“Quando estiveres sob o eclipse total da esperança, não te
deixes vencer pela sombra. Segue adiante, fazendo o bem que possas. É possível
que pedras e espinhos te firam na estrada, quando estejas tateando na
escuridão. Conserva, porém, a serenidade e a coragem, porque os agentes
contrários à tua marcha são elementos que analisam as conquistas de humildade e
paciência.
Sofre, mas serve e segue. Se te falharam todos os recursos
de proteção do mundo, não te esqueças de que tens contigo a escora infalível de
Deus”.
(Emmanuel).
Verdade qualidade pela qual as coisas se apresentam como
realmente são. Conformidade com a realidade. Veracidade, autenticidade e
exatidão. Representação fiel. Sinceridade, boa fé. Coisa verdadeira. Princípio
certo e antônimo de mentira.
São significados, da palavra Verdade, que a língua mãe
coloca a nossa disposição, para “sinonizarmos” tão bonita expressão, que muitas
pessoas não a conhecem ou deixam de praticar. Porém a Verdade a que nos
referimos nesta matéria é outra; ela vem acompanhada de uma palavra muito
mencionada nos dias atuais: O Espírito de Verdade. Você na sua sapiência, já
procurou saber o que seria o Espírito da Verdade? Não. Pois é bom sabermos; eu,
você e outrem.
Na literatura espírita e nas revistas, bem como, nas
palestras dos Centros Espíritas, muito tem se dito, a respeito do Espírito da
Verdade, às vezes envolto, deixando transparecer uma nuvem encantada de
curiosidade, em outras ocasiões mergulhado em misticismos e continuando,
pairando nas profundezas do inefável (que não pode exprimir por palavras,
indizível, encantador e inebriante).
Será que nós seres imperfeitos temos tendências para
culturas religiosas antigas, ultrapassadas, com a variação e inclinação para
classificar o abstrato, decodificá-lo e transformá-lo em coisa tangível e
concreta. Para muitos o Espírito de Verdade toma a forma de Jesus Cristo, do
Espírito Santo, de uma plêiade de Espíritos, causando para nossas mentes já
cansadas pelo tempo, preocupações, estresses, sofrimentos, um assunto bastante
polemizado.
Certos exegetas afirmam que a verdade não tem rótulo, nem
dono, a quem prestar obediência, mas pode ser luminosa, brilhante, clara e
eterna.
O nosso Allan Kardec em 09 de abril de 1856, pergunta: ”(Á
verdade)- Criticaste o trabalho que fiz outro dia, e tiveste razão. Tornei a
lê-lo e reconheci na trigésima linha um erro quanto ao qual protestaste com as
pancadas que me fizeste ouvir... “
Não consigo imaginar Jesus, por três horas seguidas dando
pancadas na parede do escritório de Kardec, para lhe avisar que, na trigésima
linha de seu trabalho, havia cometido um erro.
Se Jesus quisesse participar com representatividade da
Codificação, o faria todas as mensagens e durante todo o tempo, de maneira
clara e insofismável e com inigualável saberem todas elas, como sempre fez e
como lhe seria permitido como Espírito Puro que é.
Não haveria nenhuma razão para esconder-se atrás de qualquer
adjetivação. Quando esteve entre nós há 2000 anos, não deixou qualquer mensagem
escrita, confiando a seus apóstolos, na certeza de que seus ensinamentos seriam
condignamente transmitidos a gerações futuras.
Em Obras Póstumas (Meu Guia Espiritual, pagina 273; 35 de
março de 1856) descreve toda esta polêmica. Confiou aos seus discípulos e se assim
não procedesse a sua obra teria sido em vão e se perderia no tempo.
Citamos aqui algumas passagens para quem quiser se
aprofundar mais no assunto: “A Gênese” página 385, número 35, página 386,
número 37, página 387 números 38 e 39.
As palavras, “Jesus claramente indica que esse Consolador
não seria ele”, são de Allan Kardec, são do codificador da Doutrina Espírita.
Continuando, página 387; número 40, em Prolegômeros página
50, vale ressaltar que mais de cinqüenta espíritos com mais de cem mensagens,
entre eles o de são Luis colabora com dezesseis, Santo Agostinho com onze; o
Espírito Protetor com oito; o Espírito da Verdade com oito mensagens, usando as
denominações: Espírito da Verdade, Espírito-Verdade; Espírito Verdade e na
grande maioria espírito de Verdade.
Sobre a polêmica mensagem publicada no Livro dos médiuns;
Cap XXXI página 450(1861), diz o nosso codificador: “Esta comunicação foi
assinada com um nome que o respeito nos não permite reproduzir, senão sob todas
as reservas, esse nome é o de Jesus de Nazaré, como já disse anteriormente,
quanto mais elevados são os espíritos na hierarquia, com tanto mais
desconfianças devem ser seus nomes serem acolhidos nos ditados. Kardec afirma:
o que reconhecemos nessa comunicação é a superioridade incontestável da
linguagem. Já te disse que, para ti, sou a verdade; isto, para ti, quer dizer
discrição; nada mais saberás a respeito. Quem for mais sagaz, e estudioso, vai
perceber perfeitamente nítida impressão de Kardec e do Espírito Superior em não
revelar a identidade”.
Ficamos até impressionados quando certos irmãos de doutrina
afirmam peremptoriamente que esta mensagem é de Jesus, se Jesus nada deixou
escrito como iríamos saber quando da identificação das mensagens se a letra que
estava ali afirmando ser de Jesus de Nazaré, se nós não conhecemos totalmente
sua vida, imaginem sua letra ou caligrafia. Em que língua estava à mensagem, e
outros fatores para se afirmar com certeza que realmente era o Nazareno.
O que pode ser tirado como lição é que a Terceira Revelação
não foi colocar em pedestal mais alto o revelador, ou evidencia como queiram,
mas a Revelação, que é de origem divina; O importante não foi revelar o
Espírito e sim a Verdade, o Espírito da Verdade e o que acho mais importante é
que a Verdade está em toda sua Codificação e em todas suas obras.
Não podemos jamais ser o dono da verdade, somos filhos do
Pai e a Verdade só a ele pertence, aliás, o filho não pode sobrepujar o Pai, se
a verdade pertence ao Pai, só ele poderia designar ou repassar o que ele é. Na
própria Bíblia vemos narrações tipo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida,
ninguém poderá ir ao Pai senão por mim”.
Se a Bíblia passou de pai para filho e não é considerada a
palavra de Deus, dizem que Moisés destruiu a Bíblia de Deus, no Monte Sinai,
como iremos afirmar com plena certeza que uma mensagem passada a Kardec seria a
de Jesus Cristo.
É bom salientar que certos espíritos gostam de pregar peças
e “esta não teria sido uma delas”. Muitos desencarnados já se apresentaram em
reuniões mediúnicas usando o pseudônimo do grande Bezerra de Menezes, a
fascinação poderia ter tomado conta de nosso Codificador, já que, ele além de
ser o codificador não era Espírito Puro e sim imperfeitos como nós.
Antônio Paiva Rodrigues-Fonte: Portal do Espírito