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quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

"COMO É UM MUNDO SUPERIOR. ENTREVISTA COM UM ESPÍRITO DE JÚPITER."

Sabemos pelos estudos das obras básicas que no nosso sistema solar, Júpiter é o planeta mais avançado. Lá os espíritos nos contam, através dessa entrevista feita por Kardec a um espírito oriundo do orbe planetário de Júpiter, como vivem os seres e que tipo de mundo é Júpiter. Retirada da revista espírita de março de 1858, ano I, essa entrevista possui grande valor para estudo. Segue a entrevista:

Júpiter e alguns outros Mundos

De todos os planetas, o mais adiantado sob todos os aspectos é Júpiter. É o reino exclusivo do bem e da justiça, porquanto só tem Espíritos bons. Pode fazer-se uma ideia do estado feliz de seus habitantes pelo quadro que demos de um mundo habitado apenas por Espíritos da segunda ordem.

A superioridade de Júpiter não está somente no estado moral de seus habitantes; está também na sua constituição física. Eis a descrição que nos foi dada desse mundo privilegiado, onde encontramos a maior parte dos homens de bem que honraram nossa Terra por suas virtudes e talentos. A conformação do corpo é mais ou menos a mesma daqui, porém é menos material, menos denso e de uma maior leveza específica. Enquanto rastejamos penosamente na Terra, o habitante de Júpiter transporta-se de um a outro lugar, deslizando sobre a superfície do solo, quase sem fadiga, como o pássaro no ar ou o peixe na água. Sendo mais depurada a matéria de que é formado o corpo, dispersa-se após a morte sem ser submetida à decomposição pútrida. Ali não se conhece a maioria das moléstias que nos afligem, sobretudo as que se originam dos excessos de todo gênero e da devastação das paixões. A alimentação está em relação com essa organização etérea; não seria suficientemente substancial para os nossos estômagos grosseiros, sendo a nossa por demais pesada para eles; compõe-se de frutos e plantas; de alguma sorte, aliás, a maior parte eles a haurem no meio ambiente, cujas emanações nutritivas aspiram. A duração da vida é, proporcionalmente, muito maior que na Terra; a média equivale a cerca de cinco dos nossos séculos; o desenvolvimento é também muito mais rápido e a infância dura apenas alguns de nossos meses.
Sob esse leve envoltório, os Espíritos se desprendem facilmente e entram em comunicação recíproca apenas pelo pensamento, sem, todavia, excluir a linguagem articulada; para a maior parte deles, também, a segunda vista é uma faculdade permanente; seu estado normal pode ser comparado ao de nossos sonâmbulos lúcidos; eis por que se nos manifestam mais facilmente do que os encarnados nos mundos mais grosseiros e mais materiais. A intuição que têm do seu futuro, a segurança dada por uma consciência isenta de remorsos fazem que a morte não lhes cause nenhuma apreensão; vêem-na chegar sem temor e como simples transformação.
Os animais não estão excluídos desse estado progressivo, sem se aproximarem, contudo, daquele do homem; seu corpo, mais material, prende-se à terra, como os nossos. Sua inteligência é mais desenvolvida que a dos nossos animais; a estrutura de seus membros presta-se a todas as exigências do trabalho; são encarregados da execução de obras manuais: são os serviçais e os operários; as ocupações dos homens são puramente intelectuais. Para os animais o homem é uma divindade tutelar que jamais abusa do poder para os oprimir.
Quando se comunicam conosco, os Espíritos que habitam Júpiter geralmente sentem prazer em descrever o seu planeta; ao se lhes pedir a razão, respondem que o fazem com o fito de nos inspirarem o amor do bem, com a esperança de lá chegarmos um dia. Foi com essa intenção que um deles, que viveu na Terra com o nome de Bernard Palissy, célebre oleiro do século XVI, ofereceu-se espontaneamente, sem que ninguém lho pedisse, para elaborar uma série de desenhos, tão notáveis por sua singularidade quanto pelo talento de execução, destinados a dar-nos a conhecer, até nos menores detalhes, esse mundo tão estranho e tão novo para nós. Alguns retratam personagens, animais, cenas da vida privada; os mais impressionantes, porém, são os que representam habitações, verdadeiras obras-primas de que coisa alguma na Terra nos poderia dar uma ideia, porque em nada se assemelham ao que conhecemos; é um gênero de arquitetura indescritível, tão original e, entretanto, tão harmoniosa, de uma ornamentação tão rica e tão graciosa que desafia a mais fecunda imaginação. O Sr. Victorien Sardou, jovem literato de nossas relações, cheio de talento e de futuro, mas de forma alguma desenhista, serviu-lhe de intermediário. Palissy prometeu-nos uma série de desenhos que, de certo modo, será a monografia ilustrada desse mundo maravilhoso. Esperamos que essa curiosa e interessante coletânea, sobre a qual voltaremos em artigo especial consagrado aos médiuns desenhistas, possa um dia ser liberada ao público.
O planeta Júpiter, apesar do quadro sedutor que nos foi dado, não é, absolutamente, o mais perfeito dos mundos. Outros há, desconhecidos para nós, que lhe são muito superiores, do ponto de vista físico e moral, e cujos habitantes gozam de felicidade ainda mais perfeita; são a morada dos Espíritos mais elevados, cujo etéreo envoltório nada mais tem das propriedades conhecidas da matéria. Já nos perguntaram diversas vezes se pensamos que a condição do homem terreno seria um obstáculo absoluto à sua passagem, sem intermediário, da Terra para Júpiter. A todas as perguntas que dizem respeito à Doutrina Espírita, jamais respondemos conforme nossas próprias idéias, contra as quais estamos sempre em guarda. Limitamo-nos a transmitir o ensino que nos é dado pelos Espíritos, não os aceitando de forma leviana e com irrefletido entusiasmo. À pergunta acima respondemos claramente, porque tal é o sentido formal de nossas instruções e o resultado de nossas próprias observações: Sim; deixando a Terra, pode o homem ir imediatamente a Júpiter, ou a outro mundo análogo, pois que não é o único dessa categoria. Pode-se ter certeza disso? Não. Contudo poderá ele ir, visto haver na Terra, embora em pequeno número, Espíritos muito bons e suficientemente desmaterializados para não se sentirem deslocados num mundo onde o mal não tem acesso. Não há certeza, porque o homem pode iludir-se sobre o seu mérito pessoal ou tem que cumprir, alhures, outra missão. Seguramente, os que podem esperar esse favor não são os egoístas, nem os ambiciosos, nem os avarentos, nem os ingratos, nem os ciumentos, nem os orgulhosos, nem os vaidosos, nem os hipócritas, nem os sensuais ou qualquer daqueles que se deixaram dominar pelo apego aos bens terrestres; a esses, serão necessárias, talvez, longas e rudes provas. Isso depende da sua vontade.

