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sábado, 4 de novembro de 2017

“APARIÇÕES QUE PODEM SER VISTAS E TOCADAS! FENÔMENO DE FÁTIMA! ”

352. O que significa agênere?
Trata-se do fenômeno em que um Espírito é visto em aparição pública por transeuntes comuns. Além de poder ser visto, é possível ser tocado por qualquer pessoa presente no local. Diz-se, então, que é uma modalidade de aparição tangível. Não se trata de algo sobrenatural, mas perfeitamente explicável pelo estudo da fenomenologia mediúnica. Kardec define como: o estado de certos espíritos que podem se apresentar e revestir, momentaneamente, com as formas de uma pessoa viva, ao ponto de causar completa ilusão de estarmos interagindo com uma pessoa encarnada como qualquer um de nós. O termo agênere vem do grego, significando "que não foi gerado".
353. Esta aparição poderia ser permanente? Este Espírito poderia manter-se durante toda uma vida terrena como um agênere?
Não. Trata-se de um fenômeno temporário. Sua permanência cessa ao esvair-se o ectoplasma que captou dos médiuns.
354. Agênere não seria o mesmo que materialização de um Espírito?
Designa-se materialização ao fenômeno que ocorre em ambiente controlado, numa sessão mediúnica apropriada, com coordenação definida na dimensão física, além de ser acompanhada por uma equipe de espíritos na dimensão astral. O agênere, ao contrário, não segue esta sistemática organizacional, é um fenômeno que pode ocorrer até em praça pública.
355. Como se processa o fenômeno do agênere?
Há sempre um ou mais médiuns que estão doando ectoplasma, em geral, sem tomar consciência do fato. Este ectoplasma é captado pelo Espírito que reveste seu corpo espiritual, tornando-o visível a qualquer pessoa.
356. Poderia nos citar um fato reconhecidamente público com registro histórico de um agênere?
Sim. É perfeitamente possível citar-se muitos casos. Escolheremos um exemplo clássico, reconhecido inclusive pela Igreja Católica: Santo Antônio de Pádua estava pregando na Itália quando seu pai, em Lisboa, ia ser executado sob a acusação de haver cometido assassinato. No momento da execução, Santo Antônio aparece e demonstra a inocência do acusado. Comprovou-se que, naquele instante, Santo Antônio pregava na Itália, na cidade de Padova (Pádua). O Espírito de um vivo assim como de um "morto", ou seja, que está no mundo espiritual, pode se mostrar com todas as aparências da realidade. Pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido como nome de bicorporeidade, foi o que deu origem às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes, se chegou a comprovar. Há quem denomine de agencie apenas quando o fenômeno ocorre com um Espírito desencarnado e bicorporeidade quando se trata de uma pessoa "viva".
357. Entidades espirituais que se tornam visíveis são Espíritos superiores?
Nem sempre. Não há uma relação direta entre o grau de evolução e a possibilidade de se tornar visível. Tal fato tem ocorrido tanto com Espíritos de grande luminosidade quanto com Espíritos de menor grau de evolução. Os fatores estão mais relacionados ao potencial de doação de ectoplasma dos médiuns, a determinação e força de vontade do Espírito, além de características de densidade do corpo espiritual do desencarnado.
358. A finalidade de uma aparição é sempre construtiva e benéfica, ou seja, traz uma intenção positiva?
Isto dependerá, sempre, da natureza do Espírito. Quando se trata de um ser de luz, em geral, tem a intenção de demonstrar que a morte não existe. Se se tratar de uma Entidade espiritual em desequilíbrio sua aparição traz propósitos desequilibrados, mas só influenciará aqueles que estejam sintonizados na mesma faixa de energia.
359. Como compreender a permissão de Deus, no sentido de que ocorra uma aparição trazendo malefícios?
Há alguns importantes ângulos nessa questão: aparentes malefícios redundam em crescimento, experiência e amadurecimento da consciência. Em muitos casos, entidades malévolas portadoras de má intenção acabam determinando o despertar do interesse para a vida espiritual dos que presenciaram a aparição. Com relação à permissão divina, lembramos que aquele Deus antropomórfico, que atuaria emocionalmente, "permitindo" ou "não permitindo", é uma concepção reducionista e equivocada da Lei Maior do Universo. Para adentrarmos na linguagem da pergunta, diríamos que essa "permissão" está dentro de cada um. Cada um de nós expressa um padrão energético que sintoniza com determinadas influências. Deus, também, está dentro de Nós.
360. As aparições não deveriam ser mais frequentes demonstrando a realidade do mundo espiritual?
Segundo "O Livro dos Médiuns", Kardec pondera que não aconteceria assim. Quando uma pessoa julga estar só, ela age com mais naturalidade e livremente, ao passo que a presença constante e perceptível dos Espíritos dificultaria qualquer iniciativa autêntica. Além disso, perturbaria a muitos, embaraçando seus atos. Outro fator a considerar é que muitos que viram continuam a não acreditar, e outros que nunca viram admitem a existência do mundo espiritual.
361. Em mundos mais adiantados que a Terra, os espíritos são visto mais frequentemente do que em nosso planeta?
Sim, em astros habitados por Entidades espirituais mais evoluídas, seu perispírito é mais sutil, portanto, mais próximo da densidade do mundo astral o que facilita a percepção dos Espíritos em seu corpo astral.
362. Será válido nos assustarmos ao vermos um Espírito?
Ninguém se torna mais perigoso simplesmente por ser um espírito, pelo contrário, quando encarnado sua ação seria mais expressiva, direta e contundente.
363. Pode-se conversar com um Espírito que nos apareça?
Ao invés de tomarmos uma posição pueril de temeridade, é recomendável, conforme nos coloca Kardec em "O Livro dos Médiuns" no Capítulo - Das Manifestações Visuais - estabelecermos uma conversação com o Espírito.
364. Se for recomendável dialogarmos com uma "aparição", qual seria a maneira correta de travarmos uma conversação?
Perguntando ao Espírito quem ele é, o que deseja e em que podemos ajudá-lo, ao se constatar ser um Espírito bondoso, esclarecido e equilibrado, poderá suceder que traga a intenção de dar boas orientações. Ao se constatar que faz pedidos inadequados, trata de questões materiais e superficiais ou mesmo sem um sentido profundo, todos nós deveremos ser capazes de orientá-lo a se aproximar de seres de luz que o conduzirão para postos de socorro na dimensão astral.
365. Se entabularmos uma conversação com uma "aparição" como ela poderá nos responder?
Há Espíritos que nos responderão pela voz articulada, outros pela linguagem do pensamento. Dependerá da quantidade de ectoplasma disponível, da sensibilidade da pessoa que presencia a "aparição" e do nível evolutivo da Entidade.
366. Como explicar que pessoas veem espíritos com asas?
Asas, os Espíritos não as têm, pois se deslocam ou voam sem asas. Podem aparecer com esta forma pelo efeito impressionável que apresentam. Há, neste aspecto, tanto o efeito psicológico ligado às crenças que trazemos de vidas passadas como da nossa infância. Além disso, a intensa vibração que pode existir em torno de seu corpo espiritual pode nos dar a sensação ou ilusão de asas em movimento.
367. Espíritos podem tomar a forma de outros para nos enganar?
Sim, porém, tal fato é mais comum na visão astral, ou seja, nas aparições visuais. Quando se trata do fenômeno agênere, em que a aparição pode ser tocada além de ser vista, o normal é que surja a real forma do corpo astral, revestida de ectoplasma.
368. Há aparições que são visíveis apenas para algumas pessoas ou até exclusivamente para alguém. Os demais, mesmo presentes ao local e momento da aparição, não veem absolutamente nada. Neste caso, não seria um agênere?
De fato, não seria um agênere. Seria uma percepção pela vidência mediúnica. Não houve a participação de ectoplasma pelo menos em quantidade suficiente para se tornar tangível a aparição.
369. Aparições durante o sono são mais comuns? Por quê?
Sim, são mais comuns. Isto sucede porque durante o sono, frequentemente, estamos desdobrados ou desprendidos do corpo biológico, portanto, projetados em corpo astral. Estaríamos, então, situados na mesma dimensão das entidades que vivem no mundo astral.
370. Aparições são mais frequentemente percebidas quando se está doente. Não seria um fenômeno de ordem apenas psicológica ou ilusória?
Embora ilusões existam, e devem sempre ser consideradas, sabemos que, ao adoecermos, é comum entrarmos em contato com a espiritualidade por preces, pedidos de auxílio e outras formas de relacionamento com o mundo espiritual. Se estivermos solicitando, nada mais natural que possamos obter a presença de espíritos. Some-se ao fato de que a pessoa enferma tem desdobramento astral mais facilmente do que quando em plena atividade física e mental.
