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sábado, 8 de outubro de 2016

“AMOR E CARMA DE VIDAS PASSADAS"

Muitas criaturas se ligam a outras por impositivos da Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o credor se uma ao devedor de si mesmo. Nas dificuldades de relacionamento, costuma-se evocar esse princípio como justificativa para as desavenças domésticas, porém, deve-se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e que não estão relacionadas com o modo de ser do outro.
O casamento é portal de crescimento, qualquer que seja o passado dos cônjuges. Ligar-se a alguém é sempre opção de cada um, sem que signifique necessariamente anterior ligação cármica.
Quando o amor está presente numa relação, ele é capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o indivíduo não projete no outro suas próprias imperfeições.
O amor transcende a matéria da carne renascendo a cada nova etapa da Vida do espírito. Os vínculos afetivos entre as criaturas se fortalecem a cada encarnação, objetivando o amor puro e sincero.
Os vínculos que firmamos numa encarnação não quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores. O verdadeiro amor não se acaba nem diminui com a convivência do ser amado com outrem. Casar com alguém não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações futuras. Os vínculos se fortalecem pelo amor, porém, podemos estar ligados a alguém se o agredimos numa existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente de nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo.
Entregar-se ao comando do amor é libertar-se dos atavismos que nos prendem ao sofrimento. Quem se deixa viver pelo amor alcança a plenitude libertando-se de carmas passados, entendendo o sofrimento como processo educativo salutar.
Transformar seu carma negativo em positivo é colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior. Só o amor pode mobilizar e alterar o destino no sentido do crescimento espiritual.
O amor nunca se acaba. Por mais inconsequentes sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece, desculpando e amparando o ser amado que momentaneamente desequilibrou-se.
Quando o amor já vem ferido de outras vidas, costuma reaparecer nas uniões provacionais. Se você se encontra nessa situação, verifique o que ainda não aprendeu com a nova união. É importante fazê-lo antes que seja tarde, para sua felicidade.
As uniões ditas cármicas podem se tornar uniões felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e a tornar o outro feliz. Repense sua união a fim de não ter que retornar nas mesmas circunstâncias.
Se você não mais deseja reencarnar na companhia de determinada pessoa, não a agrida. Termine a relação sem gerar carma negativo. Aprenda a conviver, como amigos.
Perceba que o amor de Deus coloca a serviço do ser humano Sua misericórdia, para diminuir os efeitos das atitudes negativas do passado, permitindo-lhe sua recuperação.
Não espere tempo algum para ajudar alguém com seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja sofrimento para o progresso espiritual dele. Se possível, diminua aquele sofrimento. 
Aprende você e aprende o outro.
Ninguém é dono da vida de ninguém. A desencarnação promove a alforria necessária para muitos indivíduos que se sentem presos na vida a alguém. Liberte-se libertando o outro da
Posse excessiva.
Não se obrigue a vincular-se a alguém por pena ou piedade.
Verifique suas necessidades evolutivas e o bem que você poderá fazer ao outro lhe permitindo sentir-se em igualdade de condições com seus semelhantes. Se a vida o colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados, faça-o com consciência de seu papel e de sua responsabilidade.
O carma do filho deficiente coloca frente a frente antigos amores e, às vezes, antigos desafetos. A mãe que se dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca acima de tudo o amor pelo seu filho que é diferente dos outros.
Não guarde mágoa em seu coração. Não o manche com a tinta negra do ódio. O verdadeiro amor não se magoa, pois compreende a atitude do outro, própria de seu nível de evolução.
Jesus reencarnou sem carma para nos ensinar, através de sua mensagem, como aprender com nossos equívocos do passado.

Fonte: capítulo 10 do Livro "Amor Sempre"  de Adenáuer Novaes
Todos os artigos publicados são com autorização do autor

Adenáuer Novaes (Salvador–BA) É conferencista, diretor da instituição filantrópica Fundação Lar Harmonia, do Centro Espírita Harmonia e do Centro Espírita Casa de Redenção Joanna de Ângelis, em Salvador.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

"VISÃO ESPÍRITA SOBRE O HOMOSSEXUALISMO. POR DIVALDO FRANCO."