Conversas Familiares de Além-Túmulo – Bernard Palissy (9 de março de 1858)

Descrição de Júpiter

Nota: Sabíamos, por evocações anteriores, que Bernard Palissy, o célebre oleiro do século XVI, habita Júpiter. As respostas seguintes confirmam, por todos os pontos, o que em diversas ocasiões nos foi dito sobre esse planeta, por outros Espíritos e através de diferentes médiuns. Pensamos que serão lidas com interesse, a título de complemento do quadro que traçamos em nosso último número.
Fato notável, a identidade que apresentam com as descrições anteriores é, no mínimo, uma presunção de exatidão.
1.Onde te encontraste ao deixares a Terra?
Resp. – Nela ainda me demorei.
2. Em que condições estavas aqui?
Resp. – Sob os traços de uma mulher amorosa e devotada; era apenas uma missão.
3. Essa missão durou muito?
Resp. – Trinta anos.
4. Lembra-te do nome dessa mulher?
Resp. – É obscuro.
5. A estima em que são tidas tuas obras te agrada? E isso te compensa dos sofrimentos que suportaste?
Resp. – Que me importam as obras materiais de minhas mãos? O que me importa é o sofrimento que me elevou.
6. Com que objetivo traçaste, pelas mãos do Sr. Victorien Sardou, os desenhos admiráveis que nos deste sobre o planeta Júpiter, onde habitas?
Resp. – Com o fim de inspirar o desejo de vos tornardes melhores.
7. Desde que vens com freqüência a esta Terra que habitaste tantas vezes, deves conhecer bastante o seu estado físico e moral para que possas estabelecer uma comparação entre ela e Júpiter; rogamos-te, pois, nos esclareças sobre diversos pontos.
Resp. – Ao vosso globo venho apenas como Espírito; o Espírito não tem mais sensações materiais.

Estado físico do globo

j1
8.Pode-se comparar a temperatura de Júpiter à de uma de nossas latitudes?
Resp. – Não; ela é suave e temperada; sempre igual, enquanto a vossa varia. Lembrai dos Campos Elísios que vos foram descritos.
9. O quadro que os Antigos nos deram dos Campos Elísios resultaria do conhecimento intuitivo que possuíam de um mundo superior, tal como Júpiter, por exemplo?
Resp. – Do conhecimento positivo; a evocação permanecia nas mãos dos sacerdotes.
10. A temperatura varia segundo as latitudes, como na Terra?
Resp. – Não.
11. Conforme nossos cálculos, o Sol deve aparecer aos habitantes de Júpiter sob um ângulo muito pequeno e, em conseqüência, dar-lhes pouca luz. Podes dizer-nos se a intensidade da luz é ali igual à da Terra ou se é menos forte?
Resp. – Júpiter é envolvido por uma espécie de luz espiritual que mantém relação com a essência de seus habitantes. A luz grosseira de vosso Sol não foi feita para eles.
12. Há uma atmosfera?
Resp. – Sim.
13. A atmosfera de Júpiter é formada dos mesmos elementos que a atmosfera terrestre?
Resp. – Não; os homens não são os mesmos; suas necessidades mudaram.
14. Existem água e mares?
Resp. – Sim.
15. A água é formada dos mesmos elementos que a nossa?
Resp. – Mais etérea.
16. Há vulcões?
Resp. – Não; nosso globo não é atormentado como o vosso; lá, a Natureza não teve suas grandes crises; é a morada dos bem-aventurados; nele, a matéria mal existe.
17. As plantas têm analogia com as nossas?
Resp. – Sim, mas são mais belas.

