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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

"30 ENSINAMENTOS SOBRE A VIDA ESPIRITUAL, APRENDENDO COM ANDRÉ LUIZ DO NOSSO LAR."

O extraordinário autor espiritual André Luiz fornece muitas informações valiosas que ilustram, reforçam e desdobram os conceitos imorredouros estabelecidos pela falange de “O Espírito da Verdade”, através da Codificação do grande mestre lionês, Allan Kardec. Dentre os diversos campos que recebem valiosas contribuições de André Luiz, a compreensão sobre a Vida Espiritual, em suas diversas manifestações, e suas implicações sobre os indivíduos encarnados constitui um dos tópicos marcantes. De fato, o Benfeitor Espiritual Emmanuel, ao prefaciar a obra “Nosso Lar” tem ocasião de afirmar “... de há muito desejamos trazer ao nosso círculo espiritual alguém que possa transmitir a outrem o valor da experiência própria, com todos os detalhes possíveis à legítima compreensão da ordem que preside o esforço dos desencarnados laboriosos e bem-intencionados nas esferas invisíveis ao olhar humano, embora intimamente ligadas ao planeta...”.
A seguir, é compilada uma breve e singela seleção de informações extraídas da Série “A Vida No Mundo Espiritual”, apresentando a citação de pelo menos uma obra que aborda o tópico com significativa ênfase. Tal síntese representa um estudo preliminar e, principalmente, uma ferramenta motivacional para que todos nós aprofundemos a leitura e o estudo do estupendo conteúdo legado por André Luiz através da mediunidade inolvidável de Francisco Cândido Xavier.
1) As habilidades e conquistas específicas dos Mentores Espirituais variam muito de Espírito para Espírito. Porém, há uma unanimidade. Não existe Mentor Espiritual que não trabalhe muito e não existe evolução sem trabalho. Tal inferência remete-nos à frase que André Luiz utiliza para representar toda a obra “Nosso Lar”, a qual se encontra exarada na folha de rosto do referido livro: “Quando o Servidor está pronto, o serviço aparece”, que é uma espécie de paráfrase do conhecido ensino oriental “Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece”. Vale lembrar-se de “O Livro dos Espíritos”: “Trabalho é toda ocupação útil”. (NOSSO LAR.)
2) Não conseguimos fingir evolução espiritual quando estivermos na erraticidade, pois nossos pensamentos são detectados com facilidade pelos mentores espirituais. Várias vezes André Luiz pensa enunciar uma interrogação e os mentores respondem sem que ele pronuncie quaisquer palavras, evidenciando que eles liam os pensamentos de André com muita facilidade. Ademais, a vibração espiritual emitida pelo indivíduo em desequilíbrio espiritual é facilmente detectada por Espíritos que estiverem um pouco mais equilibrados. (NOSSO LAR; OS MENSAGEIROS; NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE; E A VIDA CONTINUA...)
3) As barreiras fluídico-magnéticas são uma realidade em todos os ambientes, e é sempre mais fácil para o Espírito mais evoluído atingir a esfera de atuação do Espírito mais atrasado do que o contrário. Isto ocorre porque as barreiras atuam sobre determinada faixa de densidade perispiritual, sendo que o Espírito que se encontra em nível mais quintessenciado de manifestação de seu envoltório perispiritual passa ileso a essa possibilidade de sobre choques magnéticos. (NOSSO LAR; OS MENSAGEIROS; MISSIONÁRIOS DA LUZ; OBREIROS DA VIDA ETERNA; NO MUNDO MAIOR.)
4) Os títulos das personalidades terrestres não representam nossa condição real, pois nem sempre fazemos jus ao que, a priori, deveriam ser as habilidades e os conhecimentos pressupostamente requisitados de alguém que apresente algum título profissional, religioso ou científico. De fato, em algumas situações, muitas vezes nem mesmo o nome ou a forma espiritual utilizados pelo Espírito na última experiência terrestre pode ou deve ser empregado em tarefas no mundo espiritual e em seu intercâmbio com a Crosta terrestre. Fato semelhante aconteceu com o próprio autor de “Nosso Lar”, que não revelou seu verdadeiro nome, preferindo o pseudônimo “André Luiz”. (NOSSO LAR.)
5) Se não pudermos evitar totalmente as manifestações de viciações e os eventuais fracassos espirituais, tentemos diminuir suas ocorrências, pois a minimização das quedas morais já representa significativa evolução espiritual. Autocontrole, disciplina e conduta física e verbal são passos importantes para a verdadeira conquista da elevação mental e emocional. (SEXO E DESTINO.)
6) Todas as habilidades conquistadas e experiências úteis verdadeiramente apreendidas durante a vida material, inclusive as profissionais e familiares, são aproveitadas no Mundo Espiritual, constituindo alicerce para nossa matrícula em novos cursos de crescimento espiritual, os quais são abundantes em colônias espirituais como “Nosso Lar”. (NOSSO LAR; OS MENSAGEIROS.)
7) Aprender a identificar suas próprias mazelas, hábito pouco empreendido no mundo físico, é processo muito frequente nas Colônias Espirituais como “Nosso Lar”. Tal metodologia seria eficaz para evitarmos novas quedas associadas a essas deficiências. Vários Espíritos desencarnados em processo de regeneração narram e comentam suas experiências dolorosas reavaliando os caminhos percorridos e solidificando o amadurecimento espiritual obtido a fim de evitar quedas similares em futuras experiências. (OS MENSAGEIROS; AÇÃO E REAÇÃO.)
8) O bom aproveitamento das horas de sono físico é fator decisivo para o nosso bem-estar espiritual durante as horas de vigília, funcionando como oportunidade de contato com Mentores Espirituais, para os indivíduos que conseguem vencer as fixações negativas, tais como a sensualidade, o medo, a culpa, entre outras. Vale lembrar o comentário do Codificador em “A Gênese”, quando o mestre francês reitera o valor do ditado popular, “A noite é boa conselheira”, em função de muitas vezes recebermos intuições concretas de nossos guias espirituais sobre como proceder em nosso dia-a-dia. (MISSIONÁRIOS DA LUZ; AÇÃO E REAÇÃO.)
9) A intercessão espiritual de amigos e mentores é uma realidade constante no Mundo espiritual. Isto ocorre porque a Lei Universal é, antes de qualquer coisa, uma Lei de Amor. Desta forma, a conquista legítima de simpatia por meio da prática do bem é sempre fonte de colaboração e apoio em diversos contextos. (NOSSO LAR; MISSIONÁRIOS DA LUZ.)
10) O conhecimento e a vivência do Evangelho, da Psicologia e do Magnetismo físico-perispiritual são imprescindíveis para a prática da Medicina no Mundo Espiritual. (NOSSO LAR; OS MENSAGEIROS; LIBERTAÇÃO; EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS.)
11) O planejamento reencarnatório para Espíritos minimamente conscientes é extremamente elaborado para que as chances de crescimento espiritual com segurança sejam as maiores possíveis em relação à condição espiritual prévia à futura experiência física. Para Espíritos mais grosseiros espiritualmente, no entanto, o planejamento é mais simplificado, em função das limitações espirituais do reencarnante. Quanto mais evoluído, mais complexas e amplas são as futuras tarefas e, por conseguinte, mais complexos e trabalhosos são os esforços dos mentores em relação ao planejamento da futura reencarnação. (NOSSO LAR; MISSIONÁRIOS DA LUZ; SEXO E DESTINO.)
12) Nossos pequenos gestos de benemerência são integral e rigorosamente considerados em avaliações a respeito de nosso aproveitamento, nossos méritos e, consequentemente, nossas novas oportunidades evolutivas. (NOSSO LAR; AÇÃO E REAÇÃO.)
13) O suicídio indireto ou inconsciente atinge grande número de criaturas atualmente, impedindo grandes oportunidades evolutivas. (NOSSO LAR.)
14) Raros Espíritos encarnados aproveitam bem as horas de sono físico. Para Espíritos encarnados de evolução mediana é comum dar vazão a experiências variadas, com destaque para aquelas de natureza sexual, durante as horas de sono físico através do desprendimento parcial do corpo físico através do veículo perispiritual. Durante a vigília, os escrúpulos morais seriam maiores e o autocontrole mais eficaz, mas, durante o sono físico, o despreparo espiritual prevaleceria para um grande número de indivíduos, e, apesar de muitos já possuírem informações substanciais sobre a realidade espiritual, a invigilância ainda prevaleceria, em significativa percentagem de criaturas. (MISSIONÁRIOS DA LUZ.)
15) A hierarquia espiritual nas colônias espirituais como “Nosso Lar” é bem rigorosa, inclusive com classificação de condições específicas e tarefas, como é o caso dos chamados “Assistentes”, “Instrutores” bem como “Ministros” e “Governadores”. Vale adir que até mesmo para assistir a determinadas conferências, os potenciais assistentes deveriam apresentar os pré-requisitos mínimos para que suas respectivas presenças fossem aceitas. No caso de perguntas para o debate fraterno de ideias, comum no fim de palestras, o rigor seria ainda maior, somente sendo permitido para Espíritos que já tivessem o mínimo de crédito e experiência espiritual na área de estudo abordada na respectiva preleção. (NOSSO LAR.)
