O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e
uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se
pode estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências
morais que decorrem dessas relações.
Segundo Allan Kardec, o Espiritismo é uma ciência que trata
da natureza, da origem e da destinação dos Espíritos, e das suas relações com o
mundo corporal. No Brasil, organizou-se como um movimento religioso, com
aproximadamente 7 mil centros espíritas.
Ainda é muito comum, nos dias atuais, encontrar pessoas
constrangidas ou mesmo aterrorizadas quando ouvem falar de Espiritismo, pois
elas imaginam a ação do Espírito do mal.
Se você pensa assim e acredita que Espiritismo não é uma
doutrina cristã, nós o convidamos a abrir estas páginas.
O objetivo desta obra é dar-lhe uma breve ideia do que é a
Doutrina Espírita. Queremos despertar a sua curiosidade de forma que lhe
permita formar um juízo pessoal, independente de todas as crendices e tolices
oriundas do pensamento dos que nada entendem do assunto.
Não temos a pretensão de ser donos da verdade, pois ,
acreditamos que nenhum grupo, religião ou seita detém o privilégio de
monopolizá-la.
"A ignorância dos princípios fundamentais é causa das
falsas apreciações da maior parte dos que julgam o que não compreendem, ou que
o fazem com base em ideias preconcebidas" - (Allan Kardec)
POR QUÊ CONFUNDEM ESPIRITISMO COM UMBANDA?
A Umbanda é um culto religioso respeitado pelos espíritas
como todos os outros o são, até mesmo porque está amparado no princípio geral
da liberdade de crença contido na Constituição do Brasil. Contudo, ela não é
Espiritismo. Seu acervo de símbolos, objetos, instrumentos, práticas, etc, não
se ajustam de maneira alguma à Doutrina Espírita. Aqueles que confundem Umbanda
com Espiritismo se apegam às seguintes afirmações: a Umbanda é espiritualista,
rende culto a Deus, fundamenta-se em fenômenos produzidos por Espíritos
desencarnados, aceita a reencarnação e faz caridade. Todavia, a Umbanda tem
culto material, rituais, vestimentas específicas, imagens, altares, pontos
riscados e denominações totalmente especiais para médiuns (cavalos) e Espíritos
(exús, pretos-velhos, caboclos, ibegis), que não existem no Espiritismo. Além
dessas abismais diferenças, a Umbanda não se rege pela Codificação de Allan
Kardec. Portanto, está claro que embora espiritualista e ter características
mediúnicas, a Umbanda não constitui variante nem modalidade do Espiritismo.
Essa confusão se dá pelo desconhecimento do que seja a Doutrina Espírita e
consequente interpretação errônea dos fenômenos da mediunidade.
O ESPIRITISMO FAZ MACUMBA, DESPACHO OU QUALQUER OUTRO
RITUAL?
O Espiritismo não tem culto material e nem tem rituais, não
prescreve qualquer vestimenta, nem função sacerdotal, não usa imagens, nem faz
sacrifícios de animais ou seres humanos, não tem símbolos ou sinais
cabalísticos, não faz cerimônias matrimoniais, ou de batismo, nem exorcismo.
Resumindo, a Doutrina Espírita tendo como principal objetivo o cultivo dos
valores do Espírito é totalmente isenta de atos exteriores. Sua nomenclatura se
baseia nas obras da Codificação e suas práticas mediúnicas são executadas
dentro de um ambiente evangélico de harmonia e oração, sem qualquer culto
exterior ou movimentos e palavreado estereotipados. Suas reuniões mediúnicas
são fechadas ao público e conduzidas com rigor, onde não existem velas, cantos,
danças, cigarro bebida ou cobrança de taxas.
Compreende-se, portanto, que qualquer culto que contenha
tais práticas, não pode e não deve receber a designação de espírita.
"Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o
adorem em espírito e em verdade" - (João 4.24).
"Amados não deis crédito a qualquer Espírito. Antes,
provai os Espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm
saído pelo mundo afora" - (I João 4.1).
"E não consentia que alguém levasse algum vaso pelo
templo.
E os ensinava, dizendo: Não está escrito - A minha casa será
chamada por todas as nações casa de oração? Mas vós a tendes feito covil de
ladrões.
