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quinta-feira, 30 de março de 2017

"POR QUE VIM PARAR NO UMBRAL?"

Como o nome já diz as zonas purgatoriais servem para purgar, drenar, exaurir alguma coisa. E não se engane: muitos de nós – a maioria, para ser mais exato -, ao desencarnarmos, teremos ainda o que drenar do nosso psiquismo desajustado, das nossas culpas, complexos, etc. Logo, a possibilidade de, ao desencarnarmos nos depararmos com um ambiente desses não é tão remota assim. É bom estar preparado! 
O Espiritismo denomina essas zonas purgatoriais de UMBRAL, termo utilizado pelo espírito André Luiz em sua principal obra “O Nosso Lar”. Para se ter uma ideia, e só para exemplificar, André Luiz era médico e não era uma pessoa má. Era uma pessoa comum, como qualquer um de nós, e não fazia coisas que a maioria de nós não faça. Morreu vítima de câncer causado pelos hábitos alimentares e pelo uso de cigarro e álcool. Por isso, ao desencarnar, segundo a ótica espiritual, foi considerado suicida, e passou OITO longos anos no Umbral. Mas, voltando ao assunto, vamos, então, tentar entender primeiro, o que significa “Umbral” segundo esse mesmo espírito: 
De acordo com André Luiz (através da psicografia de Chico Xavier), “Umbral é uma região destinada ao esgotamento de resíduos mentais em um período posterior ao descarne, que possibilita ao espírito entender o seu atual estado espiritual”. 
Para o espiritismo, de forma geral, o “Umbral” é um estado ou lugar transitório por onde passa a MAIORIA dos homens após a morte, no qual experimentam sofrimentos “físicos” e morais, como a sensação de necrose do corpo e a vergonha de se ver incapaz de ocultar suas fraquezas e desejos mais íntimos dos olhares curiosos e/ou inquisidores de outros espíritos (sabe aquilo que você sente ou pensa, mas que não conta prá ninguém? Lá não tem jeito! Tudo é evidente!). 
Muitos romances mediúnicos dizem que o Umbral é um estado de confusão mental ou lugar espiritual situado próximo à crosta terrestre e habitado por espíritos obsessores. Segundo esses livros, o Umbral é um lugar frio, cinzento, onde espíritos ficam vagando, sofrendo, sentindo dores “carnais”, remoendo os rancores e mágoas, enquanto não tiverem o arrependimento necessário para se livrarem daquele lugar e alcançarem um plano espiritual melhor, onde poderão ajudar outros espíritos e até mesmo preparar sua reencarnação, consertando seus erros e atitudes. 
Sendo um lugar próprio para o expurgo de resíduos mentais, é provável que a grande maioria dos atualmente encarnados estagiem por lá logo após o desencarne, pois raros são os que vivem sem guardar rancores, sem alimentar mágoas e sem arrastar os pesados fardos mentais e morais que insistimos em criar para nós mesmos. 
O tempo de permanência no Umbral e a ocorrência de processos dolorosos de culpa e flagelação, vai depender do estágio evolutivo do espírito e do reconhecimento humilde das faltas cometidas. Quanto pior o estágio consciencial (mais culpas, mais erros, mais mágoas, mais rancor, mais materialismo, mais auto-piedade, etc), maior será o tempo necessário para a drenagem desses pesados fardos psíquicos.
 Uma vez esgotados esses fardos, aí sim, o perispírito ganha a fluidez necessária para permitir a sintonia com planos mais elevados da espiritualidade. Por isso, o tempo de permanência no Umbral é NECESSÁRIO – e não deve ser entendido como castigo. 
Para que esses fluidos possam ser expurgados, é necessário que sejam colocados para fora. Isso é conseguido somente através da reflexão e do arrependimento. E, cá entre nós, o próprio clima umbralino propicia a reflexão necessária, uma vez que lá, a atmosfera é densa devido aos pensamentos em desalinho de seus freqüentadores, tornando todo o ambiente pesado, escuro, com paisagens hostis, e figuras mentais distorcidas, as quais vagam por essas paragens aterrorizando os que por lá estagiam. Lá, o espírito sente dores, é torturado por outros em pior estado mental, sente sede e só encontra água fétida e poluída, sente fome e não há o que ingerir, é humilhado, perseguido, violado e, às vezes, ainda sente a necrose do corpo físico que deixou na Terra. Todo esse clima hostil acaba contribuindo como incentivo à reflexão e à busca do melhoramento. É aquela história: temos anos e anos para aprendermos a ser melhores enquanto encarnados. Não soubemos aproveitar? Enquanto encarnados, achávamos que estávamos de férias? Então, se não foi por bem.. 
Além disso, como se não bastasse, não são apenas as criações mentais horrorosas que povoam o Umbral. Há também espíritos ainda bastante endurecidos, que se negam à reforma íntima e que fazem de tudo para arregimentar outros espíritos para as suas hordas negativas. Criam verdadeiros exércitos de terror; escravizam pela violência tantos quantos puderem, e implantam o medo entre os que assim permitem. É óbvio que a Providência Divina não permite que esses espíritos perdurem eternamente na maldade – afinal todos os espíritos são impelidos à evolução -, contudo, sempre há espíritos endurecidos o bastante para assumirem postos deixados por outros que já resolveram galgar novos planos evolutivos. 
