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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O CORPO PODE CONTINUAR VIVO MESMO APÓS O DESLIGAMENTO DO ESPÍRITO?

A separação entre a alma e o corpo pode se dar antes que o corpo paralise suas funções orgânicas, porém, isso é muito raro. Depende muito da situação psíquica do Espírito. O mais das vezes, a chama espiritual permanece ligada ao fardo físico por horas, dias ou meses e até anos, chumbada aos restos mortais por provas ou por incapacidade de se libertar do próprio apego à vida física. Isto tem uma variação muito grande. Pode-se dizer que é zero ao infinito.
Não existe uma desencarnação igual a outra. Os processos de desligamento dos laços têm variadas modalidades. Temos a dizer que, na arte de Deus, não existe violência. Os meios de ligar-se à vida corporal e desligar-se dela são regidos por leis que correspondem às necessidades da alma.
Sempre falamos da necessidade dos homens se prepararem, no tocante à vida na Terra, porque a verdadeira moradia é a espiritual. Quantos sofrem duras provas ligados aos restos do corpo por muito tempo, por lhes faltar compreensão das leis divinas!? Sofrem por ignorância. Não é por faltarem escolas; existem muitas que levam as almas a despertar, educando a si mesmas. A vida é, pois, uma escola onde todos devemos aprender como viver.
Os Espíritos elevados descem de altas esferas, por misericórdia de Deus, no sentido de ensinarem aos homens e Espíritos ainda humanizados nos seus instintos, a se libertarem da inferioridade. Eles sabem esperar a maturidade de cada um, entrementes, a melhor escola ainda é a dor. No estágio em que se encontra a humanidade, sofrer é salutar remédio para desprender-se.
Assim, como pode a alma desatar seus laços antes que cesse a vida orgânica, por evolução, pode a vida orgânica cessar e o Espírito ficar ainda por muito tempo preso aos restos carnais, de onde escapou toda a força vital dos órgãos. Assim como os pais têm o dever de preparar seus filhos para a vida na Terra, dando-lhes receitas que lhes possam assegurar uma existência melhor, o dever é o mesmo, ou maior, de prepará-los ante a vida espiritual, diminuindo, portanto, seus sofrimentos para o futuro, conscientizando-os da realidade da vida do Espírito.
O Espírito encarnado está preso às grades da carne, sujeito a inúmeros problemas, que antes eram chamados de castigo, e hoje, em certos meios, provações ou missões, porém, é um aprendizado, onde gradativamente vão se despertando os valores da alma. Essa poderá, com o tempo, ascender para regiões superiores, quando compreender as leis de Deus e passar a vivê-las. A vida física é breve e cheia de obstáculos, por ser o calvário de quem sustenta o corpo, e é nessa engrenagem que aprendemos a escolher os nossos próprios caminhos e a corrigir as nossas deficiências.
É bom que saibamos que não há somente os laços espirituais que prendem a alma ao corpo; há – e sim – os laços psicológicos, que por vezes são mais difíceis de serem rompidos. A educação neste sentido é de grande valor. É por isso que o Espírito renasce como membro de muitas famílias, participando de diversas nações, para que surja o desprendimento e se liberte.

Filosofia Espírita - Comentário de Miramez sobre a questão 0156 do Livro dos Espíritos.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

“CELIBATO E CASTIDADE.”

É possível seguir Jesus, evidentemente nos limites que o nosso estágio evolutivo atual permite, não sendo celibatário? 
Perfeitamente, por que não? Kardec, por exemplo, era casado. E muito bem-casado com Amélie Boudet, o que não o impediu, mas, muito pelo contrário, o sustentou na luta pela codificação e divulgação da Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo na sua pureza doutrinária. Portanto, ele seguiu Jesus sem ser celibatário.
Mudemos o enfoque. É possível seguir Jesus não sendo casto, considerando, da mesma forma, os limites que nossa evolução atual nos enseja? Não. Não é possível. E não é possível porque castidade, ao contrário do que muitos pensam, não se refere simplesmente à ausência de relacionamento sexual, mas sim de uma pureza interior que vai muito além da abstinência de sexo. Por essa pureza interior passa o bom emprego do sexo, onde um não transforma o outro no objeto de satisfação de seus instintos, mas onde uma pessoa se completa e completa a outra dentro de um clima de bem-querer onde só é possível ser feliz mergulhado na felicidade que emana do outro, e cujo autor somos cada um de nós.
Jesus, muito além de celibatário, era casto. Sua pureza moral não pode ser seguida com uma simples ausência da atividade sexual que muitas vezes leva o indivíduo ao desequilíbrio emocional, a exemplo de uma gigantesca represa que, quanto mais é contida, mais corre o risco de se romper na pedofilia, no estupro e tantos outros crimes que o sexo reprimido e desequilibrado enseja.
Chico Xavier e Divaldo Franco, para tomarmos exemplos dentro da Doutrina Espírita, optaram pelo celibato, face aos inúmeros compromissos que trouxeram junto à família espiritual de nosso planeta. Só que não ficaram apenas no celibato. Viveu o primeiro e vive o segundo também a castidade que a evolução alcançada pelos dois permite.
Albert Schweitzer era casado e casto. E exatamente por ser casto foi capaz de se entregar a tratar de leprosos no continente africano; a não pisar sobre uma simples flor silvestre por respeitar-lhe a existência e o direito à vida; a amar profundamente aos animais por entendê-los como criaturas de Deus e com o direito a viver, enquanto presenciamos motoristas insensíveis direcionando o veículo que dirigem, de forma irresponsável, para cima de uma pomba que busca o seu alimento numa via pública ou em direção a um cachorro abandonado de rua pelo simples prazer de tirar uma vida! Dia desses presenciei um motorista em alta velocidade na área urbana gritando com um cachorro que quase foi atropelado impiedosamente ao atravessar de um lado para o outro daquela via, como se o animal tivesse consciência de que atravessava uma rua. Poderia muito bem ter feito o mesmo com uma criança ou com um idoso com dificuldades de locomoção. Esse último não tem a castidade para seguir Jesus, por enquanto.
Martin Luther King Jr. era casado e casto para seguir Jesus a ponto de entregar a sua própria vida defendendo os direitos de nossos irmãos de cor de pele diferente da branca, como se esse tecido superficial que reveste nosso corpo não estivesse destinado à morte como todos os outros, mais dia, menos dia! Ele teve a castidade suficiente para seguir Jesus.
É impossível falar sobre celibato ou castidade sem que o tema sexo nos venha à mente. O que será que a Doutrina Espírita pode nos orientar a respeito? Vejamos as lições de Emmanuel contida no livro O Consolador, questão 184:Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no devotamento e nos sacrifícios. 
Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
Examinando-se, ainda, o elevado coeficiente de viciação do amor sexual, que os homens criaram para os seus destinos, somos obrigados a ponderar que, se muitos contraem débitos penosos, entre os excessos da fortuna, da inteligência e do poder, outros o fazem pelo sexo, abusando de um dos mais sagrados pontos de referência de sua vida.
Depreende-se, pois, que, ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
Quando tivermos conseguido essa compreensão sagrada, o celibato será uma condição absolutamente dispensável em todo aquele que decidir seguir Jesus, pois que terá se iniciado no estado da castidade indispensável para segui- lo.