16) Tanto nas artes como nas Ciências, grande número de trabalhos originais encontra-se, em realidade, no Mundo Espiritual, e não na Crosta terrestre, sendo que, frequentemente, os chamados autores originais da inovação no mundo físico estão apenas transmitindo as intuições que recebem da esfera espiritual. Isto ajuda a explicar o fato de muitas vezes uma descoberta e invenção ser proposta simultaneamente em várias partes do mundo físico, pois diferentes “intermediários” poderiam transmitir as informações quando nossos mentores consideram que determinado avanço está no momento propício para ser alcançado. Obviamente, esta realidade não retira o mérito do autor físico do trabalho, pois para decodificar a “inspiração” ele deverá apresentar os pré-requisitos intelectos solicitados pela área em questão. De qualquer maneira, a “inspiração artística” ou “científica” amiúde não se trata de figura de linguagem, tratando-se, de fato, de uma “inspiração espiritual”. Portanto, muitos trabalhos são elaborados por meio de uma espécie de “mediunidade intuitiva”, e, em alguns casos, de uma mediunidade realmente “ostensiva”, mesmo que o “médium” em questão desconheça o fenômeno, não se dando conta do processo espiritual do qual faz parte. Infelizmente, tal desconhecimento é muito comum em função das parcas noções espirituais, do medo ou dos preconceitos que vicejam, sobretudo em certos meios da chamada “intelectualidade”, em relação a questões relacionadas à Espiritualidade. (OS MENSAGEIROS.)
17) Toda prece, sem exceção, é atendida. O que varia é o tipo de resposta, que dependerá da maturidade da rogativa, condição espiritual do indivíduo que eleva seu pensamento através da oração, mérito espiritual estabelecido por suas obras no bem e repercussão da rogativa para outras pessoas. (MISSIONÁRIOS DA LUZ; ENTRE A TERRA E O CÉU.)
18) Quanto maior o crédito adquirido pelo médium em função de sua obra no bem, mais efetiva e “próxima” torna-se a proteção de seu mentor espiritual, em função do merecimento espiritual alcançado em concordância com a Lei de Causa e Efeito. (NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE.)
19) No trabalho de assistência a Espíritos sofredores somente indivíduos realmente muito equilibrados conseguem excursionar por regiões do “baixo” umbral, sem se desequilibrarem espiritualmente. (NO MUNDO MAIOR.) De fato, mesmo Espíritos já previamente socorridos em uma determinada colônia espiritual de regeneração podem voltar para o umbral se forem indisciplinados mental e emocionalmente, pois o livre-arbítrio é base da Lei de Deus. (E A VIDA CONTINUA...)
20) A irradiação de cada um adquire características específicas relacionadas à evolução espiritual daquela entidade que esteja irradiando. Aquilo que é conhecido no plano físico como “aura” é uma realidade, sendo que o brilho, o esplendor, a cor e essa intensidade dependem da evolução espiritual de cada ser. (OS MENSAGEIROS; MECANISMOS DA MEDIUNIDADE.)
21) Existe mediunidade não só no mundo físico, mas também no Mundo Espiritual. De fato, mentores espirituais provenientes de esferas elevadíssimas possuem perispíritos extremamente “rarefeitos”, a ponto de necessitarem, muitas vezes, de médiuns em colônias de evolução intermediária para levarem suas mensagens a estes locais. (LIBERTAÇÃO.)
22) Muitas vezes os mentores espirituais atuam em regiões inferiores “disfarçados”, ou seja, sem revelarem sua verdadeira condição de Espíritos evoluídos, pelo menos, em um primeiro momento, pois, do contrário, não seriam aceitos pelos Espíritos a quem desejam ajudar. (AÇÃO E REAÇÃO; LIBERTAÇÃO.)
23) A forma perispiritual que utilizamos no Mundo Espiritual, pelo menos em colônias mais próximas à Terra, como é o caso de “Nosso Lar”, corresponde quase que exatamente ao envoltório perispiritual que quando encarnados empregamos, guardando, portanto, extraordinária semelhança com o corpo físico, exceto devido a pequenas alterações no aparelho gastrintestinal e no aparelho sexual. (EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS.)
24) O Perispírito apresenta várias “camadas” ou várias estruturas de manifestação, sendo que, no momento do sono do corpo perispiritual, o Espírito pode se desdobrar em seu corpo mental para regiões diferenciadas, como aconteceu com o próprio André Luiz quando ele dormiu e sonhou com a sua mãe, estando habitando a colônia “Nosso Lar”. (NOSSO LAR.)
25) No Mundo Espiritual próximo à Terra, as colônias apresentam significativa semelhanças com relação à vida na Crosta terrestre. Apesar de todos que habitam a Cidade Espiritual de “Nosso Lar”, por exemplo, poderem desfrutar de condições mínimas de vida, independentemente do que realizarem em termos de trabalho no bem, somente aqueles que são mais efetivos ganham direito a adquirirem determinadas oportunidades. Para que a avaliação da produção no trabalho do bem não seja constrangedora e aparentemente subjetiva, sobretudo para os Espíritos mais imaturos, os mentores espirituais evitam critérios que poderiam parecer injustos (o que não seria verdade) aos olhos menos aptos, o que, por sua vez, poderia forçar os guias espirituais a expor drasticamente as causas morais de determinado indeferimento de solicitação ou de restrição no oferecimento de certas oportunidades evolutivas. Assim sendo, “Nosso Lar” faz uso do chamado “bônus-hora”, que, grosseiramente, poderia ser comparado ao dinheiro da vida física ou, pelo menos, a uma espécie de carta de crédito ou curriculum vitae, em função de serviços prestados. (NOSSO LAR; OS MENSAGEIROS.)
26) Mesmo no umbral, estamos sempre sendo amparados pela Providência Divina, dentro dos limites que nós mesmos permitimos no que se refere ao recebimento do amparo espiritual, o qual requer sintonia psíquica com os protetores. Mentores visitam os Espíritos umbralinos, auxiliando espiritualmente e tentando despertar as consciências para uma proposta superior de existência. Entretanto, para alguém cujas vibrações mentais estejam muito arraigadas nas viciações materiais, o despertamento espiritual pode não ser trivial, pois o indivíduo teria que romper com a vibração ambiente, realmente superando o padrão vibratório em que se encontra envolvido, desprendendo-se do comportamento e das peculiaridades dos seres que habitam a mesma região espiritual. (NOSSO LAR; OS MENSAGEIROS. OBREIROS DA VIDA ETERNA; NO MUNDO MAIOR.)
27) Existem regiões piores do que o Umbral, as quais André Luiz denomina “Trevas”. De fato, os degraus dos níveis evolutivos são incontáveis no mundo espiritual, em função da evidência concreta das barreiras magnéticas (também chamadas barreiras vibratórias) entre as várias faixas evolutivas. Logo, as regiões de sofrimento bem como as regiões mais elevadas variam extraordinariamente em suas manifestações e intensidades de atitudes morais positivas ou negativas. (NOSSO LAR.)
28) A evolução moral realmente prevalece em relação à evolução intelectual no que se refere à prioridade de resgate espiritual de regiões umbralinas. Isto ocorre porque é mais fácil e produtiva a convivência com alguém humilde, de boa vontade, mesmo que ignorante, do que com um indivíduo intelectualizado, porém orgulhoso, ressentido e agressivo, pois tal Espírito, enquanto não se elevar moralmente, tende a ser instrumento de rebeldia e perturbação para a colônia espiritual onde seria socorrido. Ou seja, ele não aproveitaria significativamente a inserção na colônia e ainda prejudicaria o ambiente de trabalho e a boa vontade dos habitantes da referida colônia espiritual. (NO MUNDO MAIOR.)
29) Além do corpo mental, André Luiz relata a relevância, principalmente para os seres encarnados, do chamado “duplo etérico” ou “corpo vital”, o qual atua como fonte de energia e elo entre o Perispírito propriamente dito e o corpo físico. O fluido vital que o compõe, quando exteriorizado, é conhecido como ectoplasma (NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE.)
30) Centros vitais ou centros de força (também conhecidos como chacras pelos orientalistas) são fulcros energéticos que são inter-relacionados. Tais centros funcionam como pontos de interação e ligação entre os diferentes “corpos”, desde o corpo físico, para o indivíduo encarnado, até o corpo mental para os desencarnados. A compreensão da atuação destes centros é fundamental para o entendimento das conhecidas “curas espirituais”, que seriam mais propriamente denominadas “curas perispirituais”, uma vez que cura espiritual, a rigor, seria a transformação intelecto-moral para melhor de cada um de nós. (EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS.)

