Sendo o
cérebro humano um conjunto de equipamentos muito delicados para os ministérios
que lhe dizem respeito, prossegue profundamente ignorado na sua essencialidade
embora as notáveis conquistas alcançadas pelos estudiosos especializados.
A começar
pelas recuadas doutrinas dos humores, de Galeno, até as demonstrações de Gal
com a frenologia, e mesmo através dos avançados conhecimentos dos neurônios e
suas funções, assim como das admiráveis identificações das finalidades dos seus
hemisférios esquerdo e direito, um largo pélago já foi conquistado.
Apesar
disso, uma infinidade de funções ainda permanece por ser mapeada e
estabelecidas as suas relações com a vida pensante, comportamental, emocional e
orgânica dos seres humanos.
No que diz
respeito à saúde, a sua ação é decisória na criatura, em razão de ser o
decodificador do pensamento e direcionador dessa onda extraordinária, que é
portadora de energia pouco conhecida, mas definidora de rumos na existência
corporal.
Acionado
pelo Espírito que lhe exerce o controle, e que lentamente se vem assenhoreando
de todos os recursos que lhe são inerentes, dele dimanam os complexos
mecanismos que predispõem ao equilíbrio do individuo ou às várias disfunções
que o perturbam, refletindo-se como enfermidades do mais variado teor.
Isto porque,
através do perispírito que lhe transmite as necessidades da evolução, face às
impressões que mantém gravadas nas suas tênues tecelagens vibratórias, sob a
diretriz do Espírito reflete as ondas mentais equivalentes, que se transformam
em pensamentos saudáveis ou enfermiços.
Centro de
comando de toda a organização somática, o cérebro processa os fenômenos
degenerativos assim como as resistências que enfrentam a vida bacteriológica
através do sistema imunológico, assimilando ou eliminando os fatores cármicos
que procedem dos atos anteriores do ser nas suas reencarnações passadas.
Em razão
disso, abre espaço para os tormentos da consciência de culpa, que se lhe
insculpe em forma de auto obsessão, revivendo acontecimentos danosos ou
congelantes de vivências anteriores, de que se não pôde o Espírito libertar.
Outras vezes, é receptor fácil de ondas-pensamento sonorizadas que o agridem,
direcionadas por adversários vigorosos de ambos os planos da vida ou afetos
desastrados que transformam a paixão da sensualidade em apelos doentios que
terminam por afetar aquele a quem são dirigidos, não possua esse a harmonia
interior ou os hábitos saudáveis da oração como dos pensamentos superiores, que
o impermeabilizam em relação às contínuas emissões.
Simultaneamente,
os estados depressivos que proporcionam pensamentos pessimistas e nefastos,
contribuem largamente para o agravamento do transtorno neurótico, como também
abrem brechas para a instalação de obsessões danosas, quando não de fenômenos
que deterioram a máquina celular, propiciando a instalação de doenças variadas.
Mantendo-se
por muito tempo em incubação no organismo, os vírus permanecem inativos até que
o seu hospedeiro emita ondas vibratórias que lhes vitalizam a organização,
favorecendo lhes a multiplicação devastadora, quase sem limite.
No caso, por
exemplo, do HIV – o vírus da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – que se
inoculou no organismo humano através da promiscuidade sexual e hoje constitui
ameaça grave à sociedade, em razão de poder ser adquirido mediante transfusões
de sangue contaminado, do orgasmo, das picadas em rodas de drogas injetáveis
com agulhas infectadas, a mente da vítima exerce um papel preponderante no seu
desenvolvimento e destruição. Nesse campo, de forma preponderante, funcionam
negativamente os sentimentos de culpa, de cólera, de desamor e de rebeldia que
oferecem vitalidade ao vírus diruptivo, que investe contra o sistema de defesas
e faculta a instalação das doenças parasitas que ceifam a vida física das
vítimas que lhe tombam inermes.