“OS ESPÍRITOS NÃO TEM SEXO”

Isso mesmo! Os Espíritos não têm “sexo”. Os sexos só existem no organismo para a reprodução dos corpos físicos. Mas os Espíritos não se reproduzem no além, razão pela qual órgãos sexuais são inúteis no “ultratumba”. Eis aí um tema um tanto quanto instigante. Todavia, após leitura atenta e uma boa compreensão do texto abaixo, será possível a assimilação de juízos e aprendizado.
Aos 2 anos de idade, Tyler, que nasceu menina, disse com todas as palavras para seus pais: “eu sou menino”. Entretanto seus pais insistiram com ele que não. Mostraram fotos do órgão sexual e argumentaram que ela havia nascido com corpo de menina. Tyler respondia: “quando vocês me mudaram?”. Dois anos depois, um psicólogo confirmou a condição: Tyler sofria mesmo de Transtorno de Identidade de Gênero, e recomendou que os pais começassem a tratar a criança como um menino. A “filha”, então, passou a ser carinhosamente tratada como menino.
Há 8 anos o ator Brad Pitt revelou para a entrevistadora Oprah Winfrey que Shiloh, a primeira de seus três filhos biológicos com Angelina Jolie, só queria ser chamada de John. Em 2014, Shiloh, com 10 anos, apresentou-se de terno e gravata à cerimônia de estreia de um filme dirigido por Angelina Jolie. Será que os atores estão certos em apoiar o comportamento da filha? Deveriam desestimulá-lo? O que eles fazem ou deixam de fazer afetará o futuro de Shiloh?
Há escassíssima informação científica para orientar pais em situação como a do casal Pitt e Jolie. Do ponto de vista da psicóloga Kristina Olson, da Universidade de Washington, as 32 crianças transgêneros (entre 5 e 12 anos), que foram submetidas ao Teste de Associação Implícita para medir a velocidade com que associavam aspectos de gênero masculino e feminino à própria identidade, mostraram uma identificação tão automática com o gênero que escolheram quanto as crianças cisgênero. Embora sejam necessários mais estudos, Kristina afirma que as crianças trans não são confusas, rebeldes nem estão simplesmente fingindo ser o que não são. A identidade que cultivam está bastante arraigada nelas. [1]
A transexualidade é um assunto muito polêmico, e menos discutido do que deveria. Talvez por isso não se compreenda exatamente do que se trata, e essa condição seja motivo de tantos casos de preconceito. Consagradamente transexual é a pessoa que nasceu com um determinado sexo, mas não se identifica com ele. E esse transtorno mental e de comportamento leva tal indivíduo a procurar tratamentos hormonais e até fazer cirurgias para mudar o corpo.
Uma pessoa pode ser cisgênero ou transgênero. O cisgênero se identifica com o gênero correspondente ao sexo biológico, ou seja, se possui órgão sexual feminino é uma menina, se possui órgão sexual masculino é um menino. É o que todo mundo considera regra. Já o transgênero é a pessoa que contesta essa regra, que não tem seu gênero definido pelo sexo biológico. Uma pessoa transexual se identifica com o gênero oposto ao sexo com que nasceu. O transexual é transgênero, mas nem todo transgênero é transexual.
Um estudo recente realizado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, publicado pela revista Psychological Science, concluiu que as crianças transgênero começam a reivindicar um gênero diferente, ao mesmo tempo que as crianças cisgênero se identificam com o gênero correspondente ao sexo biológico, por volta dos 2 anos. É como se a criança olhasse no espelho e não se reconhecesse. É uma expectativa constante de que ela vá acordar no corpo certo.
A partir de 2013, a justiça alemã garantiu aos pais de recém-nascidos transgêneros três opções para registrar seus filhos: “masculino”, “feminino” e “indefinido”. [2] Quando existe uma criança transgênero na família, talvez seja importante a procura por apoio moral e psicológico para lidar com esse momento desafiador e estabelecer um canal aberto de comunicação entre os familiares. Por isso, a ajuda de profissionais como pedagogos e psicólogos é oportuna. Mas, na hora de procurar auxílio, é muito importante que tais especialistas entendam sobre identidades transexuais, para que o caso não seja tratado como uma doença, o que de fato não é. O profissional também ajudará a criança a lidar com os preconceitos que ela enfrentará no transcurso da vida.
A sociedade dará sinais de avanço quando compreender que o ser humano não se reduz à morfologia de “macho” ou “fêmea”. O Espírito Emmanuel adverte que “encontramo-nos diante do fenômeno “transexualidade”, perfeitamente compreensível à luz da reencarnação. Inobstante as características morfológicas, o Espírito reencarnado, em trânsito no corpo físico, é essencialmente superior ao simples gênero masculino ou feminino. Aprenderemos, gradualmente, a compreender que os conceitos de normalidade e de anormalidade deixam a desejar quando se trate simplesmente de sinais morfológicos, para se erguerem como agentes mais elevados de definição da dignidade humana, de vez que a individualidade em si exalta a vida comunitária pelo próprio comportamento na sustentação do bem de todos ou a deprime pelo mal que causa com a parte que assume no jogo da delinquência”. [3]
Para os Mensageiros do além, “as características sexuais dos Espíritos fogem do entendimento humano, até porque são os mesmos os Espíritos que animam os corpos de homens e mulheres. Para o Espírito, (re)encarnar no corpo masculino ou feminino [ou sexualmente ‘indefinido’] pouco lhe importa. O que o guia na escolha são as provas por que haja de passa”. [4] Os Espíritos encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. “Visto que lhes cumpre progredir em tudo, cada sexo [experiência masculina ou feminina], como cada posição social, lhes proporciona provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência. Aquele que só como homem [ou mulher] encarnasse só saberia o que sabem os homens e ou as mulheres.” [5]
É urgente amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna “os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um”. [6]
JORGE HESSEN
Referências bibliográficas:
[1] Disponível no site http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/criancas-trans-nao-estao-fingindo-elas-existem acesso em 29/02/2016.
[2] Disponível em http://goo.gl/oKdtQ8, acesso em 03/09/2013.
[3] Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997, Cap. Homossexualidade.
[4] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Parte 2ª – Capítulo IV – DA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS – Sexo nos Espíritos, questões 200, 201 e 202.