371. Aparições são mais descritas à noite. Há algum motivo para que ocorram em maior número neste período do dia?
Sempre é prudente salientar que o senso popular reveste as histórias com diversos ingredientes para torná-la mais atraente ou interessante. Aparições à luz do sol atraem menos ao ouvinte que deseja apenas se emocionar com contos, lendas ou esto rias. Segundo pesquisadores sérios, as aparições visuais ocorrem, também, com bastante frequência, durante o dia. Com relação aos agêneres, embora ocorram também durante o dia, há maior facilidade de o fenômeno ocorrer durante a noite por necessidade de ectoplasma que é muito sensível à luz.
372. Por que, em alguns povos, são mais frequentes os relatos de aparições, em contrapartida, em determinadas culturas há inexpressivo relato desse fenômeno?
Na maioria das culturas, a idéia de visões de "almas do outro mundo" equivale a algo proibido, demonstração de ignorância ou até mesmo desequilíbrio emocional. Esta concepção acabou por determinar duas possibilidades de posturas mentais: ou se bloqueia toda percepção atribuindo-as às ilusões de toda ordem ou por temo à exposição ao ridículo, evita-se comentar. Já em certas culturas, não havendo as restrições sociais ou religiosas, os relatos tornam-se mais numerosos, embora muitas vezes revestidos de interpretações equivocadas.
373. Qualquer relato de aparição pode ser real?
Há que se excluírem superstições, fixação psicológica em lendas, ingenuidade, ficção, imaginação fértil ou, simplesmente, invencionices.
374. Os Espíritos que nos aparecem em sonhos quem costumam ser?
De um modo em geral, aqueles que buscamos pelos nossos pensamentos ou pelas nossas atitudes.
375. As aparições durante os sonhos vêm ao nosso encontro?
Nós as atraímos, tanto conscientemente pelo desejo de rever alguém como inconscientemente pelo padrão de energia que irradiamos o qual, por sintonia, atrai espíritos com a mesma frequência de vibração.
376. Quando se veem espíritos, vê-se com os olhos físicos?
Aparentemente sim, mas é importante se compreender que há muitas formas de percepção e muitas maneiras de manifestação da aparição. Um agênere pode ser visto pelos olhos físicos e sua percepção se faz normalmente pelas células da retina física. Na vidência mediúnica, pode-se captar pelo chakra frontal que transmite à Pineal e daí ao sistema nervoso. Em alguns casos, a imagem é percebida pela parede lateral da retina física que possui maior número de células chamadas bastonetes, adaptadas para visão na obscuridade e, por isso, podem captar imagens etéricas e astrais. Há, ainda, outros tipos de percepções visuais que são captadas com os olhos fechados e processadas diretamente no corpo espiritual.
377. Como se explica que algumas pessoas percebem imagens ou Espíritos como que passando ao seu lado e ao se virarem para observar melhor as imagens desaparecem?
O que ocorreu, no exemplo citado, foi o seguinte: a visão lateral facilitou a captação de imagens etéricas e astrais porque o fluxo de luz ao trazer a imagem entrou no globo ocular em direção às células bastonetes da retina; quando a pessoa fez o movimento, girando a cabeça, a imagem deixou de se formar na parede lateral da retina e o fluxo de luz buscou, no fundo do globo ocular, uma região chamada mácula lútea, em cujo centro há a fóvea onde não existem células bastonetes, mas as células "cones".
As células "cones" não captam pouca luz, ou penumbra, nem imagens do astral. Quando ocorrer percebermos um Espírito (na realidade, é o corpo astral do Espírito) com o lado dos olhos, não devemos nos voltar de frente para ele, pois se o fizermos, a "visão" desaparecerá, porque, focalizando-o na fóvea, o colocaremos no feixe de cones que não captarão, pois precisam de mais luz e não são adequados para visão etérica e astral.
378. Quando vemos um Espírito, na realidade, estamos vendo o corpo espiritual ou perispírito do mesmo. Não seria possível enxergar só o Espírito propriamente dito?
No nível evolutivo nosso, somos capazes apenas de visualizar o corpo espiritual, que é por meio do qual a essência espiritual se expressa.
379. Se um Espírito deseja se mostrar, há alguma situação que qualquer pessoa, mesmo não sendo vidente, possa vê-lo?
A maneira mais frequente e fácil seria durante o sono, em sonhos.
380. Pode-se desenvolver a vidência mediúnica?
De um modo geral, recomendamos não estimular a imaginação excessiva. Vidência mediúnica não é algo que se possa adquirir de um momento para outro. Recomendamos os cursos de mediunidade com finalidade de estudo e, sempre, aguardar o desenvolvimento natural. Antes de desenvolver, é necessário educar e orientar as percepções.
381. Qual a forma mais comum de uma aparição?
Sem dúvida, a forma mais comumente observada é aquela que a entidade espiritual possuía quando transitava aqui no chamado "mundo dos vivos", ou seja, a forma com que se apresentava na última encarnação.
382. Qual a causa mais comum que motiva um espírito a aparecer às pessoas?
Simpatia pelos encarnados que deixou no mundo físico. Em outras palavras, saudades...
383. Existem centenas de relatos da aparição de Maria, mãe de Jesus, como Nossa Senhora. Seriam reais todas essas aparições? Poderia comentar este fato?
Em cada localidade ou circunstância específica, há uma explicação diferente. No entanto, poderíamos sintetizar dizendo que, como para os líderes e fiéis católicos não está bem compreendida a manifestação mediúnica dos Espíritos, qualquer visão, aparição ou mesmo manifestação de entidades femininas luminosas, desde que reconhecidas pela Igreja, costumam ser interpretadas como a presença de Maria ou, na linguagem católica, como Nossa Senhora. Dependendo do local, hora e outras circunstâncias passou-se a denominar Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora dos Remédios e assim por diante.
384. Em termos de aparição, como entender o fenômeno de Nossa Senhora Aparecida?
Em quase todas as denominações de "Nossa Senhora", ocorreram reais aparições de Espíritos luminosos. No caso de Nossa Senhora Aparecida, não se percebe claramente este fato. Houve um fragmento de uma estatueta feminina de cor negra, encontrada no leito de um rio recolhido por uma rede, em dia, até aquele momento, infeliz de pesca. Após o recolhimento do pedaço de estatueta, houve uma pesca volumosa seguida de recolhimento em rede de nova parte da estatueta. Em função do sucesso na pesca, considerou-se que a estatueta deveria ser uma imagem de Maria, mãe de Jesus, que teria desejado "aparecer" com aquelas características. Para assombro de muitos, surgiu a denominação "Nossa senhora Aparecida" que passou a ser considerada a padroeira do Brasil.
385. Como se explicam os considerados milagres de Aparecida?
Todo movimento mental, provindo de almas de pessoas sinceras, mobilizando energias em grande volume, determinam sintonia com outras energias de mesma frequência. Ao se criar a egrcgora mental, seres de luz podem ser sintonizados e os mesmos buscam auxiliar aos que solicitam. Portanto, não é um Espírito específico, mas uma grande falange de Espíritos amorosos que se mobilizam para atender, conforme merecimentos e possiblidades, aos fluxos mentais enviados pelos fiéis.386. É possível uma pessoa viva assumir a aparência de um Espírito desencarnado? Melhor explicando, quando olharmos para a face de uma pessoa nós a vermos diferente do que ela é e enxergarmos, no seu rosto, um Espírito?
Sim, é possível. Trata-se do fenômeno da transfiguração, uma variedade de manifestação visual ou aparição. Não se trata de contrações musculares com mudança de expressão facial, mas um aspecto que lembra outra personalidade. Para que tal afirmação não pareça fantasiosa e inverossímil, sugerimos estudar no Livro dos Médiuns o Capítulo VII -"Da Bicorporeidade e da Transfiguração".
387. Poderia, de forma sucinta, nos explicar como ocorre uma transfiguração?
Um Espírito pode dar ao seu perispírito muitas aparências, pois a sua disposição molecular é de grande mobilidade sob a ação mental. Também o perispírito de uma pessoa "viva" irradia-se ao redor do corpo físico com um campo de fluido vital que constitui o Duplo Etérico ou Corpo Etérico. Este se apresenta como uma espécie de vapor. Este Corpo Etérico sob a influência de um espírito desencarnado, que se aproximou, pode moldar, pelo magnetismo de sua presença, essa estrutura "vaporosa" do Duplo Etérico que toma aparência do corpo espiritual da entidade que está se comunicando ou interagindo com o encarnado.
388. As visões de Espíritos só ocorrem em estados psíquicos específicos tais como desdobramento astral, meditação e outros?
De um modo geral, as pessoas que veem se encontram em um estado que lhes faculta a percepção do mundo astral; no entanto, é possível, para algumas pessoas, em estado normal de vigília e plena atividade laboral do dia a dia, perceberem os Espíritos.