RICARDO ORESTES FORNI

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

“A VIDA CONTINUA…”

Somos eternos! A morte é só uma mudança de estado. Depois dela, passamos a viver em outra dimensão. Porém, continuamos a ser os mesmos, com as mesmas ideias, afetos e sentimentos.
Aquela mãe controladora que sempre dizia o que você deveria fazer, aquele marido ciumento e mandão, aquele parente que não apreciava você – todos eles estão lá, na outra dimensão, iguaizinhos como eles eram no mundo terreno. Se as leis que regem os diferentes planos de vida não fossem tão rigorosas, talvez eles continuassem a perturbar sua vida, mesmo depois de mortos.
E embora alguns acreditem nisso, não é tão fácil assim. Os mundos são separados por diferentes ondas de frequência, o suficiente para garantir o bem-estar de todos.
Também aqueles que você ama, os artistas que você admirava, o amigo que você não esquece – todos continuam mais vivos do que nunca, fazendo parte de uma sociedade organizada, onde podem desempenhar várias atividades: trabalhar, aprender, experimentar. Outros mundos existem neste universo infinito. Já pensou como a vida é extraordinária?
A vida precisa ser renovada. A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se modificam na estrutura dos que ficam.
E, sendo uma lei natural, ela é sempre um bem, muito embora não queiram aceitar isso. Nada é mais inútil e machuca mais do que a revolta.
Lembre-se de que nós não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável.
O inconformismo, a lamentação, a tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida.
Ele também sente a sensação de perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos de tristeza e dor dos que ficaram.
Se ele não consegue vencer esse momento difícil, volta ao lar que deixou e fica ali, misturando as lágrimas, sem força para seguir adiante, numa simbiose que aumenta a infelicidade de todos.
Pense nisso. Por mais que esteja sofrendo a separação, se alguém que você ama já partiu, liberte-o agora. Recolha-se a um local tranquilo, visualize essa pessoa em sua frente, abrace-a, diga-lhe tudo que seu coração sente. Fale do quanto a ama e do bem que lhe deseja.
Despeça-se dela com alegria, e quando recordá-la, veja-a feliz, refeita.
A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz.


Zíbia Gasparetto

domingo, 2 de outubro de 2016

“A IMPORTÂNCIA DE PERDOAR A SI PRÓPRIO: ”AUTO PERDÃO”