O mesmo
ocorre com vários tipos de neoplasias malignas, em razão da existência de uma
consciência embrionária na célula, que é ativada pela consciência espiritual do
ser. Quando o individuo se torna portador de câncer e a sua conduta mental se
altera para pior, em razão dos pensamentos perturbadores e tóxicos, é
compreensível que as resistências do psiquismo celular sofram decorada,
facilitando a ampliação do campo degenerativo e, por consequência, a instalação
de metástases irreversíveis.
Essas
ocorrências têm lugar em todos os processos degenerativos do organismo – sejam
por contaminação, por traumatismos, por problemas genéticos – e no pensamento
se encontram os fatores que podem propiciar a recuperação, pelo menos parcial –
quando se tratar de efeito contundente de ações dolosas do passado – ou mesmo
recuperação total – mediante a instalação da saúde.
Jesus sempre
recomendava àqueles a quem curava que se cuidassem, evitando pecar, atentar
contra o equilíbrio das leis, a fim de que não lhes acontecesse algo pior. Isso
porque, a conduta malsã induz o pensamento ao vicio do cultivo de ideias
perturbadoras que passam a gravitar em torno de quem as emite, contribuindo-lhe
para o desequilíbrio físico, psíquico e emocional.
As doenças,
sejam quais forem, são estados anômalos do Espírito, que os exterioriza no
corpo como ocorrência depuradora que se lhe faz necessária, a fim de
equilibrar-se ante a Vida Estuante da qual procede e em que se encontra.
Certamente,
talvez sem reconhecer essa realidade do ser preexistente ao berço e
sobrevivente ao túmulo, a Organização Mundial da Saúde, define que o bem-estar
físico, mental e social é um estado saudável.
Nem sempre a
ausência de enfermidade pode significar saúde, porquanto, instalada no Espírito
em débito, lentamente viaja na direção do corpo em que se revelará, e ao ser
identificada pelas sensações de dor que provoca, assim como em razão de outros
distúrbios que produz, o individuo já era enfermo sem o saber. Enquanto, todavia,
mantenha o bem-estar físico, mental e o trânsito social harmônico, poderá
considerar-se pessoa com saúde, e mesmo que determinados comportamentos
enfermiços se lhe apresentem, mediante o bom direcionamento da mente poderá
prosseguir feliz, sem permitir-se derrapar no desânimo ou nos estados mórbidos
que representam enfermidades da alma.
A saúde é,
desse modo, o estado natural da vida.
Que se
saiba, Jesus jamais enfermou, apresentando-se sempre idealista e equilibrado,
mesmo quando açodado por provocações insensatas ou fustigado para os debates
inúteis, muito do agrado das personalidades doentias de ontem como de hoje.
Nunca se
escusou ao trabalho, ao socorro a todos quantos O buscavam, demonstrando a sua
perfeita estabilidade emocional e harmonia física, na condição de Espírito
Superior cuja trajetória fez-se toda assinalada pelo amor e pela ação
dignificadora.
Nos refolhos
do ser espiritual pois, se encontram as matrizes das enfermidades, e aí,
portanto, deverão ser tratadas, sem o que podem cessar os efeitos
momentaneamente, postergando, porém, o prosseguimento desses sucessos
perniciosos e destrutivos.
Nunca será
demãos expor que o pensamento é o agente catalisador das ocorrências que
envolvem o ser humano. Se, por acaso, as ações não encontram o agente mental
desencadeador na atualidade, é porque permanece no ontem sombrio do viajor
espiritual.
Assim sendo,
é indispensável que se renovem os pensamentos sempre e sem cessar para melhor,
criando-se hábitos saudáveis e dinamizando-se as atividades enriquecedoras de
bênçãos, a fim de que o estado de bem-estar permaneça como o divisor dos
diferentes estágios da atividade humana.
Naturalmente,
muitos episódios de carência na área da saúde se apresentam em todas as vidas,
mas isso não constitui motivo de preocupação, antes faz parte do
desenvolvimento das funções orgânicas vitais, das auto reparações das peças
internas da máquina física, sem qualquer prejuízo para a harmonia geral do
corpo e da mente.
Autor.:Divaldo
Pereira Franco-Joanna de Angelis (Espírito)
Do Livro:
Dias Gloriosos