E os Escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto,
buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam, porque toda multidão estava
admirada acerca da sua doutrina" - (Marcos 11.16-18).
"Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o
conhecimento de Deus, mais do que o holocausto" - (Oséias 6.6).
O ESPIRITISMO FAZ USO DE BOLA DE CRISTAL, PRATICA
QUIROMANCIA, ASTROLOGIA, HIPNOTISMO, MAGIA OU PARAPSICOLOGIA?
Dentre uma série de práticas rotuladas erroneamente como
espíritas, estão estas e também outras como a terapia regressivas a vidas
passadas (TRVP), a trans comunicação instrumental (TCI), a cristalterapia , a
cromoterapia, ufologia etc. A maioria delas não possuem fundamentação
doutrinária lógica, e não encontram respaldo nas obras de Allan Kardec,
portanto, não são práticas espíritas.
Qualquer Centro Espírita que se utilize de tais práticas
está se desviando dos seus verdadeiros e nobres objetivos.
As notícias frequentemente veiculadas pela mídia em geral,
de que os espíritas previram o futuro, fizeram oferendas a Iemanjá, estão
ligados a culto demoníaco, dentre outras, comprovam o desconhecimento que
existe sobre a Doutrina Espírita, apesar da sua atual expansão e crescente
número de adeptos. O Espiritismo não é responsável pelos que abusam do seu nome
e o exploram.
Assim como a ciência médica não o é pelos charlatões que
vendem suas drogas ou como a religião também não o é pelos sacerdotes que
abusam do seu ministério.
"Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos
apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores.
Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura,
uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?" - (Mateus7.15-16).
"Se alguém ensina alguma doutrina, e se não conforma
com as sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é
segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe mas delira acerca de questões e
contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins
suspeitas" - (I Timóteo 6.3-4).
"Não vos deixeis levar em redor por doutrinas várias e
estranhas, por que bom é que o coração se fortifique com graça, e não com
manjares, que de nada aproveitaram aos que a eles se entregaram" -
(Hebreus 13.9).
EXISTE ESPIRITISMO DE MESA BRANCA?
A Doutrina Espírita não comporta nenhuma ramificação. Como
já explicado, por suas convicções dispensa qualquer ritual ou aparato. A
designação popular de mesa branca pode ter advindo do fato de que as reuniões
mediúnicas espíritas ocorrem, para simples acomodação, com os participantes
dispostos ao redor de uma mesa, algumas vezes, com uma toalha branca recoberta
sobre ela, o que é absolutamente dispensável. Como tais reuniões tem caráter
íntimo e privado, disciplinado e beneficente, o termo mesa branca surgiu para
diferenciar o Espiritismo de outros cultos, sendo este termo utilizado
popularmente também como sinônimo de Kardecista. Trata-se de um equívoco
generalizado, uma vez que só há um Espiritismo (termo criado pelo próprio Allan
Kardec) e este não adota práticas exteriores para ser diferenciado. Assim , nem
mesa branca, alto ou baixo Espiritismo, Espiritismo elevado etc, são sinônimos
de Doutrina Espírita.
OS ESPÍRITOS PODEM INTERFERIR EM NOSSAS VIDAS?
Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores (pergunta
459 do L.E.) sobre esta questão e a resposta é clara e precisa: "Nesse
sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente
são eles que vos dirigem".
Os Espíritos atuam frequentemente sobre o nosso pensamento,
dando-nos sugestões mais ou menos sensatas, boas ou más segundo sua natureza.
Quando desencarnados, os Espíritos continuam com seus vícios ou virtudes e são
bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou
medíocres, verdadeiros ou mentirosos, e estão por toda parte. Sendo assim,
facilmente nos influenciam o pensamento e ações, e dependendo de nossa condição
moral, recebemos boas ou más influências, pela sintonia que se estabelece entre
os dois planos da vida. Aqueles providos de virtudes facilmente poderão ser
auxiliados pelos bons Espíritos, ao contrário dos indivíduos voltados às
paixões vulgares.
Nos textos bíblicos encontramos uma série de citações que
nos falam dessa realidade. Eis alguns:
"E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito:
Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com eles, não
duvidando, porque eu os enviei" - (I Atos 10.19-20).