Estado físico dos habitantes

18.A conformação do corpo dos habitantes guarda relação com o nosso?
Resp. – Sim, é a mesma.
19. Podes dar-nos uma idéia de sua estatura, comparada à dos habitantes da Terra?
Resp. – Grandes e bem proporcionados. Maiores que os vossos maiores homens. O corpo do homem é como o molde de seu Espírito: belo, onde ele é bom; o envoltório é digno dele: não é mais uma prisão.
20. Lá os corpos são opacos, diáfanos ou translúcidos?
Resp. – Há uns e outros. Uns têm tal propriedade; outros têm outra, conforme sua destinação.
21. Concebemos isso para os corpos inertes, mas nossa questão refere-se aos corpos humanos.
Resp. – O corpo envolve o Espírito sem o ocultar, como um tênue véu lançado sobre uma estátua. Nos mundos inferiores o invólucro grosseiro oculta o Espírito a seus semelhantes; mas os bons nada têm a esconder: podem ler no coração uns dos outros. Que aconteceria se assim fosse na Terra?
22. Há sexos diferentes?
Resp. – Sim; há sexo por toda parte onde existe a matéria; é uma lei da matéria.
23. Qual a base da alimentação dos habitantes? É animal e vegetal, como aqui?
Resp. – Puramente vegetal; o homem é o protetor dos animais.
24. Foi-nos dito que eles absorvem uma parte de sua alimentação do meio ambiente, do qual aspiram as emanações; isso é exato?
Resp. – Sim.
25. Comparada à nossa, a duração da vida é mais longa ou mais curta?
Resp. – Mais longa.
26. Qual é a duração média da vida?
Resp. – Como medir o tempo?
27. Não podes tomar um de nossos séculos por termo de comparação?
Resp. – Creio que mais ou menos cinco séculos.
28. O desenvolvimento da infância é proporcionalmente mais rápido que o nosso?
Resp. – O homem conserva a sua superioridade; a infância não comprime sua inteligência nem a velhice a extingue.
29. Estão os homens sujeitos a doenças?
Resp. – Não estão sujeitos aos vossos males.
30. A vida está dividida entre a vigília e o sono?
Resp. – Entre a ação e o repouso.
31. Poderias dar-nos uma idéia das diversas ocupações dos homens?
Resp. – Seria preciso dizer muito. Sua principal ocupação é encorajar os Espíritos que habitam os mundos inferiores a perseverarem no bom caminho. Não havendo entre eles infortúnio a aliviar, vão procurá-los onde existe sofrimento; são os Espíritos bons que vos sustentam e vos atraem ao bom caminho.
32. Ali se cultivam certas artes?
Resp. – Lá elas são inúteis. As vossas artes são brinquedos que distraem vossas dores.
33. A densidade específica do corpo humano permite-lhe transportar-se de um lugar a outro, sem ficar, como aqui, preso ao solo?
Resp. – Sim.
34. Experimenta-se ali o tédio e o desgosto da vida?
Resp. – Não; o desgosto da vida não provém senão do desprezo de si mesmo.
35. Sendo menos denso do que os nossos, o corpo dos habitantes de Júpiter é formado de matéria compacta e condensada, ou de matéria vaporosa?
Resp. – Compacta para nós; mas não o seria para vós: é menos condensada.
36. O corpo, considerado como feito de matéria, é impenetrável?
Resp. – Sim.
37. Seus habitantes têm uma linguagem articulada, como a nossa?
Resp. – Não; entre eles há comunicação de pensamentos.
38. A segunda vista é, como nos disseram, uma faculdade normal e permanente entre vós?
Resp. – Sim, o Espírito não tem entraves; nada se lhe oculta.
39. Se ao Espírito nada se oculta, conhece, pois, o futuro? Referimo-nos aos Espíritos encarnados em Júpiter.
Resp. – O conhecimento do futuro depende da perfeição do Espírito; tem menos inconvenientes para nós do que para vós; é-nos mesmo necessário, até certo ponto, para a realização das missõesque devemos executar; mas, daí a dizer que conhecemos o futuro, sem restrição, seria colocar-nos na mesma posição que Deus.
40. Podeis revelar-nos tudo quanto sabeis sobre o futuro?
Resp. – Não; esperai até que tenhais merecido sabê-lo.
41. Comunicai-vos com os outros Espíritos mais facilmente do que o fazeis conosco?
Resp. – Sim! sempre: não existe mais a matéria entre eles e nós.
42. A morte inspira o horror e o pavor que provoca entre nós?
Resp. – Por que seria apavorante? O mal já não existe entre nós. Só o mau encara o seu último momento com pavor: ele teme o seu juiz.
43. Em que se transformam os habitantes de Júpiter após a morte?
Resp. – Crescem sempre em perfeição, sem mais terem que sofrer provas.
44. Não haverá, em Júpiter, Espíritos que se submetam a provas para cumprirem uma missão?
Resp. – Sim, mas não se trata mais de uma prova; só o amor do bem os leva a sofrer.
45. Podem falir em suas missões?
Resp. – Não, visto que são bons; não há fraqueza senão onde há defeito.
46. Poderias nomear alguns dos Espíritos habitantes de Júpiter que cumpriram uma grande missão na Terra?
Resp. – São Luís.
47. Poderias indicar outros?
Resp. – Que vos importa? Há missões desconhecidas que não têm por objetivo senão a felicidade de um só; são, por vezes, maiores: e são mais dolorosas.


Os animais

48.O corpo dos animais é mais material que o dos homens?
Resp. – Sim; o homem é o rei, o Deus terrestre.
49. Entre os animais há os que são carnívoros?
Resp. – Os animais não se estraçalham entre si; vivem todos submetidos ao homem, amando-se mutuamente.
50. Mas não haverá animais que escapem à ação do homem, como os insetos, os peixes, os pássaros?
Resp. – Não; todos lhe são úteis.
51. Disseram-nos que os animais são os servidores e os operários que executam os trabalhos materiais, constroem as habitações, etc; isso é verdade?
Resp. – Sim; o homem não se rebaixa mais para servir ao seu semelhante.
52. Os animais servidores estão ligados a uma pessoa ou a uma família, ou são tomados e trocados à vontade, como aqui?
Resp. – Todos se ligam a uma família particular; mudais mais, para achar um melhor.
53. Vivem os animais servidores em estado de escravidão ou de liberdade? São uma propriedade ou podem mudar de dono à vontade?
Resp. – Eles lá se encontram em estado de submissão.
54. Os animais trabalhadores recebem uma remuneração qualquer por seus esforços?
Resp. – Não.
55. As faculdades dos animais desenvolvem-se por uma espécie de educação?
Resp. – Eles o fazem por si mesmos.
56. Os animais têm uma linguagem mais precisa e mais caracterizada que a dos animais terrestres?
Resp. – Certamente.

