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domingo, 11 de junho de 2017

“SINAIS DE MEDIUNIDADE - SAIBA RECONHECÊ-LOS”

Muitas pessoas possuem mediunidade apurada mas não querem desenvolvê-la por medo, por falta de informação, por insegurança. Mas é preciso saber que existem formas seguras, sem dogmas ou rigidez para desenvolver a mediunidade: através do estudo.
Através do conhecimento sobre essa faculdade do nosso espírito, podemos encontrar métodos leves, amorosos que fazem com que você se sinta bem e consiga trazer o bem para as pessoas ao seu redor através desse seu dom.
Quais são os sinais de mediunidade?
Os sinais de mediunidade são a sensibilidade ao extra físico, é a capacidade que a nossa alma tem de captar energias de natureza não-física.
Intuição aflorada: 
você sente que deve ou não deve fazer algo, e depois do feito vê que a sua intuição estava certa. “Algo estava me dizendo para fazer/não fazer isso”.
Sonhos reveladores: 
você tem sonhos que indicam caminhos, apontam soluções ou mostram questões que você precisa levar em conta em sua vida.
Compaixão com o sentimento alheio: 
você se importa com as dores do mundo, o sofrimento dos outros mexe muito com você e você sente a necessidade de ajudar de alguma forma, tem vontade de mudar cenários negativos.
Aromas: 
você sente aromas que não existem no ambiente físico, sente aromas que as outras pessoas que estão junto de você não sentem.
Presenças: 
enxerga, sente ou pressente a presença ou vultos que aparecem e desaparecem num piscar de olhos.
Competência para falar em assuntos: 
você está falando sobre um assunto que nunca estudou e sabe com clareza e fluência falar sobre ele, fala com uma competência elevada, acima dos demais, sem nem mesmo saber por que.
Coincidências: 
percebe coincidências, que as outras pessoas não notam e quando você diz elas se surpreendem, na verdade as coincidências são chamadas de sincronicidades e vocês as percebe melhor que os outros.
Ombro amigo: 
você é conhecido como um ombro amigo, muitos vêm lhe pedir conselhos e até mesmo desconhecidos se sentem a vontade para desabafar com você.
Perdão: 
você tem o dom do perdão, tem facilidade em perdoar.
Ambientes/pessoas carregados:
você sente quando um ambiente está carregado com energias negativas ou pessoas possuem energias negativas, o bocejo é um sinal disso.
Mudança de hábitos para o melhor:
melhora na alimentação, no cuidado com o seu corpo físico e mental, afastamento de pessoas e hábitos tóxicos, diminuição da futilidade, vaidade e costumes mundanos, etc.
Mudança no ciclo de amizades:
descobre que amizades antigas podem não ter mais tanto a ver com você e busca por pessoas que tenham o mesmo tipo de energia e percepção da vida que você.

Autor desconhecido

"VAMPIRISMO PSÍQUICO."

Os espíritos que estão apegados as coisas materiais vão pedir coisas materiais, cigarros, bebidas alcoólicas, charutos eles ainda estão com suas mentes materializadas apegadas as sensações terrenas.
Eles querem continuar a beber, fumar e comer e muitos querem ainda fazer sexo, como eles não possuem mais corpos físicos para saciar esses desejos terrenos, eles vão procurar algum encarnado que tenha maus pensamentos, maus desejos e vícios para usarem essas pessoas no vampirismo psíquico.
Os espíritos inferiores e obsessores vão absorver as emanações fluídicas dessas substâncias, se o encarnado esta fumando ou bebendo ou usando drogas os espíritos obsessores vão encostar seu perispirito no perispirito desse encarnado e absorver ou sugar as emanações fluídicas dessas substancias tóxicas.
Todo encarnado viciado é um polo de atração psíquica para espíritos viciados do mundo invisível.
Os espíritos desencarnados se aproximam dos encarnados pela sintonia dos pensamentos.
Os iguais se atraem e os diferentes se repelem, essa é a Lei de sintonia mental ou afinidade moral que os encarnados praticam pelos pensamentos.
È por isso que vemos em certos lugares certos espíritos desencarnados pedirem coisas materiais, essas entidades e guias na umbanda e na quimbanda pedirem cigarros, charutos, comida, bebidas alcoólicas.
Vamos ver que são espíritos ainda apegados a matéria.
Um espírito elevado e superior da Luz não possui mais apegos as coisas terrenas eles não vão pedir coisas materiais.
E um espírito elevado não vai mandar ninguém beber e fumar ou fazer despachos, tudo isso é praticado por espíritos inferiores que estão ainda presos ao plano terreno.
Para afastar esses espíritos inferiores temos que nos melhorar moralmente e combater as nossas imperfeições morais, precisamos nos espiritualizar e cultivar pensamentos fortes, positivos e nobres, para podermos repelir as vibrações negativas e pesadas dos maus espíritos.
Portanto, esses espíritos que pedem coisas materiais, como cigarros, charutos, despachos, bebidas alcoólicas, são espíritos inferiores e atrasados que ainda estão apegados na matéria.
Os espíritos elevados e superiores não possuem apegos às coisas materiais e terrenas, portanto, eles não pedem coisas materiais, eles estão com seus pensamentos e sentimentos depurados, eles estão desmaterializados.
Não confiem nesses espíritos que pedem coisas materiais eles estão ainda apegados ao plano terreno, eles querem ainda continuar a beber, comer, fumar e até fazer sexo, eles desencarnaram mais continuam com suas mentes materializadas. Um espirito elevado não vai mandar ninguém beber, fumar ou fazer despachos. Um espirito elevado só prega o bem, as virtudes, a elevação moral o desapego das coisas terrenas, eles tentam sempre moralizar e espiritualizar os encarnados.
E quando você está dando para esses espíritos ou entidades o que eles pedem, como cigarros, charutos, comidas e bebidas alcoólicas, você está contribuindo para manter esses espíritos apegados à matéria.
Eles vão continuar materializados e apegados ao plano da matéria.
Para eles evoluírem eles precisam se desapegar dessas coisas e se espiritualizarem.
Daí a necessidade de as pessoas levarem uma vida terrena digna, correta, honesta, cultivar pensamentos elevados e nobres, praticar o bem e as virtudes e combater as suas imperfeições morais e vícios para podermos repelir esses espíritos obsessores e viciados do mundo espiritual inferior.
Tudo é sintonia dos pensamentos no mundo espiritual.
Existem muitos espíritos embusteiros e mistificadores no mundo espiritual. Temos que seguir essa orientação de Kardec e passar pelo crivo da razão e da lógica todas as mensagens e comunicações mediúnicas, só devemos aceitar o que tiver bom senso e lógica.