ANA MARIA TEODORO MASSUCI

domingo, 24 de janeiro de 2016

"DICAS PARA AFASTAR ENERGIAS NEGATIVAS."

Todos nós sabemos, as energias negativas são uma das preocupações do ser humano.
Procurar fugir delas é complicado. Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta.
Mas, podemos nos defender, começando a tomar uma série de atitudes e providências.
Abaixo, seguem seis dicas pessoais para começar a combatê-las.
1. NÃO TEMER NINGUÉM
Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo.
Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques.
Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais, temer significa falta de fé.
O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas. Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso. Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá.
2. NÃO SINTA CULPA
Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem.
Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor..
A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade.
Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas.
Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido.
Sustente as suas vitórias sempre!
3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA
Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio. Enfrente a situação.
Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido.
Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso.
Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente?
Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem?
Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas?
Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor. 
4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO
A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão".
A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma idéia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo.
Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos.
'Auto-Obsessão' significa não se gostar, não se apoiar, se auto boicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós.
Auto - obsequiar-se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros.
Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo a sua força pessoal e abrem as portas para toda as pessoas dominadoras e energias de baixo nível.
A força interior é nossa maior defesa.
5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS
As flechas não alcançam o céu.
Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos nobres e maduros.Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm pequeno alcance, não o atinjam.Essa é a melhor forma de criar 'incompatibilidade' com as forças do mal e energias incompatíveis não se misturam.
6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS
As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a 'mente' e o 'coração'.
Além de manter o coração e mente sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos negativos, fuja das conversas negativas, maldosas e depressivas.
Evite lugares densos e de baixo nível.
Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida.
O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes, músicas e passatempos de baixo nível.

Autor desconhecido                             

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

“OS MILAGRES NA VISÃO ESPÍRITA.”

Milagres existem?        
Algumas pessoas se chocam ao saber que, pela doutrina espírita, milagres não existem. Vamos então analisar melhor tal ideia - tendo em mente que existe uma grande diferença entre o inexplicado e o inexplicável -, tomando a acepção moderna da palavra “milagre” (algo que contraria as leis naturais).
Vejamos o versículo abaixo:
João, 14:12
"Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas..."
São tais palavras ditas pelo próprio Jesus Cristo!
Teríamos então a capacidade de fazer tudo o que ele fez!? Os apóstolos chegaram a realizar alguns milagres.
A Igreja Católica, no processo de beatificação, requer a comprovação de certo número de milagres. Bom, se os apóstolos os faziam e hoje várias pessoas ainda os recebem, quer dizer que os milagres aconteceram e ainda acontecem em certo número. Mas então porque falar que se trata de um milagre algo que qualquer pessoa (atendendo ao pré-requisito citado no versículo acima) tem a capacidade de realizar?
Hoje trens se movem sem existir contato algum entre ele e o solo! Isso tempos atrás seria considerado um milagre. Afinal, como coisa tão sólida e pesada poderia “flutuar”?
Uma vez que um fenômeno se repete consideravelmente, voluntariamente ou não, pode-se dizer que existe aí uma lei (conjunto de regras) que determinam a realização ou não de tal fenômeno, conhecendo-se ou não tal lei.
Mas como Jesus sempre realizava tais "milagres"?
Porque ele tinha dentro de si amor e fé em sua completa essência! Sua fé, aliás, não era um ACREDITAR, mas um SABER tudo o que era possível se fazer através de Deus. Ele sabia o que era requerido para fazer as curas e possuía tais pré-requisitos: fé e amor. Por isso os apóstolos por vezes falharam. Eles não eram, claro, tão puros quanto Jesus Cristo, nem possuíam uma fé livre totalmente de quaisquer dúvidas sobre sua capacidade.
Tais fenômenos não vêm contrariar a lei natural das coisas. De uma ótica materialista, sim, os milagres existem, pois daí não sairão respostas às coisas que tem a ver mais com o plano espiritual que com o plano material. Não tiramos os méritos de Jesus ao não interpretar tais feitos como milagres. Pelo contrário, dá-se ainda mais méritos a ele! Ele realizou tais feitos através da fé, do amor e da superioridade moral que possuía em si mesmo. Se os tivéssemos, também conseguiríamos! Não nos esqueçamos de que o amor é a força maior do universo, uma vez que Deus, seu criador, é amor!
Mas resta ainda um último ponto: e Deus?
Seria Ele capaz de realizar um milagre?
Algo realmente sem nenhum nexo ou possível justificação, realmente contrário às leis naturais?
Não queiramos aqui interpretar os pensamentos e ideias de Deus, que são fruto de uma sabedoria infinita, mas tentemos pensar um pouco.
Deus criou o universo e tudo o que existe. Tal criação se dá sob certas leis naturais, que vêm Dele, claro, e que, por isso, são imutáveis (perfeitas).
Poderia Ele fazer alguma coisa que contrariaria uma lei natural emanada Dele mesmo?
Sim, Ele pode qualquer coisa.
E apenas Ele - pois não há nada maior que Ele - poderia fazer algo contrário a uma lei natural vinda Dele mesmo!
Mas, ao fazê-lo, não estaria aí uma afirmação de que tal lei não era perfeita, pois fora derrogada? Ou não, Ele faria isso apenas para nos mostrar que pode e consegue?
O que dizer-se-ia de um sábio mecânico que, para provar sua habilidade, desmantelasse um relógio construído pelas suas mãos, obra prima de ciência, a fim de demonstrar que pode desmanchar o que fizera? Seu saber, pelo contrário, não ressalta muito mais da regularidade e precisão do movimento de sua obra?
Sabe-se, pelo estudo da Bíblia, que até os maus teriam a capacidade de realizar milagres. Sinais que confundiriam os crentes menos atentos em sua fé. Se um espírito mau pode fazer, por si próprio, algo que vem a derrogar uma lei natural de Deus, isso o faz maior que Ele, e Deus não mais possuiria a onipotência.
Por outro lado, se tal espírito conseguisse realizar esse feito por Deus ter lhe delegado pessoalmente tal poder, para mais facilmente induzir os homens ao mal, faltaria a Ele a soberana bondade. Em ambos os casos, tem-se a negação de um atributo sem o qual Deus não seria Deus.
Não é o sobrenatural que é necessário às religiões, mas sim o princípio espiritual, confundido erradamente com o maravilhoso, e sem o qual não há religião possível. O Espiritismo considera a religião cristã de um ponto de vista mais elevado; dá-lhe uma base mais sólida do que os milagres: as leis imutáveis de Deus, que regem tanto o princípio material quanto o espiritual; esta base desafia o tempo e a ciência, porque ambos virão sancioná-la. Se há fatos que não compreendemos, é porque nos faltam ainda os conhecimentos necessários.
Quer se dar ao povo, aos ignorantes e aos pobres de espírito uma ideia do poder de Deus? É necessário mostrar-lhes a sabedoria infinita que preside a tudo, no admirável organismo de tudo o que vive; é necessário mostrar-lhes a sua bondade na sua solicitude por todas as criaturas, tão ínfimas que sejam; a sua previdência na razão de ser de cada coisa, da qual nenhuma é inútil; do bem que sai sempre do mal aparente e momentâneo.
Aonde está o maior poder: no mover-se uma montanha, ou na criação completa de um planeta? Na cura de um câncer, ou na criação do infinito universo, com todas as suas estrelas, planetas e galáxias?
Se tomarmos a palavra milagre em sua acepção etimológica (de mirari : admirar), aí sim poderemos dizer que milagres existem. Existem coisas admiráveis e surpreendentes que aconteceram, acontecem e acontecerão ainda neste mundo. Mas tomando a palavra em sua acepção moderna ou teológica, por assim dizer, como algo que contraria as leis naturais, aí dizemos que milagres não existem, por tudo que fora exposto acima.