Estado moral dos habitantes

57.As habitações de que nos deste uma amostra por teus desenhos estão reunidas em cidades, como aqui?
Resp. – Sim; os que se amam se reúnem; só as paixões estabelecem a solidão em torno do homem. Se, ainda mau, procura este seu semelhante, que para ele não é senão um instrumento de dor, por que o homem puro e virtuoso fugiria do seu irmão?
58. Os Espíritos são iguais ou de diferentes graduações?
Resp. – De diversos graus, mas da mesma ordem.
59. Rogamos que te reportes à escala espírita que demos no segundo número da Revista, e que nos digas a que ordem pertencem os Espíritos encarnados em Júpiter.
Resp. – Todos bons, todos superiores; por vezes o bem desce até o mal; mas o mal jamais se mistura ao bem.
60. Os habitantes formam diferentes povos, como na Terra?
Resp. – Sim; mas todos se unem entre si pelos laços do amor.
61. Sendo assim, as guerras são desconhecidas?
Resp. – Pergunta inútil.
62. Na Terra poderá o homem alcançar suficiente grau de perfeição que o isente das guerras?
Resp. – Seguramente alcançará; a guerra desaparecerá com o egoísmo dos povos e à medida que compreenderem melhor a fraternidade.
63. Os povos são governados por chefes?
Resp. – Sim.
64. Em que se baseia a autoridade dos chefes?
Resp. – No seu grau superior de perfeição.
65. Em que consiste a superioridade e a inferioridade dos Espíritos em Júpiter, considerando-se que todos são bons?
Resp. – Eles têm maior ou menor cabedal de conhecimentos e experiência; depuram-se, à medida que se esclarecem.
66. Como na Terra, há povos mais ou menos avançados do que outros?
Resp. – Não; mas os há em diversos graus.
67. Se o povo mais avançado da Terra se visse transportado para Júpiter, que posição ocuparia?
Resp. – A dos vossos macacos.
68. Lá os povos são governados por leis?
Resp. – Sim.
69. Há leis penais?
Resp. – Não há mais crimes.
70. Quem faz as leis?
Resp. – Deus as faz.
71. Há ricos e pobres, isto é, homens que vivem na abundância e no supérfluo, e outros a quem falta o necessário?
Resp. – Não; todos são irmãos; se um possuísse mais que o outro, com este dividiria; não seria feliz quando seu irmão se privasse do necessário.
72. De acordo com isso, as fortunas seriam iguais para todos?
Resp. – Eu não disse que todos sejam ricos no mesmo grau; perguntastes se haveria os que possuem o supérfluo e outros a quem faltasse o necessário.
73. Essas duas respostas nos parecem contraditórias; Pedimos que estabeleças a concordância entre elas.
Resp. – A ninguém falta o necessário; ninguém possui o supérfluo, ou seja, a fortuna de cada um está em relação com a sua condição. Estais satisfeitos?
74. Agora compreendemos; mas perguntamos, ainda, se aquele que tem menos não é infeliz, relativamente àquele que tem mais?
Resp. – Não pode ser infeliz, desde que não é invejoso nem ciumento. A inveja e o ciúme fazem mais infelizes que a miséria.
75. Em que consiste a riqueza em Júpiter?
Resp. – Que vos importa?
76. Há desigualdades sociais?
Resp. – Sim.
77. Sobre o que se fundam tais desigualdades?
Resp. – Sobre as leis da sociedade. Uns são mais ou menos avançados em perfeição. Os que são superiores exercem sobre os outros uma espécie de autoridade, como um pai sobre os filhos.
78. As faculdades do homem se desenvolvem pela educação?
Resp. – Sim.
79. Pode o homem adquirir bastante perfeição na Terra para merecer passar imediatamente a Júpiter?
Resp. – Sim, mas na Terra o homem é submetido a imperfeições, a fim de estar em relação com os seus semelhantes.
80. Quando um Espírito que deixa a Terra deve reencarnar-se em Júpiter, fica errante durante algum tempo até encontrar o corpo ao qual deverá se unir?
Resp. – Ele o é durante certo tempo, até que se tenha liberado das imperfeições terrestres.
81. Há várias religiões?
Resp. – Não; todos professam o bem e todos adoram um único Deus.
82. Há templos e um culto?
Resp. – Por templo há o coração do homem; por culto, o bem que ele faz.
Que possamos desse maravilhoso material de estudos tirar proveito dos melhores ensinamentos possíveis para o nosso aprendizado e evolução espiritual meus amigos! muita paz a todos nós!
Felipe Gama.
Fonte: ESPIRITISMO DA ALMA


OS ESPÍRITOS TÊM SEXO?

  • ESSA DÚVIDA DOMINA AS MENTES HUMANAS. MAS OS LIVROS DA CODIFICAÇÃO JÁ ESCLARECEM A QUESTÃO HÁ MUITO TEMPO.
  • OS ESPÍRITOS NÃO GERAM, ISTO É, NÃO SÃO DOTADOS DA FACULDADE PROCRIATIVA 
  • EXCLUSIVAMENTE, A REPRODUÇÃO É DE ÂMBITO FÍSICO.