Wilson Moreno

“A REENCARNAÇÃO DO ESPÍRITO EMMANUEL NO BRASIL”

O Espírito que ficou conhecido como Emmanuel e trabalhou como mentor de Chico Xavier, reencarnou no Brasil por volta dos anos 2000 e hoje é um adolescente de 17 anos de idade. O jovem reencarnou no interior de São Paulo e atuará, de acordo com informações de Chico Xavier e confirmadas por Divaldo Pereira Franco, na área da educação cristã.
Informações liberadas ainda em vida pelo próprio Francisco Cândido Xavier,  aparecem em três livros: Sementeira de Luz, 2006; Deus Conosco, 2007, e Militares no Além, 2008, editados pela Vinha de Luz Serviço Editorial, de Belo Horizonte.
Nos livros Sementeira de Luz e Deus Conosco, Geraldo Lemos Neto faz um levantamento dos pronunciamentos de Francisco Cândido Xavier, sobre a volta de Emmanuel. Ele relata:
“Conforme atestam várias pessoas que conviviam na intimidade com o médium Chico Xavier, por afirmativas dele mesmo, o espírito do benfeitor Emmanuel já está entre nós, na face da Terra, pela via da reencarnação. Um destes depoimentos, da sra. Suzana Maia Mousinho, presidente e fundadora do Lar Espírita André Luiz (Leal), de Petrópolis (RJ), amiga do médium desde 8 de novembro de 1957, Francisco Cândido Xavier lhe confidenciou detalhes sobre a reencarnação de Emmanuel, que voltaria à Terra no interior do Estado de São Paulo, no seio da família constituída pelo casal d.Laura e sr.Ricardo, personagens do livro Nosso Lar, de André Luiz.
Tempos depois, novamente o estimado médium tornou a tocar no assunto em pauta com d.Suzana, afirmando ter presenciado o retorno à vida física de seu benfeitor, no ano 2000, vendo, então, confirmada as previsões espirituais a respeito.
Interessante ressaltar que o mentor de Chico reencarnou antes de o médium desencarnar, tendo Chico acompanhado o seu renascimento por meio do desdobramento espiritual durante o sono. A informação foi dada por Chico Xavier em entrevistas antes de desencarnar e ainda brincou afirmando que “os papeis iriam se inverter”. Pouco mais de 02 anos depois, Chico retornou à Pátria Espiritual.
Vale também ressaltar que não necessariamente este Espírito atuará no campo Espírita. A informação é clara ao dizer que sua atuação será na área Cristã e não necessariamente Espírita.
O jovem pode hoje ser sim um jovem espírita, mas também pode ser católico ou evangélico, por exemplo. Ademais, se bem observarmos, Emmanuel em suas reencarnações sempre foi bastante ligado a Igreja Católica, logo, não seria espantoso se este jovem atuar no ensinamento Cristão da Igreja reformando as ideias e trazendo inovações, ou que se aventure no meio evangélico para trazer novos pensamentos.
Para quem não sabe este Espírito na época de Jesus esteve reencarnado como o senador Publio Lentulus. Posteriormente reencarnou como Nestório, Manoel da Nóbrega, dentre tantas outras. A mais recente foi como o Padre Amaro, um sacerdote que viveu no Pará por volta do século XIX e XX.
A atual encarnação de Emmanuel é a 11ª reencarnação revelada deste Espírito. 
Fonte: Letra Espírita



“O QUE ACONTECE QUANDO VOCÊ COMEÇA A FREQUENTAR UM CENTRO ESPIRITA? ”

Quando você entra em um centro espírita, você não se torna médium. A não ser que você já tenha nascido com o corpo físico preparado para isso, você não começa a ver ou a ouvir os Espíritos.
Quando você entra em um centro espírita, não existe nenhuma espécie de recado dos Espíritos Superiores direcionado exclusivamente a você. Tampouco seus familiares desencarnados te enviarão cartas dizendo o que você deve ou não fazer da vida.
Quando você entra em um centro em espírita, as pessoas não vão te contar quem você foi ou fez em suas vidas passadas. Se essas informações fossem necessárias você se lembraria por conta própria. Basta saber que você colhe hoje aquilo que plantou em outras existências até para que você passe a semear com mais sabedoria e amor no seu dia de hoje.
Quando você entra em um centro espírita, você não recebe a solução mágica para resolver seus problemas. Suas dores continuarão a existir. Suas perdas, suas mágoas, suas dificuldades de relacionamento ou o que quer que você enfrente na vida.
Quando você entra em um centro espírita, você definitivamente não está salvo. Seu lugar no céu jamais poderá ser comprado até porque a ideia de céu do Espiritismo nada tem a ver com anjos tocando harpa nas nuvens, e sim com a consciência tranquila do dever cumprido.
A verdade, que poucos compreendem ou querem compreender, é que quando você começa a frequentar um centro espírita absolutamente nada muda em sua vida.
Acredite. Nada mesmo.
A não ser que você tome a decisão de mudar, que você compreenda que precisa realizar melhorias em si mesmo, que aceite o convite da reforma íntima e moral, tudo continuará da mesma forma que já estava.

Ninguém pode viver nossa vida ou dar por nós os passos que nos cabem. Compete a cada um de nós a construção da nossa própria felicidade. Essa noção de responsabilidade individual, tão pouco considerada nos dias atuais, é, com certeza, uma das primeiras lições, entre tantas outras, que você aprenderá quando de fato entrar em um centro espírita.

Postado por LETRA ESPIRITA

"QUEM É JESUS PARA OS ESPÍRITAS."

Pouca gente sabe o que realmente é Jesus para os espíritas, sem contar os que fantasiam em torno de conjecturas vazias, por total desconhecimento. Personalidade mais comentada de todos os tempos, Jesus, por sua importância, ensejou a fragmentação da História em duas partes — antes da sua vinda e depois de sua passagem pela Terra.
Os espíritas não costumam cultuar imagens, muito menos a imagem de Jesus na cruz, abatido, vitimado pela incompreensão dos homens. Para eles, o Jesus real é “um ser iluminado, belo, forte, irradiando amor de uma forma ampla e total, como um verdadeiro sol cujos raios se direcionam para todos os lados e atingem a todas as pessoas do Universo. Médico, psicólogo, pedagogo, consolador, redentor, Jesus nunca usou de uma classificação dicotômica da humanidade — os condenados a um futuro terrível num inferno eterno, em função de seus erros, e os eleitos, os únicos a se salvar, em função da sua fidelidade. Assim, os espíritas veem esse tal de inferno apenas como um estado íntimo da consciência. Nada de demônios, nada de Pai vingativo. Esse conceito encerrou-se com Moisés — teve valor somente a seu tempo, quando a humanidade exigia o tratamento do olho-por-olho-dente-por-dente. A partir de Jesus, Deus passa a ser infinitamente bom e misericordioso.
Quando se diz que Jesus é o caminho, o espírita entende que uma estrada leva sempre a algum lugar. Ao classificar-se o mestre como caminho, afirma Emmanuel, afasta-se a possibilidade de uma estrada sem proveito. Aceitando a receita de Jesus, caminhar em sua companhia “é aprender sempre e servir diariamente, com renovação incessante para o bem infinito, porque o trabalho construtivo, em todos os momentos da vida, é a jornada sublime da alma, no rumo do conhecimento e da virtude, da experiência e da elevação”. Zonas com estradas desativadas, sem serviço, sem transporte, refletem economia paralítica. Assim arremata Emmanuel:1 “Cristãos que não aproveitam o caminho do Senhor para alcançar a legítima prosperidade espiritual são criaturas voluntariamente condenadas à estagnação”. Nada de inferno. E toda estagnação é temporária, até que o espírito desperte. Disso tem certeza o espírita. Esse despertar, comumente, acontece sobre o aguilhão da dor, em função da sábia lei divina de causa e efeito.
O destino de todos nós? A perfeição. Todos, sem exceção verão a Deus, alcançarão os patamares maiores da evolução. E mais, independentemente da religião que abraçaram. O que manda é a prática indiscriminada do Amor, com maiúscula, e não a escolha da prática religiosa, rotulada.
Jesus, para o espírita, não é Deus. O mestre chamou a si mesmo de Filho do Homem, filho de Deus. Sempre se referia: “meu Pai que está no céu. “A distância, em medidas de perfeição, que existe entre Jesus – pela sua superioridade moral – e nós mesmos é que nos faz imaginá-lo como Deus... Compreensível que para nós ele seja quase isso, um Deus.
A prática do perdão, mecanismo expresso no Pai-Nosso como condição para o perdão do Pai, e a máxima “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, são a receita maior para rumarmos sem delongas na direção do Criador.
A regra áurea do “fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem” não foi trazida por Jesus. Ela datava de muitos séculos passados. Buda a citava, os gregos, os persas, os chineses, os egípcios, os hebreus, até os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo”.2 A grande diferença é que Jesus vivenciou essa regra áurea, “em plenitude de trabalho, abnegação e amor”.
A maioria dos espíritas concorda com Gandhi quando ele diz que a mais pura essência do cristianismo está no Sermão da Montanha (é lá que Jesus nos ensina a orar, por meio do Pai-Nosso). Se todo acervo da sabedoria humana sobre a Terra fosse destruído, só restando o Sermão da Montanha, “as gerações futuras teriam nele toda a beleza e sabedoria necessárias para a vida”, disse o grande estadista hindu.
Aliás, o espírita entende também que Gandhi, Buda, Lutero, Chico Xavier, Tereza de Ávila, Madre Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Santo Agostinho, os profetas que constam das escrituras sagradas e tantos outros, todos, sem exceção, foram colaboradores do Cristo, na sua estratégia de estabelecer o Reino de Deus na Terra. Todos foram, em maior ou menor grau, “inspirados pelos planos mais altos da vida”. Tudo faz parte de um trabalho árduo e constante para a instalação definitiva do amor entre os homens. Afinal, Jesus é o diretor espiritual desse planeta e espera a colaboração de todos para a redenção da Humanidade. Nisso, até nós, na nossa pequenez, estamos incluídos. Operários do Cristo, nas mínimas coisas.
Ref.: 1-          “O caminho”, em Vinha de luz, psicografado por Francisco Xavier, FEB.
2-        “A regra áurea”, Caminho, verdade e vida, idem.


