Ocupação dos
Espíritos - Os Espíritos se ocupam com as coisas deste mundo de acordo com o
grau de evolução em que se achem. Os superiores só se ocupam no que seja útil
ao progresso. Já os inferiores se sentem ligados às coisas materiais, e delas
se ocupam. As atribuições dos Espíritos são proporcionais ao seu progresso, às
luzes que possuem, às suas capacidades, experiências e grau de confiança
inspirada ao Senhor soberano. Nem favores, nem privilégios que não sejam o
prêmio ao mérito; tudo é medido e pesado na balança da estrita justiça.
Os Espíritos
encarnados têm ocupações inerentes às suas existências corpóreas. No estado de
erraticidade, ou de desmaterialização, tais ocupações são adequadas ao seu grau
de adiantamento.
Uns
percorrem os mundos, se instruem e se preparam para as novas encarnações.
Outros, mais
adiantados, se ocupam com o progresso, dirigindo os acontecimentos e sugerindo
ideias que lhe sejam propicias. Assistem os homens de gênio que concorrem para
o adiantamento da humanidade.
Outros
ainda, tomam sob sua tutela os indivíduos, as famílias, as reuniões, as cidades
e os povos, dos quais se constituem anjos guardiães, gênios protetores e os
Espíritos familiares. Outros, finalmente, presidem aos fenômenos da natureza,
de que se fazem agentes diretos.
Além do
trabalho de se melhorarem pessoalmente, incumbe-lhes executar a vontade de
Deus, concorrendo, assim, para a harmonia do Universo.
A ocupação
dos Espíritos é continua, contudo, nada tem de penosa, uma vez que não estão
sujeitos à fadiga e às necessidades próprias da vida terrena.
Os Espíritos
inferiores e imperfeitos também desempenham função útil no Universo, embora
muitas vezes não se apercebam disso, visto que todos têm deveres a cumprir.
Os Espíritos
devem percorrer todos os diferentes graus da escala evolutiva para se
aperfeiçoarem. Assim, todos devem habitar em toda parte e adquirir o
conhecimento de todas as coisas. Dessa forma, a experiência e o aprendizado
pelo qual um Espírito está passando hoje, um outro já passou e outro ainda
passará.
Existem
Espíritos que não se ocupam de coisa alguma, conservando-se totalmente ociosos.
Todavia esse estado é temporário e cedo ou tarde o desejo de progredir os
impulsiona para uma atividade, tornando-os felizes por se sentirem úteis.
O Espírito
se adianta conforme a maneira que desempenha sua tarefa. Mas algo muito
importante ensinada pelos Espíritos é que muito diferente umas das outras são
as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos
seus habitantes. Entre eles há os inferiores a terra, física e moralmente,
outros da mesma categoria que a nossa e outros superiores.
Nos mundos
inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões sendo
quase nula a vida moral. À medida que esta se desenvolve, diminui a influência
da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim
dizer toda espiritual.
Abaixo
informaremos as questões do Livro dos Espíritos que nos dão informações sobre
este assunto:
558 - Alguma
outra coisa incumbe aos espíritos fazer que não seja melhorarem - se
pessoalmente?
R. Concorrem
para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus, cujas eles são
ministros. A vida espírita é uma ocupação contínua, mas que nada tem de penosa,
como a vida na terra, porque não há a fadiga corporal, nem as angústias das
necessidades.
559 - Também
desempenham funções útil no Universo os espíritos inferiores e imperfeitos?
R. Todos tem
deveres a cumprir. Para a construção de um edifício, não concorre tanto o
último dos serventes de pedreiros como o arquiteto.
572 - A
missão de um espírito lhe é imposta ou depende da sua vontade?
R. Ele a
pede e ditoso se considera se a obtém.
- Pode uma
missão ser pedida por muitos espíritos?
R. Sim é
frequente apresentarem-se muitos candidatos mas nem todos são aceitos.
573 - Em que
consiste a missão dos espíritos encarnados?
R. Em
instruir os homens, em lhes auxiliar o progresso; em lhes melhorar as
instituições, por meios diretos e materiais. As missões, porém, são mais ou
menos gerais e importantes. O que cultiva a terra desempenha tão nobre missão,
como o que governa, ou o que instrui. Tudo na natureza se encadeia.
"A
felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste na ociosidade
contemplativa, que seria, como temos dito muitas vezes, uma eterna e fastidiosa
inutilidade."
Ä As missões
dos Espíritos - Têm sempre por objetivo do bem . Quer como Espíritos, quer como
homens, são incumbidos de auxiliar o progresso da humanidade, dos povos ou dos
indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos
especiais e de velar pela execução de determinadas coisas.
Alguns
desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente
locais, como sejam: assistir aos enfermos, aos agonizantes, aos aflitos, velar
por aqueles de quem se constituíram guias e protetores; dirigi-los, dando-lhes
conselhos ou inspirando-lhes bons pensamentos. Pode dizer-se que há tantos
gêneros assim no mundo físico, como no moral. O Espírito se adianta conforme a
maneira por que desempenha a sua tarefa.
As missões
mais importantes são confiadas somente àqueles que Deus julga capazes de as
cumprir e incapazes de desfalecimento ou comprometimento. E enquanto que os
mais dignos compõe o Supremo Conselho, sob as vistas de Deus, a chefes
superiores é outorgada a direção de turbilhões planetários, e a outros,
conferidos a mundos especiais . Vêm, depois, pela ordem de adiantamento e
subordinação hierárquica, as atribuições mais restritas dos prepostos ao
progresso dos povos, à proteção das famílias e indivíduos, ao impulso de cada
ramo de progresso, às diversas operações da natureza até aos mais ínfimos
pormenores da criação. Neste vasto e harmônico conjunto há ocupações para todas
as capacidades, aptidões e esforços; ocupações aceitas com júbilo, solicitadas
com ardor, por serem um meio de adiantamento para os Espíritos que ao progresso
que aspiram.
Ao lado das
grandes missões confiadas aos Espíritos Superiores, há outras de importância
relativa em todos os graus, concedidas a Espíritos de todas as categorias,
podendo mesmo afirmar-se que cada encarnado tem sua missão, isto é, deveres a
preencher a bem dos seus semelhantes, desde o chefe de família, a quem incumbe
o progresso dos filhos, até o homem de gênio que lança às sociedades novos
germes de progresso. É nessas missões secundarias que se verificam
desfalecimentos, prevaricações e renúncias que prejudicam o indivíduo sem
afetar o todo.
Todas as
inteligências concorrem, pois para a obra geral, qualquer que seja o grau
atingido, e cada uma na medida das suas forças, seja no estado de Espírito
Encarnado ou no plano espiritual. Por toda parte a atividade, desde a base ao
ápice da escala, instruindo-se, coadjuvando-se em mútuo apoio, dando-se as mãos
para alcançarem o zênite.
Ana Maria Teodoro Mmassuci
Fonte o Livro dos Espíritos. Allan Kardec