Como podem reencarnar, tanto na polaridade masculina quanto na feminina, os espíritos possuem órgãos genitais dos dois sexos em potencial . Os seres espirituais, ainda presos às injunções carnais, embora detenham em potencial as duas polaridades, certamente experimentam uma delas com maior intensidade de acordo com inúmeras experiências reencarnatórias vivenciadas.
Os espíritos puros, em pleno gozo da perfeição relativa, como o Cristo, já não mais jungidos às paixões e desejos terrenos, chegaram a unissexualidade plena, imbuindo em completo as duas polaridades dentro de si, em perfeita harmonia interior.
A ciência, através da embriologia, afirma que até a oitava semana de vida intra-uterina a genitália do embrião corresponde a ambos os sexos, sendo denominada de gônada indiferenciada ou primordial. Portanto, a polaridade sexual do ser em desenvolvimento no cadinho materno somente pode ser identificada pelo exame ultra-sonográfico gestacional a partir desse momento em diante.
O espírito, princípio inteligente individualizado, criado simples e ignorante conforme ensinamento contido em O Livro dos Espíritos, desde a sua origem alberga em potencial perfeição dentro de si. "O Reino de Deus está em vós" (Lucas 17:21). Contudo, o desabrochar da potencialidade divina no ser espiritual se verificará paulatinamente, necessitando para isso de um ambiente de grande resistência proporcionado pela vida em um planeta inferior, morada obrigatória, na qual todos encarnarão.
Por tudo isso, na Terra são encontrados, os contrastes importantes para o florescer das potencialidades: alegria e tristeza, bondade e maldade, quente e frio, luz e trevas, positivo e negativo, masculino e feminino e muito outros. Na sua origem, o espírito é virgem em experiências essencialmente masculinas e femininas. Pode, portanto, em sua primeira encarnação, vivenciar qualquer sexo. O mesmo acontecerá todo o seu trajeto evolutivo, podendo abrigar qualquer polaridade, participando das experiências inerentes aos dois gêneros. No decorrer das encarnações, experimentando várias personalidades, pode trazer estampada, durante algum tempo, uma maior característica sexual com a predominância de um dos sexos em seu psiquismo.
A PRÁTICA: A prática sexual exige muita responsabilidade e respeito. Sendo exercida de forma desarmônica é responsável por grandes quedas, a artífice maior dos desajustes espirituais, ensejando resgates dolorosos nas futuras encarnações. Todavia, a misericórdia divina não têm limites, estendendo a todos a oportunidade da redenção.
O caso, encontrado no Evangelho, que envolve Jesus no episódio da mulher adúltera e seus acusadores nos proporciona a oportunidade de intensa reflexão. Pois o Cristo, diante da mulher em desregramento sexual, não a recrimina. Ao contrário, a encoraja a trilhar novos e luminosos caminhos. "Aquele que for sem erro, que atire a primeira pedra". Essa exortação do Mestre nos serve de exemplo se estivermos diante de alguém em desvirtuamento na área da sexualidade. Afinal, todos nós não estamos também refratários a eventuais deslizes, nessa ou em próximas reencarnações?
A energia sexual é uma força incomensurável que não pode ser liberada sem controle ou disciplina. Qualquer deslize nesse setor faz com que sejam vincadas lesões de grande importância ao corpo espiritual. Principalmente nos casos em que o sexo envolve afetividade. Na realidade, durante o ato sexual há um acasalamento de vibrações espirituais, por meio dos campos de força, como se a vestimenta aderisse a outra. Desarmonias e desequilíbrios nesse campo energético trazem consequências danosas ao corpo espiritual, o perispírito.
Muito importante o conhecimento amplo da reencarnação e da lei de causa e efeito. "A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória". Instruído nas leis divinas o homem irá se envolver em ligação sexual alicerçada no amor, respeitando o outro e sabendo que, além da reprodução das formas físicas, o relacionamento sexual tem a finalidade de unir energeticamente dois seres.
O LIVRO DOS ESPÍRITOS - ALLAN KARDEC, VI - SEXO NOS ESPÍRITOS:
Pergunta 200: Os Espíritos têm sexo? - Não como o entendeis, porque os sexos dependem da constituição orgânica. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na afinidade de sentimentos.
Pergunta 201: O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência e vice-versa? - Sim, pois são os mesmo Espíritos que animam os homens e as mulheres.
Pergunta 202: Quando somos Espíritos, preferimos encarnar num corpo de homem ou de mulher? - Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de sofrer.
Comentário de Kardec: Os Espíritos encarnam-se homens ou mulheres, porque não têm sexo. Como devem progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, oferece-lhes provas e deveres especiais e novas ocasiões de adquirir experiências. Aquele que fosse sempre homem, só saberia o que sabem os homens.
O CASO SANSON: Sanson quando encarnado foi membro da Sociedade Espírita de Paris. Partiu para o mundo espiritual em 21 de abril de 1862. Quatro dias depois veio em espírito auxiliar seus antigos companheiros. Essa atividade mediúnica foi relatada na segunda parte da obra O Céu e o Inferno. Incorporado em um membro da Sociedade em 25 de abril de 1862, Sanson foi questionado por Allan Kardec: "Os espíritos não têm sexo, mas como há poucos dias eras um homem desejamos saber se, no vosso novo estado, tendes mais da natureza masculina ou da feminina? E o mesmo que se dá convosco pode ser aplicado ao espírito de longo tempo desencarnado?"
A resposta do espirito foi: "Não temos motivo para ser de natureza masculina ou feminina: os espíritos não se reproduzem. Deus criou-os como quis e tendo, segundo os seus maravilhosos desígnios, de dar-lhes a encarnação sobre a Terra subordinou-os aí às leis da reprodução das espécies caracterizada pela junção dos sexos. Mas vós deveis sentí-lo, sem mais explicação, que o espíritos não podem ter sexo".
A essa resposta, Kardec fez o seguinte comentário: "Sempre disseram que os Espíritos não têm sexo, sendo esse apenas necessário à reprodução dos corpos. De fato, não se reproduzindo, o sexo lhes seria inútil. A nossa pergunta não visava confirmar o fato, mas saber, visto que o sr. Sanson desencarnara recentemente as impressões que guardava do seu estado terreno. Os espíritos puros compreendem a sua natureza, porém, entre os inferiores não desmaterializados, muitos há os que se acreditam encarnados sobre a Terra, com as mesmas paixões e desejos. Assim, pensam eles que são ainda os mesmos que foram, isto é, homem ou mulher, havendo quem por esta razão suponha ter realmente um sexo.
As contradições a tal respeito são oriundas da graduação de adiantamento dos espíritos que se manifestam, sendo o erro menos deles que de quem os interroga sem se dar ao trabalho de aprofundar as questões".
Américo Domingos Nunes Filho
Fonte: A Casa do Espiritismo