Toda vez em que a culpa não emerge de maneira consciente, são liberados conflitos que a mascaram, levando a inquietações e sofrimentos sem aparente causa.
Todas as criaturas cometem erros de maior ou menor gravidade, alguns dos quais são arquivados no inconsciente, antes mesmo de passarem por uma análise de profundidade em tomo dos males produzidos, seja de referência à própria pessoa ou a outrem.
Cedo ou tarde, ressumam de maneira inquietadora, produzindo mal-estar, inquietação, insatisfação pessoal, em caminho de transtorno de conduta.
A culpa é sempre responsável por vários processos neuróticos, que deve ser enfrentada com serenidade e altivez.
Ninguém se pode considerar irretocável enquanto no processo da evolução.
Mesmo aquele que segue retamente o caminho do bem está sujeito a alternância de conduta, tendo em vista os desafios que se apresentam e o estado emocional do momento.
Há períodos em que o bem-estar a tudo enfrenta com alegria e naturalidade, enquanto que, noutras ocasiões, os mesmos incidentes produzem distúrbios e reações imprevisíveis.
Todos podem errar, e isso acontece amiúde, tendo o dever de perdoar-se, não permanecendo no equívoco, ao tempo em que se esforcem para reparar o mal que fizeram.
Muitos males são ao próprio indivíduo feitos, produzindo remorso, vergonha, ressentimento, sem que haja coragem para revivê-los e liberar-se dos seus efeitos danosos.
Uma reflexão em tomo da humanidade de que cada qual é possuidor, permitir-lhe-á entender que existem razões que o levam a reagir, quando deveria agir, a revidar, quando seria melhor desculpar, a fazer o mal, quando lhe cumpriria fazer o bem...
A terapia moral pelo auto perdão impõe-se como indispensável para a recuperação do equilíbrio emocional e o respeito por si mesmo.
Torna-se essencial, portanto, uma reavaliação da ocorrência, num exame sincero e honesto em torno do acontecimento, diluindo-o racionalmente e predispondo-se a dar-se uma nova oportunidade, de forma que supere a culpa e mantenha-se em estado de paz interior.
O auto perdão é essencial para uma existência emocional tranquila.
Todos têm o dever de perdoar-se, buscando não reincidir no mesmo compromisso negativo, desamarrando-se dos cipós constringentes do remorso.
Seja qual for a gravidade do ato infeliz, é possível repará-lo quando se está disposto a fazê-lo, recobrando o bom humor e a alegria de viver.
Em face do auto perdão, da necessidade de paz interior inadiável, surge o desafio do perdão ao próximo, àquele que se tem transformado em algoz, em adversário contínuo da paz.
Uma postura psicológica ajuda de maneira eficaz e rápida o processo do perdão, que consiste na análise do ato, tendo em vista que o outro, o perseguidor, está enfermo, que ele é infeliz, que a sua peçonha caracteriza lhe o estado de inferioridade. 
Mediante este enfoque surge um sentimento de compaixão que se desenvolve, diminuindo a reação emocional da revolta ou do ódio, ou da necessidade de revide, descendo ao mesmo nível em que ele se encontra.
O célebre cientista norte-americano Booker T. Washington, que sofreu perseguições inomináveis pelo fato de ser negro, e que muito ofereceu à cultura e à agricultura do seu país, asseverou com nobreza: Não permita que alguém o rebaixe tanto a ponto de você vir a odiá-lo.
Desejava dizer que ninguém deve aceitar a ojeriza de outrem, o seu ódio e o seu desdém a ponto de sintonizar na mesma faixa de inferioridade.
Permanecer acima da ofensa, não deixar-se atingir pela agressão moral, constituem o antídoto para o ódio de fácil irrupção.
Sem dúvida, existem os invejosos, que se comprazem em denegrir aquele a quem consideram rival, por não poderem ultrapassá-lo; também enxameiam os odientos, que não se permitem acompanhar a ascensão do próximo, optando por criar-lhes todos os embaraços possíveis; são numerosos os poltrões que detestam os lidadores, porque pensam que os colocam em postura inferior e se movimentam para dificultar-lhes a marcha ascensional; são incontáveis aqueles que perderam o respeito por si mesmos e auto realizam-se agredindo os lidadores do dever e da ordem, a fim de nivelá-los em sua faixa moral inferior...
Deixa que a compaixão tome os teus sentimentos e envolve-os na lã da misericórdia, quanto gostarias que assim fizessem contigo, caso ainda te detivesses na situação em que eles estagiam. Perceberás que um sentimento de compreensão, embora não de conivência com o seu erro, tomará conta de ti, impulsionando-te a seguir adiante, sem que te perturbes.
Sob o acicate desses infelizes, aos quais tens o dever de compreender e de perdoar, porque não sabem o que fazem, ignorando que a si mesmos se prejudicam, seguirás confiante e invencível no rumo da montanha do progresso.
Ninguém escapa, na Terra, aos processos de sofrimento infligido por outrem, em face do estágio espiritual que se vive no planeta e da população que o habita ainda ser constituída por Espíritos em fases iniciais de crescimento intelecto-moral.
Não te detenhas, porque não encontres compreensão, nem porque os teus passos tenham que enfrentar armadilhas e abismos que saberás vencer, caso não te permitas compartilhar das mesmas atitudes dos maus.
Chegarás ao termo da jornada vitoriosamente, e isso é o que importa.
O eminente sábio da Grécia, Sólon, costumava dizer que nada pior do que o castigo do tempo, referindo-se às ocorrências inesperadas e inevitáveis da sucessão dos dias. Nunca se sabe o que irá acontecer logo mais e como se agirá.
Dessa forma, faze sempre todo o bem, ajuda-te com a compaixão e o amor, alçando-te a paisagens mais nobres do que aquelas por onde deambulas por enquanto.
Perdoa-te, portanto, perdoando, também, ao teu próximo, seja qual for o crime que haja cometido contra ti.
O problema será sempre de quem erra, jamais da vítima, que se depura e se enobrece. 
Pilatos e Jesus defrontaram-se em níveis morais diferentes. A astúcia e a soberba num, a sua glória mentirosa e a sua fatuidade desmedida. A humildade real, a grandeza moral e a sabedoria profunda no outro, que era superior ao biltre representante do poder terreno de César. Covarde e pusilânime, Pilatos não lhe viu culpa, mas não o liberou, porque estava embriagado de ilusão sensorial, lavando as mãos, em tomo da Sua vida, porém, não se liberando da responsabilidade na consciência. Estoico e consciente Jesus aceitou a imposição arbitrária e infame, deixando-se erguer numa cruz de madeira tosca, a fim de perdoar a todos e amá-los uma vez mais, convidando-os à felicidade.
Perdoa, pois, e auto perdoa-te
Joanna de Ângelis 
Página psico- grafada pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão da noite de 4 de janeiro de 2005, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.



sábado, 1 de outubro de 2016

“PORQUE ANDRÉ LUIZ FICOU OITO ANOS NO UMBRAL?”

