Vários são
os porquês que ainda nos incomodam no dia-a-dia, principalmente os relativos à
vida. Muitos dos que creem em Deus não conseguem entender o motivo de tantas
desarmonias na sociedade. Por que existem tantas pessoas que sofrem, que
parecem ser perseguidas pelo azar, enquanto para outras a vida se mostra mais
fácil? Por que existem crianças que nascem doentes, enquanto outras vêm ao
mundo sadias? Por que muitas vezes o indivíduo mal-intencionado tem mais
oportunidades na vida do que aquele que parece ser honesto? Algumas respostas
surgem aqui e acolá: "Tudo é obra do destino de cada um"; "Saúde
e doença são explicadas pela genética"; "É a vontade de Deus, por
isso fulano sofre". São opiniões, apenas opiniões. Para aqueles que creem
na justiça e bondade de Deus, elas são incompletas, vagas e sem fundamentos. Se
acreditamos na existência de Deus, justo e superior a tudo e a todos, temos que
entender porquê acontecem essas diferenças, sem que Ele esteja cometendo
injustiças. Somente afirmar que Deus é Pai e sabe o que faz, não satisfaz o
raciocínio do século XX. Deus não cria mistérios para seus filhos. Pelo
contrário, deu a eles a inteligência para discernir o certo do errado, tirando
as próprias conclusões. Se acreditarmos no "destino", este não pode
ser obra do acaso. Alguém estaria pré-estabelecendo a vida. Fazendo uns bons e
outros maus, Deus estaria sendo autoritário, coisa inconcebível ao Criador do
Universo. Quanto ao fator genético, sabemos cientificamente que ele influi na
organização funcional e anatômica do homem. Mas, não deixa de ser uma Lei da
Natureza e, como tal, também criada por Deus. O homem não cria nada. Só
descobre as maravilhas do mundo que o cerca. Analisando essas colocações,
concluímos que Deus está por detrás de tudo o que acontece na vida. Ele rege a
atuação da justiça através de uma Lei superior, chamada Lei de Causa e Efeito
ou Ação e Reação. Ela é colocada em prática através das reencarnações. Na visão
espírita, a reencarnação é a oportunidade que Deus concede aos seus filhos para
que possam reparar seus erros, próprios da imperfeição humana. Há religiões
sérias que acreditam que depois da morte a pessoa boa irá para o Céu, e a má
para o Inferno, sofrendo penas ou gozos eternos. Há outras, também
respeitáveis, que creem que após a morte, a alma permanecerá no túmulo,
esperando o chamado Juízo Final, quando então será julgada pelos bons ou maus
atos praticados. Mas, num mundo como a Terra, onde o bem e o mal se confundem,
devido à miserabilidade cultural, como afirmar que uma pessoa é totalmente má?
Ou então, quem de nós ousaria, defronte ao espelho, dizer: não tenho pecados,
nunca os cometi? Jesus Cristo, nos Evangelhos, questionou-nos sobre isso na
passagem da mulher adúltera; e, segundo a história, ninguém teve a coragem de
se dizer sem erros. Portanto, é impossível que com uma média de 70 anos de
vida, consigamos atingir um estado tal de nos dizermos dignos do Céu. Com
relação aos condenados ao Inferno, façamos uma comparação: se você é pai e seu
filho cometer um erro, você lhe chamará a atenção. Se ele persistir no erro,
poderá puni-lo. Não com o intuito de que ele sofra por sofrer, mas para que,
através da punição, aprenda o modo correto de viver. Como pai, você nunca o
condenaria para sempre, por ele ter cometido uma falha própria de sua
inexperiência. Por que, então, Deus daria só uma chance de iluminação aos seus
filhos? Lembremos Jesus: “Se vós, pois, sendo maus, sabei dar boas coisas aos
vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos
pedirem?” (Mateus cap.7: vers.11). Através da reencarnação o Espírito vive
muitas vidas, passando por provas e por oportunidades de corrigir os erros
cometidos no passado. Na Sua justiça, Deus não nos condena a sofrermos
eternamente por causa dos erros. Dá-nos a oportunidade de repará-los por nós
mesmos. Assim, entenderemos, com conhecimento de causa, que a prática do bem
nos traz felicidade; enquanto a do mal, com certeza nos levará, cedo ou tarde,
ao sofrimento. Deus nos dá a liberdade de agir como quisermos. O destino estará
sendo traçado por tudo o que nós fizermos. Viveremos bem ou mal, sadios ou
doentes, felizes ou tristes, de acordo com nossas atitudes. A plantação é
livre; porém, a colheita obrigatória. Tudo em perfeita harmonia com a Justiça
Divina. Por que não nos lembramos de outras vidas? Dizem os Espíritos que a
lembrança do passado, durante nossa existência atual, poderia exaltar nosso
orgulho, trazer-nos humilhações ou mesmo impedir nossas atitudes. Deus apenas
nos dá ligeiras recordações das vidas anteriores, como: inclinações para tal
atividade, gostos apropriados, aptidões inatas e mesmo alguns lampejos de
memória do pretérito. Às vezes, ao encontrarmos alguém pela primeira vez, temos
a impressão de conhecê-lo há muito tempo, gerando uma simpatia ou antipatia
instantânea. A Doutrina Espírita afirma que o Espírito nunca regride moral e
intelectualmente. Ou estaciona ou evolui. Portanto, basta vermos nossas
atitudes atuais para termos ideia do que fomos e tomarmos consciência do que
precisamos ser. Ao desencarnarmos (a morte do corpo material) e chegarmos no
mundo espiritual - chamado por Jesus de verdadeira vida -, nosso Espírito irá
rever algumas de suas vidas passadas e compreenderá o porquê das dificuldades
da última existência. Absorverá toda a experiência para chegar ao progresso
almejado. Reencarnação, portanto, é sinônimo de justiça e bondade de Deus.