 Escrito por Ary Marques Brasil   

sábado, 10 de junho de 2017

“O PERDÃO EM FAMÍLIA. ”

Quando o ambiente doméstico, à conta de pesados compromissos morais, surgir frustrando os seus anseios sinceros de felicidade, não o abandone, persevere um tanto mais, pois tudo na vida tende a se transformar.
Enquanto não conseguir ser compreendido por quantos se acham ligados a você pelos laços consanguíneos, empregue a compreensão e a paciência necessárias para a manutenção da paz que deseja.
Lembre-se, o irmão difícil provavelmente é o desafeto de ontem que ressurge hoje, à conta de credor lesado, reclamando o ajuste dos nossos débitos.
O cônjuge intransigente quase sempre traz no subconsciente as marcas da incúria com que o ferimos em pretérito distante, transformando o lar de hoje em um verdadeiro laboratório de aprimoramento moral.
Por mais difícil que seja a convivência no lar, não tome atitudes precipitadas. Arme-se de um tanto mais de paciência e procure no companheiro ou na companheira as qualidades e não apenas os defeitos.
Não desdenhe da sabedoria de Deus que colocou vocês juntos para a construção da vossa felicidade.
Cumpra a sua parte. Mude as suas atitudes e pensamentos antes de exigir a mudança dos outros que convivem com você.
Ninguém se descarta de uma convivência necessária sem auferir para si, compromissos ainda mais graves do que aqueles que está vivendo hoje.
Não destrua o lar à conta de interesses egoístas e mundanos. Lembre-se, aqueles que a vida trouxe para junto de nós, os quais muitas vezes não toleramos a presença, não os ajudamos e não aprendemos a amá-los, amanhã, retornarão para junto de nós, impondo-nos condições ainda mais aflitivas.
É assim que uma esposa hoje desprezada poderá retornar amanhã na condição de uma filha problema, obrigando-nos a um sacrifício ainda maior.
Quantos esposos traídos e abandonados no passado estão hoje reencarnados como filhos das esposas infelizes de outrora, cobrando-lhes caro a insensatez da traição e do abandono.
A essas mães e pais, facilmente identificados pela relação difícil com seus filhos, aconselho que façam as mentalizações de reconciliação, ajudando a apagar, do subconsciente dos seus filhos, as imagens negativas registradas no passado.
O lar é o santuário onde devemos construir os alicerces da nossa felicidade. O tributo a pagar é a renúncia e o perdão. Sem pagarmos esse tributo, jamais consolidaremos nossa felicidade.
Antes de bater no peito e gritar pelos seus direitos, observe se está cumprindo as suas obrigações. Não falo das obrigações do pão e do teto, mas das obrigações morais para com a sua esposa ou esposo e para com os seus filhos. Está dando a eles o exemplo de fidelidade, de amor e de compreensão? Já consegue deixar do lado de fora da porta o mau humor e os problemas que não dizem respeito a sua família? Faça a si mesmo estas perguntas e analise profundamente. Fazendo isso, estará se aproximando do autoconhecimento que levará você a encontrar o caminho da felicidade, se é o que deseja realmente.
Eu vivi uma experiência que me permite falar com propriedade sobre esse assunto:
Estava casado há dois anos. Tinha um filho com um ano e três meses e outro com dois meses e alguns dias. Certa manhã, ao levantar-me para ir ao trabalho, olhei no berço do meu filhinho de dois meses e, com uma dor imensa no coração percebi que estava morto. Depois do choque que tivemos eu e minha esposa, fizemos os preparativos para o funeral. No momento em que o seu corpinho estava sobre a mesa, minha mãe viu o espírito de uma mulher aproximar-se dele, rindo às gargalhadas. A partir desse dia minha vida se transformou.
Minha mulher que nunca fora agressiva, passou a maltratar-me. Os meus negócios começaram a regredir de tal forma que durante o período de oito meses, não consegui sequer pagar o aluguel da casa onde morava. Todos os meus planos pareciam ir por água abaixo, até o alimento ameaçava faltar. Nesse clima difícil, tivemos mais um filho.
O tempo passou...
Com muita luta, consegui equilibrar-me financeiramente, mas o trato com minha mulher piorou, meu primeiro filho que contava quase três anos de idade, afirmava ver uma mulher andando pela nossa casa.
Certo dia, quando retornava do trabalho, sem qualquer motivo, minha esposa tentou agredir-me. Sabendo do que se tratava, mantive a calma. Abri meus braços e orei com fé. Imediatamente ela caiu no chão, logo percebi tratar-se do espírito que minha mãe e meu filho haviam visto. Com palavras amigas, tentei convencê-la a abandonar tal perseguição, porém, seu ódio por mim era tanto que gritava:
– “Maldito... Vou acabar com você!”
Essa cena se repetiu durante quatro anos, duas ou três vezes por semana, e a cada investida eu lhe dava o que havia de melhor em mim, tratando-a com respeito e carinho. Graças ao conhecimento Espírita, eu sabia que algum mal havia feito para aquela irmã, em outra vida.
Eram os últimos dias de junho de 1972. Pela manhã estávamos conversando, eu, minha esposa e meu cunhado, quando a nossa irmã incorporou novamente. Chorava muito. Comovido eu chorei também. Senti que naquele momento havia conquistado o seu perdão. Conversamos em prantos, e quando partiu, prometeu não mais nos molestar. Logo em seguida meu cunhado incorporou um espírito que não revelou seu nome, mas disse-nos o seguinte:
– “Meu irmão, Deus concedeu a vocês a oportunidade de transformar esse ódio em amor. Nossa irmã renascerá como vossa filha, preparem o berço, virá na figura de uma linda menina de olhos claros. Esta é a prova que vos dou.”
Realmente! Em pouco tempo minha mulher concebeu, e em abril de 1973, nasceu minha filha, uma linda menina de olhos claros! Foi uma grande prova, principalmente para minha esposa que ainda tinha algumas dúvidas com relação à vida eterna. Graças às experiências vividas com minha mãe, o fato veio apenas confirmar a fé que cultivo desde criança, sem a qual, meu lar teria desmoronado.
A prova maior veio depois...
Devido ao ódio que a irmã sentia por mim, e que em tão pouco tempo não poderia ser apagado do seu subconsciente, durante a gravidez, minha mulher sentia-se influenciada por ela a ponto de sentir aversão por mim.
Durante os nove meses de gravidez, meu relacionamento com minha esposa foi muito difícil, precisei de muita paciência para superar. Depois que nasceu, quando tinha alguns meses de idade eu não podia tocá-la. Ao pegá-la no colo, imediatamente punha-se aos gritos como se estivesse sentindo dores, bastava entregá-la a alguém, prontamente se acalmava.
Até os três anos de idade tivemos uma relação muito difícil. Sempre me olhava com reserva e raramente respondia às minhas perguntas. Brincava e sorria com todos, menos comigo.
Não fora meu conhecimento espírita, talvez essa aversão tivesse se perpetuado até hoje. Cheguei em alguns momentos a pensar em desistir de conquistá-la, minha dor era muito grande, por mais que eu tentasse aproximar-me, ela rejeitava-me rudemente. Apesar de tudo, continuei insistindo, até que finalmente consegui conquistá-la.
Um dia, ao chegar em casa, estava brincando no jardim, olhei para ela e ao contrário do que sempre fazia que era correr para junto da mãe, correu para mim e, abraçando-me, beijou-me pela primeira vez. Chorei emocionado. Hoje, nos amamos muito!
Nelson Moraes-