[5] Idem.

“POR QUE NOS ESQUECEMOS DAS NOSSAS VIDAS PASSADAS”


O Livro dos Espíritos (LE) possui um capítulo intitulado “Retorno à Vida Corporal”. Neste capítulo são respondidas várias perguntas; inclusive uma pergunta básica: se reencarnamos, por que não nos lembramos das outras encarnações? A resposta é que “o esquecimento do passado” é um grande benefício para facilitar a evolução dos espíritos encarnados no planeta Terra.
O esquecimento do passado é uma proteção para o ser humano que encarna. “A encarnação é uma nova oportunidade de desenvolver habilidades, desenvolver recursos e fazer boas escolhas. A encarnação com menos influência do passado é uma nova oportunidade facilitada. As decisões e as experiências nesta nova encarnação servirão de contraponto às experiências de outras encarnações”, diz o livro Nascer Várias Vezes. Ou seja, ao reencarnar, somente algumas informações do passado influenciam a nova encarnação; isto evita que a mente seja inundada por influências do passado.
Nos sentiríamos humilhados, se nossos próximos soubessem de todos os erros que cometemos na presente encarnação; muitas vezes, nos sentimos humilhados ao ter de admiti-los até a nós mesmos. Convém então perguntar o que sentiríamos se adicionássemos as falhas do passado às falhas atuais? Naturalmente, nos sentiríamos bem mais desanimados, sabendo de todas as vezes que reincidimos nos mesmos erros.
Deus sabe o que faz. Se o esquecimento do passado é obrigatório, há razões para isso, até mesmo além das que conhecemos.
Não nos lembramos das vidas passadas e nisso está a sabedoria de Deus.
Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente.
Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são os nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos, que presentemente se encontram junto de nós para a reconciliação. Por isso, existe a reencarnação.
Do total de memórias do espírito, somente algumas fazem parte e influenciam a encarnação atual. As outras memórias do espírito ficam dissociadas; não influenciam a vida encarnada. De um modo bem simplificado podemos dizer: ao invés de encarnar com “milhares” de problemas para resolver, o espírito encarna com a missão de vida de resolver alguns problemas.
O capítulo citado do Livro dos Espíritos (LE) diz: “o homem não pode nem deve saber de tudo” (pergunta 392). Um espírito com milhares e milhares de anos possui uma história tão rica e diversa que seria exagero querer saber tudo sobre ela. Além de exagero, desperdício de tempo e perda de foco da sua real missão de vida. Por isto, existe a dissociação da memória que mantém a imensa maioria das memórias do espírito sem ascendência sobre esta encarnação.
Existem, por outro lado, uma minoria de memórias que ajudam a formar o novo corpo/mente desde a concepção. A vida que temos hoje é uma continuidade da vida espiritual e das encarnações passadas. Para que exista esta continuidade é necessário que muitos conteúdos de encarnações passadas (“vidas passadas”) façam parte desta vida atual. Ou seja, somos formados primeiramente por experiências e memórias de encarnações passadas e do plano espiritual que se armazenam em nossa mente a partir da vida intrauterina.
Qual a função da encarnação? Propiciar a evolução (desenvolvimento moral e intelectual do ser). Cada um nasce com suas missões de vida, ou seja, com metas evolutivas prioritárias. As memórias de vidas passadas que continuam a atuar na vida atual estão, principalmente, relacionadas a estas missões de vida.
Os conteúdos do espírito são filtrados quando da encarnação, isto permite o foco nos objetivos traçados como a missão de vida. Nascemos com objetivos evolutivos bem determinados, e nascemos com boas condições para atingi-los. Este filtro favorece a realização da missão de vida”, diz o livro Nascer Várias Vezes.
Existem três tipos de memórias do espírito: aquela que ficou dissociada e a que está ativa na vida encarnada (a terceira será abordada mais a frente no texto). A memória ativa está relacionada com os desafios evolutivos que o espírito tem que enfrentar.
Acontece que a memória que está ativa também está “esquecida”, porque ela está no inconsciente. Somente podemos percebê-las pelos resultados de sua influência. Algumas vezes elas aparecem como medos irracionais, como interesses por algo, ou como um traço da personalidade, ou outra particularidade qualquer. Enquanto o sintoma ou característica da personalidade está presente na consciência, a origem (história) permanece no inconsciente influenciando a mente total. Este não é um esquecimento verdadeiro. É mais uma ignorância. Ignoramos parte da nossa verdade interior. Ignoramos parte do motivo de sermos como somos. A verdade é esta: o ser humano ignora o que está no seu inconsciente e que ajudou a formá-lo como ele é. A terapia de vidas passadas (TVP) lida com estas memórias que ignoramos. São memórias ativas, presentes e que nos fazem sofrer (ou nos favorecem com suas qualidades e experiências). A maioria destas memórias inconscientes é de encarnações passadas e do plano espiritual – e fazem parte desta encarnação.
Podemos dizer que a TVP é uma forma a mais de ajuda para que todos possam evoluir e superar os desafios da vida. É uma forma de caridade, de compaixão e de facilitar o cumprimento das missões de vida.
Existem quatro tipos de memórias no ser humano: as que são conscientes, as que ignoramos (que estão no inconsciente), as que são próprias do espírito (que estão dissociadas da mente encarnada) e as memórias transpessoais.
No livro “A Gênese”, Kardec escreve que existem ideias intuitivas e inatas ao ser. Estas ideias inatas foram desenvolvidas antes do nascimento, em parte são originadas de “memórias” que vão além da história do espírito. Por exemplo, há uma capacidade inata de o espírito escolher “o bem ao invés do mal”. Esta capacidade não foi desenvolvida pelo espírito, e sim “dada” por Deus como um recurso a ser utilizado para facilitar a evolução. C.G.Jung deu o nome de arquétipo a um tipo de “memória” inata que todos os humanos possuem e que serve de referência para a mente desenvolver.
A importância da memória transpessoal para a evolução do espírito advém do fato de que é um dos recursos mais poderosos que existem à disposição de cada um para aprender, amadurecer e progredir. A existência desta memória é um dado lógico. Deus, ao criar espíritos destinados a evoluir, lhes deu condição (desde a primeira encarnação) de fazer boas escolhas. Estas condições presentes desde o início são memórias presentes no espírito e, portanto, em cada ser humano.
“Conheça a verdade, e esta vos libertará”, diz o ditado. O ser humano, espírito encarnado, pode evoluir mais facilmente quando busca a origem dos seus problemas em memórias que ele ignora e que estão guardadas no seu inconsciente. Ele supera sofrimentos e, acima de tudo, pode contribuir mais efetivamente para o progresso da sociedade e dos seus familiares.
 Por Regis Mesquita.