Em Nosso Lar é narrada a passagem de André Luiz pelo umbral. Ele ficou oito anos no umbral e foi chamado, por outros espíritos, de suicida.
Depreende-se do livro que ele era considerado suicida inconsciente, pois, mesmo sem o propósito de tirar a própria vida, teve a vida encurtada pela falta de cuidado com a saúde. O livro deixa perceber que ele era dado aos prazeres.
A partir disso, alguns acham que ele bebia muito, ou que fumava e bebia, ou que bebia e comia muito, ou que, além dessas coisas, era chegado ao meretrício. Talvez de tudo um pouco, pois tudo isso era plenamente aceitável para os padrões sociais da época.
Seja como for, ao longo da série é possível perceber que André Luiz era mais do que um simples homem do seu tempo, e se não demonstrou isso quando encarnado, sua vida deve ter sido frustrante.
Fica claro, pra mim, que André Luiz ficou oito anos no umbral principalmente pelo vazio em que transformou a sua passagem pela matéria, desperdiçando as oportunidades recebidas. Nascido num lar de classe média, tendo recebido boa educação e bons estudos, fez da sua vida uma vidinha comum, sem emoções ou sobressaltos, sem nada de realmente construtivo e útil.
A julgar pela sua inteligência e boa vontade demonstrados nas suas narrações, teria muito o que oferecer aos que conviveram com ele.
É isso o que a maioria de nós faz. Quase todos recebemos boas oportunidades. Mesmo as dificuldades enfrentadas são às vezes grandes vantagens, por nos proporcionar ver as coisas por ângulos diferentes, por forjar o nosso caráter e por nos proteger de facilidades que nos enfraqueceriam o aspecto moral.
E o que fazemos das oportunidades recebidas? O que oferecemos de nós mesmos aos outros? Mal cuidamos da família, às vezes nem da família, ou nem de nós mesmos… E temos as velhas desculpas da incompreensão, ou da pobreza, ou da falta de apoio, ou da falta de condições ideais.
Não é pra isso que reencarnamos. Não é pra nos arrastarmos cheios de queixumes e revoltas que recebemos a dádiva preciosa da reencarnação. Não é pra passar contando os dias para que o domingo chegue pra desmaiar em frente à televisão que nós ganhamos a oportunidade de um novo corpo físico.
Temos muito o que fazer, temos muito a oferecer, a contribuir, a dar de nós mesmos. E a aprender, e a ensinar, e a amar e perdoar. E compreender, e crescer e ajudar a crescer. É possível. Tudo isso é possível. E não é tão difícil quanto possa parecer a quem nunca tentou. Nascemos bebês, moles e frágeis, e um dia temos que tentar nos equilibrar sobre as pernas, e dar um passinho à frente do outro. É um grande desafio, que nós só conseguimos porque tentamos.
Não sei o que André Luiz fez ou deixou de fazer com o seu corpo. Eu acho, particularmente, que devemos ter o máximo cuidado com o corpo, que é o nosso veículo de manifestação na matéria. Mas tenho certeza de que se ele tivesse tido uma vida mais plena e construtiva e útil, sua passagem pelo umbral teria sido bem mais curta.


Fonte: Espírito Imortal 

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

“PORQUE OS ESPÍRITAS NÃO TEMEM A MORTE”

As questões 941 e 942 do O Livro dos Espíritos falam sobre a preocupação com morte que invade o íntimo da criatura. Inclusive os Espíritos colocam na resposta que ela existe porque o homem não acredita no futuro e também a ideia do Céu e um Inferno que os atormenta.
Posteriormente Allan Kardec aprofunda essas respostas na obra O Céu e o Inferno – capítulo 2º da 1ª parte Temor da Morte.
Causas do Temor da Morte           
Este temor é um efeito da sabedoria divina e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre a vida futura - a vida espiritual - assim é que nos povos primitivos o futuro é uma vaga intuição e esse temor é providencial.
À proporção que o homem compreende melhor a vida futura dá-lhe uma compreensão maior e ele aguarda serenamente esse instante natural para todos nós.
A compreensão errada da vida futura do que o aguarda no mundo espiritual é o que mais o apavora. Em primeiro lugar a morte é apresentada como castigo, o fim de tudo, o quadro apresentado pelas religiões sobre o Inferno e as Penas Eternas, são realmente difíceis de aceitar, mesmo pelos religiosos. Quanto ir para o Céu, quase ninguém admite possuir as condições necessárias. Para aqueles que nada creem percebem aterrorizados que tudo que constituíram laços de família, sentimentos, afeições, trabalhos, entes querido desaparecem e isso faz com que o temor da morte aumente com a vinda da velhice.
A doutrina espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade.
O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porem um resultado de observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude da sua realidade prática; não foram os homens que a descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vem descrever a sua situação; aí os vemos de todos os graus da escala da vida espiritual, em todas as fases da felicidade ou da desgraça, assistindo enfim, a todas as peripécias da vida de além tumulo. Eis aí porque os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de
serenidade nos seus últimos momentos sobre a terra.
Já não é só a esperança, mas a certeza que o conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança que aguardariam o despontar do sol após uma noite de tempestade. Os motivos desta confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e palavra de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da humanidade.
Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções.
As lembranças dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes no-los mostra como seres viventes.
Além, disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se mutuamente.
Não mais permissível é a duvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida e não do nada.