"Quando o Espírito imundo tem saído do homem, anda por
lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha
casa donde saí.
E, chegando, acha-a varrida e adornada.
Então vai, e leva consigo outros sete Espíritos piores do
que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que
o primeiro" - (Lucas 11.24-26).
O QUE É MEDIUNIDADE?
É uma faculdade natural de toda criatura viva. Podemos dizer
que é um canal psíquico que todos possuem e que liga o Espírito encarnado ao
mundo invisível. É, portanto, através da mediunidade que os encarnados recebem
a influência dos desencarnados, funcionando como uma ponte entre os dois
planos.
Embora seja faculdade comum a todos as criaturas, em alguns
indivíduos ela se encontra mais exacerbada, sendo capaz de produzir fenômenos
ostensivos como a profetização, a psicografia e os efeitos físicos.
Sendo uma faculdade orgânica, não depende da qualidade moral
de quem a possui. Isso faz com que haja uma grande diversidade no uso que se
faz dela, existindo tanto aqueles que a utilizam para o bem, como para fins
ilícitos, inclusive os comerciais.
"Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que
sejais ignorantes" - (I Corintios 12.1).
"Todas as nossas faculdades são favores que devemos agradecer
a Deus, pois há criaturas que não as possuem. Podias perguntar porque Deus
concede boa visão a malfeitores, destreza aos larápios, eloquência aos que só a
utilizam para o mal. Acontece o mesmo com a mediunidade. Criaturas indignas a
possuem porque dela necessitam mais do que as outras, para se melhorarem"
- (Livro dos Médiuns - Questão 226).
O QUE É MÉDIUM?
Se todos são dotados desse canal psíquico por onde recebem
influência espiritual, logo todas as pessoas são médiuns. Há aqueles, contudo,
com uma capacidade ostensiva de receber e transmitir comunicações de Espíritos,
atuando como intermediários ou como agentes das manifestações dos Espíritos.
Estes são dotados de mediunato, uma faculdade especial, suscetível de
desenvolvimento, e que, quando bem direcionada, pode ser utilizada como um
importante meio que os Espíritos superiores utilizam para edificar o ser ao
nível do entendimento.
Segundo sua aptidão, o médium pode exercer sua tarefa em uma
das muitas variedades de mediunidade, como por exemplo escreventes ou
psicógrafos, falantes, de efeito físico, videntes, curadores, entre outros.
A pessoa dotada deste dom divino, tem a obrigação de se
instruir sobre ele a fim de colocá-lo a serviço da obra do Senhor. A
mediunidade só tem sentido quando praticada com essa finalidade.
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para
o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a
outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;
E a outro, pelo mesmo Espírito a fé; e a outro, pelo mesmo
Espírito, os dons de curar;
E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e
a outro o dom de discernir os Espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a
outro a interpretação das línguas" - (I Corintios 12.7-10).
A MEDIUNIDADE FOI INVENTADA PELO ESPIRITISMO?
A mediunidade, tampouco os médiuns, são privilégios do
Espiritismo ou foram inventados por ele. A mediunidade sempre existiu, uma vez
que sempre existiram os planos material e espiritual. A própria Bíblia
refere-se às suas manifestações em diversas de suas passagens, assim como é
identificada nas práticas de muitas religiões da atualidade, embora com outros
nomes.
O Espiritismo simplesmente trouxe os ensinamentos capazes de
nos orientar a tirar melhor proveito da mediunidade, no sentido de fazer dela
um instrumento moralizador e de libertação dos Espíritos. É uma fonte material
que prova a sobrevivência da alma após a morte, ampliando nossos conhecimentos
acerca dos ilimitados horizontes espirituais. Sua prática não tem como meta
apenas a produção de fenômenos destinados a despertar os incrédulos ou curar
suas enfermidades espirituais ou carnais; serve para alertar o ser humano de
sua necessidade de despertar para o sentido verdadeiro da vida. Quando bem
utilizada é uma importante alavanca para a evolução espiritual.
"Então disse Saul aos seus criados: Buscai-me uma
mulher que tenha o Espírito de adivinha, para que vá a ela e a consulte. E os
seus criados lhe disseram: Eis que em Endor há uma mulher que tem o Espírito de
adivinhar.