*Regis Mesquita é psicólogo e Terapeuta de Vidas Passadas em Campinas, SP, autor e escritor do livro “Nascer Várias Vezes”.

DIVALDO FRANCO FALA DE COMO SE LIBERTAR DOS ESPÍRITOS INFERIORES."


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O CORPO PODE CONTINUAR VIVO MESMO APÓS O DESLIGAMENTO DO ESPÍRITO?

A separação entre a alma e o corpo pode se dar antes que o corpo paralise suas funções orgânicas, porém, isso é muito raro. Depende muito da situação psíquica do Espírito. O mais das vezes, a chama espiritual permanece ligada ao fardo físico por horas, dias ou meses e até anos, chumbada aos restos mortais por provas ou por incapacidade de se libertar do próprio apego à vida física. Isto tem uma variação muito grande. Pode-se dizer que é zero ao infinito.
Não existe uma desencarnação igual a outra. Os processos de desligamento dos laços têm variadas modalidades. Temos a dizer que, na arte de Deus, não existe violência. Os meios de ligar-se à vida corporal e desligar-se dela são regidos por leis que correspondem às necessidades da alma.
Sempre falamos da necessidade dos homens se prepararem, no tocante à vida na Terra, porque a verdadeira moradia é a espiritual. Quantos sofrem duras provas ligados aos restos do corpo por muito tempo, por lhes faltar compreensão das leis divinas!? Sofrem por ignorância. Não é por faltarem escolas; existem muitas que levam as almas a despertar, educando a si mesmas. A vida é, pois, uma escola onde todos devemos aprender como viver.
Os Espíritos elevados descem de altas esferas, por misericórdia de Deus, no sentido de ensinarem aos homens e Espíritos ainda humanizados nos seus instintos, a se libertarem da inferioridade. Eles sabem esperar a maturidade de cada um, entrementes, a melhor escola ainda é a dor. No estágio em que se encontra a humanidade, sofrer é salutar remédio para desprender-se.
Assim, como pode a alma desatar seus laços antes que cesse a vida orgânica, por evolução, pode a vida orgânica cessar e o Espírito ficar ainda por muito tempo preso aos restos carnais, de onde escapou toda a força vital dos órgãos. Assim como os pais têm o dever de preparar seus filhos para a vida na Terra, dando-lhes receitas que lhes possam assegurar uma existência melhor, o dever é o mesmo, ou maior, de prepará-los ante a vida espiritual, diminuindo, portanto, seus sofrimentos para o futuro, conscientizando-os da realidade da vida do Espírito.
O Espírito encarnado está preso às grades da carne, sujeito a inúmeros problemas, que antes eram chamados de castigo, e hoje, em certos meios, provações ou missões, porém, é um aprendizado, onde gradativamente vão se despertando os valores da alma. Essa poderá, com o tempo, ascender para regiões superiores, quando compreender as leis de Deus e passar a vivê-las. A vida física é breve e cheia de obstáculos, por ser o calvário de quem sustenta o corpo, e é nessa engrenagem que aprendemos a escolher os nossos próprios caminhos e a corrigir as nossas deficiências.
É bom que saibamos que não há somente os laços espirituais que prendem a alma ao corpo; há – e sim – os laços psicológicos, que por vezes são mais difíceis de serem rompidos. A educação neste sentido é de grande valor. É por isso que o Espírito renasce como membro de muitas famílias, participando de diversas nações, para que surja o desprendimento e se liberte.