Trecho do livro:

“O céu e o inferno “ de Allan Kardec

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

"VIVER E MORRER"

Tudo o que vive, morre… e tudo o que morre, renasce.
O nascimento também é uma morte: a morte da condição do útero. A infância é a morte do bebe. A adolescência é a morte da criança... É quando chega a puberdade e outras transformações. A idade adulta é a morte da juventude, seus prazeres, sua revolta, seus sonhos, seu despojamento. A velhice é a morte da idade adulta. A morte do corpo físico é o fim da vida e o início de uma outra forma de vida ainda incompreensível para nós.
A morte não é um fim, mas sempre uma transição, seja no sentido orgânico, seja no sentido emocional, seja no sentido da ascese. Deixar o passado morrer é essencial para que o nascimento possa ocorrer no presente. Há sempre uma morte e um nascimento ocorrendo a todo momento. Cada expiração é uma morte e cada inspiração é um nascimento que consolida a continuidade da vida no corpo físico. Nossas células morrem a cada segundo, fazendo outras nascerem e garantindo a perpetuação do existir orgânico. Em sete anos todas as células do nosso organismo já morreram e renasceram. Você já é completamente outro, apesar de ser a mesma pessoa.
A semente morre para deixar que a plantinha nasça. A lagarta morre para fazer nascer a borboleta. Os idosos morrem para dar lugar aos mais jovens. A primavera morre para dar lugar ao verão; o verão dá lugar ao outono e o outono morre e logo vem o frio do inverno. O inverno também morre, para abrir espaço a uma nova primavera. A fruta morre e cai da árvore, para que suas sementes façam brotar uma nova árvore. Tudo morre para dar lugar a outra coisa. Tudo acaba para que algo possa não acabar. O fim chega para que um novo início possa acontecer. A vida se perpetua num constante morrer e renascer, finalizar e recomeçar, esgotar e renovar, perecer e novamente brotar.
A morte de um ente querido ou alguém que muito amamos pode também provocar uma morte interior, uma morte emocional, bastante difícil de superar. Essa morte nos obriga a rever nossa vida e a renascer, caso se queira manter nossa saúde mental e psíquica. A morte de um relacionamento também pode nos fazer morrer um pouco por dentro. A separação é uma morte terrível para muitos. A saída de um filho de casa é outra forma de morrer. Essa morte interna pode ser mais ou menos devastadora dependendo do grau de afeto, valor ou vitalidade que doamos ao outro, ao relacionamento ou a algum desejo, sonho ou situação. Vivemos 30 anos com o outro, e quando ele parte, não conseguimos mais viver. Nossa vida estava tão atrelada a vida do outro que morremos um pouco quando nosso relacionamento morre. O abandono é outra forma de morte, quando somos rejeitados por outra pessoa. A expectativa e a frustração é outra forma de morrer. É preciso entender que toda morte traz sempre uma possibilidade de vida nova… e não um fim, um encerramento de algo.
Morrer é terminar uma coisa e iniciar outra. Morrer é deixar o passado e fazer nascer o presente, o agora, em nossa existência. Morrer é decretar o fim de uma fase de nossa vida e abrir o coração para o surgimento do diferente, da novidade, da renovação, da revisão, da vida em um outro nível de sentir, pensar e existir.
Se você vai morrer ou renascer depende sempre para que lado você vai olhar. Você pode lançar os holofotes para o que foi, para o que já morreu… e morrer junto com o que não existe mais. Ou então você pode deixar o sol bater sobre o novo, sobre o espaço aberto pela morte; lançar o olhar sobre o que vem, sobre o que se abre, sobre o inédito, sobre o desconhecido que tanto tememos, sobre a regeneração de nós mesmos.
Você já morreu muitas vezes e renasceu em todas elas. Morre apenas quem fica preso ao que passou. Morre quem não quer largar o antigo... E vive aquele que sabe deixar passar o que, em verdade, já foi. Morre aquele que não quer largar o que tem que acabar… Morre quem não admite perder o que já não mais se possui, ou talvez nunca tenha possuído.
Dessa forma, morra e deixe morrer… No entanto, siga o fluxo da vida, desapegue-se, desprenda-se, solte o que já foi… E deixe sua vida renascer.

(Hugo Lapa)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

“QUANDO DESENCARNAMOS, ENCONTRAMOS OS ENTES QUERIDOS IMEDIATAMENTE”?

A alma, ao atravessar o portal do túmulo, geralmente encontra os que lhe foram caros na Terra, bem como aqueles que a guiaram nos roteiros espirituais; no entanto, nem sempre isso acontece, devido a sua posição na escala espiritual. Compete a cada criatura trabalhar no seu aperfeiçoamento enquanto encarnada, aliviando o seu fardo e clareando sua mente para ter a felicidade de encontrar os seus parentes e amigos no limiar do túmulo. Por outro lado, nem sempre os seus parentes estão preparados para assistir a sua desencarnação e dar-lhe assistência. Tudo é relativo, na pauta da vida a que nos submetemos viver, mas, quando os que se foram antes estão bem postos no mundo dos Espíritos e os que desencarnam estão bem em consciência, eis que é uma festa de luz, onde o coração manifesta toda a alegria, com a evolução da própria vida.
Procuremos, pois, conhecer a Nosso Senhor Jesus Cristo, por ser Ele o caminho por onde encontramos as maiores alegrias da vida. Ele é a porta por onde nunca erramos as diretrizes que nos levam à paz. Ele é a verdade que sempre nos liberta da ignorância com todos os seus aspectos de infortúnios.
Podemos rever os nossos parentes e amigos que já passaram para o mundo dos Espíritos, sendo que, dos mais elevados, recebemos a ajuda para nos fortalecer, e aos mais infortunados prestamos auxílio, mesmo que eles não nos vejam.
Deus, a Bondade Absoluta, proporciona segurança a todos os Seus filhos. Criou o Senhor o Sol que sustenta a vida na Terra e mesmo em alguns planos do Espírito; no entanto, criou igualmente filtros para abrandarem a luz, de modo que ela não nos causasse danos nas condições de Espíritos ainda necessitados. Toda a natureza carrega consigo defesas que o amor de Deus sustenta, para que a vida vibre com todo o seu fulgor e harmonia.
No plano do Espírito, as defesas são as mesmas: somente recebemos o que merecemos. A justiça rege o universo, sustentando a paz em todos os ângulos. As criaturas recebem, do amor do Criador, a misericórdia capaz de aliviar todos os que sofrem, dotando-os de esperança rumo ao futuro. A nossa alegria é grandiosa ao atravessarmos o túmulo e encontrarmos do outro lado os nossos entes queridos nos esperando com ansiedade, para nos transmitir as lições sublimes de todas as suas experiências no mundo da verdade. Esse aconchego nos dá mais vida e faz crescer sobremodo a esperança, de sorte que as promessas crescem para o futuro, por reconhecermos que a morte não existe, que somente a vida brilha em todos os sentidos do Universo. A Doutrina dos Espíritos é um coadjuvante desta felicidade. Essa escola muito ajuda a alma na transição da Terra para o mundo dos Espíritos.
Não percas tempo, meu irmão. Procura melhorar, melhorando-te por dentro, corrigindo faltas e aprimorando ideias, iluminando sentimentos e trabalhando no bem comum, para que, no momento da mudança da Terra para o mundo espiritual, sejas iluminado e possas encontrar todos os companheiros que já regressaram e que estão em condições festejar a tua vitória.