Extraído do livro: “Perdão - O Caminho da Felicidade!” – Autor: Nelson Moraes / Orientado pelo Espírito Aulus

“CRIANÇAS ABANDONADAS NA VISÃO ESPÍRITA”

Um novo fenômeno social chama a atenção do Ministério Público: o crescente abandono de bebês em locais públicos. Esse fenômeno é mais acentuado nas grandes cidades e o motivo, segundo pesquisas, não é a pobreza da população, pois com o advento dos programas sociais governamentais de distribuição de renda, praticamente 100% das mães consideradas pobres ficam e cuidam dos seus filhos. Os pais que abandonam seus filhos, deixando-os em lixeiras, praças, terrenos baldios, em boa parte estão envolvidos com transtornos mentais, alcoolismo e drogas.
Devemos esclarecer os pais, e principalmente as mães, que muitas vezes ficam sozinhas após a constatação da gravidez, que o abandono da criança pode acarretar para os pais a perda da guarda da criança, além de outras implicações perante a lei, por isso fazemos um apelo: seja qual for o motivo, você não puder cuidar do seu filho recém-nascido, procure, ainda na gravidez, o juizado da infância para formalizar o processo de encaminhamento à adoção dessa criança, que é uma alma necessitada de carinho, proteção e educação.
Sobre o assunto a espiritualidade manifestou-se em 1860, conforme mensagem assinada por “Um Espírito Familiar”, e publicada por Allan Kardec no item 18 do capítulo 13 de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, sob o título “Os Órfãos”. É uma mensagem que sensibiliza, que faz vibrar as cordas íntimas do nosso coração e que, diante das notícias sobre o abandono de bebês, nos leva às lágrimas e ao sentir profundo desse drama.
Realmente, como deve ser triste ser só e abandonado na infância! Olhos pequeninos que vagueiam pela imensidão, vazios de emoções e repletos de solidão, incertos do futuro, desconhecendo a afetividade. Pobres almas que carregam a tortura do desamor de seus pais e dos semelhantes, que as abandonam em abrigos. Como única referência humanitária, as “tias” e “tios” que se dedicam a cuidá-las e orientá-las.
E exclamamos: por que Deus permite a orfandade do abandono materno/paterno? E explica-nos o espírito que assina a mensagem: “Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-lhes de pais”. E completa o ensino com esta lapidar imagem: “Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício!”.
Se não podemos, neste mundo ainda de provas e expiações, evitar o abandono de bebês, podemos trabalhar a sensibilidade nos corações para a solidariedade da adoção. Sim, porque “agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada”, afirma o instrutor espiritual.
Imaginamos quanta dor se esvai do coração da criança ao ser recolhida por braços amigos, ou ser aconchegada por corações interessados em amá-la. Como o acaso não existe, os pais adotivos podem estar, com esse gesto, corrigindo um ato de desamor em alguma vida passada e, com certeza, permitindo, nesta existência, que esse espírito, agora filho adotivo, possa crescer intelectual e moralmente e, quem sabe, quando jovem ou adulto, reencontrar seus pais biológicos para o exercício da compreensão e do perdão. É assim que a lei de Deus se faz plena e compreendemos que basta uma ação de amor para que séculos de dores e aflições desapareçam.
Nesse entendimento encontramos na mensagem espiritual que nos serve de apoio o seguinte comentário: “Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever”. Por isso bendizemos a lei do esquecimento, para que possamos utilizar o livre arbítrio sem entraves, recebendo de Deus o mérito de nossas boas ações.
Agora, reconhecemos que a adoção e o amparo socioeducativo governamental à criança abandonada não são soluções para o grave fenômeno social. Se existem crianças abandonadas, existem pais que abandonam. Se existem crianças abandonadas, existem homens e mulheres que, indiferentes, as deixam abandonadas pelas ruas das cidades. Sim, exigimos das autoridades públicas providências justas e necessárias, mas fazemos o que nos compete? Amamos as crianças como deveríamos amar? Auxiliamos os pais que passam por dificuldades? Orientamos a juventude para os compromissos da união afetiva? Participamos efetivamente do ser coletivo que é a sociedade?
“Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito a vossa caridade”. São palavras do espírito que assina a mensagem, recordando o grande ensino do Mestre Jesus: “amai-vos uns aos outros”. E devemos nos amar pela condição de sermos filhos de Deus, e, portanto, sermos irmãos.
Somente o amor pode corrigir o desvio social do abandono dos filhos, pois somente o amor tem o poder de abrandar o egoísmo e sensibilizar o coração. Somente o amor tem o poder de cicatrizar feridas pretéritas e germinar vida rica em alegrias.
Todos os esforços devem ser feitos para o estudo, a compreensão e a prática do amor entre os homens, e isso acontecerá quando colocarmos o amor como base de todos os esforços educacionais do homem; quando o amor for a bandeira sinalizadora de nossa caminhada; quando o amor for a meta a ser alcançada.
Amemo-nos e não teremos a degradação dos vícios do álcool e das drogas. Amemo-nos e não teremos os desvios dos transtornos mentais. Amemo-nos e não teremos crianças abandonadas. Deus sabe que não faremos isso da noite para o dia, mas confere-nos o sagrado tesouro do tempo… O tempo necessário para compreender o amor e amar sem distinções… Por todo o sempre!
Marcus de Mario
FONTE: http://www.agendaespiritabrasil.com.br/2015/12/05/as-criancas-abandonadas/


"ESPÍRITOS PRESOS A TERRA"

