainda não compreende a vida.
O acaso não existe em todo o universo; se algo ocorreu, é porque precisava ocorrer. Ninguém deve se culpar por não ter conseguido evitar algo. A culpa é o efeito de um delírio de grandeza e poder. Acreditamos que somos poderosos suficientes para decidir sobre a vida e a morte de alguém; acreditamos que sabemos melhor do que Deus quando alguém deve morrer ou quando alguém deve continuar na matéria. Nada além de uma fantasia humana de onipotência; a mesma fantasia que fez o ser humano cair na matéria e que o mantém até hoje sofrendo.

(Hugo Lapa)

quinta-feira, 13 de abril de 2017

“VISÃO ESPÍRITA DA PÁSCOA”

Eis-nos, uma vez mais, às vésperas de mais uma Páscoa. Nosso pensamento e nossa emoção, ambos cristãos, manifestam nossa sensibilidade psíquica. Deixando de lado o apelo comercial da data, e o caráter de festividade familiar, a exemplo do Natal, nossa atenção e consciência espíritas requerem uma explicação plausível do significado da data e de sua representação perante o contexto filosófico-científico-moral da Doutrina Espírita.
Deve-se comemorar a Páscoa? Que tipo de celebração, evento ou homenagem é permitida nas instituições espíritas? Como o Espiritismo visualiza o acontecimento da paixão, crucificação, morte e ressurreição de Jesus?
Em linhas gerais, as instituições espíritas não celebram a Páscoa, nem programam situações específicas para “marcar” a data, como fazem as demais religiões ou filosofias “cristãs”. Todavia, o sentimento de religiosidade que é particular de cada ser-Espírito, é, pela Doutrina Espírita, respeitado, de modo que qualquer manifestação pessoal ou, mesmo, coletiva, acerca da Páscoa não é proibida, nem desaconselhada.
O certo é que a figura de Jesus assume posição privilegiada no contexto espírita, dizendo-se, inclusive, que a moral de Jesus serve de base para a moral do Espiritismo. Assim, como as pessoas, via de regra, são lembradas, em nossa cultura, pelo que fizeram e reverenciadas nas datas principais de sua existência corpórea (nascimento e morte), é absolutamente comum e verdadeiro lembrarmo-nos das pessoas que nos são caras ou importantes nestas datas. Não há, francamente, nenhum mal nisso.
Mas, como o Espiritismo não tem dogmas, sacramentos, rituais ou liturgias, a forma de encarar a Páscoa (ou a Natividade) de Jesus, assume uma conotação bastante peculiar. Antes de mencionarmos a significação espírita da Páscoa, faz-se necessário buscar, no tempo, na História da Humanidade, as referências ao acontecimento.
A Páscoa, primeiramente, não é, de maneira inicial, relacionada ao martírio e sacrifício de Jesus. Veja-se, por exemplo, no Evangelho de Lucas (cap. 22, versículos 15 e 16), a menção, do próprio Cristo, ao evento: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha paixão. Porque vos declaro que não tornarei a comer, até que ela se cumpra no Reino de Deus.” Evidente, aí, a referência de que a Páscoa já era uma “comemoração”, na época de Jesus, uma festa cultural e, portanto, o que fez a Igreja foi “aproveitar-se” do sentido da festa, para adaptá-la, dando-lhe um novo significado, associando-o à “imolação” de Jesus, no pós-julgamento, na execução da sentença de Pilatos.
Historicamente, a Páscoa é a junção de duas festividades muito antigas, comuns entre os povos primitivos, e alimentada pelos judeus, à época de Jesus. Fala-se do “pesah”, uma dança cultural, representando a vida dos povos nômades, numa fase em que a vinculação à terra (com a noção de propriedade) ainda não era flagrante. Também estava associada à “festa dos ázimos”, uma homenagem que os agricultores sedentários faziam às divindades, em razão do início da época da colheita do trigo, agradecendo aos Céus, pela fartura da produção agrícola, da qual saciavam a fome de suas famílias, e propiciavam as trocas nos mercados da época. Ambas eram comemoradas no mês de abril (nisan) e, a partir do evento bíblico denominado “êxodo” (fuga do povo hebreu do Egito), em torno de 1441 a.C., passaram a ser reverenciadas juntas. É esta a Páscoa que o Cristo desejou comemorar junto dos seus mais caros, por ocasião da última ceia.
Logo após a celebração, foram todos para o Getsêmani, onde os discípulos invigilantes adormeceram, tendo sido o palco do beijo da traição e da prisão do Nazareno.
Mas há outros elementos “evangélicos” que marcam a Páscoa. Isto porque as vinculações religiosas apontam para a quinta e a sexta-feira santas, o sábado de aleluia e o domingo de páscoa. Os primeiros relacionam-se ao “martírio”, ao sofrimento de Jesus – tão bem retratado neste último filme hollyodiano (A Paixão de Cristo, segundo Mel Gibson) –, e os últimos, à ressurreição e a ascensão de Jesus.