Filosofia Espírita - Comentário de Miramez sobre a questão 0160 do Livro dos Espíritos.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

"JESUS..OBSIDIADOS E OBSESSORES"

Estava em Sinagoga, em Jerusalém, um homem possuído por um Espírito atrasado que bradou, em voz alta, à vista de Jesus:
— Ora, que importa a nós e a ti, Jesus de Nazaré, o que este sofre? Vieste a perder-nos? Eu sei que és o enviado de Deus.
Jesus repreendeu-o, dizendo:
— Cala-te e sai dele.
E tendo-o lançado por terra no meio de todos, o desencarnado saiu dele sem tê-lo magoado. Todos ficaram admirados, e perguntaram uns aos outros:
— Que palavra é essa, pois com autoridade e poder ordena aos Espíritos atrasados e eles saem?
E por todos os lugares da circunvizinhança divulga-se sua fama. (Lucas, 4:31-37 - tradução direta do original grego).
Como lhe era de hábito, nos sábados, Jesus visitava a Sinagoga. Não esclarecem os textos se os discípulos o acompanhavam; entretanto, a tradição afirma que ele se fazia acompanhar de alguns de seus seguidores mais chegados, a exemplo de Pedro, André, Tiago e João. Na Sinagoga era costume convidarem-se os visitantes e assistentes a falar, o que muito contribuiu para que o Mestre, vez que outra, usasse da palavra, pregando, àquela gente envolvida pela ortodoxia escriturística, a BOA NOVA, plena de conceitos e valores realmente revolucionários.
O evangelista Marcos destaca a admiração dos circunstantes pela autoridade com que Jesus se expressava, não exatamente como os escribas (os intelectuais da época), que, de ordinário, levavam, ao cenáculo da Sinagoga, seus comentários devidamente decorados. Os frequentadores do Templo estavam, pois, acostumados a ouvir as arengas dos escribas, recheadas de sentenças adredemente elaboradas, distanciadas, pois, de qualquer senso crítico. A palavra de Jesus diferia, em tudo, dessa postura. Ela era toda feita de interpretações vivas e palpitantes, elaboradas à luz da maravilhosa análise dos caracteres humanos. Jesus, na realidade, desceu aos labirintos da alma e de lá exumou as suas mazelas, os seus traumas, os seus mais recônditos sentimentos, e, debruçado sobre eles, elaborou o mais notável Código de Ética jamais concebido.
Jesus defrontou-se com o obsessor no Templo, apenas lhe impõe silêncio e o desliga do obsidiado, pondo em prática a mais estranha e fantástica técnica de desobsessão jamais, em tempos posteriores, igualada. O ato de desligamento provoca violenta agitação, e a perspectiva da separação (já se estabelecera, provavelmente, uma estranha simbiose entre subjugado e subjugador), causa, no subjugado, forte reação, e ele grita!
O que aconteceu na Sinagoga, ante os olhares espantados dos seus frequentadores, que, na verdade, não estavam entendendo nada, ocorre, guardadas as devidas proporções, nos recessos das casas espíritas que promovem sessões de desobsessão em que obsidiado e obsessor têm a oportunidade salutar e regeneradora de se enfrentarem, sob a égide de Espíritos superiores que se seguem, conquanto palidamente, a metodologia desobsessional do Mestre de Nazaré.
Lucas afirma que o subjugado foi lançado por terra, como se lhe faltasse o chão. Aliás, essa reação é natural em semelhante processo de desobsessão, aos moldes, por exemplo, de alguns casos relatados por Allan Kardec, na Revue Spirite.
É evidente que a fama de Jesus se espalhou por todos os recantos da Judéia. diziam, as boas e as más línguas, que Jesus de Nazaré era senhor de forças notáveis, acima do comum dos homens. O resultado dessa fama inesperada é que muita gente passa a procurar o Mestre, levando seus enfermos e obsidiados à sua presença. Ele atendia a todos, indistintamente, com o mesmo empenho e benevolência. 
O obsidiado de Gerasa 
Mateus (8:28-35), Marcos (5:1-20) e Lucas (8:26-39) referem-se ao famoso episódio de Gerasa, em que Jesus topou com uma legião de Espíritos inferiores que subjugavam um pobre coitado da região.
A iniciativa de ação pertence ao subjugado, que Mateus afirma terem sido dois:
Tendo ele - Jesus - chegado à outra margem, à terra dos gerasenos, vieram-lhe ao encontro dois obsidiados em extremo, furiosos.
É provável que tenham sido dois, embora um deles fosse o célebre louco violento e o outro apenas uma espécie de comparsa, que não chegou a chamar a atenção dos demais evangelistas.
Marcos apresenta maiores dados do episódio que ouvira dos lábios de Pedro, testemunha ocular:
— Quando Jesus desembarcou, veio logo ao seu encontro, dos túmulos, um homem obsidiado por Espírito não purificado o qual morava nas sepulturas e nem mesmo com cadeias podiam alguém segurá-lo.
Ao vê-lo vir a si, Jesus ordena, energicamente, que abandone a sua presa, chamando-o Espírito não-purificado (pneuma akátharton), ou seja inferior. O obsessor vocifera, blasfema, irrita-se! Jesus pergunta-lhe o nome, ao que o Espírito responde legião, o que é o mesmo que falange. Não quer dizer, porém, segundo pretendem alguns comentaristas, que se tratava, efetivamente, de 300 Espíritos (número de que se compunha uma legião de soldados romanos), mas apenas, como explica o obsessor incorporado, porque somos muitos.
Ainda segundo Marcos, o obsessor pede que não seja mandada a falange para fora do território: e, segundo Lucas, que não a mande para o abismo! 
Por que Jesus não doutrinava os obsessores?
Jesus, realmente, não se preocupou em doutrinar essa falange ou legião de obsessores, como, aliás, nenhum outro Espírito mau que foi por Ele afastado. Ou as entidades espirituais superiores se encarregavam disso, ou esses obsessores eram ainda tão involuídos que não adiantava doutrinação e se devia aguardar um pouco mais de evolução para que pudessem compreender a necessidade de corrigir-se.
Os obsessores de Gerasa estavam justamente nessa situação, e não poderiam entender qualquer tipo de providência desobsessional, senão aquela posta em prática pelo Mestre de Nazaré.
Após o acontecimento, os moradores de Gerasa correram até o local do histórico episódio e viram, sentado aos pés de Jesus, o ex-obsidiado, risonho, feliz, em seu juízo perfeito, ele que, antes, tanto pânico vivia a causar na região e que por todos era bem conhecido.
No momento em que Jesus se prepara para partir daquele lugar, o ex-obsidiado solicita-lhe lugar entre os discípulos. Sem dar os motivos, o Mestre recusa mantê-lo a seu lado, mas nem por isso deixa de lhe confiar tarefa de significativa responsabilidade: a pregação, sobretudo pelo exemplo! Humildemente, o ex-obsidiado aceita a tarefa. Sabe-se, mais tarde, que ele passou a percorrer a região da Decápole falando dos maravilhosos poderes de Jesus.
Carlos Bernardo Loureiro