Pode uma alma, após a morte, permanecer presa à Terra?
Sim, pode. Isso acontece muitas vezes. As almas presas à Terra são pessoas que, após a morte, não conseguiram desligar-se dos seus corpos físicos e da vida que levavam. Eles permanecem envolvidos pelo magnetismo terrestre, presos ao nível da crosta planetária, e não conseguem se desprender do apego à existência que já se encerrou. Geralmente eles acreditam ainda estar vivos, e não entendem por que as pessoas não falam mais com eles. Essas almas possuem um acesso bem fácil aos encarnados, e podem mesmo se ligar psiquicamente a eles. Com isso, eles atrasam sua entrada nos planos mais sutis e permanecem em estado de perturbação e sofrimento.
O médium mineiro Francisco Cândido Xavier diz o seguinte: Quando o corpo é reclamado pelo sepulcro, o espírito volta à pátria de origem, e, como a natureza não dá saltos, as almas que alimentam aspirações puramente terrestres continuam no ambiente do mundo, embora sem o revestimento do corpo carnal.
É possível a alma evoluir nesse estado de prisão?
A evolução encontra-se em todos os estados e condições, mas pode-se dizer que ela é insignificante quando a alma está presa à Terra. O ser desencarnado atrasa muito seu desenvolvimento espiritual, fica quase que estagnado; é como se ele ficasse congelado ou cristalizado dentro dos parâmetros de mente e comportamento. Nesse sentido, eles tendem a repetir estereotipadamente os padrões da última personalidade e também do momento da transição. Por exemplo, um rapaz morre num acidente de carro e fica chamando pelos seus pais. Ele pode ficar invocando a presença dos pais por períodos bem longos, sem perceber que sofreu um acidente e não possui mais corpo físico. Também contribui consideravelmente para a prisão no plano da Terra uma morte rápida e trágica. A alma não tem tempo de perceber o que ocorreu e pode ficar confusa com o impacto da súbita transição.
O que uma alma faz quando fica presa à Terra?
Algumas vezes ela tenta realizar as mesmas atividades de quando estava encarnada; outras vezes fica próxima de parentes e amigos, tentando um contato. Em outras situações, como já dissemos, ela fica repetindo os mesmos padrões de ação e comportamento de sua última existência. Em casos não tão raros, ela fica perambulando por locais que lhe foram familiares em vida ou peregrina por locais desconhecidos. Quando isso ocorre, na maioria das vezes ela acaba se conectando com um encarnado, e participa de seus prazeres e de sua vida. Sem que o encarnado se dê conta, ela pode guiar seus pensamentos, desejos e até as principais escolhas de sua vida. Porém, o mais grave é a vampirizarão de energias vitais que se processa nessa conexão psíquica entre ambos. A alma presa à Terra necessita da vitalidade de pessoas para se manter no nível da crosta terrestre. Na maioria das vezes, suga as energias sem perceber o prejuízo que lhes causa.
Podeis enumerar um outro motivo da alma permanecer presa a Terra?
Geralmente, o ceticismo extremo ou mesmo o dogmatismo religioso podem ser a causa do aprisionamento. Os céticos conservaram ao longo da vida arraigadas concepções sobre a inexistência da vida após a morte, e, ao se deparar com uma realidade que negaram ao longo da existência corpórea, eles se recusam a enxergar sua nova condição. Não acreditam que possam estar mortos e ainda assim vivendo, pois sempre guardaram uma inquebrantável convicção que a morte é o encerramento definitivo da existência humana.
Os céticos da vida após a morte podem experimentar duas condições mais gerais: a primeira é um estado de perturbação pós-morte, uma firme negação de sua nova condição, o que gera confusão e até desespero. Por outro lado, os céticos podem unir-se a outros céticos, numa experiência coletiva, e podem acreditar que foram transladados para outro mundo, um local estranho que eles não sabe como chegaram ali, mas creem ainda estar vivos.
O mesmo ocorre com os fanáticos religiosos; a ortodoxia, o sectarismo e o dogmatismo são grandes entraves a visão da realidade pós-morte. O religioso fundamentalista crê firmemente que, caso estivesse mesmo morto, deveria estar agora nos céu, no reino de Deus que sempre almejou em sua passagem pela Terra. Ele acreditava na sua salvação, e não pode admitir que, após a morte, ele não fosse recebido pelo ícone do seu culto. Essa prisão é fato corrente para um número significativo de religiosos fanáticos, aprisionados em suas próprias concepções cristalizadas.
Por outro lado, ele pode encontrar-se frente a frente com suas convicções religiosas, que nada mais são do que suas próprias criações mentais produzidas quando encarnados. Ele pode envolver-se nessa ilusão de suas formas de pensamento e viver de acordo com elas. Porém, isso possui algo de providencial, pois a vida após a morte seria algo doloroso demais se as almas não pudessem, de certa forma, adaptar suas crenças ao novo ambiente e viver de conformidade com eles, caso ainda não estejam prontos para uma comunhão com estados sutis mais reais.
Há outros motivos para a fixação no nível da crosta terrestre?
Sim, esses motivos variam conforme a individualidade de cada alma. Mas existem motivos gerais a se considerar:
1 - Não cumpriram seu roteiro kármico (proposta encarnatória).
2 - Suicidaram-se e deixaram assuntos inacabados.
3 - Possuíam extremo apego a Terra e aos desejos materiais.
4 - Viciaram-se em álcool, fumo, comida, sexo, lazer, prazeres diversos.
5 - Tinham medo de morrer e após o desencarne continuaram negando a morte.
6 - Dificuldade de aceitarem que passaram pela transição e não têm mais corpo físico.
7 - Morte súbita (os espíritos não tiveram tempo de perceber que morreram).
8 - Ódio e vingança a algum desafeto.
9 - Apego a entes queridos ou a pessoas próximas.
10 - Ceticismo fortemente arraigado.
11 - Morte após deficiências mentais ou transtornos psíquicos graves.

Que dizer sobre as estórias sobre espíritos aprisionados em locais específicos?

Essas estórias podem ser reais. Alguns espíritos podem fixar-se em lugares em que eram muito afeiçoados durante a sua vida. Muitos ficam presos a sua própria residência; outros aos lugares onde ocorreu sua transição; outros ainda se unem a outras almas que escolhem um local propício a sua permanência. Esse é o fundamento das chamadas “casas mal assombradas”, que reúnem grande número de almas perdidas e presas em locais específicos. Ocorre com certa frequência uma ligação psíquica entre a alma recém-desencarnada e pessoas que compraram o imóvel onde a alma passou a maior parte de sua vida.
Disseste que uma alma pode ficar presa à Terra em decorrência do ódio a desafetos. Podeis explicar melhor?
Enquanto o ódio aprisiona, o amor liberta. No Novo Testamento está escrito: Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte. (João 3: 14). Isso significa que, aqueles que não amam, permanecem presos no ódio e aprisionados no nível terrestre após o passamento. Não é possível neutralizar o ódio com o esquecimento, pois em épocas futuras esse ódio regressará numa outra roupagem, numa outra forma de manifestação. O ódio só pode ser dissipado com amor e o perdão. O amor vem da consciência de que todos nós estamos interligados, que somos uma mesma família universal e estamos numa mesma missão cósmica; todos somos almas ainda inferiores, dependentes, ignorantes e limitadas. Compreender isto é uma forma de libertação de todo o ódio. Devemos também compreender que ninguém pode nos tirar nada, nem destruir qualquer de nossos bens sem a nossa participação. Nosso corpo pode ser queimado, torturado, destroçado e morto; mas nossa alma só será tocada se assim permitirmos. Esse foi o caso de Jesus: enquanto o corpo físico e a personalidade humana de Jesus estavam sofrendo dores lancinantes na cruz, sua alma, seu espírito imortal estava completamente ausente e invulnerável a mortificação de sua carne. Ele assistia tudo de fora, sem se envolver no sofrimento que lhe acometera. As maiores maldades podem ser realizadas conosco, mas uma alma de luz, um ser mais evoluído, não pode ser atingido, pois ele sabe que não é matéria, não é esse ego nem essa personalidade; ele é algo infinitamente maior e que não pode jamais ser destruído. O espírito é indestrutível, é perene; vive para sempre e não é subjugado pelo caráter transitório da matéria e do mundo da manifestação. As almas que carregam o ódio dentro de si invariavelmente se prendem nos liames da matéria e podem permanecer longos períodos esperando para consumar sua vingança. Ela desconhece que estará tão presa e ficará tão mal quanto aquele que deseja prejudicar.
Almas de luz não poderiam resgata-las se assim desejassem?
Já dissemos que uma alma pode fixar-se em seus pensamentos, imagens mentais e padrões após a morte. Pois bem, quando ela fica nesse estado, a comunicação com o que está a sua volta é perdida. Ela está tão envolvida por uma autohipnose, tão cristalizada dentro de suas repetições, está de tal forma mergulhada em suas tendências, criando ilusões atrás de ilusões, que seu pensamento e percepção ficam girando em torno de si mesmo. Dessa forma, ela se fecha em seu mundo psíquico e não entra em contato e nem enxerga o que está ao seu redor. Quando é este o caso, as almas de luz sequer conseguem chegar até ela. Muitas vezes, esse resgate, caso ocorresse, seria uma violação de seu livre arbítrio. Se a alma ainda deseja estar naquele nível, uma alma mais evoluída não poderia contrariar sua própria vontade, mesmo que ela esteja seguindo um caminho que lhe seja prejudicial. O mesmo ocorre na Terra.