(Saber Espírita)



terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"LOCAIS ASSOMBRADOS"

As manifestações espontâneas verificadas em todos os tempos, e a insistência de alguns Espíritos em mostrarem a sua presença em certos lugares, constituem a origem da crença nos locais mal-assombrados. As respostas seguintes foram dadas a perguntas feitas a esse respeito.
1. Os Espíritos se apegam somente a pessoas ou também a coisas?
— Isso depende da sua elevação. Certos Espíritos podem apegar-se às coisas terrenas. Os avarentos, por exemplo, que viveram escondendo as suas riquezas e não estão suficientemente desmaterializados, podem ainda espreitá-los e guardá-los.
2. Os Espíritos errantes têm predileção por alguns lugares?
— Trata-se ainda do mesmo princípio. Os Espíritos já desapegados das coisas terrenas preferem os lugares onde são amados. São mais atraídos pelas pessoas do que pelos objetos materiais. Não obstante, há os que podem momentaneamente ter preferência por certos lugares, mas são sempre Espíritos inferiores.

3. Desde que o apego dos Espíritos por um local é sinal de inferioridade, será também de que são maus espíritos?
— Claro que não. Um Espírito pode ser pouco adiantado sem que por isso seja mau. Não acontece o mesmo entre os homens?
4. A crença de que os Espíritos freqüentam, de preferência, as ruínas, têm algum fundamento?
— Não. Os Espíritos vão a esses lugares como a toda parte. Mas a imaginação é tocada pelo aspecto lúgubre de alguns lugares e atribui aos Espíritos efeitos na maioria das vezes muito naturais. Quantas vezes o medo não fez tornar a sombra de uma árvore por um fantasma, o grunhido de um animal ou o sopro do vento por um gemido? Os Espíritos gostam da presença humana e por isso preferem os lugares habitados aos abandonados.
4.a. Entretanto, pelo que sabemos da diversidade de temperamento dos Espíritos, deve haver misantropos entre eles, que podem preferir a solidão.
— Por isso não respondi à pergunta de maneira absoluta. Disse que eles podem ir aos lugares abandonados como a toda parte. É evidente que os que se mantêm afastados é porque isso lhes apraz. Mas isso não quer dizer que as ruínas sejam forçosamente preferidas pelos Espíritos, pois o certo é que eles se acham muito mais nas cidades e nos palácios do que no fundo dos bosques.
5. As crenças populares, em geral, têm um fundo de verdade. Qual a origem da crença em lugares assombrados?
— O fundo de verdade, nesse caso, é a manifestação dos Espíritos em que o homem acreditou, por instinto, desde todos os tempos. Mas, como já disse, o aspecto dos lugares lúgubres toca-lhe a imaginação e ele os povoa naturalmente como os seres que consideram sobrenaturais. Essa crença supersticiosa é entretida pelas obras dos poetas e pelos contos fantásticos com que lhe embalaram a infância. (1)
6. Os Espíritos que se reúnem escolhem para isso dias e horas de sua predileção?
— Não. Os dias e as horas são usados pelo homem para controle do tempo, mas os Espíritos não precisam disso e não se inquietam a respeito. (2)
7. Qual a origem da idéia de que os Espíritos aparecem de preferência à noite?
— A impressão produzida na imaginação pelo escuro e o silêncio. Toda essas crenças são superstições que o conhecimento racional do Espiritismo deve destruir. O mesmo se dá com a crença em dias e horas propícias. Acreditai que a influência da meia-noite jamais existiu, a não ser nos contos.
7.a. Se for assim, porque certos Espíritos anunciam a sua chegada e a sua manifestação para àquela hora e em dias determinados, como a sexta-feira, por exemplo?
— São Espíritos que se aproveitam da credulidade humana para se divertirem. É pela mesma razão que uns se dizem o Diabo ou se dão nomes infernais. Mostrai-lhes que não sois tolos e eles não voltarão.
8. Os Espíritos visitam de preferência os túmulos em que repousam os seus corpos?
— O corpo não era mais que uma veste. Eles não ligam mais para o envoltório que os fez sofrer do que o prisioneiro para as algemas. A lembrança das pessoas que lhes são caras é a única coisa a que dão valor. (3)
8. a. As preces que se fazem sobre os seus túmulos são mais agradáveis para eles, e os atraem mais do que as feitas em outros lugares?
— A prece é uma evocação que atrai os Espíritos, como o sabeis. A prece tem tanto maior ação, quanto mais fervorosa e mais sincera. Ora, diante de um túmulo venerado as pessoas se concentram mais e a conservação de relíquias piedosas é um testemunho de afeição que se dá ao Espírito, ao qual ele é sempre sensível. É sempre o pensamento que age sobre o Espírito e não os objetos materiais. Esses objetos influem mais sobre aquele que ora, fixando-lhe a atenção, do que sobre o Espírito.
9. Diante disso, a crença em locais assombrados não pareceria absolutamente falsa?
— Dissemos que certos Espíritos podem ser atraídos por coisas materiais: podem sê-lo por certos lugares, que parecem escolher como domicílio até que cessem as razões que os levaram a isso.
9. a . Quais as razões que podem levá-los a isso?
— Sua simpatia por algumas das pessoas que freqüentam os lugares ou o desejo de se comunicarem com elas. Entretanto, suas intenções nem sempre são tão louváveis. Quando se trata de maus Espíritos, podem querer vingar-se de certas pessoas das quais tem queixas. A permanência em determinado lugar pode ser também, para alguns, uma punição que lhe foi imposta, sobretudo se ali cometeram, para que tenham constantemente esse crime diante dos olhos. (4)
10. Os locais assombrados sempre o são por seus antigos moradores?
— Algumas vezes, mas não sempre, pois se o antigo morador for um Espírito elevado não ligará mais à sua antiga habitação do que ao seu corpo. Os Espíritos que assombram certos locais quase sempre o fazem só por capricho, a menos que sejam atraídos pela simpatia por alguma pessoas.
10. a . Podem eles fixar-se no local para proteger uma pessoa ou sua família?
— Seguramente, se são Espíritos bons. Mas nesse caso jamais se manifestam de maneira desagradável.
11. Há alguma coisa de real na estória da Dama Branca?
— É um conto extraído de mil fatos que realmente se verificaram. (5)
12. É racional temer os lugares assombrados por Espíritos?
— Não. Os Espíritos que assombram certos lugares e os põem em polvorosa procuram antes divertir-se à custa da credulidade e da covardia das criaturas, do que fazer mal. Lembrai-vos de que há Espíritos por toda parte e de que onde estiverdes tereis Espíritos ao vosso lado, mesmo nas mais agradáveis casas. Eles só parecem assombrar certas habitações porque encontram nelas a oportunidade de manifestar a sua presença. (6)
13. Há um meio de os expulsar?
— Sim, mas quase sempre o que se faz para afastá-los serve mais para atraí-los. O melhor meio de expulsar os maus Espíritos é atrair os bons. Portanto, atrai os bons Espíritos, fazendo o maior bem possível, que os maus fugirão, pois o bem e o mal são incompatíveis. Sede sempre bons e só tereis bons Espíritos ao vosso lado.
13. a. Mas há pessoas muito boas que vivem às voltas com as tropelias dos maus Espíritos.
— Se essas pessoas forem realmente boas, isso pode ser uma prova para exercitar-lhes à paciência e incitá-las a serem ainda melhores. Mas não acrediteis que os que mais falam da virtude é que a possuem. Os que possuem qualidades reais quase sempre o ignoram ou nada falam a respeito.
14. Que pensar da eficácia do exorcismo para expulsar os maus Espíritos dos locais assombrados?
— Vistes muitas vezes esse meio dar resultados? Não vistes, pelo contrário, redobrar-se a tropelia após as cerimônias de exorcismo? É que eles se divertem ao serem tomados pelo Diabo. Os Espíritos que não tem más intenções podem também manifestar a sua presença por meio de ruídos ou mesmo tornarem-se visíveis, mas não fazem jamais tropelias incômodas. São quase sempre Espíritos sofredores, que podeis aliviar fazendo preces por eles. De outras vezes são mesmo Espíritos benevolentes que desejam provar a sua presença junto a vós, ou, por fim, Espíritos levianos que se divertem. Como os que perturbam o repouso com barulhos são quase sempre Espíritos brincalhões, o que melhor se tem a fazer é rir do que fazem. Eles se afastam ao verem que não conseguem amedrontar ou impacientar. (7)
Resulta das explicações acima que há Espíritos que se apegam a certos locais, preferindo permanecer neles, se que, entretanto, tenham necessidade de manifestar a sua presença por meio de efeitos sensíveis. Qualquer local pode ser a morada obrigatória ou da preferência de um Espírito, mesmo que seja mau, sem que jamais haja produzido qualquer manifestação.
Os Espíritos que se ligam a locais ou coisas materiais nunca são superiores. Contudo, mesmo que não sejam superiores, não têm de ser necessariamente maus, ou alimentar más intenções. Não raro, são, algumas vezes, companheiros mais úteis do que prejudiciais, pois, caso se interessem pelas pessoas, podem protegê-las.

