Os maus espíritos são aqueles que o
arrependimento ainda não tocou; que se comprazem no mal, e nele não concebem
nenhum remorso; que são insensíveis às censuras, repelem a prece e,
frequentemente, blasfemam contra o nome de Deus. São essas almas endurecidas
que, depois da morte, se vingam, nos homens, dos sofrimentos que experimentam,
e perseguem com o seu ódio aqueles a quem odiaram durante a vida, seja pela
obsessão, seja por uma falsa influência qualquer.
Entre os espíritos perversos, há duas
categorias bem distintas: aqueles que são francamente maus e os que são
hipócritas.
Os espíritos francamente maus
São infinitamente mais fáceis de
conduzir ao bem do que os espíritos hipócritas; são, o mais frequentemente, de
natureza bruta e grosseira, como são vistos entre os homens, que fazem o mal
mais por instinto do que por cálculo, e não procuram se fazer passar por
melhores do que são; mas há neles um germe latente que é preciso fazer eclodir,
o que é conseguido, quase sempre, com a perseverança, a firmeza unida à
benevolência, pelos conselhos, pelo raciocínio e pela prece. Na mediunidade, a
dificuldade que eles tem em escrever o nome de Deus é indicio de um temor
instintivo, de uma voz íntima da consciência que lhes diz que são indignos;
aquele com quem ocorre isso, está no limiar da conversão, e pode-se esperar
tudo dele: basta encontrar o ponto vulnerável do coração.
Os espíritos hipócritas
São quase sempre muito inteligentes,
mas não tem no coração nenhuma fibra sensível; nada a toca; simulam todos os
bons sentimentos para captar confiança, e ficam felizes quando encontram tolos
que os aceitam como santos espíritos, e que eles podem governar à sua vontade.
O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor, lhes serve de máscara
para cobrir as suas torpezas. No mundo invisível, como no mundo visível, os
hipócritas são os seres mais perigosos porque agem na sombra, e deles não se
desconfia. Eles têm as aparências da fé, mas não a fé sincera.
Autor desconhecido
Fonte: Mensagem Espírita