Quando uma alma não fica presa à Terra, qual será o seu destino?
O grau de densidade de seu corpo etérico diminui, conforme ela vai se desvinculando de sua existência física. Os resíduos de materialidade do seu antigo corpo físico vão se dissolvendo, e ela aceita sua nova condição vibratória. Ela deixa para trás sua última vida, sem apego, assimilando as lições que necessita, revendo seus erros e compreendendo o que precisa fazer para melhorar-se. Conforme o tempo vai passando, seus níveis de maior densidade e materialidade vão sendo dissipados. Ela vai descartando os envoltórios menos pesados e adquirindo outros mais sutis. Muitas tendências grosseiras vão sendo depostas na matéria primordial de seu nível, e isso a permite ascender a planos mais sutis.
Tendo em vista essas considerações, podemos concluir que os contos e estórias sobre obsessões e possessões são reais, e não mera fantasia?
Sim, são reais e podem estimular a formação de diversos males ao ser humano.
Podeis nos dar exemplos desses males causados pela ligação psíquica entre as almas presas a Terra e os encarnados?
As repercussões desse processo são bem numerosas, mas podemos citar os prejuízos mais gerais:
Sintomas físicos: doenças, dores, mal estar, náusea, dor na nuca, enjoo, arrepios, tontura, cansaço excessivo, estafa.
Problemas mentais: problemas de memória, desatenção, dissociação, falta de clareza, embotamento, parada do pensamento, confusão mental, ideias suicidas, despersonalização, pesadelos recorrentes, alucinações auditivas e visuais.
Descontrole emocional: ansiedade, angústia, medo, irritação, depressão, tristeza, choro sem causa aparente, impulsividade.
Inclinação às drogas: abuso de álcool, maconha, tabaco, drogas injetáveis, remédios.
Problemas com peso: Pelo estímulo à compulsão pela comida ou à perda de apetite, como obesidade, anorexia, bulimia.
Problemas de relacionamento: timidez, fobia social, introversão, dificuldade de comunicação.
Problemas sexuais: falta ou excesso de desejo sexual.
Fechamento dos caminhos: tudo parece dar errado, oportunidades não aparecem, dificuldade de expressar nosso potencial.


Autor: Hugo Lapa

sexta-feira, 9 de junho de 2017

“ENCARNAÇÕES NOS DIFERENTES MUNDOS. HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO PAI”

“ENCARNAÇÕES NOS DIFERENTES MUNDOS. HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DO PAI”