FONTE: Acasadoespiritismo / Ricardo di Bernardi

"REENCARNEI SURDO PARA APRENDER A ESCUTAR"

Nas vésperas da reencarnação, sou estimulado a falar de minha falência espiritual.
Instrutores e guardiães recomendam-me destacar a importância do ouvido.
Pedreiro modesto, órfão de mãe desde a meninice, casei por amor, embora contra os planos de meus irmãos, que escolheram noiva diferente para mim. Meu pai ficou ao meu lado apoiando na escolha. Durante seis anos a hostilidade familiar contra minha mulher não diminuiu. Alice, a companheira inexperiente, proporcionou-me 2 filhos queridos, quando se engravidou pela terceira vez. Nessa época, o veneno já me corroía a confiança. Diziam que um amigo nosso de infância seria o responsável pelos supostos deslizes da minha esposa. Os interessados em nossa desunião provocavam falsos testemunhos, bilhetes anônimos e difamações acabaram por arruinar-me.
Discutimos.
Acusei-a, defendeu-se.
Chorou, zombei . . .
E, para fiscalizar-lhe a conduta, transferi-me para a casa de meu pai, ameaçando tomar-lhe as crianças, através do desquite. Para isso, porém, queria provas, tinha fome de confirmações do inexistente.
Meu pai surgia conciliador dizendo:
- Meu filho, paternidade é compromisso perante Deus. Você não tem direito de proceder assim. Onde está a caridade para com a esposa ingênua? Mesmo que ela errasse, constituiria isso motivo para uma sentença de abandono implacável? Há comportamentos ditados por desequilíbrios espirituais que não conhecemos na origem. Pense nas tragédias da obsessão que campeiam no mundo. E os pequeninos? Terão eles a culpa de nossas perturbações? Recorramos a prece, meu filho! A prece nos clareará o caminho.
Eu ficava em silencio, ao ouvir suas advertências, mas, no íntimo, articulava minhas respostas íntimas: "orarei pela boca do revolver", "pobre pai", "bobo de velho com 66 anos", "cabeça tonta", "caduco", "fanático".
E, noite a noite, vigiava, de longe, os movimentos de Alice.
Duas semanas decorreram normais, quando vi o vulto de um homem que saía de nossa casa. Achei que fosse o rival. Guardei segredo e prossegui na tocaia. Mais 4 dias e o mesmo homem chegou de carro, despediu-se do motorista e entrou. Puxei o relógio. 11h:15m, noite quente.
Prevenido, acerquei-me da moradia, que se localizava em subúrbio. Os dois pareciam íntimos à distância, notei que se acomodavam num banco de pedra do pátio lateral. Conversavam sugerindo carinho mútuo. Desvairado, consultei o portão de entrada, verificando-o semi-aberto. Acesso fácil. Com a sagacidade de um felino, avancei, descarregando a arma nos dois. Ouvi gritos, mas ocultei-me na vizinhança, para fugir em seguida, senti-me vingado. Tentando refrigerar a cabeça, procurei descansar algumas horas em praias deserta. Joguei o revólver no esgoto e voltei a casa para saber, amedrontado, que eu não apenas assassinei minha esposa, mas também meu abnegado pai que a socorria. Não acreditei. Corri ao necrotério e, ao reconhecê-los, tornei ao lar, atormentado pelo remorso, e enforquei-me. Exilado por minha própria crueldade, em vales tenebrosos, nunca mais vi os que amo.
Vocês entendem o que sofro? Quantos anos passaram sobre os meus crimes? Não sei. Os que choram sem o controle do tempo não sabem contar as horas. Misericórdia, meu Deus! Dai-me a reencarnação, os obstáculos da Terra, a luta, a provação e o esquecimento, mas ainda que eu padeça humilhação e SURDEZ, durante séculos, permiti Senhor, QUE EU APRENDA A ESCUTAR! . . .
Pelo Espírito: João; do livro Luz no Lar; psicografia de Chico Xavier.
OBSERVAÇÃO: Nem toda surdez é resultado desta mesma história. Cada caso é um caso.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

“PORQUE HÁ TANTA DESIGUALDADE NO MUNDO? ’

Porque agimos de forma desigual. Toda ação tem uma reação. Então, cada um resgata apenas o que plantou. E o plantio pode ter ocorrido nessa ou em outra encarnação. Como disseram os espíritos à Kardec, a maioria dos espíritos que encarnam nesse planeta são rebeldes a lei divina, maldosos e ignorantes.
Há muitos tipos de dores e aflições e as causas podem ser:
- Porque abusamos da alimentação, da bebida alcoólica, do cigarro e outros tipos de drogas ilícitas. Daí aparecem doenças no órgão que lesamos, nessa e em outra encarnação.
- Por sentimentos negativos que nos levam a desencadear doenças no corpo físico como, úlcera no estomago, problemas de pele, alteração arterial, etc.
- Por agirmos baseados nos sentimentos inferiores como, revidar uma agressão que nos leva a perder o emprego, amigo, afastam parentes e até pode levar a agressão física que acarretam prisões e colheita pela lei de causa e efeito.
- Por abusarmos das leis humanas como: a lei de trânsito que causam tantos acidentes com lesões físicas irreversíveis e mortes; quando roubamos poderemos ir preso e reencarnar sem as mãos; etc.
- Por não acreditar que o fardo é proporcional as nossas forças, muitos querem fugir dos problemas pela falsa porta do suicídio. Pois, além de ter que dar continuação ao que interrompemos teremos que resgatar o suicídio. Se tomarmos veneno, poderemos, por exemplo, renascer com lábio leporino. Se dermos um tiro no ouvido, reencarnaremos com problema onde o projétil atingir como: surdez, anencefalia, etc.
- Muitos de nós pedimos para passarmos por alguma privação para resgatarmos débitos. Como o espírito que matou um homem a facadas na região do estomago e, quando estava se preparando para reencarnar, pediu para desencadear um câncer no estomago e que nenhum médico curasse.
- Há espíritos missionários que não devem nada a lei divina, mas pedem doenças e privações para não se desviar do caminho que escolheu trilhar.
- Há espírito que não deve nada a lei divina , mas encarna apenas para ajudar uma família, uma cidade, etc. Como o espírito Alcione do livro Renúncia, escrito pelo espírito Emmanuel.
- Há quem venha para despertar pessoas ao compromisso que planejaram no plano espiritual antes de encarnar e que, ao chegar aqui, se esqueceram. Richard Simonneti conta a história de um casal que se comprometeu a vir e trabalhar com crianças no orfanato. Mas, chegaram aqui e se iludiram com a falsas alegrias do mundo. Daí seu mentor veio como filho deles. Fez todos se apaixonarem por ele e desencarnou. Uma morte que chocou o casal, mas que os fez trabalhar num orfanato. A dor os colocou no rumo que haviam se desviado.
- Há sofrimento que faz com que observemos que nascemos para evoluir. Quando perdemos um ente querido, uma doença aparece em nossa vida, etc., nossos olhos que só enxergavam as coisas passageiras do mundo, passam a enxergar o lado espiritual. Muitos fundam uma instituição de caridade, outros se tornam voluntários ou colaboradores de um, etc.
- Quando uma criança nasce com problemas físicos, doenças de difícil tratamento e cura, etc., estas estão colhendo algo que fizeram no passado. Elas são espíritos velhos em corpos novos.
- Dinheiro, por exemplo, é prova de abnegação e caridade e pobreza é prova de paciência e resignação. De encarnação a encarnação podemos trocar de posição social, para aprendermos a lidar com cada uma delas.
- Os orgulhosos que acreditam que são superiores por ser da raça branca, por exemplo, poderão reencarnar na raça que eles discriminam, para sentirem na pele como é triste ser discriminado.
- O homem, por exemplo, que acredita ser superior a mulher e a humilha, discrimina, é violento, poderá encarnar num corpo feminino para aprender a respeitar o sexo oposto.
Enfim, são muitos os motivos das nossas aflições, esses são apenas alguns, mas todas elas são justas, porque quem fez a lei de causa e efeito é perfeito e justo: DEUS. Quem não quer sofrer no futuro precisa observar melhor as leis humanas e as de Deus. Enquanto a transgredirmos, sofreremos as consequências.