E Saul se disfarçou e vestiu outros vestidos, e foi ele, e
com ele dois homens, e de noite vieram à mulher; e disse: Peço-te que me
adivinhes pelo Espírito de adivinha, e me faças subir a quem eu te disser.
Então a mulher lhe disse: Eis aqui tu sabes o que Saul fez,
como tem destruído da terra os adivinhos e os encantadores; porque, pois, me
armas um laço a minha vida, para me fazer matar?
Então Saul lhe jurou pelo Senhor, dizendo: Vive o Senhor,
que nenhum mal te sobreviverá por isso. A mulher então lhe disse: A quem te
farei subir? E disse ele: Faz-me subir a Samuel.
Vendo, pois, a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a
mulher falou a Saul, dizendo: Por que me tens enganado? Pois tu mesmo és Saul.
E o rei lhe disse: Não temas; porém que é o que vês? Então a
mulher disse Saul: Vejo deuses que sobem da terra.
E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo
um homem ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel,
inclinou-se com o rosto em terra, e se prostrou" - (I Samuel 28.7-14).
TODOS OS QUE LIDAM COM ESPÍRITOS SÃO ESPÍRITAS?
Sabendo-se que os Espíritos estão por toda parte e que a
mediunidade é uma faculdade inerente a qualquer pessoa, é evidente que nem
todos os que lidam com Espíritos são espíritas. As pessoas que assim pensam têm
total desconhecimento do que é o Espiritismo.
Esse falso julgamento faz com que as pessoas tenham uma ideia
errônea do que seja a Doutrina Espírita e dela se afastem sem buscar
conhecê-la.
PARA SER ESPÍRITA TEM QUE RECEBER ESPÍRITOS?
Espírita é aquele que crê, estuda e segue a Doutrina
Espírita. É reconhecido pelo esforço que faz em aprimorar-se dentro dos
princípios cristãos, não tendo necessariamente que trabalhar com a mediunidade.
A faculdade mediúnica como missão, ou mediunato, como todas
as demais faculdades, não deve ser imposta. Uma vez detectada e em acordo com o
desejo do médium, deve ser desenvolvida em sessões espíritas apropriadas, com
dedicação sincera e humildade, para ser verdadeiramente produtiva. O espírita
pode servir em muitas outras frentes de trabalho que nada tem a ver com a
mediunidade, buscando, contudo, em todas as oportunidades fazer o melhor
possível.
O QUE É O PASSE?
O passe é uma transmissão de fluidos benéficos, com caráter
assistencial e regenerador, que é aplicado pela simples imposição de mãos,
dispensando qualquer contato físico entre o passista e o receptor. O passe
permite a regeneração dos enfraquecidos, física ou espiritualmente. O passista
detém uma grande responsabilidade, pois cabe a ele impor as mãos sobre as
pessoas carentes e abençoá-las em nome do Criador. Ele não é nenhuma pessoa
especial, necessita apenas ter o desejo sincero de servir e viver uma vida
sadia, sem vícios e cultivando bons pensamentos.
"E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que
tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta e anda" -
(Atos 3.6).
"E rogava-lhe muito dizendo: Minha filha está
moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare e viva. E
foi com ele, e seguia-o uma grande multidão que o apertava" - (Marcos
5.23-24).
"Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os
mortos, expulsai os demônios: De graça recebestes, de graça dai" - (Mateus
10.8).
"Pegarão nas serpentes, e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os
curarão" -(Marcos 16.18).
"E os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando,
lhes impuseram as mãos" - (Atos 6.6).
COMO RECONHECER UM BOM CENTRO ESPÍRITA?
Nunca é demais repetir que um bom Centro Espírita é aquele
que segue os preceitos da Doutrina Espírita, com orientação pautada nas obras da
Codificação Kardequiana. Todo aquele que adota práticas contrárias às contidas
em tais obras, que pratica atos exteriores e desprovidos de racionalidade, deve
ser evitado.
O Centro Espírita, como porta-voz do Espiritismo, no seu
aspecto tríplice: religioso, científico e filosófico, desenvolve suas
atividades baseado no "dai de graça o que de graça recebestes",
proporcionando um entendimento mais completo das leis de Deus e suas
aplicações. Logo, o Centro Espírita é um local de paz, harmonia, consolo, onde
ao adentrar suas portas, o homem que sofre com tantas tragédias e
desequilíbrios que o atingem e à toda humanidade, inicia a formação do alicerce
para uma mudança interior que o amparará racionalmente por toda a sua vida.