III – Encarnação nos Diferentes Mundos
 172. Nossas diferentes existências corpóreas se passam todas na Terra?
  — Não mas nos diferentes mundos. As deste globo não são as primeiras nem as últimas, mas as mais materiais e distanciadas da perfeição.
 173. A cada nova existência corpórea a alma passa de um mundo a outro, ou pode viver muitas vidas num mesmo globo?
  —Pode reviver muitas vezes num mesmo globo, se não estiver bastante adiantada para passar a um mundo superior.
 173 – a) Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
 — Certamente.
 173 – b) Podemos voltar a ela depois de ter vivido em outros mundos?
 — Seguramente; podeis ter já vivido noutros mundos bem como na Terra.
 174. É uma necessidade reviver na Terra?
 — Não. Mas, se não progredirdes, podeis ir para outro mundo que não seja melhor, e que pode mesmo ser pior.
 175. Há vantagem em voltar a viver na Terra?
— Nenhuma vantagem particular, a não ser que se venha em missão, pois então se progride, como em qualquer outro mundo.
 175 – a) Não seria melhor continuar como Espírito?
— Não, não! Ficar-se-ia estacionário, e o que se quer é avançar para Deus.
  176. Os Espíritos, depois de se haverem encarnado em outros mundos, podem encarnar-se neste, sem jamais terem passado por aqui?
— Sim, como vós em outros globos. Todos os mundos são solidários; o que não se faz num, pode-se fazer noutro.
 176 – a) Assim, existem homens que estão na Terra pela primeira vez?
— Há muitos, e em diversos graus.
 176 – b) Pode-se reconhecer, por um sinal qualquer, quando um Espírito se encontra pela primeira vez na Terra?
— Isso não teria nenhuma utilidade.
177. Para chegar à perfeição e à felicidade suprema, que é o objetivo final de todos os homens, o Espírito deve passar pela série de todos os mundos que existem no Universo?
— Não, porque há muitos mundos que se encontram no mesmo grau e onde os Espíritos nada aprenderiam de novo.
 177 a) Como então explicar a pluralidade de sua existência num mesmo globo?
— Eles podem ali se encontrar de cada vez, em posições bastante diferentes, que serão outras tantas ocasiões de adquirir experiência.
 178. Os Espíritos podem renascer corporalmente num mundo relativamente inferior àquele em que já viveram?
— Sim, quando têm uma missão a cumprir, para ajudar o progresso; e então aceitam com alegria as tribulações dessa existência porque lhes fornecem um meio de se adiantarem.
  178 – a) Isso não pode também acontecer como expiação, e Deus não pode enviar os Espíritos rebeldes a mundo inferiores?
— Os Espíritos podem permanecer estacionários, mas nunca retrogradas; sua punição, pois, é a de não avançar e ter recomeçar as existências mal empregadas, no meio que convém à sua natureza.
  178 – b) Quais são os que devem recomeçar a mesma existência?
— Os que faliram em sua missão ou em suas provas.
  179. Os seres que habitam cada mundo estão todos no mesmo grau de perfeição?
— Não. É como na Terra: há os que estão mais ou menos adiantados.
  180. Ao passar deste mundo para outro, o Espírito conserva a inteligência que tinha aqui?
— Sem dúvida, pois a inteligência nunca se perde. Mas ele pode não dispor dos mesmos meios para manifestá-la. Isso depende da sua superioridade e do estado do corpo que adquirir. (Ver influência do organismo, item 367).
  181. Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?
— Sem dúvida que têm corpos, porque é necessário que o Espírito se revista de matéria para agir sobre ela; mas esse envoltório é mais ou menos material, segundo o grau de pureza a que chegaram os Espíritos, e é isso que determina as diferenças entre os mundos que temos de percorrer. Porque há muitas moradas na casa de nosso Pai, e muitos graus, portanto. Alguns o sabem e têm consciência disso aqui na Terra, mas outros anda sabem.
  182. Podemos conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes mundos?
 — Nós, Espíritos, não podemos responder senão na medida do vosso grau de evolução. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estão em condições de compreendê-las, e elas os perturbariam.
 Comentário de Kardec: À medida que o Espírito se purifica, o corpo que o reveste, aproxima-se igualmente da natureza espírita. A matéria se torna menos densa, ele já não se arrasta penosamente pelo solo, suas necessidades físicas são menos grosseiras, os seres vivos não têm mais necessidade de se destruírem para se alimentar. O Espírito é mais livre e tem, para as coisas distanciadas, percepções que desconhecemos: vê pelos olhos do corpo aquilo que só vemos pelo pensamento.
 A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição moral dos seres em que estão encarnados. As paixões animais se enfraquecem, o egoísmo dá lugar ao sentimento fraternal. É assim que, nos mundos superiores ao nosso, as guerras são desconhecidas, os ódios e as discórdias não têm motivo, porque ninguém pensa em prejudicar o seu semelhante. A intuição do futuro, a segurança que lhes dá uma consciência isenta de remorsos fazem que a morte não lhes cause nenhuma apreensão: eles a recebem sem medo e como uma simples transformação.
 A duração da vida, nos diferentes mundos, parece proporcional ao seu grau de superioridade física e moral, e isso é perfeitamente racional. Quanto menos material é o corpo, está menos sujeito às vicissitudes que o desorganizam, quanto mais puro é o Espírito, menos sujeito às paixões que o enfraquecem. Este é ainda um auxílio da providência, que deseja, assim, abreviar os sofrimentos.
 183. Passando de um mundo para outro, o Espírito passa por nova infância?
— A infância é por toda parte uma transição necessária, mas não é sempre tão ingênua como entre vós.
 184. O Espírito pode escolher o novo mundo em que vai habitar?
— Nem sempre; mas pode pedir e obter o que deseja, se o merecer. Porque os mundos só são acessíveis aos Espíritos de acordo com o grau de sua elevação.
 184 – a) Se o Espírito nada pede, o que determina o mundo onde irá reencarnar?
 — O seu grau de elevação.   
 185. O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada globo?
 — Não; os mundos também estão submetidos à lei do progresso. Todos começaram como o vosso, por um estado inferior, e a Terra mesma sofrerá uma transformação semelhante, tornando-se um paraíso terrestre, quando os homens se fizerem bons.
Comentário de Kardec: É assim que as raças que hoje povoam a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres mais e mais perfeitos. Essas raças transformadas sucederão à atual, como esta sucedeu a outras que eram mais grosseiras.
 186. Há mundos em que o Espírito, deixando de viver num corpo material, só tem por envoltório o períspirito?
 — Sim, e esse envoltório torna-se de tal maneira etéreo que para vós é como se não existisse; eis então o estado dos Espíritos puros.
 186 – a) Parece resultar daí que não existe uma demarcação precisa entre o estado das últimas encarnações e o do Espírito puro?
 — Essa demarcação não existe. A diferença se dilui pouco a pouco e se torna insensível, como a noite se dilui ante as primeiras claridades do dia.
 187. A substância do períspirito é a mesma em todos os globos?
 — Não; é mais eterizada em uns do que em outros. Ao passar de um para outro mundo, o Espírito se reveste da matéria própria de cada um, com mais rapidez, que o relâmpago.
 188. Os Espíritos puros habitam mundos especiais ou encontram-se no espaço universal, sem estar ligados especialmente a um globo?
 — Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão confinados a eles como os homens à Terra; eles podem, melhor que os outros, estar em toda parte(1).
(1) De todos os globos que constituem o nosso sistema planetário, segundo os Espíritos, a Terra é daqueles cujos habitantes são menos adiantados, física e moralmente: Marte lhe seria ainda inferior e Júpiter muito superior em todos os sentidos. O Sol não seria um mundo habitado por seres corpóreos, mas um lugar de encontro de Espíritos superiores, que de lá irradiam seu pensamento para outros mundos, que dirigem por intermédio de Espíritos menos elevados, com os quais se comunicam por meio do fluido universal. Como constituição física, o Sol seria um foco de eletricidade. Todos os sóis, ao que parece, estariam nas mesmas condições.
O volume e o afastamento do Sol não tem nenhuma relação necessária com o grau de desenvolvimento dos mundos, pois parece que Vênus está mais adiantado que a Terra e Saturno menos que Júpiter Muitos Espíritos que animaram pessoas conhecidas na Terra disseram estar reencarnados em Júpiter, um dos mundos mais próximos da perfeição, e é de admirar que num globo tão adiantado se encontrem homens que a opinião terrena não considerava tão elevados. Isto, porém, nada tem de surpreendente, se considerarmos que certos Espíritos que habitam aquele planeta podiam ter sido enviados à Terra, em cumprimento de uma missão que, aos nossos olhos, não os colocaria no primeiro plano; em segundo lugar, entre a sua existência terrena e a de Júpiter, podiam ter tido outras, intermediárias, nas quais se tivessem melhorado; em terceiro lugar, naquele mundo, como no nosso, há diferentes graus de desenvolvimento, e entre esses graus pode haver a distância que separa entre nós o selvagem do homem civilizado. Assim, o fato de habitarem Júpiter, não se segue que estejam no nível dos seres mais evoluídos, da mesma maneira que uma pessoa não está no nível de um sábio do Instituto, pela simples razão de morar em Paris.
As condições de longevidade não são, por toda parte, as mesmas da Terra, não sendo possível a comparação de idades. Uma pessoa, falecida há alguns anos, quando evocada, disse haver encarnado, seis meses antes, num mundo cujo nome é desconhecido. Interpelada sobre a idade que tinha nesse mundo, respondeu: “Não posso calcular, porque não contamos o tempo como vós; além disso, o nosso meio de vida não é o mesmo; desenvolvemo-nos muito mais rapidamente; tanto assim que há apenas seis dos vossos meses nele me encontro, e posso dizer que, quando à inteligência, tenho trinta anos de idade terrena.”
Muitas respostas semelhantes foram dadas por outros Espíritos e nada há nisso de inverossímil. Não vemos na Terra tantos animais adquirirem em poucos meses um desenvolvimento normal? Porque não poderia dar-se o mesmo com o homem, em outras esferas? Notemos, por outro lado, que o desenvolvimento alcançado pelo homem na Terra, na idade de trinta anos, talvez não seja mais que uma espécie de infância comparado ao que ele deve atingir. É preciso ter uma visão bem curta para nos considerarmos os protótipos da criação, e seria rebaixar a Divindade, acreditar que, além de nós, ele nada mais poderia criar.

Fonte: Allan Kardec- O Livro dos Espíritos..