Filosofia Espírita - Comentário de Miramez sobre a questão 0156 do Livro dos Espíritos.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

“CELIBATO E CASTIDADE.”

É possível seguir Jesus, evidentemente nos limites que o nosso estágio evolutivo atual permite, não sendo celibatário? 
Perfeitamente, por que não? Kardec, por exemplo, era casado. E muito bem-casado com Amélie Boudet, o que não o impediu, mas, muito pelo contrário, o sustentou na luta pela codificação e divulgação da Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo na sua pureza doutrinária. Portanto, ele seguiu Jesus sem ser celibatário.
Mudemos o enfoque. É possível seguir Jesus não sendo casto, considerando, da mesma forma, os limites que nossa evolução atual nos enseja? Não. Não é possível. E não é possível porque castidade, ao contrário do que muitos pensam, não se refere simplesmente à ausência de relacionamento sexual, mas sim de uma pureza interior que vai muito além da abstinência de sexo. Por essa pureza interior passa o bom emprego do sexo, onde um não transforma o outro no objeto de satisfação de seus instintos, mas onde uma pessoa se completa e completa a outra dentro de um clima de bem-querer onde só é possível ser feliz mergulhado na felicidade que emana do outro, e cujo autor somos cada um de nós.
Jesus, muito além de celibatário, era casto. Sua pureza moral não pode ser seguida com uma simples ausência da atividade sexual que muitas vezes leva o indivíduo ao desequilíbrio emocional, a exemplo de uma gigantesca represa que, quanto mais é contida, mais corre o risco de se romper na pedofilia, no estupro e tantos outros crimes que o sexo reprimido e desequilibrado enseja.
Chico Xavier e Divaldo Franco, para tomarmos exemplos dentro da Doutrina Espírita, optaram pelo celibato, face aos inúmeros compromissos que trouxeram junto à família espiritual de nosso planeta. Só que não ficaram apenas no celibato. Viveu o primeiro e vive o segundo também a castidade que a evolução alcançada pelos dois permite.
Albert Schweitzer era casado e casto. E exatamente por ser casto foi capaz de se entregar a tratar de leprosos no continente africano; a não pisar sobre uma simples flor silvestre por respeitar-lhe a existência e o direito à vida; a amar profundamente aos animais por entendê-los como criaturas de Deus e com o direito a viver, enquanto presenciamos motoristas insensíveis direcionando o veículo que dirigem, de forma irresponsável, para cima de uma pomba que busca o seu alimento numa via pública ou em direção a um cachorro abandonado de rua pelo simples prazer de tirar uma vida! Dia desses presenciei um motorista em alta velocidade na área urbana gritando com um cachorro que quase foi atropelado impiedosamente ao atravessar de um lado para o outro daquela via, como se o animal tivesse consciência de que atravessava uma rua. Poderia muito bem ter feito o mesmo com uma criança ou com um idoso com dificuldades de locomoção. Esse último não tem a castidade para seguir Jesus, por enquanto.
Martin Luther King Jr. era casado e casto para seguir Jesus a ponto de entregar a sua própria vida defendendo os direitos de nossos irmãos de cor de pele diferente da branca, como se esse tecido superficial que reveste nosso corpo não estivesse destinado à morte como todos os outros, mais dia, menos dia! Ele teve a castidade suficiente para seguir Jesus.
É impossível falar sobre celibato ou castidade sem que o tema sexo nos venha à mente. O que será que a Doutrina Espírita pode nos orientar a respeito? Vejamos as lições de Emmanuel contida no livro O Consolador, questão 184:Não devemos esquecer que o amor sexual deve ser entendido como o impulso da vida que conduz o homem às grandes realizações do amor divino, através da progressividade de sua espiritualização no devotamento e nos sacrifícios. 
Haveis de observar que Deus não extermina as paixões dos homens, mas fá-las evoluir, convertendo-as pela dor em sagrados patrimônios da alma, competindo às criaturas dominar o coração, guiar os impulsos, orientar as tendências, na evolução sublime dos seus sentimentos.
Examinando-se, ainda, o elevado coeficiente de viciação do amor sexual, que os homens criaram para os seus destinos, somos obrigados a ponderar que, se muitos contraem débitos penosos, entre os excessos da fortuna, da inteligência e do poder, outros o fazem pelo sexo, abusando de um dos mais sagrados pontos de referência de sua vida.
Depreende-se, pois, que, ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo.
Quando tivermos conseguido essa compreensão sagrada, o celibato será uma condição absolutamente dispensável em todo aquele que decidir seguir Jesus, pois que terá se iniciado no estado da castidade indispensável para segui- lo.