Texto retirado do “Livro dos Médiuns” (Capítulo 9 )– Allan Kardec

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

"OS ANJOS SEGUNDO O ESPIRITISMO"

Que haja seres dotados de todas as qualidades atribuídas aos anjos, não restam dúvidas. A revelação espírita neste ponto confirma a crença de todos os povos, fazendo-nos conhecer ao mesmo tempo a origem e natureza de tais seres.
As almas ou Espíritos são criados simples e ignorantes, isto é, sem conhecimentos nem consciência do bem e do mal, porém, aptos para adquirir o que lhes falta. O trabalho é o meio de aquisição, e o fim - que é a perfeição - é para todos o mesmo. Conseguem-no mais ou menos prontamente em virtude do livre-arbítrio e na razão direta dos seus esforços; todos têm os mesmos degraus a franquear, o mesmo trabalho a concluir. Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem; tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei, e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte.
Conseguintemente, Deus não criou o mal; todas as suas leis são para o bem, e foi o homem que criou esse mal, divorciando-se dessas leis; se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.
Entretanto, a alma, qual criança, é inexperiente nas primeiras fases da existência, e daí o ser falível. Não lhe dá Deus essa experiência, mas dá-lhe meios de adquiri-la. Assim, um passo em falso na senda do mal é um atraso para a alma, que, sofrendo-lhe as conseqüências, aprende à sua custa o que importa evitar. Deste modo, pouco a pouco, se desenvolve, aperfeiçoa e adianta na hierarquia espiritual até ao estado de puro Espírito ou anjo. Os anjos são, pois, as almas dos homens chegados ao grau de perfeição que a criatura comporta, fruindo em sua plenitude a prometida felicidade. Antes, porém, de atingir o grau supremo, gozam de felicidade relativa ao seu adiantamento, felicidade que consiste, não na ociosidade, mas nas funções que a Deus apraz confiar-lhes, e por cujo desempenho se sentem ditosas, tendo ainda nele um meio de progresso. (Vede 1ª Parte, cap. III, "O céu".)
A Humanidade não se limita à Terra; habita inúmeros mundos que no Espaço circulam; já habitou os desaparecidos, e habitará os que se formarem. Tendo-a criado de toda a eternidade, Deus jamais cessa de criá-la. Muito antes que a Terra existisse e por mais remota que a suponhamos, outros mundos havia, nos quais Espíritos encarnados percorreram as mesmas fases que ora percorrem os de mais recente formação, atingindo seu fim antes mesmo que houvéramos saído das mãos do Criador.
De toda a eternidade tem havido, pois, puros Espíritos ou anjos; mas, como a sua existência humana se passou num infinito passado, eis que os supomos como se tivessem sido sempre anjos de todos os tempos.
Realiza-se assim a grande lei de unidade da Criação; Deus nunca esteve inativo e sempre teve puros Espíritos, experimentados e esclarecidos, para transmissão de suas ordens e direção do Universo, desde o governo dos mundos até os mais ínfimos detalhes. Tampouco teve Deus necessidade de criar seres privilegiados, isentos de obrigações; todos, antigos e novos, adquiriram suas posições na luta e por mérito próprio; todos, enfim, são filhos de suas obras.
E, desse modo, completa-se com igualdade a soberana justiça do Criador.

Fonte: “O CÉU E O INFERNO” Allan Kardec




sábado, 16 de janeiro de 2016

"AS DIVERSAS REENCARNAÇÕES DE CHICO XAVIER".

No livro “Chico, Diálogos e Recordações”, o autor Carlos Alberto Braga realiza um trabalho sério e dedicado por quatro anos com Arnaldo Rocha, que teve quase 50 anos de convivência com Chico Xavier. Arnaldo revelou uma série de reencarnações de si mesmo e de “Nossa Alma Querida”, como se refere a Chico. Arnaldo Rocha foi o doutrinador de um grupo de desobsessão que Chico Xavier participava. O nome era “Grupo Coração Aberto”, onde muitas revelações sobre vidas passadas na história planetária foram reveladas.
O resultado do trabalho pode ser parcialmente visto nos livros “Instruções Psicofônicas” e “Vozes do Grande Além”. Dentre várias encarnações de Francisco Cândido Xavier, algumas já foram elucidadas:
Hatshepsut (Egito) (aproximadamente de 1490 AC a 1450 AC)
Era uma farani – feminino de faraó – que herdou o trono egípcio em função da morte do irmão. A regência dela foi muito importante para o Egito, já que suspendeu os processos bélicos e de expansão territorial. Trouxe ao povo um pensamento intrínseco e mais religioso. Viveu numa época em que surgiram as escritas nos papiros, o livro dos mortos. Hatshepsut foi muito respeitada e admirada pelo povo egípcio. Obesa e diabética, com câncer nos ossos, desencarnou em torno dos 40 anos, por causa de uma infecção generalizada. Hatshepsut foi a primeira faraó (mulher) da história. Governou o Egito sozinha por 22 anos, na época o Estado era um dos mais ricos.
Chams (Egito) (por volta de 800 AC)
Rainha do Egito durante o império babilônico de Cemirames. Vários amigos de Chico Xavier também estavam encarnados na época, como Camilo Chaves, o próprio Arnaldo Rocha e Emmanuel, que era sacerdote e professor de Chams.
Sacerdotisa (Delphos-Grécia) (cerca de 600 AC)
Não se tem registros de qual o nome Chico Xavier recebeu nesta encarnação. Ela se tornou sacerdotisa por causa do tio (Emmanuel reencarnado), que a encaminhou para a sacerdotisação.
Lucina (Roma-Itália) (aproximadamente 60 AC)
Lucina era casada com o general romano chamado Tito Livonio (Arnaldo Rocha reencarnado), nos tempos da revolução de Catilina. Nesta jornada, Lucina teve como pai Publius Cornelius Lentulus Sura, senador romano, avô de Publius Cornelius Lentulus (Emmanuel).
Flavia Cornélia (Roma-Itália) (de 26 DC a 79 DC)
Nesta encarnação, Chico Xavier era filha do senador romano Publius Cornelius Lentulus (Emmanuel). Arnaldo Rocha confidenciou que quando Chico se lembrava da reencarnação de Flavia sentia muitas dores, porque ela teve hanseníase. Também se percebia um forte odor que se exalava.
Lívia (Ciprus, Massilia, Lugdunm e Neapolis) (de 233 DC a 256 DC)Foi abandonada numa estrada e achada por um escravo, que trabalhava como afinador de instrumento, e tinha o nome de Basílio (Emmanuel reencarnado). Ele a adota e coloca o nome de Lívia – ler Ave Cristo. Nesta ocasião, Arnaldo Rocha era Taciano, um homem casado que tinha uma filha chamada Blandina (Meimei reencarnada). 
Certa vez, os três se encontraram e Taciano chegou a propor uma relação conjugal com Lívia, que era casada com Marcelo Volusian.
Quando a proposta foi feita, Lívia alertou que todos tinham um compromisso assumido, tanto Taciano com sua esposa, quanto ela com o seu marido.
Na oportunidade, Lívia disse: “Além de tudo, nós temos que dar exemplo a essa criança. Imagina ela ter uma referência de pais que abandonam esses compromissos.
Confiemos na providência divina porque nos encontraremos em Blandina num futuro distante”, numa clara alusão ao primeiro encontro entre Arnaldo Rocha e Chico Xavier, na Rua Santos Dumont, em Belo Horizonte, em 1946, quando o médium revelou as mensagens de Meimei do Plano Espiritual.
Clara (França) (por volta de 1150 DC)
Chico Xavier, quando esteve na França, foi nas ruínas dos Cátaros e se lembrou quando, em nome da 1ª Cruzada, toda uma cidade foi às chamas. Essa lembrança foi dolorosa para Chico. No século seguinte, a 2ª Cruzada foi coordenada por Godofredo de Buillon (Rômulo Joviano encarnado – patrão de Chico Xavier na Fazenda Modelo em Pedro Leopoldo), que tinha um irmão chamado Luis de Buillon (Arnaldo Rocha reencarnado), casado com Cecile (Meimei ou Blandina reencarnada). Godofredo e Luis tinham mais um irmão, com o nome de Carlos, casado com Clara (Chico Xavier, reencarnado).
Meimei, no livro “Meimei Vida e Mensagem”, de Wallace Leal Rodrigues, descreve todos esses nomes, sem falar das reencarnações, e se refere a Chico como quem tem o afeto das mães, numa clara citação das várias encarnações femininas que teve o médium: “… Meu afeto ao Carlos, Dorothy, Lucilla, Cleone e a todos os que se encontram mencionados em nossa história, sem me esquecer do Chico, a quem peço continue velando por nós com o afeto das mães, cuja ternura é o orvalho bendito, alertando-nos para viver, lutar e redimir” (mensagem psicofônica de Meimei pelo médium Chico Xavier, em 13 de agosto de 1950).
Lucrezja di Colonna (Itália) (Século XIII)
Nesta encarnação, Chico Xavier nasceu na família de Colonna, assim como Arnaldo Rocha, que era Pepino de Colonna, e Clóvis Tavares, na época Pierino de Colonna. Os três viveram na época de Francisco de Assis e tiveram contatos, encarnados, com este espírito iluminado.
Joanne D’Arencourt (Arras-França) (Século XVIII)
Joanne D’Arencourt fugiu da perseguição durante a Revolução Francesa sob a proteção de Camile Desmoulins (Luciano dos Anjos, reencarnado). Veio desencarnar tuberculosa em Barcelona em 1789.
Joana de Castela (Espanha) (1479 a 1556)
Joana de Castela era filha de reis católicos – Fernando de Aragão (Rômulo Joviano, encarnado) e Isabel de Castela. Casou-se com Felipe El Hermoso, neto de Maximiliano I, da Áustria, da família dos Habsburgos. O casamento foi político, mas apressado pelo grande amor que existia. Desde criança, Joana via espíritos e, por viver numa sociedade católica, era considerada como louca. Com a desencarnação dos pais de Joana, o marido Felipe e, o pai dele, Felipe I (Arnaldo Rocha reencarnado) disputavam o trono. 
Para evitar que Joana de Castela assumisse, acusaram ela de louca, porque via e falava com os espíritos. Depois que Felipe desencarnou, Joana foi enclausurada por 45 anos em Tordesilhas, na Espanha. A dor era muito grande, mas o que a consolava era o contato com os espíritos. A clausura tem muita relação com a vida de Chico Xavier. Foi uma espécie
de preparação para o que viria. Chico sempre foi muito popular, mas fazia questão de sair do foco para que a Doutrina Espírita fosse ressaltada.
Ruth Céline Japhet (Paris-França) Encarnação anterior à de Chico
Xavier (1837/1885)
Sua infância lembra os infortúnios de Chico Xavier, tal a luta que empreendeu pela saúde combalida. Era médium desde pequena, mas só por volta dos 12 anos começou a distinguir a realidade entre este mundo e o espiritual. Na infância, confundia os dois. Acamada por mais de dois anos, foi um magnetizador chamado Ricard quem constatou que ela era médium (sonâmbula, na designação da época), colocando-a em transe pela primeira vez. Filha de judeu, Ruth Céline Japhet contribuiu com Allan Kardec para trabalhar na revisão de “O Livro dos Espíritos” e do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, durante as reuniões nas casas dos Srs. Roustan e Japhet. Isso pode explicar por que Chico sabia, desde pequeno, todo o Evangelho. Em palestra proferida em Niterói no dia 23 de abril, o médium Geraldo Lemos Neto citou este fato: “Desde quando ele tinha cinco anos de idade, Chico guardava integralmente na memória as páginas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. A história de Chico Xavier todos nós sabemos. Ele somente veio ter contato com a Doutrina Espírita aos 17 anos de idade”, finalizou.
Para contrariar o pressuposto de que Chico Xavier foi Allan Kardec, o próprio médium mineiro relatou a admiração pelo codificador em carta publicada no livro “Para Sempre Chico Xavier”, de Nena Galves: “Allan Kardec vive. Esta é uma afirmativa que eu quisera pronunciar com uma voz que no momento não tenho, mas com todo o meu coração repito: Deus engrandeça o nosso codificador, o codificador da nossa Doutrina. Que ele se sinta cada vez mais feliz em observar que as suas ideias e as suas lições permanecem acima do tempo, auxiliando-nos a viver. É o que eu pobremente posso dizer na saudação que Allan Kardec merece de todos nós.
Sei que cada um de nós, na intimidade doméstica, torná-lo á lembrado e cada vez mais honrado não só pelos espíritas do Brasil, mas de todo o mundo. Kardec vive”.