"CIRURGIA ASTRAL"

Muitos acreditam que uma cura por cirurgia astral, ou operação espiritual é milagre. Claro que dependendo da crença de cada um pode até ser chamado de milagre, pois existem pessoas que não entendem como tal pode acontecer.
                 Mas acima de tudo está a medicina convencional, pois é esta ciência que representa na Terra as providências para que a melhora do mal que atinge o corpo físico se restitua. Sempre digo que o médico é o representante mais direto dos desígnios de Deus na terra no que concerne aos males do corpo.
                 As chamadas cirurgias astrais, ou curas espirituais são uma realidade, até porque esta prática foi muito utilizada por Jesus quando aqui esteve conosco e continuou sendo praticada por curandores, benzedores, sábios, magos, isto em vários povos. Os índios praticavam com muita frequência este ritual.
                 Com o tempo, tal procedimento passou a ser realizado através das religiões, com mais ênfase naquelas que mantém relações com o mundo espiritual, onde o doente recebe melhoras e em certas ocasiões fica curado. Algumas crenças até praticam cirurgias astrais à distância, onde o paciente fica em casa em recolhimento por alguns momentos, enquanto que em determinado local um grupo de religiosos se dedica à meditação e irradiação.
                 A cirurgia é plenamente admissível, pois que as pessoas que buscam tal recurso apenas estão praticando um ato de mudança de comportamento, já que a moléstia adquirida foi em razão da própria irresponsabilidade do doente, isto porque adoeceu em razão de ter desviado a mente do caminho reto.
                 Quando o paciente resolve submeter-se a cirurgia astral, a mente é revestida de fé, de bons pensamentos, de humildade e a sua aura passa ficar mais brilhante, energizada, e isso possibilita que as entidades ligadas à espiritualidade maior, possam praticar melhorias no organismo fluídico do doente, que vai repercutir no corpo denso, restaurando o que fora estragado anteriormente pela invigilância dele próprio.
                 É evidente que muitas moléstias que contraímos não podem ser curadas, pois fazem parte de resgates de outras vidas, cuja anomalia aconteceu em razão de excessos que praticamos no passado, como por exemplo, abusamos do álcool e desencarnamos com cirrose. Certamente numa próxima existência reencarnaremos com problemas hepáticos.
                É importante que ao sentirmos algum mal-estar procuremos a medicina convencional e sigamos a risca a prescrição médica, e ao optarmos pela cirurgia astral não paremos o tratamento, pois que se estamos vivendo na vida material é necessário submetermos ao que faz parte daqui.
Também é importante que ao melhorarmos, mudemos nosso comportamento e hábitos, deixando de incorrer nos mesmos erros. Lembremo-nos de Jesus quando disse: “Olha que já estás curado, não peques mais, para que não te suceda coisa pior.”.
               Pensemos nisso.
Autor: Nilton Cardoso
Fonte: Portal do Espírito.

"MILAGRES E CURAS ESPIRITUAIS."