RICARDO ORESTES FORNI

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

“A VIDA CONTINUA…”

Somos eternos! A morte é só uma mudança de estado. Depois dela, passamos a viver em outra dimensão. Porém, continuamos a ser os mesmos, com as mesmas ideias, afetos e sentimentos.
Aquela mãe controladora que sempre dizia o que você deveria fazer, aquele marido ciumento e mandão, aquele parente que não apreciava você – todos eles estão lá, na outra dimensão, iguaizinhos como eles eram no mundo terreno. Se as leis que regem os diferentes planos de vida não fossem tão rigorosas, talvez eles continuassem a perturbar sua vida, mesmo depois de mortos.
E embora alguns acreditem nisso, não é tão fácil assim. Os mundos são separados por diferentes ondas de frequência, o suficiente para garantir o bem-estar de todos.
Também aqueles que você ama, os artistas que você admirava, o amigo que você não esquece – todos continuam mais vivos do que nunca, fazendo parte de uma sociedade organizada, onde podem desempenhar várias atividades: trabalhar, aprender, experimentar. Outros mundos existem neste universo infinito. Já pensou como a vida é extraordinária?
A vida precisa ser renovada. A morte é a mudança que estabelece a renovação. Quando alguém parte, muitas coisas se modificam na estrutura dos que ficam.
E, sendo uma lei natural, ela é sempre um bem, muito embora não queiram aceitar isso. Nada é mais inútil e machuca mais do que a revolta.
Lembre-se de que nós não temos nenhum poder sobre a vida ou a morte. Ela é irremediável.
O inconformismo, a lamentação, a tristeza e a dor podem alcançar a alma de quem partiu e dificultar-lhe a adaptação na nova vida.
Ele também sente a sensação de perda, a necessidade de seguir adiante, mas não consegue devido aos pensamentos de tristeza e dor dos que ficaram.
Se ele não consegue vencer esse momento difícil, volta ao lar que deixou e fica ali, misturando as lágrimas, sem força para seguir adiante, numa simbiose que aumenta a infelicidade de todos.
Pense nisso. Por mais que esteja sofrendo a separação, se alguém que você ama já partiu, liberte-o agora. Recolha-se a um local tranquilo, visualize essa pessoa em sua frente, abrace-a, diga-lhe tudo que seu coração sente. Fale do quanto a ama e do bem que lhe deseja.
Despeça-se dela com alegria, e quando recordá-la, veja-a feliz, refeita.
A morte não é o fim. A separação é temporária. Deixe-a seguir adiante e permita-se viver em paz.


Zíbia Gasparetto

domingo, 2 de outubro de 2016

“A IMPORTÂNCIA DE PERDOAR A SI PRÓPRIO: ”AUTO PERDÃO”