PUBLICADO NO JORNAL CORREIO ESPÍRITA EM JUNHO DE 2010

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

“AS CONDENAÇÕES BIBLICAS E O ESPIRITISMO”

Os nossos irmãos que se apegam ao texto bíblico, como a única norma para a vida e a morte sempre trazem engatilhada uma sentença condenatória para o Espírita, com a agravante de ser inapelável e eterna.
Citam, inclusive, passagens da Bíblia que, segundo eles, condenam o Espiritismo.
Em duas diferentes ocasiões tive a oportunidade de refutar estas investidas contra a Doutrina Espírita.
CASO 1
Confesso que sou um ignorante, sem as luzes das letras, mas não gosto de ser levado pelo cabresto, para aceitar isto ou aquilo.
Certo dia estive presente a um diálogo travado entre dois religiosos, indiscutivelmente profundos conhecedores da Bíblia, a qual designavam por Palavra de Deus. Eu ouvia e eles falavam. Dissertavam sobre o significado de várias passagens bíblicas, demorando-se sobre o pecado, as penas eternas, a salvação e sobre a criação artesanal do Universo, por um Deus que criara o homem "à Sua imagem e semelhança". Dando por minha insignificante presença, interpelaram-me.
- E você, já aceitou a Palavra de Deus? Já leu a Bíblia?
- Já, eu sou Espírita.
- E não se deu conta da condenação dos necromantes às penas eternas?
- Meus irmãos eu não compreendi certas coisas que li na Bíblia. Em Êxodo, cap. XX, vv. 13, a Tábua dos Mandamentos que Moisés acabava de trazer do Sinai, diz: "Não matarás" e, logo a seguir, no mesmo livro, no cap. XXVII está escrito: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel, cada um tomará a espada sobre o lado, passai e tomai a passar pelo arraial, de porta em porta, e mate a cada um a seu irmão, cada um a seu amigo e cada um a seu vizinho". Isso é justo? Manda não matar e logo a seguir manda passar ao fio da espada, irmãos, vizinhos e amigos?
Em l Reis, cap. XXII, vv. 19 a 23, encontramos o Senhor associando-se com espírito mentiroso para enganar o Acabe e, no vv. 23 está escrito que: "Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas e o Senhor falou o que é mau contra ti."
Também nas Sagradas Palavras, encontrei no cap. II do Evangelista João, a narrativa de um Cristo espancando os que se aglutinavam no pátio do templo, vendendo pombas, enquanto desconhecia os gordos sacerdotes que o dirigiam, mesmo havendo o Mestre exortado à prática infinita do perdão.
Tudo isso e muitas outras coisas contraditórias que encontrei na Bíblia, me fazem preferir o Espiritismo, que nos ensina a confiar num Pai verdadeiramente amoroso, que não condena seus filhos ao fogo do Inferno e a nenhuma pena eterna e num Cristo manso, suave, amigo, que não espanca e não condena, mas que ensina e admoesta seus filhos à prática do bem. Por isso sou Espírita.
- Isso é uma demonstração de desconhecimento da Palavra de Deus, que só é revelada aos que creem. Creia, meu amigo e ela te será revelada.
- Crer para depois ter a revelação, é fé cega, irracional e imposta, eu prefiro receber a revelação, para então, depois de esclarecido, acreditar. Isso é fé racional, convicta, aceita, sem imposições, como ensina o Espiritismo.
E encerrou-se ali o diálogo.
CASO 2
De outra feita, um grupo de irmãos evangélicos deu-me a honra de sua presença em minha casa. Atendidos, pediram, educadamente para entrar.
- Nós sabemos que o senhor é espírita e gostaríamos de falar-lhe sobre o plano do Senhor para salvá-lo.
- Mas eu não estou perdido!
- Meu amigo, se o senhor não mudar a sua convicção religiosa, aceitando Cristo como seu Salvador, certamente perderá a sua alma.
- Onde você encontrou essa sentença? Questionei ao meu interlocutor.
- Na Bíblia, em Deuteronômio, cap. XVIII, vv. 11 e 12, o Senhor condena e ordena o lançamento fora, dos necromantes e feiticeiros, o que significa lançá-los nas chamas eternas do Inferno.
- Meus irmãos, respondi, se querem, realmente, obedecer ao mandamento bíblico, não basta a sentença de morte para os espíritas, é preciso que vocês passem a matar os necromantes e feiticeiros, corno está em Levítico, cap. XX, vv. 27, ou a cumprir o que ordena o Senhor em Êxodo cap. XXXV, vv. 2, matando os que trabalham no sábado, ou, ainda, lançando os nossos irmãos leprosos para fora das cidades, como é ordenado em Números, cap. V, vv. 1 a 4. Meus irmãos eu creio que Deus, o manancial infinito de amor e sabedoria, não se prestaria a cometer tantas maldades.
Um dos componentes do grupo, mulher inteligente e bem falante, observou que, não sendo eu agraciado com a revelação, não poderia interpretar o verdadeiro significado da Palavra de Deus.
- É verdade, respondi, eu não recebi nenhuma revelação, apenas li a Bíblia e, nela, também, no Novo Testamento eu encontrei em I Coríntios, cap. XlV, vv. 34 e 35, que a mulher deve permanecer calada e em seu lar, não lhe sendo permitido falar em público; entretanto, vejo, até com certo agrado, que a irmã não obedeceu às sentenças bíblicas, preferindo ser livre para poder propagar a sua fé. Por isso, meus irmãos, eu prefiro ser livre para pensar e escolher racionalmente a minha fé, como ensina, sem impor, a Doutrina Espírita.
Os irmãos evangélicos se foram, certamente levando consigo a certeza de que eu não teria salvação.
Revista Espírita Allan Kardec, nº 38.