Fonte: Grupo de Estudos Allan Kardec- Por: Rudymara







“CHICO XAVIER NA PENITENCIARIA. ”

Em uma entrevista concedida em Uberaba, na data de 11/03/1979, a um grupo de jovens integrantes da Juventude Espírita Abel Gomes, do Rio de Janeiro, em fraternal clima de bate-papo, Chico Xavier respondeu a diversas questões propostas.
Ao longo da entrevista, o médium narrou fatos interessantes ocorridos durante uma visita que fez à Penitenciária de São Paulo. Esclarecendo sobre a importância do livro espírita e, com aquele seu modo simples de falar, sua humildade para colocar os fatos e situações, ele comentou:
— Sabe que na Penitenciária de São Paulo, o livro está entrando muito? Já fui lá duas vezes, antes de ficar doente. A Diretoria da Casa pediu àqueles que quisessem ouvir a prece e a palestra, se inscrevessem — 542 se inscreveram. Eu estive com esses 542 companheiros. Foi um encontro tão agradável que tive vontade de passar férias na cadeia.... Não para ficar descansando, mas para conversar toda noite com os que pudessem conversar, mesmo na cela — porque lá têm espíritos brilhantes, maravilhosos...
P. — Na cela, há espíritos maravilhosos?
R. — Ali dentro da Penitenciária.
P — Na condição de preso, não é?
R — De presos. Desses 542, um me disse:
— “Pois é, Chico Xavier, nós somos tratados por números. Muitos são os presos e os cárceres, então têm que colocar número, n.° 3, n.° 14, isso dá muito desgosto. ” Então eu disse assim: — Meu filho, quem é de nós hoje que não é tratado por número? É número de telefone, de carro, de casa, do CEP, não sei de que, do CIC, nós ainda estamos com mais números que você. Só que agora estamos na cela ambulante e vocês estão na fixa. Eles riram muito.
Há muita gente boa presa, nós temos que compreender a situação deles...
Carinho aos reeducando
P. — Chico, os espíritos brilhantes que estão lá dentro, têm a tarefa de ajudar a recuperar os outros que estão nessa situação, é por isso que estão lá dentro? Ou cometeram erros e estragaram a reencarnação?
R. — Absolutamente, e a gente tem que compreender a situação deles, porque eles todos estão com o coração na flor dos olhos, mas, pedindo entendimento.
Terminada a reunião, na hora de sair da sala, eu disse ao Diretor: Preciso ir embora, mas, antes eu quero beijar e abraçar a todos. Ele falou para mim: — “Deus me livre. Não, senhor. Você não vai abraçar, nem beijar ninguém. ” Então eu disse a ele: — Não senhor doutor, eu não viria aqui fazer prece, para depois me distanciar dos nossos irmãos. Não está certo. Haverá tempo, o senhor disse que só precisará do salão daqui a uma hora e tanto... sendo assim... eu lhe peço licença para abraçar. — “Chico, nesse salão, no outro dia, mataram um guarda de 23 anos. Afiaram a colher até virar punhal. Mataram e não se soube quem matou. Aqui tem criminosos com sentenças de 200 a 300 anos, eles podem te matar...”
— Pouco importa, vim aqui para o encontro e o senhor não me permite abraçar?
— Então você vai fazer o seguinte: você vai abraçar através da mesa. — (Deus me livre). — Tem que recuar esse povo que veio com você (umas 40 pessoas). Ficam só duas senhoras tomando nota porque seus encontros serão rápidos e nós vamos colocar 18 baionetas armadas em cima. Se houver qualquer coisa você morre também. ” Eu fiquei na frente e comecei a abraçar os 542. Eu abraçava e beijava; muitos que falavam comigo, um segredinho, podia falar assim... meio minuto. Dos 542, só um, de uns 40 anos, chegou perto de mim e ficou impassível como uma estátua. O Diretor estava ali perto de mim e eu pedi às duas senhoras que dessem a cada um, uma rosa. Quando aquele chegou e ficou parado eu disse a ele: — O senhor permite que eu o abrace? — “Perfeitamente”, respondeu-me. Então eu o abracei, mas ele estava ereto.
— O Sr. deixa que eu o beije? — “Pode beijar. ” Eu beijei de um lado, de outro, beijei quatro vezes, aí duas lágrimas rolaram dos olhos dele. Então ele disse: — “Muito obrigado. ” E foi embora. Foi o único que ficou ereto, mas chorou... Mas todos receberam o abraço.

Fonte: Espiritismo Na Rede

“MORRER NÃO DÓI”

É um equívoco afirmar, sobretudo o cristão, que não existe morte.
Imortal é o espírito. O corpo que ele usa, em cada existência, morre e permanece na Terra enquanto a alma retorna ao mundo espiritual. Com o tempo, os elementos corpóreos se reintegram em outros seres em sua volta, porque é da lei da Física que nada se perca, nada se acabe, tudo se transforme.
"Nascer, morrer, renascer ainda, e progredir incessantemente, tal é a lei" - assim resume Allan Kardec a evolução do homem, no caminho de sua felicidade verdadeira e definitiva, o Reino dos Céus preconizado pelo Cristo.
A não ser para o suicida, que optou pelo desenlace antes do tempo, arrancando, abruptamente, do corpo a própria alma, antes de se completar seu novo ciclo, morrer não dói.
A morte é um sono, disse o Nazareno, tão amigo da vida como da morte, na expressão de Huberto Rohden, um dos grandes pensadores cristãos deste século. Com a lógica de sua filosofia, Rohden pergunta:
"Se for boa tua vida, como será má tua morte ? Não sabes que a morte é o corolário da vida ? Por que hesitaria a fruta madura em desprender-se da haste ? Por que desprenderia com dor o que amadureceu às direitas ?"
Em O Livro dos Espíritos se aprende que o corpo, quase sempre, sofre mais durante a vida do que no momento da morte. A alma nenhuma parte toma nisso. Os sofrimentos, que às vezes se experimentam no instante da morte, são, até mesmo, "um gozo para o Espírito", que vê chegar o fim do seu exílio.
A separação nunca é instantânea. A alma se desprende gradualmente. O Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Os laços se desatam, não se quebram.
Não raro, na agonia, a alma já deixou o corpo, que nada mais tem do que vida orgânica. O homem não possui mais consciência de si mesmo e, não obstante, ainda lhe resta um sopro de vida.
Espíritos que partiram antes de nós se comunicam, todos os dias, na rotina dos trabalhos das casas espíritas, comprovando a imortalidade e confirmando a impressão que tiveram na passagem entre dois mundos distintos.
Dormiram, para despertar aos poucos, no seu elemento natural que é o mundo espiritual.
Atravessaram um período de perturbação para, no outro lado da vida, se encontrar consigo mesmo e com a plenitude da Infinita Bondade e da Justiça Divina.