Toda vez em que a culpa não emerge de maneira consciente, são liberados conflitos que a mascaram, levando a inquietações e sofrimentos sem aparente causa.
Todas as criaturas cometem erros de maior ou menor gravidade, alguns dos quais são arquivados no inconsciente, antes mesmo de passarem por uma análise de profundidade em tomo dos males produzidos, seja de referência à própria pessoa ou a outrem.
Cedo ou tarde, ressumam de maneira inquietadora, produzindo mal-estar, inquietação, insatisfação pessoal, em caminho de transtorno de conduta.
A culpa é sempre responsável por vários processos neuróticos, que deve ser enfrentada com serenidade e altivez.
Ninguém se pode considerar irretocável enquanto no processo da evolução.
Mesmo aquele que segue retamente o caminho do bem está sujeito a alternância de conduta, tendo em vista os desafios que se apresentam e o estado emocional do momento.
Há períodos em que o bem-estar a tudo enfrenta com alegria e naturalidade, enquanto que, noutras ocasiões, os mesmos incidentes produzem distúrbios e reações imprevisíveis.
Todos podem errar, e isso acontece amiúde, tendo o dever de perdoar-se, não permanecendo no equívoco, ao tempo em que se esforcem para reparar o mal que fizeram.
Muitos males são ao próprio indivíduo feitos, produzindo remorso, vergonha, ressentimento, sem que haja coragem para revivê-los e liberar-se dos seus efeitos danosos.
Uma reflexão em tomo da humanidade de que cada qual é possuidor, permitir-lhe-á entender que existem razões que o levam a reagir, quando deveria agir, a revidar, quando seria melhor desculpar, a fazer o mal, quando lhe cumpriria fazer o bem...
A terapia moral pelo auto perdão impõe-se como indispensável para a recuperação do equilíbrio emocional e o respeito por si mesmo.
Torna-se essencial, portanto, uma reavaliação da ocorrência, num exame sincero e honesto em torno do acontecimento, diluindo-o racionalmente e predispondo-se a dar-se uma nova oportunidade, de forma que supere a culpa e mantenha-se em estado de paz interior.
O auto perdão é essencial para uma existência emocional tranquila.
Todos têm o dever de perdoar-se, buscando não reincidir no mesmo compromisso negativo, desamarrando-se dos cipós constringentes do remorso.
Seja qual for a gravidade do ato infeliz, é possível repará-lo quando se está disposto a fazê-lo, recobrando o bom humor e a alegria de viver.
Em face do auto perdão, da necessidade de paz interior inadiável, surge o desafio do perdão ao próximo, àquele que se tem transformado em algoz, em adversário contínuo da paz.
Uma postura psicológica ajuda de maneira eficaz e rápida o processo do perdão, que consiste na análise do ato, tendo em vista que o outro, o perseguidor, está enfermo, que ele é infeliz, que a sua peçonha caracteriza lhe o estado de inferioridade. 
Mediante este enfoque surge um sentimento de compaixão que se desenvolve, diminuindo a reação emocional da revolta ou do ódio, ou da necessidade de revide, descendo ao mesmo nível em que ele se encontra.
O célebre cientista norte-americano Booker T. Washington, que sofreu perseguições inomináveis pelo fato de ser negro, e que muito ofereceu à cultura e à agricultura do seu país, asseverou com nobreza: Não permita que alguém o rebaixe tanto a ponto de você vir a odiá-lo.
Desejava dizer que ninguém deve aceitar a ojeriza de outrem, o seu ódio e o seu desdém a ponto de sintonizar na mesma faixa de inferioridade.
Permanecer acima da ofensa, não deixar-se atingir pela agressão moral, constituem o antídoto para o ódio de fácil irrupção.
Sem dúvida, existem os invejosos, que se comprazem em denegrir aquele a quem consideram rival, por não poderem ultrapassá-lo; também enxameiam os odientos, que não se permitem acompanhar a ascensão do próximo, optando por criar-lhes todos os embaraços possíveis; são numerosos os poltrões que detestam os lidadores, porque pensam que os colocam em postura inferior e se movimentam para dificultar-lhes a marcha ascensional; são incontáveis aqueles que perderam o respeito por si mesmos e auto realizam-se agredindo os lidadores do dever e da ordem, a fim de nivelá-los em sua faixa moral inferior...
Deixa que a compaixão tome os teus sentimentos e envolve-os na lã da misericórdia, quanto gostarias que assim fizessem contigo, caso ainda te detivesses na situação em que eles estagiam. Perceberás que um sentimento de compreensão, embora não de conivência com o seu erro, tomará conta de ti, impulsionando-te a seguir adiante, sem que te perturbes.
Sob o acicate desses infelizes, aos quais tens o dever de compreender e de perdoar, porque não sabem o que fazem, ignorando que a si mesmos se prejudicam, seguirás confiante e invencível no rumo da montanha do progresso.
Ninguém escapa, na Terra, aos processos de sofrimento infligido por outrem, em face do estágio espiritual que se vive no planeta e da população que o habita ainda ser constituída por Espíritos em fases iniciais de crescimento intelecto-moral.
Não te detenhas, porque não encontres compreensão, nem porque os teus passos tenham que enfrentar armadilhas e abismos que saberás vencer, caso não te permitas compartilhar das mesmas atitudes dos maus.
Chegarás ao termo da jornada vitoriosamente, e isso é o que importa.
O eminente sábio da Grécia, Sólon, costumava dizer que nada pior do que o castigo do tempo, referindo-se às ocorrências inesperadas e inevitáveis da sucessão dos dias. Nunca se sabe o que irá acontecer logo mais e como se agirá.
Dessa forma, faze sempre todo o bem, ajuda-te com a compaixão e o amor, alçando-te a paisagens mais nobres do que aquelas por onde deambulas por enquanto.
Perdoa-te, portanto, perdoando, também, ao teu próximo, seja qual for o crime que haja cometido contra ti.
O problema será sempre de quem erra, jamais da vítima, que se depura e se enobrece. 
Pilatos e Jesus defrontaram-se em níveis morais diferentes. A astúcia e a soberba num, a sua glória mentirosa e a sua fatuidade desmedida. A humildade real, a grandeza moral e a sabedoria profunda no outro, que era superior ao biltre representante do poder terreno de César. Covarde e pusilânime, Pilatos não lhe viu culpa, mas não o liberou, porque estava embriagado de ilusão sensorial, lavando as mãos, em tomo da Sua vida, porém, não se liberando da responsabilidade na consciência. Estoico e consciente Jesus aceitou a imposição arbitrária e infame, deixando-se erguer numa cruz de madeira tosca, a fim de perdoar a todos e amá-los uma vez mais, convidando-os à felicidade.
Perdoa, pois, e auto perdoa-te
Joanna de Ângelis 
Página psico- grafada pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão da noite de 4 de janeiro de 2005, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.