No que concerne à ressurreição, podemos dizer que a interpretação tradicional aponta para a possibilidade da mantença da estrutura corporal do Cristo, no post-mortem, situação totalmente rechaçada pela ciência, em virtude do apodrecimento e deterioração do envoltório físico. As Igrejas cristãs insistem na hipótese do Cristo ter “subido aos Céus” em corpo e alma, e fará o mesmo em relação a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”. Isto é, pessoas que morreram, pelos séculos afora, cujos corpos já foram decompostos e reaproveitados pela terra, ressurgirão, perfeitos, reconstituindo as estruturas orgânicas, do dia do julgamento, onde o Cristo, separará justos e ímpios.
A lógica e o bom-senso espíritas abominam tal teoria, pela impossibilidade física e pela injustiça moral. Afinal, com a lei dos renascimentos, estabelece-se um critério mais justo para aferir a “competência” ou a “qualificação” de todos os Espíritos. Com “tantas oportunidades quanto sejam necessárias”, no “nascer de novo”, é possível a todos progredirem.
Mas, como explicar, então as “aparições” de Jesus, nos quarenta dias póstumos, mencionadas pelos religiosos na alusão à Páscoa?
A fenomenologia espírita (mediúnica) aponta para as manifestações psíquicas descritas como mediunidades. Em algumas ocasiões, como a conversa com Maria de Magdala, que havia ido até o sepulcro para depositar algumas flores e orar, perguntando a Jesus – como se fosse o jardineiro – após ver a lápide removida, “para onde levaram o corpo do Raboni”, podemos estar diante da “materialização”, isto é, a utilização de fluido ectoplásmico – de seres encarnados – para possibilitar que o Espírito seja visto (por todos). Igual circunstância se dá, também, no colóquio de Tomé com os demais discípulos, que já haviam “visto” Jesus, de que ele só acreditaria, se “colocasse as mãos nas chagas do Cristo”. E isto, em verdade, pelos relatos bíblicos, acontece. Noutras situações, estamos diante de uma outra manifestação psíquica conhecida, a mediunidade de vidência, quando, pelo uso de faculdades mediúnicas, alguém pode ver os Espíritos.
A Páscoa, em verdade, pela interpretação das religiões e seitas tradicionais, acha-se envolta num preocupante e negativo contexto de culpa. Afinal, acredita-se que Jesus teria padecido em razão dos “nossos” pecados, numa alusão descabida de que todo o sofrimento de Jesus teria sido realizado para “nos salvar”, dos nossos próprios erros, ou dos erros cometidos por nossos ancestrais, em especial, os “bíblicos” Adão e Eva, no Paraíso. A presença do “cordeiro imolado”, que cumpre as profecias do Antigo Testamento, quanto à perseguição e violência contra o “filho de Deus”, está flagrantemente aposta em todas as igrejas, nos crucifixos e nos quadros que relatam – em cores vivas – as fases da via sacra.
Esta tradição judaico-cristã da “culpa” é a grande diferença entre a Páscoa tradicional e a Páscoa espírita, se é que esta última existe. Em verdade, nós espíritas devemos reconhecer a data da Páscoa como a grande – e última lição – de Jesus, que vence as iniquidades, que retorna triunfante, que prossegue sua cátedra pedagógica, para asseverar que “permaneceria eternamente conosco”, na direção bussolar de nossos passos, doravante.
Nestes dias de festas materiais e/ou lembranças do sofrimento do Rabi, possamos nós encarar a Páscoa como o momento de transformação, a vera evocação de liberdade, pois, uma vez despojado do envoltório corporal, pôde Jesus retornar ao Plano Espiritual para, de lá, continuar “coordenando” o processo depurativo de nosso orbe. Longe da remissão da celebração de uma festa pastoral ou agrícola, ou da libertação de um povo oprimido, ou da ressurreição de Jesus, possa ela ser encarada por nós, espíritas, como a vitória real da vida sobre a morte, pela certeza da imortalidade e da reencarnação, porque a vida, em essência, só pode ser conceituada como o amor, calcado nos grandes exemplos da própria existência de Jesus, de amor ao próximo e de valorização da própria vida.
Nesta Páscoa, assim, quando estiveres junto aos teus mais caros, lembra-te de reverenciar os belos exemplos de Jesus, que o imortalizam e que nos guiam para, um dia, também estarmos na condição experimentada por ele, qual seja a de “sermos deuses”, “fazendo brilhar a nossa luz”.
Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. A sua Páscoa, a da sua transformação, rumo a uma vida plena.
Fonte> A Era do Espírito- Marcelo Henrique Pereira (*)
(*) Marcelo Henrique, Doutorando em Direito e Assessor Administrativo
da Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo - ABRADE.


quarta-feira, 12 de abril de 2017

“ENJOOS E DESEJOS NA VISÃO ESPÍRITA”