Jávier Gódinho

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

“ESPÍRITOS “ALÉRGICOS” AOS SOFREDORES”

A Lição de Jesus de que: “O doente é que precisa do médico” mostra claramente o perfil dos Espíritos Superiores, equiparáveis ao “médico” da Lição, porque é fácil identificar-se o “doente” como todos os Espíritos necessitados da luz do esclarecimento, seja ele intelectual ou moral.
Enquanto os evoluídos procuram desempenhar o papel do “médico”, ou seja, orientadores, tanto pela palavra quanto pelo exemplo, há muitos Espíritos ainda egoístas, portanto, não evoluídos o suficiente para sentirem-se felizes com o trabalho de socorro e esclarecimento aos semelhantes. Esses não se dispõem, na prática, ao discipulado de Jesus, porque o mais importante requisito para tanto o próprio Divino Mestre enunciou: “Conhecereis Meus discípulos pelo muito Amor que manifestarem. ”
Quem procura se manter distante dos sofrimentos alheios e dos sofredores não acordou ainda para a glória que representa o serviço em nome de Jesus e de Deus.
A vivência desses irmãos e irmãs transcorre numa sucessão de negativas aos convites para servir, que a Vida apresenta a cada minuto. Enquanto os evoluídos não perdem nenhuma oportunidade de serem úteis aos semelhantes, esses se esquivam, a cada momento justificando-se com algum pretexto ou mesmo ignorando propositadamente os pedidos explícitos ou implícitos das carências humanas dos que os cercam. O egoísmo é que os faz pensar, sentir e agir dessa forma.
Vejamos a lição de Emmanuel sobre o egoísmo, constante de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec: O egoísmo, esta chaga da humanidade, deve desaparecer da Terra, porque impede o seu progresso moral. É ao Espiritismo que cabe a tarefa de fazê-la elevar-se na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, portanto, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem.
Digo coragem, porque esta é a qualidade mais necessária para vencer-se a si mesmo do que para vencer aos outros. Que cada qual, portanto, dedique toda a sua atenção em combatê-lo em si próprio, pois esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é a fonte de todas as misérias terrenas. Ele é a negação da caridade, e por isso mesmo, o maior obstáculo à felicidade dos homens. Jesus vos deu o exemplo da caridade, e Pôncio Pilatos o do egoísmo.
Porque, enquanto o Justo vai percorrer as santas estações do seu martírio, Pilatos lava as mãos, dizendo: Que me importa! Disse mesmo aos judeus: Esse homem é justo, por que quereis crucificá-lo? E, no entanto, deixa que o levem ao suplício. É a esse antagonismo da caridade e do egoísmo à invasão dessa lepra do coração humano, que o Cristianismo deve não ter ainda cumprido toda a sua missão.
E é a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, que cabem a tarefa e o dever de extirpar esse mal, para dar ao Cristianismo toda a sua força e limpar o caminho dos obstáculos que lhe entravam a marcha. Expulsai o egoísmo da Terra, para que ela possa elevar-se na escala dos mundos, pois já é tempo da humanidade vestir a sua toga viril, e para isso é necessário primeiro expulsá-lo de vosso coração.

Fonte - Remédio Contra o Suicídio e Outras Misérias Humanas (psicografia Luiz Guilherme Marques - espírito Yvonne do Amaral Pereira)

“COMO LIDAR COM A PERDA DE ENTES QUERIDOS. ”