Façamos nossa parte, procurando sermos melhores hoje do que fomos no dia de
ontem. Com certeza, a vida nos sorrirá com mais frequência, abrindo-nos novos
horizontes, sem as dores e frustrações atuais. O por quê da dificuldade de
muitas religiões e, consequentemente, seus seguidores não acreditarem ou
lidarem com a Reencarnação deve-se à ação do Imperador Justiniano no ano 553
d.C. de conclamar o Concílio de Constantinopla, convidando apenas os bispos
não-reencarnacionistas, e decretando que Reencarnação não existe, influenciado
por sua esposa Teodora, ex-cortesã, filha de um guardador de ursos do
anfiteatro de Bizâncio, que, para libertar-se de seu passado, mandou matar
antigas colegas e para não sofrer as consequências dessa ordem cruel em uma
outra vida como preconiza a lei do Karma, empenhou-se em suprimir a magnífica
Doutrina da Reencarnação. Esse Concílio não passou de um encontro que
excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do
Papa Virgílio, sequestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por 8 anos por
ter-se recusado a participar desse Concílio. Dos 165 bispos presentes, 159 eram
não-reencarnacionistas, e tal fato garantiu a Justiniano os votos de que
precisava para decretar que Reencarnação não existe. E assim a Igreja Católica
tornou-se uma igreja não-reencarnacionista e, mais tarde, as suas dissidências
levaram consigo esse dogma lá estabelecido. Com o predomínio, no Ocidente,
dessas igrejas não-reencarnacionistas, criou-se no Consciente Coletivo
ocidental a ideia de que Reencarnação não existe. Isso representou um dos
maiores atrasos da história da humanidade que, até hoje, reflete-se, pois temos
ciências, como a Psicologia e a Psiquiatria, que limitam-se apenas à vida
atual, ignorando todo um material de estudo e análise, do nosso passado,
escondido em nosso Inconsciente. E é aí que estamos indo, seguindo a orientação
do Dr. Freud. Entrando no Inconsciente das pessoas encontra-se a Reencarnação.
Isso é religião? Não, isso é pesquisa científica, isso é a emergência de uma
nova Psicologia e uma nova Psiquiatria. Você pode acreditar ou não na lei da
reencarnação, mas, se esta vida fosse o começo e o fim da existência humana,
seria impossível conciliar as desigualdades da vida com a justiça divina. Por
que um homem nasce em família rica, enquanto outra criança chega a um lar
paupérrimo, apenas para morrer de fome? Por que uma pessoa tem saúde suficiente
para viver cem anos, enquanto outra está sempre doente? Por que os esquimós
nascem no gélido norte e outros povos em países temperados, onde a luta pela
sobrevivência é mais fácil? Por que alguns bebês nascem cegos ou mortos? Por
quê? Por quê? Por quê? Se você fosse Deus, faria coisas tão injustas? De que
adiante ler e viver de acordo com as escrituras, se a vida é predestinada por
um Deus caprichoso que, deliberadamente, cria seres com corpos ou cérebros
imperfeitos? Segundo a lei de causa e efeito, a toda ação corresponde uma
reação proporcional. Portanto, tudo o que está acontecendo conosco agora deve
ser resultado de algo que fizemos anteriormente. Se nada existe nesta vida que
justifique as circunstâncias atuais, a conclusão inevitável é a de que a causa
foi posta em movimento em alguma época anterior, ou seja, em alguma existência
humana passado. Seus estados de ânimo e características mais fortes não
começaram com este nascimento; estabeleceram-se em sua consciência muito antes
disso. Assim, podemos compreender porque algumas pessoas mostram, desde a
primeira infância, certas fraquezas ou talentos específicos. Podemos
compreender também como a vida perfeita de Jesus na Terra foi resultado de
diversas encarnações prévias, nas quais ele foi desenvolvendo o autodomínio.
Sua vida milagrosa como o Cristo foi consequência de muitas vidas anteriores de
aprendizagem espiritual. Ele se tornou um avatar, uma encarnação divina porque,
em vidas passadas, como ser humano comum, combateu as tentações da carne e
venceu. Seu exemplo oferece esperança definitiva ao resto da humanidade. Do
contrário, que oportunidade teríamos? Se Deus tivesse enviado anjos para
ensinar-nos, eu diria: "Senhor, por que não me criaste anjo? Como posso
imitar seres que foram criados perfeitos e que não tiveram experiência com as
provações e tentações que Tu me deste?". Como ideal, precisamos de um ser
essencialmente igual a nós. Jesus teve que enfrentar tentações. "Afasta-te
Satã", disse ele. E venceu. Se jamais tivesse conhecido a tentação, sua
ordem teria sido uma encenação, e como isso poderia nos inspirar? Embora já
tivesse vencido a carne em outras vidas, teve que sentir essa fraqueza
novamente na encarnação como Jesus para mostrar à humanidade, por meio de sua
vitória, a altura espiritual que havia alcançado e, como seu exemplo, dar
coragem a todos os homens."
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