Com o desenvolvimento da gravidez, à medida que o embrião vai se estruturando, conforme o molde energético dado pelas matrizes perispirituais da entidade reencarnante, vão se intensificando as trocas fluídicas ou energéticas, entre o perispírito da mãe e o espírito reencarnante.
Já se observa, a certa altura, uma intensa sintonia vibratória com grande intercâmbio de campos energéticos. Sucede que estas vibrações permutadas podem ser doentes (espiritualmente falando ) ou sadias. As vivências das encarnações anteriores, indelevelmente registradas nos arquivos energéticos do espírito, são núcleos de emanação de ondas que exercem influência sobre a gestante. As experiências de sofrimentos ainda não resolvidas psicologicamente, os ressentimentos mantidos, são concentrações de força a irradiar sobre a estrutura psicofísica materna. As experiências comuns entre mãe e filho, vividas em estâncias pretéritas, se reencontram agora com anestesia apenas parcial.
Não resta dúvida, que é a grande oportunidade da reaproximação e solução dos débitos passados. Também é importante se reafirme, toda a assistência espiritual presente no transcurso da gravidez, amparando a dupla.
As trocas fluídico-energéticas entre ambos, frequentemente produzem enjôos à mãe. A intensidade destes enjôos muitas vezes está relacionada (também) a diferenças de nível evolutivo entre o espírito reencarnante e a gestante. Em determinadas situações no entanto, não se trata de diferença de nível espiritual, pois normalmente aos espíritos superiores não é difícil superar e compreender as limitações dos menos evoluídos.
Frequentemente, são os reconhecimentos inconscientes das experiências comuns vividas. São as sensações decorrentes do espelhar mútuo , da situação espiritual vivenciada no passado e ainda não resolvida. Cuidemos , no entanto, para não cometer injustiça ou erros de julgamento.Os enjôos tem também causas meramente orgânicas ligadas a fatoresanatômicos e fisiológicos do processo gestacional. Atribuir aos enjôos apenas significado de ordem espiritual, seria empobrecer a ciência espírita e comprometer sua imagem perante as pessoas de bom senso.
OS ESTRANHOS DESEJOS DA GESTANTE: As aparentes extravagâncias da mulher grávida podem ter,também, causas ligadas às influências do espírito reencarnante. Não estamos aqui, portanto, excluindo de maneira alguma o componente fisiológico. As profundas alterações hormonais sob o comando da hipófise são sem dúvida co-fatores que interferem no psiquismo da gestante determinando tendências na esfera alimentar. Tendo sido feita esta ressalva , cumpre-nos estudar a outra face da moeda.
Estando a estrutura do corpo espiritual da entidade reencarnante unida ao chakra genésico materno, passa a sofrer a influência de fortes correntes eletromagnéticas que lhe impõem a redução volumétrica necessária. O corpo astral (perispírito ) que possuía digamos 175cm deverá se adaptar a um organismo fetal bem menor. Ocorre então a redução dos espaços intermoleculares da matéria perispiritual. Tal fato ocorre pela diminuição da vibração das moléculas do corpo espiritual. A energia cinética se reduz, as moléculas se aproximam reduzindo os espaços intermoleculares.
Além desta redução, toda molécula excedente, que não serve ao trabalho fundamental de refundição da forma é devolvida ao plano "espiritual " e reintegrada ao fluido cósmico universal.No organismo materno, mais especificamente no chakra genésico, há uma função que lembra o trabalho de um exaustor de cozinha. Neste aparelho doméstico se processa a absorção da gordura excedente, eliminando-a do ambiente.
Conforme encontramos no livro" Entre a Terra e o Céu ", cap. XXX, André Luiz que se expressa da seguinte forma." O organismo materno materno, absorvendo as emanações da entidade reencarnante, funciona como um exaustor de fluidos em desintegração, fluidos estes que nem sempre são aprazíveis ou suportáveis pela sensibilidade feminina".Há espíritos que por se acharem zoantropizados ou licantropizados (isto é, tão deformados que se parecem com animais,lobos etc ) , portanto com morfologia tão alterada e acrescida de fluidos prejudiciais que sofrerão intenso processo de reabsorção fluídica por parte do chakra genésico materno.
O fato citado gera intensas e frequentes sensações psíquicas na gestante. Estas sensações não tem tradução lógica em valores conhecidos aos sentidos físicos. Como são sensações , o cérebro decodifica em algo material e expressa como: Desejo de comer, cheirar ou fazer alguma coisa diferente. Portanto, embora seja inverdade que desejos insatisfeitos possam determinar defeitos físicos no bebê, mera crendice, os desejos existem e quando não são tão absurdos como comer sabonete com cebola, não custa nada(às vezes) satisfazer a pobre da gestante.... Mas não exageremos.... –
Fonte: Medicina e Espiritualidade.
Dr. Ricardo Di Bernardi- Médico, escritor e conferencista .  
Presidente do Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis - Médico Homeopata


“O MISTÉRIO DO 3º OLHO NA VISÃO ESPÍRITA”