(Jornal Verdade e Luz Nº 193 Fevereiro de 2002)

“ALFABETIZAÇÃO ESPIRITUAL”

A vida moderna nos impõe inúmeras obrigações e deveres. Grosso modo, uma existência bem aproveitada implica em administrar com proficiência problemas e dificuldades de toda sorte. Jesus – nosso modelo e guia – e outros expoentes da espiritualidade convivem com labores altamente complexos e desafiadores. Se o Pai Celestial trabalha, como asseverou o Mestre outrora, “... eu trabalho também” (João, 5: 17), deixando entrever a pesada carga de responsabilidades advindas da sua sublime missão de educador dos corações humanos. Portanto, não podemos, então, de nossa parte, esperar algo substancialmente diferente. À medida que evoluímos mais deveres abraçamos. Uma força incoercível nos compele a dar, entregar e a compartilhar mais de nós mesmos. Passamos a perceber, enfim, que somos muito menos que uma gota – e eu estou sendo generoso – do oceano.
No entanto, dada a nossa precariedade cognitiva e considerando as paisagens de sofrimento e destruição que, infelizmente ainda, caracterizam a Terra, temos a obrigação individual de nos auto iluminarmos para transformá-la numa das belas moradas da “casa do Pai”. E tal desiderato não pode ser atingido sem o esforço pessoal de nos alfabetizarmos espiritualmente. Dito de outra maneira, a criatura humana necessita urgentemente educar a sua própria alma. Como já nos referimos algures, “... são raros aqueles que, concomitantemente às exigências da vida moderna – onde sempre predominam as coisas de natureza material –, dão também atenção aos assuntos de origem transcendental. Aliás, se tivéssemos a curiosidade de averiguar quanto do nosso tempo é despendido em coisas ligadas à matéria ou de importância duvidosa, ficaríamos estarrecidos”. (Vasconcelos, A.F. A necessidade da agenda espiritual. O Clarim, nº 1, p. 12, agosto 2005)
De maneira similar, a renomada pesquisadora inglesa, Dra. Ursula King, observa que necessitamos dar mais atenção à educação do espírito. Ela considera que nós necessitamos aprender a desenvolver uma profunda liberdade interior e consciência para nos tornarmos mais alertas espiritualmente e conclui advogando que “A capacidade para espiritualidade está presente em todos os seres humanos, mas necessita ser ativada e realizada. Isso significa que tem de ser ensinada de algum modo, e isso requer novos enfoques para educação espiritual. [...]”.(King, U. The search for spirituality: our global quest for a spiritual life. New York, NY: BlueBridge, 2008, p. 88.)
Obviamente, o curso do autodesenvolvimento espiritual não é tarefa para apenas uma existência. Certamente continuará do lado de lá, assim como em outras encarnações. Também não podemos imaginar que tal aprendizado advirá exclusivamente de determinados cursos que venhamos a frequentar. Eles podem, na melhor das hipóteses, ajudar em determinados momentos, mas a maior parte desse processo de alfabetização ocorrerá mediante: constantes e solitários exercícios de reflexão e meditação acerca das atitudes tomadas no dia a dia; a busca incessante do autoconhecimento; a coragem para enfrentar as sombras da personalidade; e a determinação para proceder tomando sempre o bem como bússola. Paralelamente a esse esforço, o “aluno” deverá voltar-se a Deus através da oração sincera e confiante a fim de que os seus canais intuitivos captem sempre as melhores sugestões.
Não poderá abdicar também de mergulhar a sua atenção em leituras edificantes, esclarecedoras, eivadas de sabedoria e experiências humanas valiosas que lhe facultem condições de vislumbrar a dimensão antes ignorada, isto é, a da vida espiritual. Pode-se prever que o “bom aluno” mudará consideravelmente a sua percepção e conduta a partir daí. Os seus gostos, preferências e aspirações sofrerão profundas mudanças, a sua sensibilidade no trato com os semelhantes será amplificada, assim como dilatada a sua capacidade de compreensão dos fatos e eventos, entre outros tantos benefícios. Com toda certeza estará mais preparado para ouvir, dialogar e entender os companheiros de jornada.
Muitas vezes o “bom aluno” ver-se-á envolvido numa aparente solidão. Afinal, a sua gama de interesses e até mesmo objetivos transmutam-se completamente. Mas é na quietude da alma que encontrará respostas e conclusões para os mais importantes dramas existenciais. Concomitantemente, compreenderá que deverá desenvolver os recursos da paciência, discernimento, humildade, renúncia, emoções positivas, amor, fraternidade e tolerância – algumas matérias, convenhamos, nem sempre lecionadas nas salas educativas da Terra. O novo ser que emergirá dessa alfabetização dominará não apenas pensamentos, emoções e poderosas forças interiores, mas estará apto a entender e a cooperar de maneira mais incisiva na obra do Criador sendo uma criatura melhor sob todos os aspectos e sentidos.