E você? Será que também estará entre os pobres sofredores que perambularão pelo Umbral após a morte? É provável que sim! Eu, você e a maioria dos nossos amigos! Contudo, o tempo de sua estadia por lá irá depender de seu entendimento e da sua busca pela reforma íntima (aquela mesma que você, enquanto estava na Terra, falava: um dia eu faço!). E não tem jeito: o expurgo das larvas e fardos mentais criados, se não for feito enquanto encarnado, terá que ser feito, inexoravelmente, após a morte do corpo físico! Por isso, é importante, desde já, não guardar mágoas e nem rancores, não alimentar sentimentos negativos, destrutivos e auto-destrutivos e, mais que isso, tentar resolver os próprios conflitos emocionais, aproveitando a oportunidade dessa encarnação. 
Ao desencarnar, se você perceber que foi parar no Umbral, pare e tente refletir: “o que terei feito para ter acumulado fardos negativos?”, “Quais os sentimentos que me embrutecem o espírito?”, “Quantas pessoas magoei?”, “Quais as paixões de que não me libertei?”, “Terei alimentado algum vício?”, “Contribuí para a infelicidade de alguém?”, “Quais os sentimentos de culpa e auto-culpa que ainda possuo, e por quê?” “Fiz algum mal ao meu corpo físico?” Reflexões assim auxiliam à percepção das próprias limitações, o arrependimento, o auto-perdão e o encontro do melhor caminho espiritual. 
Mas não se engane! Se você refletir sobre tudo isso e ainda permanecer por lá (nada mudou!), então será porque algo ainda falta! E é para isso mesmo que existe o Umbral; para nos retirar da nossa zona de conforto, da sensação de que “sou sempre certo”, da nossa miopia existencial que nos coloca como o centro das atenções e do mundo, esperando sermos compreendidos. Lá não haverá ninguém para passar a mão pela sua cabeça e dizer “coitadinho, você tem razão...”. Lá será o momento da verdade: da sua verdade para com você mesmo! Não haverá espaço para mentiras e nem para auto-enganações. 
E, aí, das duas uma: ou você se auto-analisa verdadeira e sinceramente, reconhecendo seus erros e expurgando todas as mágoas, rancores, culpas e falta de perdão, ou então continuará sofrendo até que seja vencido pelo cansaço e pela dor. Como eu disse, o tempo que você irá passar nesse estágio dependerá somente de você. Alguns espíritos passam tão rápido que quase não percebem que tiveram que passar por lá. Outros estão lá há séculos, e ainda não conseguem perceber suas fragilidades emocionais e psicológicas. Vale, portanto, o esforço, desde agora, para começar a se analisar e jogar fora todas as bagagens negativas acumuladas. Ofendeu? Peça desculpas para não se sentir culpado! Foi ofendido? Perdoe, para não guardar mágoas no coração! Tem algum vício? Liberte-se o quanto antes, para não pesar no seu períspirito! Liberte-se agora! Faça a força agora! Não deixe para amanhã! Amanhã poderá não dar mais tempo... 
Mas, voltando ao Umbral e considerando que você já refletiu e sente que já não carrega fardos psíquicos e emocionais, o que fazer? É hora, então, de conversar com Deus e solicitar seu auxílio, pois aí sim, estará pronto para ser socorrido. Nossa oração é um senhor meio de contato com paragens astrais mais elevadas e, sendo sincera e envolvida por pensamentos positivos, será entendida como o “código da libertação”. 
No Umbral, há várias estações de socorro, habitadas por espíritos mais evoluídos que se ocupam justamente em socorrer aqueles que já se encontram em condições de resgate. Esses espíritos circulam cotidianamente, em caravanas, pelas paragens umbralinas procurando espíritos que possam ser atendidos e encaminhados a estações de socorro localizadas no próprio Umbral. Dali, em seguida, poderão ser levados pelos caravaneiros para hospitais em colônias espirituais superiores, onde serão tratados e preparados para novas encarnações. 
Por isso, ao perceber que foi parar no Umbral, procure, em primeiro lugar, ter a consciência de que a Providência Divina é justa e que, portanto, alguma coisa você tem que expurgar de seu campo perispiritual. Não se ache injustiçado! Isso só iria piorar as coisas pra você! Em segundo lugar, reflita profundamente, visite seus sentimentos mais íntimos, reconheça seus erros e arrependa-se de suas faltas. Por fim, ore sempre, suplicando o socorro divino que há de vir no momento certo, pelas mãos dos Caravaneiros do Umbral e, depois de tudo, agradeça a Deus, por ter lhe dado uma nova chance de melhorar.


Autor desconhecido

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