O Espiritismo esclarece que o chamado “milagre” não existe da forma como é admitido por um grande número de criaturas. Realmente, se considerarmos o dito “milagre” como algo totalmente contrário às Leis Naturais, teremos que considerar que tal fenômeno não deixa de ser algo meramente mitológico. A Doutrina Espírita explica que os chamados “milagres” são fenômenos frequentemente incompreendidos e/ou ignorados tanto pela “Ciência Oficial” como pela Religião. Assim, enquanto a Ciência Oficial, tida por muitos como materialista, rejeita as evidências da ocorrência do fenômeno, justamente por se negar a estudar qualquer fato de pressupostas implicações espirituais, as Religiões Ortodoxas exploram o mesmo evento como “algo divino”, que derrogaria as Leis Naturais, admitindo que tais fenômenos seriam inerentemente incompreensíveis por se tratarem de “Mistérios”. Assim, os religiosos, apesar de sua evidente limitação na explicação destes fatos, manteriam uma espécie de poder intelectual sobre tais eventos, aproveitando do descaso dos cientistas. A manutenção deste tipo de postura por grande número de representantes dos dois grupos supracitados faz com que a maioria das criaturas permaneça na mais profunda ignorância a respeito dos princípios básicos que explicam os mecanismos pelo qual os supostos “milagres” ocorrem.
No entanto, as Leis Naturais incluem não somente aquelas que regem a matéria, mas igualmente aquelas que estão relacionadas aos fenômenos espirituais. O Espiritismo fazendo uma união sinérgica entre Ciência e Religião, que é inédita na história da humanidade, estabelece que os “milagres” são fenômenos perfeitamente explicáveis e estudáveis e que foram taxados como “espetaculares”, “maravilhosos” e “inadmissíveis” intelectualmente, por ignorância das suas causas e mecanismos de ação.
Assim sendo, é possível entender que, se a Química, a Física e a Biologia são ciências que estudam fenômenos observados dentro da esfera do mundo material, o Espiritismo estuda as Leis Naturais que regem o Mundo Espiritual e o Intercâmbio com o Mundo Físico. Portanto, seria interessante que o estudioso do Espiritismo, que busque lograr um aprofundamento nos conteúdos espíritas, apresentasse um conhecimento básico sobre as ciências materiais, uma vez que, nesse “intercâmbio com o mundo físico”, são estudados aspectos complexos dessa interface espírito-matéria.
Dentro desse contexto, o entendimento dos chamados “milagres” passa necessariamente pela compreensão da realidade psicossomática do ser humano. Essa realidade é formada por uma série de realidades minimamente independentes e interagentes que seriam o Espírito propriamente dito (A Mente), o Corpo Mental, o Corpo Espiritual (Perispírito ou Modelo Organizador Biológico), o Duplo Etérico (Corpo Vital) e o Corpo Físico ou Material.
O Perispírito e o Duplo Etérico, como realidades intermediárias em termos de materialidade entre o Espírito (A Mente) e o Corpo Material do indivíduo encarnado, representam peças chaves em quaisquer fenômenos de natureza paranormal. Logo, os fenômenos mediúnicos e os fenômenos anímicos observados em todos os tempos na história da humanidade têm, nas propriedades desses dois sistemas, pré-requisitos fundamentais para as suas respectivas compreensões.
As chamadas “Curas Espirituais”, por exemplo, que são observadas em todas as culturas, ritos e religiões, somente podem ser explicadas a partir do entendimento dessa inter-relação entre os componentes do “complexo humano” encontrado no indivíduo reencarnado. De fato, tais fenômenos, na maioria das vezes, envolvem componentes materiais, semimateriais e espirituais.
Os “Passes”, as “cirurgias espirituais” e processos similares de curas físicas e mentais envolvem, portanto, a administração de recursos materiais, semimateriais e espirituais.
A atuação de ordem mais materializada estaria associada principalmente às propriedades do duplo etérico (corpo vital) do médium que exerce essa ação fluídica. De fato, o duplo etérico ou corpo vital seria composto predominantemente de fluido vital, o qual, uma vez exteriorizado, poderia ser chamado de ectoplasma, conforme nomenclatura proposta pelo “Pai da Metapsíquica”, Charles Richet. É importante salientar que o ectoplasma sofre significativa influência da alimentação do médium, pois o “corpo vital” ou “corpo energético” dos alimentos ingeridos constitui um importante componente desse fluido vital que consiste no elo entre o perispírito propriamente dito e o corpo físico. Além disso, o fluido vital seria uma espécie de “combustível” para o corpo físico, sendo, por conseguinte, importante influência para a definição prévia e provisória do tempo de vida física do indivíduo encarnado.
A influência da alimentação na constituição do fluido vital é uma das causas da necessidade de disciplina alimentar por parte dos médiuns, sobretudo daqueles que desenvolvem trabalhos com grande doação de energia fluídica, como é o caso dos chamados “médiuns de cura”. De fato, a “mediunidade de cura”, entre várias peculiaridades, não deixa de ser também uma mediunidade de efeitos físicos, pois, mesmo atuando predominantemente sobre o perispírito do necessitado, o efeito esperado e desejado de cura do corpo material é obviamente uma espécie de “efeito físico”, tal como as célebres materializações de Espíritos.
Desta forma, assim como os Espíritos desencarnados sentem a influência da matéria, a energia semimaterial de natureza mais densa, como é o caso do fluido vital, poderia igualmente influenciar a organização da matéria dos corpos físicos. Obviamente, os Espíritos esclarecidos quanto a esse intercâmbio fluídico utilizam desses mecanismos para os diversos objetivos a que estão vinculados, sejam eles elevados ou não. Os Espíritos superiores administram recursos em favor dos indivíduos encarnados. Poderíamos citar o livro “Nosso Lar”, onde encontramos uma passagem em que o segundo marido de Zélia, a viúva de André Luiz, estava com a saúde muitíssimo debilitada e foi recuperado fisicamente através de Passes Espirituais de Narcisa e André Luiz, que utilizavam, entre outros recursos, da administração de essências retiradas de mangueiras e eucaliptos por Mentores Espirituais. Essa passagem ilustra que o corpo vital, sendo também uma realidade dos vegetais, pode contribuir juntamente com o ectoplasma animal e outros fluidos espirituais para gerar saúde física.