Esse Capelli

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

“ELA NÃO MORREU POR SUA CULPA.”

Lia e Marcela eram enfermeiras e amigas de longa data. Trabalhavam juntas em uma unidade de pronto atendimento, como parte da equipe que integrava as ambulâncias. Muito próximas, ajudavam uma à outra não só quando havia a necessidade de troca de seus plantões, como também em questões pessoais. Quando a filha de Lia nasceu, além da avó, o maior apoio foi o da “tia” Marcela.
Certa ocasião, Lia soube que não poderia cumprir o plantão da semana seguinte porque teria que resolver um compromisso particular. Como de costume, recorreu a sua amiga Marcela, que prontamente procurou a administração para informar que estaria no lugar da colega.
Na quarta-feira, antes de Marcela ir para a unidade, Lia ligou para amiga para contar o quanto estava feliz. A filha tinha obtido boas notas na escola, o esposo estava tendo bons resultados no novo emprego e ela tinha conseguido pegar seu carro novo naquele mesmo dia. Com o tradicional afeto, encerrou a ligação, reforçando todo o agradecimento que tinha pelo constante apoio daquela irmã de coração.
Marcela chegou ao trabalho às dezoito horas, levando a alegria daquela conversa fraternal para com seus colegas e pacientes. Assim, mesmo com toda a movimentação do plantão, nem sentiu as horas passarem. Estava muito motivada naquele dia.
Por volta de dez da noite, no entanto, sentiu um breve calafrio ao receber um chamado para embarcar em uma das ambulâncias. Não entendeu o motivo daquela sensação, mas prosseguiu em direção ao local onde fora informado que uma jovem havia se acidentado com o carro.
Ao chegar ao local, não foi difícil perceber que a ocorrência tratava-se de uma tentativa de assalto seguida de morte. Não haveria muito que fazer. Mas os profissionais de saúde se aproximaram do carro para verificar os sinais vitais da moça.
Ao chegar mais perto, o chão sumiu aos pés da enfermeira. Era Lia, sua amiga. Marcela deu alguns passos para trás e quis negar a visão do ocorrido. Sua atitude profissional deu lugar a um extravasamento emocional inesperado. Não se conteve e teve que ser amparada pelos colegas. Como poderia imaginar que aquela troca de plantão resultaria naquilo? Dali por diante, remorso e lágrimas tomaram conta de Marcela.
Meses se passaram junto à dor e à sensação de ter sido culpada pela morte da amiga: “se eu não tivesse trocado o plantão, isto não teria acontecido”. A casa de Marcela envolveu-se em pura tristeza. Tudo para ela tinha dado lugar a uma sensação dolorosa de culpa.
Mas um dia, tentando mudar aquele cenário, o seu filho pré-adolescente, ao chegar da escola, abraça a mãe no sofá e diz com lágrimas nos olhos:
– “Mãe, volta a ser feliz com a gente. Ela não morreu por sua culpa.”.
Marcela se surpreende com a frase inesperada do filho. Diante daquelas lágrimas profundas, começou a rever o sentido de sua vida esboçando-lhe um doce sorriso.
Quantos casos reais, similares a este, já não foram contados em nossas vidas. É o tripulante da aeronave que embarca no lugar do colega e desencarna em um acidente aéreo; o carro que se empresta ao filho que, em seguida, falece em uma colisão; dentre tantos outros exemplos.
Em diversas situações como estas, aqueles que foram, indiretamente, partícipes do ocorrido, ao trocarem suas posições ou cederem seus bens materiais nos diversos cenários, costumam trazer para si uma imensa culpa, como se fossem responsáveis pelo desencarne do próximo. Alguns levam por anos este sentimento, atrapalhando, até mesmo, sua vida pessoal e profissional.
Neste contexto, a Doutrina Espírita nos traz o consolo de que todos nós, antes de encarnarmos, já temos uma programação realizada para a nossa vida. De uma maneira geral, escolhemos antes do berço as expiações e provas pelas quais passaremos. Logo, já temos uma programação a cumprir, como se fosse uma “espécie de destino” [1].
Isto não inibe, todavia, o nosso livre-arbítrio. No decorrer da caminhada podemos mudar nossos rumos, acelerando o nosso progresso ou atrasando a nossa evolução. Tudo depende de nossos propósitos junto ao bem, à neutralidade ou ao mal.
Aqueles que caminham conosco estão unidos por laços de outras encarnações, pautadas na afinidade ou débitos contraídos [2]. E não, necessariamente, são responsáveis pelos fatos que ocorrem em nossas vidas.
Desencarnações como a desta história de Lia podem fazer parte de um planejamento anterior, ou ainda do livre arbítrio delituoso de terceiros. Mas a culpa não se incide na troca realizada pela amiga. De uma forma ou de outra, “o instinto do destino” de Lia a levaria até o local onde os fatos poderiam ocorrer. Este “instinto”, em outras palavras, pode ser entendido pela impressão em foro íntimo que o espírito guarda das fases pelas quais passará em sua vida. Chegado o momento, esta impressão pode, muita das vezes, ser despertada, trazendo-nos aquela sensação que denominamos de pressentimento [1].
Não somos necessariamente culpados pelo desencarne de terceiros. Isto dependerá das circunstâncias. Mas somos responsáveis por amá-los em qualquer tempo. O amor espontâneo, sem exigências, sempre nos trará a sensação de conforto por tê-los amado enquanto estavam conosco. Logo, amemos quem está ao nosso lado e quem também já deixou as vestes físicas. E nunca deixemos de amar a nós mesmos, confiantes nos desígnios da Divina Providência.
Márcio Martins da Silva Costa


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

“VALEU A PENA”?

Você, que é um homem de negócios, e se diz bem sucedido, está feliz com a vida que leva?
Se você sabe dividir bem o seu tempo entre o trabalho e a família, entre as coisas da Terra e os valores espirituais, então você é alguém muito bem sucedido.
Todavia, se é daqueles que não trabalha para viver mas vive para trabalhar, chegará um dia em que você perguntará a si mesmo: Valeu a pena?
E chegará à conclusão de que não valeu a pena tanta correria, para ganhar dinheiro e não usufruir.
Vai ver que o tempo passou e o cansaço tomou conta do seu corpo.
Vai perceber que, mesmo rodeado de muita gente, você se sente só.
Um dia, você vai recolher-se no quarto e vai ter vontade de abraçar o travesseiro, porque não sobrou ninguém para abraçar.
Vai ver que foi entrando numa roda viva, que não é mais dono do tempo que dizem que é seu, e que não pode gastá-lo com qualquer um.
Vai ver que o carro já está se tornando um problema, e não um conforto, que o telefone perturba, que a gravata incomoda...
Perceberá que o seu patrimônio lhe exige tempo demais, e que acabou sendo possuído ao invés de possuir.
E, por mais que tente se livrar de tudo isso, é um escravo, embora invejado por muitos.
Vai ver que não valeu a pena passar vários anos sem férias, sem descanso.
Vai ver que não tem mais ilusões e a esperança anda com vontade de dormir...
Um dia você vai ver que passou pela vida e não viveu.
Frequentou o mundo sem saber porquê, rodou, rodou, e não saiu do lugar...
Pensou que foi, mas ficou.
Teve tudo e não sentiu nada.
Um dia, você verá que o tempo escoa tão rápido como areia fina por entre seus dedos.
E, quando chegar esse momento, você vai sentir vontade de voltar no tempo e gastar suas horas de forma diferente.
Vai querer sorrir, amar, estar com a família, misturar-se com as crianças e estender a mão ao próximo.
Vai desejar o abraço da esposa, sempre relegada a segundo plano.
Vai querer sentir a mão do seu filho acariciando lhe os cabelos...
Vai preferir uma pizza com a criançada em vez de um jantar de negócios. 
Vai desejar ser dono das horas, tirar férias, curtir tudo o que gosta...
Mas, se você deixar isto para pensar só um dia... que nunca chega, talvez você não tenha mais tempo...
Por essa razão, se você se permitiu alguns minutos para refletir sobre esta mensagem, não deixe para depois tudo o que você pode fazer agora.
Sorria, ame, curta a sua família, role no chão com seus filhos, abrace a esposa, beije sua velha mãe, diga a seu pai que o ama e gaste uma porção do seu tempo com os amigos...
Tire férias, faça um check-up, cuide da saúde, invista um pouco em você.
E aproveite para refletir sobre as coisas espirituais, já que você é um ser imortal, criado para a Eternidade...
Se você nunca sentiu o perfume de uma flor...
Jamais estendeu a mão a alguém necessitado de amparo...
Nunca observou o crepúsculo ou contemplou uma aurora...
Não tem tempo para dedicar aos familiares...
Não sai de férias há anos, para manter o serviço em dia...
Nunca emprestou um pouco do seu tempo a algum tipo de serviço social...
Então você já está morto, e ainda não percebeu.
Pense nisso, mas pense agora!
Redação do Momento Espírita