Todas as pessoas que vivem nesta escola de preparação espiritual chamada Terra já passaram pela experiência de ver partir entes queridos para um local que a maioria não consegue bem definir. Acidentes violentos, enfermidades inesperadas, crimes hediondos, ou até mesmo situações banais, são apenas algumas das formas pelas quais todos os dias milhares de seres partem deste mundo rumo ao desconhecido.
A dor é ainda maior quando a morte arrebata de nosso convívio pessoas que nos são tão caras. Como dói a um pai sepultar o corpo do filho; a uma esposa que não terá mais a mão amiga do marido; a um irmão privado da convivência com a irmã; ou simplesmente a ausência física dos amigos queridos! Todos eles partem deixando em nossos corações a doce brisa da saudade.
Como conciliar tamanha dor com a justiça e a bondade do Pai, o Criador? Como explicar o amor de Deus que permite que criaturas tão amadas sejam tiradas de nós dessa forma? Qual a explicação para a morte daqueles que se vão em tenra idade, com todo um futuro promissor pela frente? E qual seria o motivo que pudesse justificar as enormes dores que levam à morte pessoas que desde o berço sempre cultivaram a bondade, a humildade e a simplicidade para com seus semelhantes?
Diante de tudo isso, chegamos inevitavelmente a uma encruzilhada: ou não existe reencarnação e Deus nem de longe é o Pai amoroso, justo e misericordioso que Jesus nos apresenta em seu Evangelho, ou então existe reencarnação e Deus é, de fato, um Pai que ama todos os seus filhos indistintamente, concedendo a cada um deles os meios de resgatarem seus erros do passado, harmonizando-se com as leis divinas. Se as pessoas parassem para analisar tais situações, se convenceriam facilmente da segunda opção, esta fascinante realidade que nós, espíritas, já conhecemos.
É claro que não seremos hipócritas a ponto de afirmar que não sentimos a morte de nossos entes queridos. Não há dúvida de que sentimos, pois a ausência física das pessoas que amamos dói bastante e esta dor independe da opção religiosa daqueles que permanecem na Terra. Contudo, o Espiritismo nos oferece algo a mais. As religiões pregam a existência do Espírito, mas muitas estão vinculadas a dogmas ou interesses obscuros e imediatistas que não permitem aos seus seguidores uma análise imparcial e racional sobre o assunto. Só a Doutrina Espírita é capaz de esclarecer o que acontece com a alma antes do berço e depois do sepulcro. Como? Vejamos alguns pontos, considerando que o Espiritismo é um doutrina de tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso.
Do ponto de vista filosófico, ao examinar as questões mencionadas acima, a Doutrina dos Espíritos oferece respostas a todas elas, nos convidando a raciocinar em termos da grandeza da criação, bem como da justiça e do amor de Deus para com todas as criaturas. Encontramos nos ensinamentos de Jesus e dos espíritos superiores a orientação e o consolo que amenizam nossas dores e sofrimentos. O esclarecimento espírita, sempre pautado pela razão, pela lógica e pelo bom senso, eleva nossa visão a níveis nunca antes imaginados. Demonstra, com segurança, que somente através do conhecimento de princípios e leis universais como reencarnação, evolução, causa e efeito e livre-arbítrio, pode o homem encontrar as verdadeiras respostas para os mais diversos questionamentos feitos ao longo da história da humanidade. Mas, o Espiritismo não nos força a aceitá-lo. Ao contrário, nos convida a examinar seus postulados com serenidade, comparando-os com tudo o que observamos ao nosso redor no dia-a-dia. Ao invés de simplesmente repelir tais ideias, veja se há no mundo alguma outra doutrina ou sistema capaz de elucidar todas essas questões de forma tão racional e coerente. Não temos a menor dúvida em afirmar que você não encontrará. Kardec, durante os trabalhos da codificação espírita na segunda metade do século XIX, advertia para o fato de que a fé cega já não era mais para aquela época. Hoje, em pleno século XXI,  quando o homem se vê a braços dados com tanta evolução no campo do intelecto, é nítido que vivemos um período onde precisamos considerar a razão como elemento fundamental para a iluminação e o fortalecimento de nossa fé. Todo aquele que questiona, tendo como base a fé raciocinada, naturalmente concluirá quanto a excelência e a veracidade dos fundamentos da Doutrina Espírita.
No que tange ao seu aspecto científico, o Espiritismo tem na mediunidade o seu principal instrumento de confirmação da existência do plano espiritual e da possibilidade de intercâmbio entre os espíritos e os homens. As respostas que a filosofia espírita nos proporciona são ratificadas pelas próprias almas daqueles que já viveram na Terra e que agora, sem as limitações do corpo material, nos trazem notícias e informações de sua situação nas outras esferas. É através do intercâmbio mediúnico que aprendemos com os bons espíritos e temos a oportunidade de auxiliar aqueles que se encontram em situações menos fáceis no Além Túmulo. São, portanto, os espíritos que nos dão a certeza da imortalidade da alma, demonstrando que o que morre é apenas o corpo físico e que os nossos entes queridos que já partiram são, assim como nós, viajantes do Cosmo, herdeiros imortais do Pai Celeste.
O Espiritismo não é apenas uma doutrina filosófica de comprovação científica. Seus ensinamentos conduzem os adeptos a uma nova visão da vida e, consequentemente, a um processo de renovação íntima, cuja base é o Evangelho de Jesus. Afirmamos que o Espiritismo é religião porque a sua moral permite-nos religar a Deus em espírito e verdade, sem rituais, sem dogmas, mas sim através da prática do bem, único caminho que nos coloca em sintonia com a Espiritualidade Superior. Nas imorredouras lições do Cristo, Allan Kardec fincou as raízes da Doutrina, sinalizando que a moral ensinada pelo Mestre de Nazaré é a base da verdadeira religião universal: o Amor.
Com o estudo das chamadas obras básicas da Codificação e outras de inegável valor doutrinário, além, é claro, do Evangelho, encontramos respostas consoladoras e elucidativas para todos problemas. O absurdo de uma morte prematura ou a incoerência dos sofrimentos inenarráveis vividos por uma boa pessoa, encontram respostas nas opções feitas e nas ações realizadas em vidas passadas. Há que se reconhecer que, dentre as várias moradas da casa do Pai, somos moradores de uma que ainda está longe de ser o paraíso que todos almejamos. Em planetas de provas e expiações como o nosso, reencarnam espíritos que guardam graves compromissos com as leis divinas, a exigirem, no tempo e local apropriados, as devidas reparações.
Diante de situações tão difíceis quanto às que citamos, somos compelidos a buscar o entendimento de suas causas. Quando não as encontramos nesta existência, naturalmente somos levados a compreender que elas se encontram nas existências pretéritas. Há um axioma científico que afirma não existir um efeito sem causa. Ora, se sofremos, há que existir uma causa para este sofrimento. Os pais humanos por mais imperfeitos que sejam, não punem seus filhos e não os deixa sofrerem sem que seja necessário, mediante um motivo justo. Imagine então o nosso Pai Celestial! Desde que admitamos que Deus, Inteligência Suprema e Causa Primária de todas as coisas, possui todos os atributos em grau ilimitado, inclusive a justiça, a misericórdia, a bondade e o amor, chegaremos a conclusão de que a causa ou as causas de nosso sofrimento são também justas e necessárias à nossa evolução espiritual. As leis divinas sempre favorecem o indivíduo em sua caminhada ascencional, através de inumeráveis processos educativos, de forma a facultar-lhe as oportunidades de reparação de erros, bem como a aquisição de conhecimentos e virtudes indispensáveis ao processo evolutivo.
Se você chora a perda de um ente querido, que suas lágrimas sejam de saudade, de respeito, de reconhecimento e de gratidão a Deus por ter lhe permitido desfrutar de prazeirosa companhia por algum tempo. Lembre-se que a morte é um fenômeno natural que, simplesmente, retira de nós a vestimenta carnal e nos permite retornar à verdadeira pátria com o nosso corpo espiritual. Mudamos de roupa e de casa, mas continuamos existindo, em outra dimensão, mantendo nossa individualidade e nossas tendências e gostos. Que suas lágrimas não sejam de revolta, de dor, de lamentação e nem de reclamações contra o Criador. O choro desta natureza prejudica muito os espíritos que aportaram recentemente no mundo espiritual e que precisam, nestes momentos, de preces e boa vibrações para auxiliá-los a se adaptarem à nova realidade.
Quando seus olhos buscarem os entes queridos que já partiram para o Mais Além, não olhe para baixo. Olhe para as estrelas ou simplesmente para seu lado. Se eles não estiverem te observando do alto, pode ser que estejam velando por você ao seu lado. Quando sua mente ou seu coração sentir aquele aperto de saudade daqueles que já não estão mais no mundo físico, eleve seus pensamentos e sentimentos a Jesus e entregue ao Mestre suas melhores vibrações. Ele se encarregará de encaminhá-las aqueles que você tanto ama. 

Fonte: Espiritismo BH. Por:  Valdir Pedrosa – Junho/2012

“SER ESPIRITO IMORTAL”

É fácil compreender o estado íntimo de revolta ou de desesperança de todo aquele que crê que o afastamento definitivo do corpo, vivido pelo espírito, determina o seu desaparecimento para sempre, na sua condição espiritual.
É como se Deus, após as experiências evolutivas que nos fez vivenciar, pelos milênios afora, resolvesse desmantelar a própria Criação sua, atirando-a nos torturantes turbilhões do “não-ser”. Nada mais sem nexo, sem lógica e sem nenhum sentido para o raciocínio humano com alguma lucidez.
Cada Espírito, criado pela Divina Paternidade, é destinado à perenidade, à imortalidade, cabendo-lhe dar o melhor uso do tempo que desfruta nos movimentos do corpo material, com o sentido de se aprimorar ao longo da eternidade.
Uma vez que é motivo para a imensa ventura do ser humano saber-se imortal, ter a consciência de sua perenidade, isso não deixa de ser um fator de grande responsabilidade.
Não é simples para o homem comum admitir a imortalidade, porque ele tanto será responsável por todas as bênçãos que seja capaz de semear por onde passe, como por todas as calamidades e desditas que espalhe em seus caminhos. A imortalidade da alma tanto é bênção quanto é compromisso que todo ser humano aprenderá a valorizar.
Se com essa prerrogativa de ser imortal, de não conhecer a morte em termos definitivos, você pode sonhar com o encontro venturoso de seus entes familiares, após a morte corporal, do mesmo modo guardará a certeza de se deparar com aqueles que se tornaram inimigos seus, ou cuja inimizade ou carrancismo você fez questão de manter. A mesma imortalidade espiritual que fala de libertação e de alegria nos campos do Além traz igualmente os conceitos de remorso, de culpa, de frustração e de tristeza.
Vale, portanto, aproveitar-se o ser humano do precioso tempo presente, a fim de plantar as melhores sementes de fraternidade, de companheirismo e de verdade, pensando na colheita que lhe caberá fazer em dias mais próximos ou mais distanciados da sua existência imortal.
Como é importante desenvolver a consciência dos nossos valores imorredouros, ao longo da vida corporal, certos de que o fato de sair do corpo físico pela desencarnação não faz ninguém deixar o grande estuário da vida, que é dádiva de Deus, para mergulhar no “nada”. O que se passa é que no corpo ou fora dele, todos continuamos a viver, considerando que a vida da alma tem o caráter da imortalidade.
Tanto você mesmo quanto os seus amores, os seus amigos e os seus inimigos usufruirão desse recurso oferecido pela Divindade para que jamais conheçam a inércia da morte, nem estando no corpo físico, reencarnado, nem em seus movimentos de Espírito liberto pelas dimensões do mundo dos Espíritos.