Ela fica bem no centro do cérebro e não é um olho, mas uma glândula, chamada de pineal. Segundo cientistas, é um potente centro receptor de informações, relacionado a intuição, espiritualidade e percepção de acontecimentos sutis. Conheça esse radar que funciona dentro de você. O terceiro olho, como um radar, capta informações que dependem de outras regiões cerebrais para serem compreendidas. Essa área, segundo os cientistas, está associada à intuição, à clarividência e à mediunidade.
Tão pequena quanto uma ervilha e na forma de pinha – daí o seu nome –, a glândula pineal é considerada como um terceiro olho, pois tem a mesma estrutura básica de nossos órgãos visuais. Acreditava-se, até há pouco tempo, que era um órgão atrofiado, um olho não desenvolvido, de funções indefinidas. Mesmo assim, despertou o interesse dos cientistas, que descobriram funções relacionadas à física e aos fenômenos paranormais.
Antena Parabólica.
Constataram que, como uma antena, a pineal, também chamada de epífise, é capaz de captar radiações eletromagnéticas da lua – que regula ciclos menstruais, por exemplo –, as radiações eletromagnéticas vindas do sol e ainda despertar a produção de certas substâncias neurotransmissoras, que estimulam a atividade física e mental. Também é a glândula pineal que ativa a produção de hormônios sexuais no início da puberdade, iniciando-se assim o ciclo da reprodução humana. Nos animais (sim, ela também está presente neles), capta os campos eletromagnéticos da Terra, orientando as migrações das andorinhas ou das tartarugas, por exemplo. E há ainda funções muito intrigantes relacionadas a esse ponto no centro do cérebro. “A pineal é capaz de captar campos eletromagnéticos não apenas desta dimensão, onde vivemos, que é a terceira, mas também de outras dimensões do Universo, acessando campos espirituais e sutis”, conta Sérgio Felipe de Oliveira, psiquiatra, mestre em ciências pela Universidade de São Paulo e diretor-clínico do Instituto Pineal-Mind, de São Paulo. Segundo a Teoria das Supercordas, da física quântica, existem ao menos 11 dimensões diferentes no Universo e é possível a comunicação entre elas. Em outras palavras: a pineal é capaz de detectar dimensões invisíveis aos olhos comuns, e esse pequeno radar está relacionado a fenômenos como clarividência (vidência de acontecimentos ainda não ocorridos), telepatia (comunicação por meio do pensamento) e capacidade de entrar em contato com outras dimensões (mediunidade).
Feito de cristal.
Após analisar a composição da glândula pineal, o cientista Sérgio Felipe de Oliveira detectou na sua estrutura cristais de apatita, mineral também encontrado na natureza sob a forma de pedras laminadas. Segundo suas pesquisas, esse cristal capta campos eletromagnéticos. “E o plano espiritual age por meio desses campos. A interferência divina sempre acontece obedecendo as leis da própria natureza”, esclarece Sérgio Felipe, que é diretor-presidente da Associação Médico-Espírita de São Paulo (Amesp). “Os médiuns, pessoas capazes de entrar em contato com outras dimensões espirituais, apresentam maior quantidade de cristais de apatita na pineal. Os iogues e místicos, que experimentam estados de meditação e êxtase profundos, têm menor quantidade”, atesta Sérgio Felipe. E ninguém pode aumentar ou diminuir essa concentração de cristais, garante o psiquiatra – ela é uma característica biológica, assim como a cor dos olhos e cabelos. Sérgio explica que a glândula é um receptor poderoso, mas quem decodifica as informações recebidas são outras áreas do cérebro, como o córtex frontal cerebral. “Sem essa interação, as informações recebidas não são compreendidas. É por isso que os animais não podem decodificá-las: as outras partes do cérebro deles não têm esse atributo”, conclui.
Onde mora a alma.
No Ocidente, a importante função dessa glândula foi descrita no livro A Terceira Visão (ed. Nova Era), escrito por um inglês que adotou o pseudônimo de Lobsang Rampa. O filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650) também se curvou ao fascínio da pineal. Na sua famosa Carte a Mersenne, escrita em 1640, ele afirmava que existe no cérebro uma glândula que é o local onde a alma se fixa mais intensamente. As religiões também consideram o terceiro olho como um centro de percepção espiritual.
Para os espíritas – A doutora Marlene Nobre, médica e diretora do jornal Folha Espírita, conta que as funções espirituais e psíquico-espirituais da pequena glândula eram consideradas pelo fundador do espiritismo, Allan Kardec (1804-1869), no século 19, e foram descritas no livro Missionários da Luz (ed. FEB), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier (1910-2002) e publicado pela primeira vez em 1958. “Segundo o livro, a melatonina, o hormônio segregado pela pineal, gera os impulsos para as experiências que promovem seu desenvolvimento espiritual”, finaliza a médica.
Para os hindus – Na antiga tradição da Índia, dois chacras, ou centros de energia, são responsáveis pelo desenvolvimento da espiritualidade: o chacra do terceiro olho, que fica na testa, um pouco acima da linha das sobrancelhas, e o chacra coronário, no topo da cabeça. Esses dois centros, que captam e transmitem energia vital, dizem os indianos, revelam informações espirituais que influem em nossas ações e escolhas. “O chacra do terceiro olho é responsável pela clarividência e pela criatividade. O centro coronário nos reabastece de energia cósmica e nos dá força espiritual”, explica a professora de ioga Alda Biggi, do Centro Vishnu de Hatha Yoga, em São Paulo. As cores relacionadas ao chacra que fica no alto da cabeça são o branco, o violeta e o dourado. “Está ligado ao canal central de energia que passa pela coluna vertebral”, diz a professora. Ele rege a glândula pineal, que, para os hindus, é o principal órgão do corpo. “É a representação do céu dentro do homem e está associada às qualidades mais puras e elevadas que temos dentro de nós”, conta Alda. Já o chacra do terceiro olho está ligado à tonalidade azul-índigo e à glândula pituitária, que também fica no cérebro. “Ele influencia todas as formas de expressão,
capacidade artística e intelectual”, complementa.
Para os cristãos – “Ela representa o Filho de Deus em nós, nossa consciência espiritual e amorosa, alimentada pela vontade divina que nos chega dos céus e o amor que vem do nosso coração”, diz Amarilis de Oliveira, doutora em psicologia e diretora do Instituto Cisne de Pesquisas, em São Paulo, dedicado a estudos na área da inteligência espiritual. “Ela é a única glândula do corpo diretamente ligada à Consciência Superior”, conclui.