“O ESPIRITISMO E A ESCRAVIDÃO. OS ESPIRITAS AJUDARAM NA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS NO BRASIL. ”

KARDEC E A ESCRAVIDÃO
   Em O livro dos espíritos, Allan Kardec foi bem claro ao tratar do assunto. Ao serem questionados, os espíritos responderam: “É contrária à lei de Deus toda sujeição absoluta de um homem a outro homem. A escravidão é um abuso de força. Desaparecerão com o progresso, como gradativamente desaparecerá todos os abusos”. Desse modo, o direito à liberdade seria um princípio fundamental da doutrina espírita por ser uma lei divina, logo toda forma de escravidão seria condenável. No entanto, que interpretação os espíritas fizeram desse ensinamento? As páginas da imprensa espírita trazem as respostas para essa questão.
   No final do século XIX, a imprensa consolidara-se como um importante veículo difusor de ideias. Havia mais jornais em circulação e crescia o público leitor. Os espíritas estavam atentos a essas mudanças e, desde cedo, elegeram os periódicos como um canal de propaganda espírita. Na década de 1880, circula vam na corte dois importantes periódicos espíritas: a Revista da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade e O Reformador. A imprensa espírita tinha como principal objetivo a divulgação dos princípios da doutrina e a refutação dos ataques dos detratores. No entanto, não se omitia em relação às questões em debate no cenário nacional e não foi diferente quanto à escravidão e sua abolição.
   Desde o início, a imprensa espírita assumiu uma postura contrária à escravidão, mas nem sempre defendeu a abolição. Em artigo publicado em julho de 1882, na Revista da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade, a redação do periódico manifestava-se a favor da emancipação dos escravos, mas afirmava que “a abolição é prejudicial ao escravo e perniciosa à sociedade”. No entanto, ao longo da década de 1880, com o avanço da campanha abolicionista, houve uma mudança de posicionamento. Os espíritas foram abandonando o tom mais moderado e passaram a defender o fim imediato da escravidão.
   Para os espíritas da corte, a extinção do cativeiro era uma entre outras reformas fundamentais para o progresso do país, tais como: o estabelecimento de um Estado laico (uma forma de limitar o ainda marcante poder da Igreja), a liberdade de consciência, a garantia do acesso à terra e o estímulo à vinda de imigrantes. Desse modo, além de dialogarem com os abolicionistas, os espíritas também estavam integrados ao debate político da época, adotando posicionamentos que os aproximavam de certos agrupamentos políticos como os “novos liberais”, os “liberais republicanos” e os “positivistas abolicionistas”.
   Nas páginas da imprensa, os espíritas defenderam o fim da escravidão por via legal, sem estimular agitações ou revoltas. Seu discurso sempre esteve voltado para os senhores de escravos, os legisladores e o governo imperial. Em 15 de novembro de 1884, um artigo publicado no Reformador, assinado com o pseudônimo de Sedora, cobrava da classe política uma atitude para livrar o país dessa doença: “Façam os estadistas como os cirurgiões, extirpem o cancro que vicia e corrói o organismo social, acabem com a escravidão”. Noutras ocasiões, o recurso era apelar ao sentimento cristão da população, em especial dos senhores, para estimulá-los a conceder alforria aos seus cativos.

Com a reencarnação, “o senhor de hoje é o escravo de amanhã”.

   Assim como outras correntes abolicionistas, os espíritas avaliavam o problema da escravidão considerando os aspectos políticos, econômicos e sociais; no entanto, eles construíram discursos originais ao analisar a questão do ponto de vista espiritual. Na perspectiva espírita, a luta contra a escravidão era um movimento que ocorria em dois planos: no material e no espiritual. Em várias oportunidades, eles rogaram a assistência da espiritualidade na condução do problema, atribuíram os avanços obtidos ao apoio dos espíritos desencarnados e divulgaram comunicações espíritas favoráveis ao fim do cativeiro.
   Durante evento, em 1886, que lembrava o desencarne de Allan Kardec, o orador, Manoel Fernandes Figueira, evocou o auxílio do mundo espiritual: “Venha toda essa legião de espíritos da América do Norte para auxiliar a obra da redenção na América do Sul” (Reformador, 1º de maio de 1886). Figueira pedia a contribuição de alguns ilustres já desencarnados como Washington, Lincoln, Victor Hugo, Luís Gama e tantos outros que haviam dado provas de “ardente caridade”. Desse modo, os espíritas entendiam que a transformação social seria fruto do intercâmbio entre o mundo terreno e o mundo espiritual.
   A reencarnação também foi um argumento importante para sensibilizar ou mesmo ameaçar os senhores. “Se conheceis a verdade da multiplicidade das existências humanas, sabereis também que o senhor de hoje é o escravo de amanhã, como este já foi o dominador da véspera” (Reformador, 13 de maio de 1885). Na perspectiva espírita, a situação do senhor era pior do que a do escravo, pois este já estaria expiando suas faltas nesta existência, enquanto o senhor, ao subjulgar seu irmão, estaria comprometendo seu futuro espiritual e assumindo novas dívidas perante a justiça divina.
   “Podemos, pois, nós que trabalhamos por ser espíritas, esquivar-nos a auxiliar aqueles que se afanam na grande obra de redenção dos cativos?” (Reformador, “Emancipação”, 13 de maio de 1885). Tal pergunta soava como uma convocação. O Reformador, então órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, conclamava os espíritas a cerrar fileiras com os abolicionistas. Em sucessivos artigos, durante a década de 1880, o periódico defendeu ser um dever de todo espírita apoiar a causa. Em 15 de julho de 1887, o compromisso era reforçado: “A nós espíritas que respeitamos o Cristo como o nosso Mestre, o nosso Modelo e o nosso Chefe cabe o posto de avançada nesta cruzada bendita de liberdade”. De fato, os espíritas abraçaram a causa.
CARTAS DE ALFORRIA NOS CENTROS ESPÍRITAS
   Durante a campanha abolicionista, as instituições espíritas da corte mobilizaram-se frequentemente para arrecadar donativos que poderiam ter como destino o Fundo de Emancipação, ou mesmo a compra imediata da carta de liberdade. Nas festas organizadas pelos espíritas nas datas de nascimento e desencarne de Allan Kardec ou no aniversário de um centro espírita, o ponto alto era a entrega de uma carta de liberdade a um escravo.
   Segundo o historiador Eduardo Silva, no artigo “Resistência negra, teatro e abolição”, essa prática havia se tornado comum entre os abolicionistas. Ele afirma que “não houve grande benefício, festa ou comemoração abolicionista que não se encerrasse com a libertação de um ou mais escravos, levando os espectadores ao arrebatamento, às lágrimas e ao convencimento íntimo”.
   Havia uma rede envolvendo os espíritas e os movimentos abolicionistas. Um “grande número de associações libertárias, beneficentes, abolicionistas, lojas maçônicas e órgãos da imprensa” enviava seus representantes para os eventos realizados pelas instituições espíritas, conforme noticiou o Reformador em 15 de maio de 1883. Os espíritas, por sua vez, marcavam presença nas atividades organizadas por esses grupos e divulgavam suas ações em seus órgãos de informação.
   Em março de 1884, quando a corte mergulhou em longos dias de festejos para comemorar a abolição da escravidão no Ceará, a Federação Espírita Brasileira nomeou comissões para representá-la no evento e, através do Reformador saudou o esforço das sociedades abolicionistas e a importante vitória conquistada.
   Em 13 de maio de 1888, o clima de alegria que envolveu a cidade do Rio de Janeiro foi ainda maior e se estendeu por uma semana de comemorações. A extinção da escravidão no Brasil foi um acontecimento intensamente exaltado nas páginas do Reformador. Ao longo da década de 1880, o abolicionismo havia deixado de ser uma convicção de algumas lideranças espíritas para se tornar um posição adotada pelas instituições espíritas da corte. Desse modo, a imprensa espírita representou o pensamento de uma coletividade que, além de ser espírita, era abolicionista.


Fonte: LETRA ESPIRITA

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...