 Psicografia de Raul Teixeira pelo espírito Benedita Maria (Sua Mãe) do livro Todos precisam de paz na alma.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

“DEIXAI OS MORTOS ENTERRAREM OS MORTOS”

O Cristo nos deu bastantes pistas sobre o mecanismo de interação física-espiritual. Nos ensinou a resolver as querelas com os adversários enquanto no caminho para que não nos coloquemos sob a ação obsessiva; Nos informou que a vida continua, apesar das vinculações do amor ou ódio, demonstrando que mágoas ou apegos são fortes empecilhos a vida terrena; E, finalmente, coroou a Sua passagem no plano terrestre provando que a morte é uma ilusão, que a vida espiritual é continuação e consequência imediata do período reencarnatório precedente.
O detalhamento ficaria para o Consolador, conforme o Cristo nos disse, “Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. (João, XIV: 15 a 17 e 26) ”. Através da obra Kardequiana, a relação entre os planos seria pormenorizada na moral, filosofia e ciência.
Kardec nos informa claramente da pluralidade das vidas, da continuidade da consciência após a morte, bem como, das consequências da Lei de Causa e Efeito. A tríade do estudo deste mês.
A reencarnação, através da bondade e justiça divina, nos faceia aos antigos opositores, companheiros de relações malfadadas, irmãos os quais os débitos amontoaram-se reciprocamente, onde nem tudo resolveu-se, um ou outro, talvez ambos, não tenham seguido a lição da reconciliação com o adversário, mencionada no primeiro parágrafo.
A não resolução de questões, por vezes mínimas, as quais martelam a mente encarnada ou desencarnada, são a principal causa das tormentas entre indivíduos de planos diferentes. Quando entendermos que o “depois” pode não acontecer, enquanto não assimilarmos que a morte do corpo é como o ladrão que bate à porta sem esperarmos, muitas lágrimas serão vertidas em sofrimento.
Durante atendimentos mediúnicos, alguns em nome do amor, podemos entender como o desequilíbrio culposo ou apegado remete criaturas às sensações tormentosas. Vários são os casos de maridos e esposas desencarnados a ladear os antigos cônjuges; Mães a transferir a angústia da saudade aos filhos de outro plano; Filhos, encarnados, a continuar a relação simbiótica, dependente, com os genitores no plano espiritual. Não à toa o Mestre nos diz para deixar os mortos enterrar os mortos.
Tenhamos a consciência que nossas ações, muitas vezes, promovem a angústia nos entes que se foram, pelo fato dos mesmos não estarem totalmente preparados para a nova realidade do espírito. Desejam interferir, muitas das vezes com o intuito de ajudar, mas acabam por, inconscientemente, aumentar o grau de dor.
O amor em desequilíbrio muito mais prejudica, fere e protela resoluções do que auxilia.
Devemos nos preparar para este cenário entendendo que também, um dia, estaremos do lado espiritual. Quando despertamos na verdadeira vida, como reagiremos? Quais serão nossas prioridades e apegos? As paixões do espírito estarão controladas? As querelas resolvidas? As culpas sanadas? Teremos a consciência do bom uso do tempo em favor da respectiva missão, evitando, assim, os desencarnes dolorosos do remorso e da não conformação com o encontro com a morte?
Quanto trabalho a fazer em tão pouco tempo...
Cuidar do espírito, preparar-nos para a entrada no plano etéreo, é a causa de estarmos todos neste corpo limitador da consciência. O mapa da boa preparação já foi esmiuçado pelo Cristo e Kardec.
Por outro lado, sabemos que antigos amores, amigos e companheiros nos acompanham do outro lado. O amor é irresistível e atravessa todas as barreiras de tempo e espaço, não podemos culpar-lhes por sensibilizarem-se com nossos erros e dificuldades, naturais na fase de aprendizes a qual nos encontramos. Mas é importante que a ação destes irmãos não cause prejuízos a si ou a outrem que por ventura se coloquem como obstáculos em nossas vidas.
Todo débito contraído merece ser ressarcido.
Por isso, oremos, oremos pelos que não mais nos acompanham a jornada, contudo, tenhamos a oração da tranquilidade, e não da angústia; A prece que visa o reencontro feliz, sem culpas ou remorsos, suscitando o futuro que reserva a continuidade de convivência a todas as criaturas que se amam, após os hiatos da vida carnal. É necessário estarmos conectados, porém, conforme a condição de cada um, para que a ação desequilibrada, de um ou outro, não afete ou interfira nas programações terrenas planejadas para a resolução de ajustes naturais da existência, resultando nas inconsequências e dilatando, ainda mais, os períodos de separação.
Deixai os mortos enterrarem os mortos.

Fonte: Correio Espirita. Por: Pedro Valiati

“DIA DE FINADOS NA VISÃO ESPIRITA”

O hábito de visitar os mortos, como se o cemitério fosse sala de visitas do Além, é cultivado desde as culturas mais remotas. Mostra a tendência em confundir o indivíduo com seu corpo. Há pessoas que, em desespero ante a morte de um ente querido, o "VISITAM" diariamente. Chegam a deitar-se no túmulo. Desejam estar perto do familiar. Católicos, budistas, protestantes, muçulmanos, espíritas - somos todos espiritualistas, acreditamos na existência e sobrevivência do Espírito. Obviamente, o ser etéreo não reside no cemitério. Muitos preferem dizer que perderam o familiar, algo que mostra falta de convicção na sobrevivência do Espírito. Quem admite que a vida continua jamais afirmará que perdeu alguém. Ele simplesmente partiu. Quando dizemos "perdi um ente querido", estamos registrando sérios prejuízos emocionais. Se afirmarmos que ele partiu, haverá apenas o imposto da saudade, abençoada saudade, a mostrar que há amor em nosso coração, o sentimento supremo que nos realiza como filhos de Deus. Em datas significativas, envolvendo aniversário de casamento, de morte, finados, Natal, Ano Novo, dia dos Pais, dia das Mães, sempre pensamos neles. 
COMO PODEMOS AJUDAR OS QUE PARTIRAM ANTES DE NÓS?
Envolvendo o ser querido em vibrações de carinho, evocando as lembranças felizes, nunca as infelizes; enviando clichês mentais otimistas; fazendo o bem em memória dele, porque nos vinculamos com os Espíritos através do pensamento. Além disso, orando por ele, realizando caridade em sua homenagem, tudo isso lhe chegará como sendo a nossa contribuição para a sua felicidade; a prece dá-lhe paz, diminui-lhe a dor e anima-o para o reencontro futuro que nos aguarda.
 Existe uma maneira muito singela, amorosa, fraterna que podemos habituar a fazer para que os espíritos familiares e amigos possam sentir lembrados e homenageados por nós, não só em finados, mas todos os dias: uma prece sincera em favor da harmonia, paz e de que estejam felizes ao lado da família espiritual deles.
Podemos também colocar em nossos lares e/ou local de seu antigo trabalho, um recadinho do coração, uma flor perto de um porta retrato com a foto do desencarnado. Assim sentirão lembrados, amados e fortalecidos por ver que estamos exaltando a vida e não a morte.
PODEMOS CHORAR?
Podemos chorar, é claro. Mas saibamos chorar. Que seja um choro de saudade e não de inconformação e revolta. O choro, a lamentação exagerada dos que ficaram causam sofrimento para quem partiu, porque eles precisam da nossa prece, da nossa ajuda para terem fé no futuro e confiança em Deus. Tal comportamento pode atrapalhar o reencontro com os que foram antes de nós. Porque se eles nos visitar ou se nós os visitarmos (através do sono) nosso desequilíbrio os perturbará. Se soubermos sofrer, ao chegar a nossa vez, nos reuniremos a eles, não há dúvida nenhuma.
ENTÃO OS ESPÍRITAS NÃO VISITAM O CEMITÉRIO? 
Nós espíritas não visitamos os cemitérios, porque homenageamos os “vivos desencarnados” todos os dias. Mas a posição da Doutrina Espírita, quanto as homenagens (dos não espíritas), prestadas aos "MORTOS" neste Dia de Finados, ao contrário do que geralmente se pensa, é favorável, DESDE QUE SINCERAS E NÃO APENAS CONVENCIONAIS.
Sabemos que tudo o que se faz no cemitério, não passa em muitos casos de demonstração de posses materiais. Seja para demonstrar para a sociedade uma atitude de respeito, às vezes desprovida até de sinceridade.
Portanto, todos são livres para fazer o que acham que devem, principalmente sendo de coração aberto e sincero, numa legitima demonstração de amor.
Precisamos ainda lembrar que muitos espíritos que se encontram no Mundo Espiritual não ligam a mínima para certos fatos que a nós encarnados enche de orgulho, pois, muitos deles, estão acima das nossas conveniências e ilusões terrenas.
Os Espíritos, respondendo a perguntas de Kardec a respeito (em O Livro dos Espíritos), mostraram que os laços de amor existentes entre os que partiram e os que ficaram na Terra justificam esses atos. E declaram que no Dia de Finados os cemitérios ficam repletos de Espíritos que se alegram com a lembrança dos parentes e amigos. Há espíritos que só são lembrados nesta data, por isso, gostam da homenagem; há espíritos que gostariam de serem lembrados no recinto do lar. Porque, se ele desencarnou recentemente e ainda não está perfeitamente adaptado às novas realidades, irá sentir-se pouco à vontade na contemplação de seus despojos carnais; Espíritos com maior entendimento, pedem que usemos o dinheiro das flores em alimento aos pobres. Portanto, usemos o bom senso em nossas homenagens. Com a certeza que ELES VIVEM. E se eles vivem, nós também viveremos. E é nessa certeza que devemos aproveitar integralmente o tempo que estivermos encarnados, nos esforçando para oferecer o melhor de nós em favor da edificação humana. Só assim, teremos um feliz retorno à pátria espiritual.
Fonte: - Portal do Espírito











