André Luiz –
Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da
higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do
abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico
pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos
outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo
de expressão, determinados campos de rutura na harmonia celular.
Verificada a
disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de
invasão microbiana, qual praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não
dispõem de bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete,
permanecendo, muitas vezes, em derredor do ponto lesado, buscando de
limitar-lhe a presença ou jugulhar-lhe a expansão.
Desarticulado,
pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem
as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado
ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do
órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas,
compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada
distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas
tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em
aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado secundário, em
largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a
usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria
reabilitação, no plano carnal, quando o enfermo, sem atitude de renovação
moral, sem humildade e paciência, espírito de serviço e devotamento ao bem, não
consegue assimilar as correntes benéficas do Amor Divino que circulam,
incessantes, em torno de todas as criaturas, por intermédio de agentes
distintos e inumeráveis, a todas estimulando, para o máximo aproveitamento na
Terra.
Quando o
doente, porém, adota comportamento favorável a si mesmo, pela simpatia que
instila no próximo, as forças físicas encontram sólido apoio nas radiações de
solidariedade e reconhecimento que absorve de quantos lhe recolhem o auxílio
direto ou indireto, conseguindo circunscrever a disfunção aos neoplasmas
benignos, que ainda respondem à influência organizadora dos tecidos adjacentes.
Sob o mesmo
princípio de relatividade, a funcionar, inequívoco, entre doença e doente,
temos a incursão da tuberculose e da lepra, da brucelose e da amebíase, da
endocardite bacteriana e da cardiopatia chagásica, e de muitas outras
enfermidades, sem nos determos na discriminação de todos os processos morbosos,
cuja relação nos levaria a longo estudo técnico.
É que,
geralmente, quase todos eles surgem como fenômenos secundários sobre as zonas
de predisposição enfermiça que formamos em nosso próprio corpo, pelo
desequilíbrio de nossas forças mentais a gerarem rupturas ou soluções de
continuidade nos pontos de interação entre o corpo espiritual e o veículo
físico, pelas quais se insinua o assalto microbiano a que sejamos mais
particularmente inclinados pela natureza de nossas contas cármicas.
Consolidado
o ataque, pela brecha de nossa vulnerabilidade, aparecem as moléstias sintomáticas
ou assintomáticas, estabilizando-se ou irradiando-se, conforme as disposições
da própria mente, que trabalha ou não para refazer a defensiva orgânica em
supremo esforço de reajuste, ou que, por automatismo, admite ou recusa, segundo
a posição em que se encontra no princípio de causa e efeito, a intromissão
desse ou daquele fator patogênico, destinado a expungir dela, em forma de
sofrimento, os resíduos do mal, correspondentes ao sofrimento por ela
implantado na vida ou no corpo dos semelhantes.
Não será
lícito, porém, esquecer que o bem constante gera o bem constante e, que,
mantida a nossa movimentação infatigável no bem, todo o mal por nós amontoado
se atenua, gradativamente, desaparecendo ao impacto das vibrações de auxilio,
nascidas, a nosso favor, em todos aqueles aos quais dirijamos a mensagem de
entendimento e amor puro, sem necessidade expressa de recorrermos ao concurso
da enfermidade para eliminar os resquícios de treva que, eventualmente, se nos
incorporem, ainda, ao fundo mental.
Amparo aos outros
cria amparo a nós próprios, motivo porque os princípios de Jesus, desterrando
de nós animalidade e orgulho, vaidade e cobiça, crueldade e avareza, e
exortando-nos à simplicidade e à humildade, à fraternidade sem limites e ao
perdão incondicional, estabelecem, quando observados, a imunologia perfeita em
nossa vida interior, fortalecendo-nos o poder da mente na auto-defensiva contra
todos os elementos destruidores e degradantes que nos cercam e articulando-nos
as possibilidades imprescindíveis à evolução para Deus. ANDRÉ LUIZ (Evolução em
Dois Mundos, parte II, cap. XX, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB)
VERDADE E
LUZ
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