Fonte: Revista Bons Fluidos-Texto: Liane Camargo de Almeida Alves

terça-feira, 11 de abril de 2017

“CASAMENTOS PROVACIONAIS”

Dois espíritos que na romagem terrena se unem visando conviver sexualmente, o fazem, normalmente, buscando uma complementação física, emocional e sentimental... No entanto, a história de cada casal é muito mais antiga.
 O planeta que habitamos é definido ou classificado pelos espíritos superiores como um mundo de provas e expiações. O percentual maior de seres humanos que aqui na Terra renascem, estão sob o regime de testes para verificação de aprendizado, isto é, provas. Muitos outros ainda renascem para reequilíbrio de desarmonias em sua estrutura psíquica, necessitando eliminá-las ou expiá-las, são as reencarnações expiatórias.
 Importante lembrar que nossas vidas apresentam mais de um conteúdo com relação à programação reencarnatória. Todos nós nos deparamos com aspectos provacionais, expiatórios e, porque não, até missionários com relação à família e ao trabalho.  Da mesma forma, os casamentos também apresentam diversos conteúdos, porém de forma didática os classificaremos conforme a característica mais significativa do programa reencarnatório.
 Seguindo a concepção clássica, sobejamente conhecida dos estudiosos da vida espiritual, as uniões estáveis ou casamentos podem ser classificados em: provacionais, sacrificiais, acidentais, afins e transcendentais.
 Os Casamentos provacionais ainda constituem a maioria dos reencontros programados para os que renascem em nosso planeta. São duas criaturas que trazem em seu inconsciente um registro comum ou histórico de vivências anteriores.
 A questão do amor sexual já esteve presente entre ambos. Como somos, todos nós, seres em aprendizado na escola da vida, já erramos  muito e fizemos sofrer aos companheiros de jornada, gerando em nós mesmos núcleos energéticos em desarmonia e esses se registraram em nosso “computador de dados” chamado de  perispírito, psicossoma  ou corpo astral.
 Os dados computados e registrados em nosso corpo astral ocasionam um campo de energia que terá uma luminosidade específica, brilho, frequência de onda, coloração e outras peculiaridades que determinam uma irradiação peculiar e toda nossa.  O antigo parceiro, com quem convivemos uma ou mais vidas, traz em sua estrutura íntima os mesmos registros, alusivos a vida pretérita em comum conosco.
 Uma questão, frequentemente mencionada em seminários que efetuamos sobre Amor Sexo e Vidas Passadas: Como é possível que duas pessoas se sintam atraídas profundamente a ponto de se unirem de forma estável, já que não seriam almas afins, qual a “química” que os atraiu? Já que se trataria de um casamento  provacional?
 Trata-se da autoprogramação inconsciente que nossas estruturas extrafísicas determinaram. Quando aqueles que conviveram de forma tumultuada no passado se reencontram, se veem, na vida atual, estabelece-se um fluxo de energia entre ambos, motivado pela similaridade de seus registros energéticos. Uma sintonia automática ocorre, motivando um envolvimento ou encantamento no qual ambos imaginam estar diante do Ser mais especial que poderiam encontrar.
De fato é o Ser que precisam reencontrar e, o automatismo perfeito das leis da natureza  assim o  programou.
 Sem dúvida que a espiritualidade superior acompanha cada caso, no entanto é importante que saibamos ser a “Natureza” o livro divino onde Deus escreve a história de sua sabedoria...
 Qual seria a finalidade de um casamento provacional? Sofrer? Estariam ambos destinados a um convívio desagradável? O “pagamento“ das dívidas de um ou de ambos dar-se-ia pelo sofrimento?
 Não, de forma alguma. A ideia de que sofrer “paga” dívidas é resquício da idade medieval e dos conceitos de penitência. As provas sejam em casamentos ou não, existem para serem vencidas, superadas abrindo-se caminhos para horizontes de felicidade.
 Casamentos provacionais com o esforço dos parceiros poderão se tornar casamentos afins, se não nesta vida em uma próxima encarnação se o convívio atual criar estímulos novos e produtivos.  Não se reencarna com finalidade de sofrer, mas para crescer, mudar, evoluir e amar. Por outro lado, não se está fazendo apologia da aceitação de convívios agressivos ou francamente nocivos e improdutivos nos quais a separação seria o caminho inexorável.
 Temos notícia que, em determinados casos, a superação dos problemas determinará no final da vida presente um convívio fraterno e respeitoso. A superação das dificuldades mútuas ocasionará a liberação de ambos que, ao se sentirem livres na espiritualidade, poderão renascer em outro contexto, isto é, junto de suas almas afins.
Fonte; Medicina e Espiritualidade
Dr. Ricardo Di Bernardi- Médico, escritor e conferencista   .

