No número
das dificuldades que a prática do Espiritismo apresenta é necessário colocar a
da obsessão em primeira linha. Trata-se do domínio que alguns Espíritos podem
adquirir sobre certas pessoas. São sempre os Espíritos inferiores que procuram
dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento.
Na obsessão
simples o médium sabe perfeitamente que está lidando com um Espírito
mistificador, que não se disfarça e nem mesmo dissimula de maneira alguma as
suas más intenções e o seu desejo de contrariar.
A fascinação
tem consequências muito mais graves. Trata-se de uma ilusão criada diretamente
pelo Espírito no pensamento do médium e que paralisa de certa maneira a sua
capacidade de julgar as comunicações.
Dissemos que
as consequências da fascinação são muito mais graves. Com efeito, graças a essa
ilusão que lhe é consequente o Espírito dirige a sua vítima como se faz a um
cego, podendo levá-lo a aceitar as doutrinas mais absurdas e as teorias mais
falsas como sendo as únicas expressões da verdade.
Compreende-se
facilmente toda a diferença entre obsessão simples e a fascinação.
Compreende-se também que os Espíritos provocadores de ambas devem ser
diferentes quanto ao caráter. Na primeira, o Espírito que se apega ao médium é
apenas um importuno pela sua insistência, do qual ele procura livrar-se.
Na segunda,
é muito diferente, pois para chegar a tais fins o Espírito deve ser esperto,
ardiloso e profundamente hipócrita. Porque ele só pode enganar e se impor
usando máscara e uma falsa aparência de virtude.
A subjugação
é um envolvimento que produz a paralisação da vontade da vítima, fazendo-a agir
malgrado seu. Esta se encontra, numa palavra, sob um verdadeiro jugo.
A subjugação
pode ser moral ou corpórea. No primeiro caso, o subjugado é levado a tomar decisões
frequentemente absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão
considera sensatas: é uma espécie de fascinação. No segundo caso, o Espírito
age sobre os órgãos materiais, provocando movimentos involuntários.
Reconhece-se
a obsessão pelas seguintes características:
1)
Insistência de um Espírito em comunicar-se queria ou não o médium, pela
escrita, pela audição, pela tiptologia etc., opondo-se a que outros Espíritos o
façam.
2) Ilusão
que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade
e o ridículo das comunicações recebidas.
3) Crença na
infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que,
sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades ou absurdos.
4) Aceitação
pelo médium dos elogios que lhe fazem os Espíritos que se comunicam por seu
intermédio.
5)
Disposição para se afastar das pessoas que podem esclarecê-lo.
6) Levar a
mal a crítica das comunicações que recebe.
7)
Necessidade incessante e inoportuna de escrever.
8) Qualquer
forma de constrangimento físico, dominando-lhe à vontade e forçando-o a agir ou
falar sem querer.
9) Ruídos e
transtornos em redor do médium, causados por ele ou tendo-o por alvo.
Os motivos
da obsessão variam segundo o caráter do Espírito. Às vezes é a prática de uma
vingança contra pessoa que o magoou na sua vida ou numa existência anterior.
Frequentemente é apenas o desejo de fazer o mal, pois como sofre, deseja fazer
os outros sofrerem, sentido uma espécie de prazer em atormentá-los e
humilhá-los. 245.
A
impaciência das vítimas também influi, porque ele vê atingido o seu objetivo,
enquanto a paciência acaba por cansá-lo. Ao se irritar, mostrando-se zangado, a
vítima faz precisamente o que ele quer. Esses Espíritos agem às vezes pelo ódio
que lhes desperta a inveja do bem, e é por isso que lançam a sua maldade sobre
criaturas honestas.
CAUSAS DA
OBSESSÃO E MEIOS DE COMBATÊ-LAS
Segundo as
Qualidades Morais do Médium Médiuns
Imperfeitos:
Médiuns Susceptíveis Médiuns Mercenários Médiuns Ambiciosos Médiuns de Má Fé
Médiuns Egoístas Médiuns Ciumentos Médiuns Obsedados Médiuns Fascinados Médiuns
Subjugados Médiuns Levianos Médiuns Indiferentes Médiuns Presunçosos Médiuns
Orgulhosos
A
imperfeição, que se manifesta nos homens ou nos Espíritos, indica o estágio
inferior no qual estagia seu portador e é proveniente dos atavismos que o fixa
às faixas primárias de onde procede e das quais ainda não conseguiu liberar-
se. Se forem portadores de faculdade mediúnica ostensiva, essa estará sob a
vigência da lei de afinidade, mediante a qual é mais fácil aqueles que são
simpáticos entre si se intercambiarem do que a ocorrência de fenômenos entre opostos.
Médiuns
obsidiados: os que não podem se livrar de Espíritos importunos e enganadores,
mas não se iludem.
Médiuns
fascinados: os que são iludidos por Espíritos enganadores e se iludem sobre a
natureza das comunicações que recebem.
Médiuns
subjugados: os que sofrem uma dominação moral e, muitas vezes, material da
parte de maus Espíritos.
Médiuns
levianos: os que não levam a sério sua faculdade e dela só se serve por
divertimento, ou para futilidades.
Médiuns
indiferentes: os que nenhum proveito moral tiram das instruções que obtêm e em
nada modificam o proceder e os hábitos.
Médiuns
presunçosos: os que têm a pretensão de se acharem em relação somente com
Espíritos superiores. Creem- se infalíveis e consideram inferior e errôneo tudo
o que deles não provenha.
Médiuns
orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam
que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que
recebem frequentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que
possuem, querem tê-las todas.
Médiuns
suscetíveis: variedade dos médiuns orgulhosos, suscetibilizam-se com as
críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam- se com a menor
contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que
se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem
sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar.
Médiuns
mercenários: os que exploram suas faculdades.
Médiuns
ambiciosos: os que, embora não mercadejem com as faculdades que possuem,
esperam tirar delas quaisquer vantagens.
Médiuns de
má-fé: os que, não possuindo faculdades reais, simulam as de que carecem, para
se darem importância. Não se podem designar pelo nome de médium as pessoas que,
nenhuma faculdade mediúnica possuindo, só produzem certos efeitos por meio de
trapaças.
Médiuns
egoístas: os que somente no seu interesse pessoal se servem de suas faculdades
e guardam para si as comunicações que recebem.
Médiuns
invejosos: os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros
médiuns, que lhes são superiores.
Não se
conscientizando o médium da gravidade de que o exercício mediúnico se reveste,
permanece, leviano quão insensato, vinculado às mentes ociosas e vulgares com
as quais se sintoniza.
Pode ser, às
vezes, instrumento de comunicações sérias, aproveitáveis, no entanto, em razão
da condição vibratória que lhe é natural, mais facilmente se deixa influenciar
por Espíritos portadores de iguais condições morais.
À medida que
o médium se moraliza, utiliza vigilância constante e a oração frequente,
esforça-se pela ação caridosa, pela disciplina e estudo constantes, torna-se
mais apto ao contato com Espíritos superiores.
A relação
com os Espíritos impõe prudência, elevação moral, equilíbrio emocional em todo
aquele que se interessa por alcançar resultados satisfatórios.
Fonte:
Seminário Médiuns obsediados