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

"PEDRO O APOSTOLO."

25 de agosto de 1936
Enquanto a Capital dos mineiros, dirigida pelos seus elementos eclesiásticos, se prepara, esperando as grandes manifestações de fé do segundo Congresso Eucarístico Nacional, chegam os turistas elegantes e os peregrinos invisíveis. Também eu quis conhecer de perto as atividades religiosas dos conterrâneos de Augusto de Lima. 
Na Praça Raul Soares, espaçosa e ornamentada, vi o monumento dos congressistas, elevando-se em forma de altar, onde os atos religiosos serão celebrados. No topo, a custódia, rodeada de arcanjos petrificados, guardando o símbolo suave e branco da eucaristia, e, cá em baixo, nas linhas irregulares da terra, as acomodações largas e fartas, de onde o povo assistirá, comovido, às manifestações de Minas católica. 
Foi nesse ambiente que a figura de um homem trajado à israelita, lembrando alguns tipos que em Jerusalém se dirigem, freqüentemente, para o lugar sagrado das lamentações, aguçou a minha curiosidade incorrigível de jornalista. 
- Um judeu?! – exclamei, aguardando as novidades de uma entrevista. 
- Sim, fui judeu, há algumas centenas de anos – respondeu laconicamente o interpelado. 
Sua réplica exaltou a minha bisbilhotice e procurei atrair a atenção da singular personagem. 
- Vosso nome? – continuei. 
- Simão Pedro. 
- O Apóstolo? 
E a veneranda figura respondeu afirmativamente, colando ao peito os cabelos respeitáveis da barba encanecida. 
Surpreso e sedento da sua palavra, contemplei aquela figura hebraica, cheia de simplicidade e simpatia. Ao meu cérebro afluíam centenas de perguntas, sem que pudesse coordená-las devidamente. 
- Mestre – disse-lhe, por fim -, Vossa palavra tem para o mundo um valor inestimável. A cristandade nunca vos julgou acessível na face da Terra, acreditando que vos conserváveis no Céu, de cujas portas resplandecentes guardáveis a chave maravilhosa. Não teríeis algumas mensagens do Senhor para transmitir à Humanidade, neste momento angustioso que as criaturas estão vivendo? 
E o Apóstolo venerável, dentro da sua expressão resignada e humilde, começou a falar: - Ignoro a razão por que revestiram a minha figura, na Terra, de semelhantes honrarias. 
Como homem, não fui mais que um obscuro pescador da Galileia e, como discípulo do 
Divino Mestre, não tive a fé necessária nos momentos oportunos. O Senhor não poderia, 
portanto, conferir-me privilégios, quando amava todos os seus apóstolos com igual amor. 
- É conhecida, na história das origens do Cristianismo, a vossa desinteligência com Paulo de Tarso. Tudo isso é verdadeiro? 
- De alguma forma, tudo isso é verdade – declarou bondosamente o Apóstolo. – Mas, Paulo tinha razão. Sua palavra enérgica evitou que se criasse uma aristocracia injustificável, que, sem ele, teria que desenvolver-se fatalmente entre os amigos de Jesus, que se haviam retirado de Jerusalém para as regiões da Batanéia. 
- Nada desejais dizer ao mundo sobre a autenticidade dos Evangelhos? 
- Expressão autêntica da biografia e dos atos do Divino Mestre, não seria possível acrescentar qualquer coisa a esse livro sagrado. Muita iniquidade se tem verificado no mundo em nome do estatuto divino, quando todas as hipocrisias e injustiças estão nele sumariamente condenadas. 
- E no capítulo dos milagres? 
- Não é propriamente milagre o que caracterizou as ações práticas do Senhor. Todos os seus 
atos foram resultantes do seu imenso poder espiritual. Todas as obras a que se referem os 
Evangelistas são profundamente verdadeiras. 
E, como quem retrocede no tempo, o Apóstolo monologou: 
- Em Carfanaum, perto de Genesaré, e em Betsaida, muitas vezes acompanhei o Senhor nas suas abençoadas peregrinações. Na Samaria, ao lado de Cesareia de Felipe, vi suas mãos carinhosas dar vistas aos cegos e consolação aos desesperados. Aquele sol claro e ardente da Galileia ainda hoje ilumina toda a minha alma e, tantos séculos depois de minhas lutas no mundo, ao lado de alguns companheiros procuro reivindicar para os homens a vida perfeita do Cristianismo, com o advento do Reino de Deus, que Jesus desejou fundar, com o seu exemplo, em cada coração... 
- Os filósofos terrenos são quase unânimes em afirmar que o Cristo não conhecia a evolução da ciência grega, naquela época, e que as suas parábolas fazem supor a sua ignorância acerca da organização política do Império Romano: seus apóstolos falam de reis e príncipes que não poderiam ter existido. 
- A ação do Cristo – retrucou o Apóstolo – vai mais além que todas as atividades e investigações das filosofias humanas. Cada século que passa imprime um brilho novo à sua figura e um novo fulgor ao seu ensinamento. Ele não foi alheio aos trabalhos do pensamento dos seus contemporâneos. Naquele tempo, as teorias de Lucrécio, expandidas alguns anos antes da obra do Senhor, e as lições de Filon em Alexandria, eram muito inferiores às verdades celestes que Ele vinha trazer à Humanidade atormentada e sofredora... E, quando a figura venerada de Simão parecia prestes a prosseguir na sua jornada, inquiri, abruptamente: 
- Qual o vosso objetivo, atualmente, no Brasil? 
- Venho visitar a obra do Evangelho aqui instituída por Ismael, filho de Abraão e de Agar, e dirigida dos espaços por abnegados apóstolos da fraternidade cristã. 
- E estais igualmente associado às festas do segundo Congresso Eucarístico Nacional? – 
perguntei. 
Mas, o bondoso Apóstolo expressou uma atitude de profunda incompreensão, ao ouvir as minhas derradeiras palavras. 
Foi quando, então, lhe mostrei o rico monumento festivo, as igrejas enfeitadas de ouro, os movimentos de recepção aos prelados, exclamando ele, afinal: 
- Não, meu filho!... Esperam-me longe destas ostentações mentirosas os humildes e os desconsolados. O Reino de Deus ainda é a promessa para todos os pobres e para todos os aflitos da Terra. A Igreja romana, cujo chefe se diz possuidor de um trono que me pertence, está condenada no próprio Evangelho, com todas as suas grandezas bem tristes e bem miseráveis. A cadeira de São Pedro é para mim uma ironia muito amarga... Nestes templos faustosos não há lugares para Jesus, nem para os seus continuadores... 
- E que sugeris, Mestre, para esclarecer a verdade? 
Mas, nesse momento, o Apóstolo venerando enviou-me um gesto compassivo e piedoso, continuando o seu caminho, depois de amarrar, resignadamente, o cordão das sandálias.

Da obra: Crônicas de Além Túmulo. Ditado pelo Espírito Humberto de
Campos, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.
Recebida em Pedro Leopoldo a 19 de abril de 1935.

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...