Presidente do Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis - Médico Homeopatas 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

“TRATAMENTO ESPIRITUAL DAS DOENÇAS FÍSICAS. ”

A história nos narra que a crença na capacidade do homem em interagir no processo de saúde e doença vem de longe. Os magos da Caldéia e os brâmanes da Índia buscavam curar pela aplicação do olhar, estimulando o sono e a letargia. No templo da deusa Isis, às margens do Nilo, a imposição das mãos era usada pelos sacerdotes iniciados, para tentar aliviar o sofrimento de milhares de pessoas. Os gregos, que incluíram no seu modo de vida muita coisa do Egito, usavam a fricção das mãos no tratamento dos doentes. O Pai da medicina moderna, Hipócrates também cita a imposição das mãos.
Quando observamos a tradição judaico-cristã, é interessante notar o contraste. No novo testamento algo em torno de 30 referências à curas feitas por Jesus, seja impondo as mãos, seja soprando, usando barro, deixando sair energia (virtude), etc, mas no antigo testamento, estranhamento somente uma referência de cura por imposição das mãos feita por Naamã, que nem judeu era, conforme nos narra o excelente Pastor Caio Fábio.
Claro está que Kardec, o grande codificador do espiritismo, não inventou nada ao falar de mediunidade, de cura, de energia, de influência espiritual, mas somente organizou, catalogou, usou a razão e extirpou as idiossincrasias existentes nas crenças superficiais. Mas o que é mais importante, a cura pela transferência de energia entre pessoas sempre existiu no mundo.
A questão não é mais acreditar. Esse tempo já passou! A questão é como utilizar esse conhecimento na nossa própria saúde e no auxílio ao próximo. Manter a descrença nesses fatos é uma escolha dolorosa, que limita a forma como buscamos o equilíbrio energético e espiritual.
Estudamos nesse artigo o tratamento espiritual das doenças físicas, mas não restringimos o tratamento ao processo de envolvimento energético comumente feito por médiuns no centro espírita, aqui nos referimos ao conceito amplo, onde qualquer atitude positiva, volitiva de doação de energia positiva, com ou sem a interferência de trabalhadores espirituais ocorra.
É possível curar o corpo físico atuando energeticamente?
Os inúmeros exemplos de todas as crenças religiosas, seja no passado ou atualmente, nos mostram que é possível.
Sobre isso, Kardec discorre com clareza no capítulo XIV da gênese:
“18. - O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
19. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta, quanto, por sua expansão e sua irradiação, o perispírito com eles se confunde.”
Com estudo, disciplina e perseverança, é possível treinar nossa capacidade de irradiar energia em prol do outro, momentaneamente mais necessitado.
É aconselhável curar o corpo físico atuando energeticamente?
Em O Livro dos Médiuns, os espíritos esclarecem a Kardec que eles se ocupam de boa vontade com a saúde daqueles que lhe interessam. Ou seja, sempre que houver merecimento, positividade, e um propósito bom na cura, ela ocorrerá.
Chico Xavier, no livro Plantão de Respostas, que descreve as respostas dada pelo excelente médium às perguntas ao vivo, feitas no programa pinga-fogo, nos fala que:
“...muitas vezes uma doença física, ou determinada provação em nossa vida doméstica, nos poupa de acidentes afetivos ou acidentes materiais, ou de fenômenos extremamente desagradáveis em nossa vida...”
O resultado dessa equação só não é mais positiva porque insistimos na cura automática, sem rever valores, conceitos e principalmente atitudes, e exigimos a cura rápida para que voltemos a cometer as mesmas atrocidades de antes.
A origem espiritual das doenças.
De forma geral, podemos dizer que o padrão da nossa energia espiritual determina tendências para saúde ou doença, numa tentativa contínua do espírito verter para a carne as anomalias energéticas que se traduzem em doenças físicas, numa forma direta e rápida de harmonizar aquilo que estragamos em outras vidas. As exceções dizem respeito às doenças que procuramos nessa vida, por exemplo, câncer após anos de cigarro, infarto após crise de estresse, diabetes relacionada ao excesso de peso e hábitos de vida inconsequentes.
A forma como essa energia adulterada do corpo espiritual atinge nosso corpo físico, obedece à hierarquia espiritual que se inicia no espírito, caminha pelo corpo mental, atua no perispírito, influenciando o duplo etérico e o corpo físico.
Entre todos esses corpos, o ponto de ligação se faz por centros de forças eletromagnéticas, também chamados de chacras, que no corpo físico se ligam, cada chacra principal a uma glândula endócrina e ao cérebro, alterando assim a homeostase corpórea.
O papel do terapeuta
Entender a nossa pequenez nesse processo de cura aonde ainda não compreendemos nada, e somos somente agentes da misericórdia divina atuando através do amor que cura.
Não julgar nunca. Lembrar que somos contra atitudes negativas e equivocadas, mas nunca contra as pessoas que as praticam.
Assumir o conceito espírita de saúde-doença, deixando de lado os atavismos que nos fazem enxergar um Deus sádico que brinca com as pessoas e passando a entender que tudo está certo, na hora certa e passamos por aquilo que melhor nos convém frente a imensidão de coisas que ainda precisamos melhorar.
Treinar-nos na capacidade de identificar padrões de comportamento que levam a doenças físicas e espirituais. Somente mudando a essência, a raiz do problema é que conseguiremos nos transformar.
Referências
01 – Pastor Caio Fábio - A imposição de mãos: uma rápida história e reflexão.
02 – Allan Kardec – A gênese.
03 – Allan Kardec – O livro dos médiuns.
04 – Francisco Xavier – Plantão de respostas. Pinga-fogo II.
05 – Allan Kardec – O livro dos espíritos.
06 – André Luiz (Chico Xavier) – Evolução em dois mundos.
07 – Ernesto Bozzano – Pensamento e vontade.
08 – Emmanuel (Chico Xavier) – Roteiro.
09 – Marlene Nobre – A alma da matéria.
10 - André Luiz (Chico Xavier) – Nos domínios da mediunidade.
11 - André Luiz (Chico Xavier) – Missionários da luz.
11 - André Luiz (Chico Xavier) – Entre o céu e a terra.