Por Anselmo Ferreira Vasconcelos

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

"EM 1952 CHICO XAVIER PREVIU O SURGIMENTO DO JUIZ SÉRGIO MORO."

Há uma mensagem do espírito de André Luís, psicografada pelo médium Chico Xavier no ano de 1952, cujo teor é assustadoramente preciso sobre o cenário político brasileiro dos anos que se seguiriam.
A sucessão de fatos psicografados tem início e fim, deixando claro que o espírito de André Luis, de alguma forma, quis nos alertar sobre um tempo de transformação pelo qual nossa nação teria que passar para alcançar uma nova consciência política.
Ao que tudo indica, estamos vivendo este tempo.
A mensagem começa relatando que “no Brasil, um líder terá morte violenta, pois as forças espirituais que vivem no Cosmos pedem ao Supremo Criador justiça por tudo que foi feito de bárbaro em nome do Supremo Criador e da Pátria.” Pesquisadores atribuem este fato ao suicídio de Getúlio Vargas, em 1954 (lembrando que a mensagem foi psicografada dois anos antes da morte de Vargas).
“Com o desaparecimento deste, continua a mensagem, o Brasil vai passar por momentos difíceis. Diversos movimentos armados vão abalar a estrutura nacional. No meio a isto virá um homem da terra do Mártir Tiradentes e, apesar das pressões, muito fará pelo Brasil, inclusive que será o criador de uma cidade Jardim, tal qual o Éden, diferente de todas as cidades. (JUSCELINO?) Mas será substituído por outro que muita confusão irá criar e, na sua saída injustificada, (JANIO?) vai deixar a nação abalada; e deste abalo vai começar o período crítico, até que o homem de patriotismo, vindo também da terra de Tiradentes, irá cercar-se de outros e vão derrubar a viga mestra da confusão. (TANCREDO?) E então muita coisa nova vai acontecer…” 
A partir daí, André Luís narra um período de injustiças e erros onde homens, mulheres e crianças sofrerão. Saliente-se que será (ou está sendo) um momento da História mundial onde haverá fome e desespero, além de catástrofes naturais como enchentes e secas severas. E basta lembrar-se do drama dos refugiados na Europa ou da seca em São Paulo para compreender ao que André se referia.
Por fim, a psicografia diz que “vai aparecer um homem franco, sincero e leal que, montado em seu cavalo branco e com sua poderosa espada, dará uma nova dimensão e personalidade nos destinos do Brasil, corrigindo injustiças e fazendo voltar a confiança e esperança no futuro do Brasil.” (Sérgio Moro?)
“Será combatido e criticado por seu temperamento e atitudes, mas ele contará com a proteção das Forças Supremas que habitam o Cosmos, e o Brasil será verdadeiramente o coração do mundo e, apesar de crises e ameaças, internas e externas, que irão aparecer, ele será sempre o fiel da balança pela sua fé e a esperança no destino do Brasil a ele confiado.”
Ninguém precisa acreditar em mediunidade ou profecias, ainda que as psicografias de Chico Xavier já tenham sido aceitas até como prova inconteste em processos judiciais.
Enfim, o livre arbítrio de cada um entenda como melhor convier e o bom de tudo é saber que nada acontece em vão, que estamos caminhando para dias melhores.
Annavi Martins
Fonte: Via Agência
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𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...