O QUE A DOUTRINA RECOMENDA PARA AS OS ESPÍRITAS?
Recomenda que devemos nos interessar sempre por ideais
nobres, ocupar nosso tempo com estudo e trabalho, praticar a caridade
especialmente para com terceiros e manter a vigilância sobre nossos atos e
pensamentos. A maneira segura de afastar as influências más é atrair as boas,
uma vez que onde há luz não permanecem as sombras.
O próprio Codificador nos esclarece que fechar portas e
janelas ou fazer uso de defumadores e velas não afasta Espíritos perturbadores.
Contudo, pensamentos elevados não são alvo destes irmãos ignorantes e
desocupados, que não se aproximam por faltar-lhes afinidade.
Uma postura elevada alivia os sofrimentos morais e físicos
que, associada ao passe, um recurso energético de renovação, pode operar
verdadeiros prodígios. As enfermidades físicas , muitas vezes, têm também causa
espiritual e podem ser atenuadas ou até sanadas pela prática citada acima,
porém tem seu componente orgânico que não dispensa, em hipótese alguma, um
tratamento médico especializado.
Portanto, a Doutrina Espírita prima por simplicidade,
conforme exorta Jesus a seus seguidores. Ao invés de fórmulas mirabolantes,
amuletos, talismãs ou outra coisa qualquer, prescreve única e exclusivamente a
reforma íntima como remédio. Tendo Evangelho de Jesus como código de conduta, o
homem descobrirá o segredo da felicidade, vivenciando o amor a Deus e ao
próximo. Levar o homem a essa descoberta é o maior bem e o maior objetivo da
Doutrina Espírita.
A tratamento das enfermidades físicas e psicológicas pelos
métodos espíritas não dispensam, em nenhuma circunstância, a consulta ou o
tratamento médico.
QUEM FOI ALLAN KARDEC?
Allan Kardec foi o pseudônimo do homem que codificou a
Doutrina Espírita. Seu nome verdadeiro era Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Usava tal pseudônimo para evitar que seu nome, já bastante conhecido nos meios
literários, ficasse em evidência. Nasceu em Lion, na França, em 03 de outubro
de 1804 e desencarnou subitamente em consequência de um aneurisma, em 1869 aos
65 anos de idade. Era casado, falava quatro idiomas, estudava astronomia e
fenômenos ligados ao magnetismo. Estudou na escola de Pestalozzi, o pai da
pedagogia moderna. Escreveu diversos livros didáticos e lecionava para alunos
sem recursos financeiros.
Em certa ocasião foi convidado por um amigo de nome Fortier,
para assistir a uma brincadeira de salão em evidência na época: as mesas
girantes que se comunicavam através de batidas com seus pés.
Pensando tratar-se de algum fenômeno ligado ao magnetismo
aceitou o convite. Após algumas sessões foi se intrigando, uma vez que,
descartadas as causas conhecidas ou truques, convencia-se de que, por detrás
das mensagens, havia alguma causa inteligente responsável pelos movimentos.
A causa inteligente que se manifestava dizia que os
fenômenos eram provocados por Espíritos de homens que já haviam vivido no
mundo. Passou a estudar o fenômeno e numa das reuniões, agora promovidas pelo
próprio Kardec, um Espírito que usou o nome de Verdade, dizia que caberia ao
professor desenvolver, dar corpo, codificar uma nova doutrina filosófica e
religiosa.
Allan Kardec desempenhou com sucesso as obrigações de que
fora incumbido, explicando todos os fenômenos de maneira racional, revivendo e
reforçando os ensinamentos de Jesus e da Espiritualidade Superior.
Utilizou-se de vários médiuns diferentes, que foram
cuidadosamente escolhidos, uma vez que o próprio Kardec não era médium. Fazia
perguntas aos Espíritos, revisando e comparando repetidamente as respostas.
Todos os ensinamentos da Doutrina Espírita, foram reunidos
em cinco obras básicas: O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns
(1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A
Gênese (1868).
Portal do
Espírito-Grupo Espírita Bezerra de Menezes
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