Por.: Dr. Sérgio Vencio

Fonte.: REVISTA CRISTÃ DE ESPIRITISMO

“SONHOS PREMONITÓRIOS SEGUNDO O ESPIRITISMO”

Existem importantes observações na literatura espírita sobre os sonhos premonitórios. É fundamental conhecê-las para que se possa construir uma base sólida e clara sobre o assunto. Tanto nas obras da codificação como em outras complementares, ressalta-se o discernimento que devemos ter em suas diferentes manifestações. Vejamos algumas dessas citações com o objetivo de compreender melhor os seus significados, sem nos prender em más interpretações.
Codificação espírita
A pergunta 404 de O Livro dos Espíritos diz: “Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos? Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, frequentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta”.
Prossegue ainda na pergunta 405: “Acontece com frequência verem-se em sonho coisas que parecem pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto? Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas ideias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma ideia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa ideia”.
A Gênese, também se refere ao tema. Relata que José, pai de Jesus, foi advertido por um anjo em sonhos para que fugisse para o Egito com o menino. O capítulo XV da obra faz uma reflexão sobre as advertências que podem ser feitas por intermédio dos sonhos e que fazem parte dos livros sagrados de todas as religiões. Salienta ainda que o fenômeno nada tem de anormal, já que durante o sono o espírito se desliga dos laços da matéria para entrar momentaneamente na vida espiritual, porém adverte que nem sempre se pode deduzir que os sonhos são avisos ou tenham significado específico.
Além das obras de Allan Kardec, há citações sobre o tema em outros livros de cunho espírita. O livro Recordações da Mediunidade – da médium Yvonne A. Pereira, orientado pelo espírito de Bezerra de Menezes, diz: “Existem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro importante da sua vida. Comumente, se ele fez jus a essa advertência, ou lembrete, pois isso implica certo mérito, ou ainda certo desenvolvimento psíquico, de quem o recebe, é um amigo do Além, um parente, o seu espírito familiar ou o próprio guardião maior que lhe comunicam o fato a realizar-se, preparando-o para o evento, que geralmente é grave, doloroso, fazendo-se sempre em linguagem encenada, ou figurada, como de uso no Invisível, e daí o que chamais “avisos pelo sonho”, ou seja, sonhos premonitórios...
O estudo da lei de causa e efeito é matemática, infalível, concreta, para a observação das entidades espirituais de ordem elevada, e, assim sendo, ele se comunicará com o seu pupilo terreno através da intuição, do pressentimento, da premonição, do sonho etc. O estudo da matemática de causa e efeito é mesmo indispensável, como que obrigatório, às entidades prepostas à carreira transcendente de guardiães, ou guias espirituais. Estudo profundo, científico, que se ampliará até prever o futuro remoto da própria Humanidade e dos acontecimentos a se realizarem no globo terráqueo, como hecatombes físicas ou morais, guerras, fatos célebres etc., daí então advindo a possibilidade das profecias quando o sensitivo, altamente dotado de poderes supranormais, comportar o peso da transmissão fiel aos seus contemporâneos.”.
Devemos encarar com naturalidade
O livro Conduta Espírita, ditado por André Luiz ressalta algumas observações a respeito da postura que se deve assumir diante dos sonhos e suas revelações: “Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou ideias que se reportem a eles. Há mais sonhos na vigília que no sono natural.
Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. Em tudo há sempre uma lição. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitado. Acautelar-se quanto às comunicações intre vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. O espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua.
Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância. A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio.
Preparar um sono tranquilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal. A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações”.
O importante colaborador da doutrina espírita, Léon Denis, na obra No Invisível, faz relevantes comentários sobre os sonhos premonitórios no capítulo XIII que reproduzimos alguns trechos para melhor entendimento: “Os sonhos em suas variadas formas, têm uma causa única: a emancipação da alma. Esta se desprende do corpo carnal durante o sono e se transporta a um plano mais ou menos elevado do Universo, onde percebe, com o auxílio de seus sentidos próprios, os seres e as coisas desse plano.
Algumas vezes, quando suficientemente purificada, a alma, conduzida por espíritos angélicos, chega em seus transportes alcançar as esferas divinas, o mundo em que se geram as causas. Aí paira, sobranceira ao tempo, e vê desdobrarem-se o passado e o futuro. Se acaso comunica ao invólucro humano um reflexo das sensações  colhidas, poderão estas constituir o que se denomina sonhos proféticos.
Nos casos importantes, quando o cérebro vibra com demasiada lentidão para que possa registrar as impressões intensas ou sutis percebidas pelo Espírito, e este quer conservar, ao despertar, a lembrança das instruções que recebeu, cria então, pela ação da vontade, quadros, cenas figurativas das imagens fluídicas, adaptadas à capacidade vibratória do cérebro material, sobre o qual, por um efeito sugestivo, as projeta energicamente. E, conforme a necessidade, se é inábil para isso, recorrerá ao auxílio dos Espíritos mais adiantados, e assim revestirá o sonho uma forma alegórica”.


Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 08.

“OS MUNDOS INTERMEDIÁRIOS OU TRANSITÓRIOS. ”

Viu-se, por uma das respostas narradas no artigo precedente, que haveria, ao que parece, mundos destinados aos Espíritos errantes. A ideia desses mundos não estava no pensamento de nenhum dos assistentes, e ninguém não a imaginara sem a revelação espontânea de Mozart, nova prova de que as comunicações espíritas podem ser independentes de toda opinião preconcebida. Com o objetivo de aprofundar essa questão, submetemo-la a um outro Espírito, fora da Sociedade e por intermédio de um outro médium, que disso não tinha nenhum conhecimento.
1. (A Santo Agostinho.) Existem, como nos foi dito, mundos que servem aos Espíritos errantes de estação e de ponto de repouso? - R. Há-os, mas não graduados; quer dizer que ocupam posições intermediárias entre os outros mundos, segundo a natureza dos Espíritos que podem aí chegar, e que neles gozam de um bem-estar maior ou menor.
2. Os Espíritos que habitam esses mundos podem deixá-los à vontade? - R. Sim; os Espíritos que se acham nesses mundos podem se desligar deles para irem onde devem ir. Figurai-vos aves de arribação abatendo-se sobre uma ilha à espera de recuperar forças para alcançar o seu destino.
3. Os Espíritos progridem durante suas estações nos mundos intermediários? - R. Certamente; aqueles que assim se reúnem, fazem-no com o objetivo de se instruírem e de poderem, mais facilmente, obter a permissão de alcançarem lugares melhores, e atingir a posição que os eleitos obtêm.
4. Esses mundos são perpetuamente, e por sua natureza especial, destinados aos Espíritos errantes? - R. Não; sua posição não é senão transitória.
5. São eles, ao mesmo tempo, habitados por seres corpóreos? - R. Não.
6. Têm uma constituição análoga à dos outros planetas? - R. Sim, mas a superfície é estéril.
7. Por que essa esterilidade? - R. Aqueles que os habitam de nada necessitam.
8. Essa esterilidade é permanente e prende-se à sua natureza especial? - R. Não, eles são estéreis por transição.
9. Esses mundos devem, então, estar desprovidos de belezas naturais? - R. A Natureza se traduz pelas belezas da imensidão que não são menos admiráveis daquilo que chamais as belezas naturais.
10. Há desses mundos no nosso sistema planetário? - R. Não.
11. Uma vez que seu estado é transitório, nossa Terra será um dia desse número? - R. Ela o foi.
12. Em qual época? - R. Durante a sua formação.
Nota. - Essa comunicação confirma, uma vez mais, essa grande verdade que nada é inútil na Natureza; cada coisa tem seu objetivo, sua destinação; nada está no vazio, tudo está habitado, a vida está por toda parte. Assim, durante a longa série de séculos que escoaram antes da aparição do homem na Terra, durante esses lentos períodos de transição atestados pelas camadas geológicas, antes mesmo da formação dos primeiros seres orgânicos; sobre essa massa informe, nesse árido caos onde os elementos estavam confundidos, não havia ausência de vida; seres que não tinham nem nossas necessidades, nem nossas sensações físicas aí encontravam refúgio. Deus quis que, mesmo nesse estado imperfeito, ela servisse para alguma coisa. Quem, pois, ousaria dizer que entre esses milhares de mundos que circulam na imensidão, um só, um dos menores, perdido na multidão, tivesse o privilégio exclusivo de ser povoado. Qual seria, pois, a utilidade dos outros? Deus não os teria feito senão para recrear nossos olhos? Suposição absurda, incompatível com a sabedoria que brilha em todas as suas obras. Ninguém contestará que há, nessa idéia de mundos ainda impróprios para a vida material, e todavia povoados por seres vivos apropriados a esse meio, alguma coisa de grande e sublime onde se encontra, talvez, a solução de mais de um problema.

Revista Espírita, maio de 1859

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...