“ESTUPRO COLETIVO NA VISÃO ESPÍRITA”

Violência sexual contra a mulher ganha destaque após caso de estupro coletivo.
O nome é forte: estupro coletivo. Parece que só de ser lido ou falado, agride aos ouvidos. Imaginar tamanha crueldade já parece desumano. Mas a violência contra uma jovem de apenas 16 anos, no morro São José Operário, no Complexo da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, no final de maio, trouxe à tona a discussão.
Estima-se que no Brasil, 50 mil mulheres sejam violentadas sexualmente todos os anos. Isso nos dá uma média de 136 casos por dia. No estado do Rio, acredita-se que uma mulher é estuprada a cada duas horas. Por medo, vergonha, frustração, a maioria das vítimas não leva os casos de abuso às autoridades responsáveis. E vivem no silêncio da agonia, revivendo o momento da agressão sofrida, sem perspectiva de melhora.
Em um vídeo na internet, datado de maio de 2015, Divaldo Pereira Franco, orador espírita mundialmente conhecido, fala sobre a questão da violência sexual: “é um dos atos mais vergonhosos, mais perversos ao lado da pedofilia. É um crime hediondo porque a pessoa estuprada, masculino ou feminina, vai ficar com a alma dilacerada, não o corpo! Vai ter um conflito sexual terrível. Vai detestar o sexo de quem lhe perturbou. Vai ter conflitos por toda a vida. Há aqueles que matam o corpo. E aqueles que matam o entusiasmo de viver são muito mais covardes!”
A Doutrina Espírita nos ensina que o acaso não existe, e que Deus é “soberanamente justo e bom”. Mas não irei entrar aqui no mérito das infinitas possibilidades do grupo envolvido neste crime, vítima e algozes, já estarem neste percurso, que inclui entre outras coisas, distúrbios sexuais, há longas datas e até séculos. E eu me refiro como grupo a todos os envolvidos nesta história, encarnados e desencarnados, pois sabemos que é certa a atuação dos irmãos ainda equivocados do plano espiritual.
No vídeo, um dos jovens canta um trecho de um funk, que faz referência ao estupro. Reforçando para nós o cuidado e atenção com os nossos filhos, no que eles fazem, veem e ouvem. Pois músicas com tal conteúdo destrutivo, com certeza, não vão incentivar ou aproximar companhias de espíritos abnegados e entusiastas da causa do bem. Muito pelo contrário! Sabemos que locais, assuntos e principalmente, nossa frequência de pensamento ditam com quem iremos sintonizar.
Mas a atuação de espíritos equivocados não isenta a responsabilidade dos atuantes encarnados. Todos nós responderemos pelos atos que fizermos, sejam eles bons ou ruins. Lembremos mais uma vez das doces e sábias palavras de Jesus, neste caso, registradas em Mateus 18: 7-9 : “ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele  por quem o escândalo vier! Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.”
Isso quer ressaltar que independentemente do que aconteceu conosco nessas ou em outras vidas, não se torna para nós um motivo de “desculpa” para cometer falha ou erro. Todos temos o livre arbítrio, e como espíritas sabemos que podemos contar com a ajuda direta dos amigos espirituais, através da oração, sempre que tivermos passando por momentos de profunda tentação. É nosso dever lutar contra as nossas más inclinações! Cabe a nós buscarmos a melhoria necessária para pôr em prática as corrigendas que temos que fazer em nós mesmos, para alcançarmos passos mais firmes rumo ao caminho que nos leva a evolução espiritual.
O escândalo que se deu com a divulgação da história desta jovem, que foi obrigada a mudar de casa e entrar no serviço de proteção à testemunha, trouxe à tona também o machismo que ainda impera em nossa sociedade. Alguns chegaram a destilar equivocadas opiniões que insinuavam que a vítima era na verdade a grande responsável pela própria agressão. Neste aspecto, sobre a suposta superioridade masculina sobre a feminina, os Espíritos são diretos.
No capítulo IX, da Lei da Igualdade, de O Livro dos Espíritos, na lição 817, Allan Kardec pergunta: “são iguais perante Deus o homem e a mulher e têm os mesmos direitos?”. E a resposta é: “não outorgou Deus a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?”. Na pergunta seguinte, Kardec enfatiza: “donde provém a inferioridade moral da mulher em certos países?”. E a reposta é clara: “do predomínio injusto e cruel que sobre ela assumiu o homem. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados, a força faz o direito.”
Mas a Doutrina Espírita também nos ensina a olharmos de forma neutra toda e qualquer situação analítica. Pelas lentes do amor, nós sabemos também que o estuprador é uma pessoa doente do corpo e da alma. No livro “ Mundo Maior”, André Luiz nos fala sobre as “enfermidades do instinto sexual”: “inútil é supor que a morte física ofereça solução pacífica aos espíritos em extremo desequilíbrio, que entregam o corpo aos desregramentos passionais. A loucura, em que se debatem, não procede de simples modificações do cérebro: dimana da desassociação dos centros perispiríticos, o que exige longos períodos de reparação.
Assim, face às torturas genésicas a que se vê relegada, gera aflitivas contas cármicas a lhe vergastarem a alma no espaço e a lhe retardarem o progresso no tempo. Desse modo, por semelhantes rupturas dos sistemas psicossomáticos, harmonizados em permutas de cargas magnéticas afins, no terreno da sexualidade física ou exclusivamente psíquica, é que múltiplos sofrimentos são contraídos por nós todos, no decurso dos séculos, porquanto, se forjamos inquietações e problemas nos outros, com o instinto sexual, é justo que venhamos a solucioná-los em ocasião adequada”.
O caso do estupro coletivo trouxe para a sociedade a discussão em torno dos distúrbios sexuais. A nós espíritas, não cabe julgamentos, e sim, amparo.  Não devemos engrossar as fileiras daqueles que apontam e que tiram conclusões. Mas devemos sim, estender as mãos a todos aqueles que sofrem, mesmo aos que ainda não entendam a zona de sofrimento em que se encontram.
Por isso, se você, irmão, que lê esse artigo, sofre de qualquer tipo de distúrbio sexual, procure ajuda. Vá a especialistas, converse com pessoas mais experientes e que pensem diferente, busque na prece e na leitura edificante a força para resistir às tentações. Não deixe que os instintos e as más inclinações o dominem. E você, irmã ou irmão, que sofreu qualquer tipo de abuso sexual, independentemente de quando tenha acontecido, também busque ajuda. E denuncie às autoridades competentes, pois isso é um freio ao agressor, para que ele não faça novas crueldades. Quanto àqueles que nesta encarnação não sofrem deste tipo de distúrbio sexual, que possamos orar por todos que ainda vivem nesse processo.
E como disse Divaldo, no vídeo já citado a cima: “chegará um momento, não muito distante, em que a sociedade verá esses crimes (estupro, pedofilia, pena de morte, aborto e suicídio) como páginas terríveis da nossa história no passado”.

Fonte: Correio Espírita. Por: Melissa Santos

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...