Esse intenso intercâmbio fluídico entre o mundo espiritual e os indivíduos encarnados explica uma série de fenômenos conhecidos da literatura espírita, como, por exemplo, a vampirização por parte de entidades muito atrasadas do fluido vital de um suicida e de vários cadáveres de bois no matadouro, conforme narração de André Luiz na obra “Missionários da Luz”. Nesta mesma obra, Espíritos inferiores que “habitavam” um lar sem barreira de proteção magnética, em função da pouca elevação espiritual da família, aspiravam os fluidos que emanavam dos alimentos que eram cozidos, haurindo dos mesmos fluidos vitais que eram prazerosos a estes Espíritos, obviamente muito vinculados à matéria. Ainda em “Missionários da Luz”, no capítulo intitulado “Passes”, é narrado um interessante caso relacionado a uma jovem gestante que estava literalmente passando fome, devido a dificuldades econômicas de seu marido. Consequentemente, as condições físicas dessa mulher e de seu feto eram de grande fragilidade, implicando em grande risco de morte para o bebê. Os Mentores Espirituais auxiliaram intensamente essa senhora através dos Passes, utilizando de fluidos vitais emanados pelos médiuns passistas encarnados, logrando melhorar sensivelmente o quadro de saúde dela e de seu filho.
Pode-se citar igualmente interessante caso de Chico Xavier, quando o maravilhoso médium visitou uma família com sérios problemas espirituais para fazer o que hoje poderíamos denominar de “atendimento fraterno”. Chico, que adorava bananas, se encantou com um cacho de bananas muito formosas que havia na mesa. No decorrer da conversa com os familiares, entretanto, Chico Xavier ficou extremamente chocado ao ver duas entidades espirituais inferiores entrarem no recinto e literalmente comerem as bananas. Ora, como um Espírito desencarnado pode comer a banana?! Posteriormente, Emmanuel esclareceria a Chico Xavier que o referido lar não tinha barreiras vibratórias em função de uma sintonia mental com entidades negativas, em função de seus sentimentos, pensamentos e hábitos negativos do ponto de vista moral. Assim, seres espirituais atrasados e com perispíritos muito materializados e que teriam grande necessidade de sensações de ordem material não teriam impedimentos maiores para entrarem no lar, podendo gerar obsessões e quadros lamentáveis em função da afinidade vibratória. Ao sentirem fome, estes Espíritos comeram, de fato, as bananas, ingerindo o corpo vital das mesmas. Por outro lado, além de eliminarem grande parte do conteúdo vital das bananas, deixaram nas mesmas impregnações fluídicas negativas, fazendo com que as bananas se tornassem alimentos perigosos para aqueles que as ingerissem, tanto sob o aspecto físico quanto do ponto de vista espiritual.
O Espírito organiza o Perispírito, pois o Espírito haure dos constituintes da atmosfera de um determinado planeta, a constituição do seu próprio Perispírito, conforme nos ensina “A Gênese”, de Allan Kardec. Logo, assim como o Espírito determina o nível fluídico da constituição do seu Perispírito, dependendo da matéria-prima haurida na atmosfera em função da sua evolução espiritual, o Perispírito modela e direciona grande número de fenômenos biológicos no corpo de carne.
Assim sendo, as chamadas curas espirituais deveriam ser mais propriamente denominadas de “Curas Perispirituais”, pois o Perispírito é o principal foco das influências magnéticas proporcionadas pela fluidoterapia, incluindo aí os Passes, a Água Magnetizada e a intervenção fluídica do mundo espiritual. Neste contexto, é importante frisar que a legítima cura verdadeiramente espiritual é a transformação moral da criatura para o bem, pois, elevando a vibração, em função da elevação de valores espirituais e melhoria de sentimentos, pensamentos e ações, iniciaria efetivamente o processo de tratamento real da causalidade das enfermidades espirituais que são a causa primária das afecções perispirituais e físicas.
O próprio Divaldo Franco narra que, em suas palestras, ocorre um número incontável de cirurgias no perispírito dos indivíduos que estão assistindo a conferência, pois, em função da elevação de pensamentos, sentimentos e propósitos na reunião, acontece uma maior elevação de condição espiritual dos assistentes, favorecendo maior sintonia fluídica com os protetores espirituais e viabilizando a eficácia da intervenção espiritual.
Para concluir, seria interessante lembrar o famoso caso evangélico da multiplicação de pães e subsequente alimentação das multidões com cinco pães e dois peixes. Nesta interessante ocorrência, Jesus pode ter se valido do somatório dos ectoplasmas gerados por Ele e por seus Apóstolos, além dos fluidos dos Espíritos desencarnados superiores que estavam acompanhando a passagem. Ademais, essências vegetais podem ter sido trazidas para o local, o que explicaria a sensação de saciedade dos presentes. Com relação à multiplicação dos pães propriamente dita, poderia ter sido simplesmente um transporte ou uma materialização em que o auxílio dos Apóstolos, que eram grandes médiuns de efeitos físicos, pode ter contribuído de forma significativa. Ademais, não podemos esquecer o magnetismo pessoal de Jesus e de sua mensagem, o que certamente tornava sua preleção profundamente atraente e tranquilizante, sob os mais profundos aspectos. Obviamente, nesta análise estamos admitindo a possibilidade da ocorrência literal destes fatos, o que pode não ter acontecido exatamente como os textos relatam.
LEONARDO MARMO MOREIRA
Fonte> O Consolador

𝗖𝗢𝗠𝗢 𝗢𝗦 𝗥𝗘𝗟𝗔𝗖𝗜𝗢𝗡𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢𝗦 𝗙𝗜𝗖𝗔𝗠 𝗔𝗧𝗥𝗘𝗟𝗔𝗗𝗢𝗦 𝗡𝗔𝗦 𝗥𝗘𝗘𝗡𝗖𝗔𝗥𝗡𝗔𝗖̧𝗢̃𝗘𝗦.

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