sábado, 1 de outubro de 2016

“PORQUE ANDRÉ LUIZ FICOU OITO ANOS NO UMBRAL?”

Em Nosso Lar é narrada a passagem de André Luiz pelo umbral. Ele ficou oito anos no umbral e foi chamado, por outros espíritos, de suicida.
Depreende-se do livro que ele era considerado suicida inconsciente, pois, mesmo sem o propósito de tirar a própria vida, teve a vida encurtada pela falta de cuidado com a saúde. O livro deixa perceber que ele era dado aos prazeres.
A partir disso, alguns acham que ele bebia muito, ou que fumava e bebia, ou que bebia e comia muito, ou que, além dessas coisas, era chegado ao meretrício. Talvez de tudo um pouco, pois tudo isso era plenamente aceitável para os padrões sociais da época.
Seja como for, ao longo da série é possível perceber que André Luiz era mais do que um simples homem do seu tempo, e se não demonstrou isso quando encarnado, sua vida deve ter sido frustrante.
Fica claro, pra mim, que André Luiz ficou oito anos no umbral principalmente pelo vazio em que transformou a sua passagem pela matéria, desperdiçando as oportunidades recebidas. Nascido num lar de classe média, tendo recebido boa educação e bons estudos, fez da sua vida uma vidinha comum, sem emoções ou sobressaltos, sem nada de realmente construtivo e útil.
A julgar pela sua inteligência e boa vontade demonstrados nas suas narrações, teria muito o que oferecer aos que conviveram com ele.
É isso o que a maioria de nós faz. Quase todos recebemos boas oportunidades. Mesmo as dificuldades enfrentadas são às vezes grandes vantagens, por nos proporcionar ver as coisas por ângulos diferentes, por forjar o nosso caráter e por nos proteger de facilidades que nos enfraqueceriam o aspecto moral.
E o que fazemos das oportunidades recebidas? O que oferecemos de nós mesmos aos outros? Mal cuidamos da família, às vezes nem da família, ou nem de nós mesmos… E temos as velhas desculpas da incompreensão, ou da pobreza, ou da falta de apoio, ou da falta de condições ideais.
Não é pra isso que reencarnamos. Não é pra nos arrastarmos cheios de queixumes e revoltas que recebemos a dádiva preciosa da reencarnação. Não é pra passar contando os dias para que o domingo chegue pra desmaiar em frente à televisão que nós ganhamos a oportunidade de um novo corpo físico.
Temos muito o que fazer, temos muito a oferecer, a contribuir, a dar de nós mesmos. E a aprender, e a ensinar, e a amar e perdoar. E compreender, e crescer e ajudar a crescer. É possível. Tudo isso é possível. E não é tão difícil quanto possa parecer a quem nunca tentou. Nascemos bebês, moles e frágeis, e um dia temos que tentar nos equilibrar sobre as pernas, e dar um passinho à frente do outro. É um grande desafio, que nós só conseguimos porque tentamos.
Não sei o que André Luiz fez ou deixou de fazer com o seu corpo. Eu acho, particularmente, que devemos ter o máximo cuidado com o corpo, que é o nosso veículo de manifestação na matéria. Mas tenho certeza de que se ele tivesse tido uma vida mais plena e construtiva e útil, sua passagem pelo umbral teria sido bem mais curta.


Fonte: Espírito Imortal 

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

Os ajustes dos relacionamentos problemáticos de outras existências. Pelas reencarnações os espíritos têm a oportunidade de reestabelecer os ...