Ainda
hoje os historiadores perguntam-se como um império de tão grande
magnitude, como foi o da era romana que durou mais de 1000 anos,
possa ter deixado de existir. Poder absoluto da época, o planeta
vivenciou então a sua primeira globalização, já que as fronteiras
eram as do próprio império. O idioma Latim era amplamente difundido
assim como o grego popular, tornando-se mais fácil as viagens e a
comunicação entre os povos. Após a queda do império romano, foi
necessário um largo período de reencarnações dolorosas para o
homem despertar um pouco mais a sua espiritualidade, permitindo a
expansão das artes e ciências já no período compreendido como
Renascimento. Posteriormente, o surgimento do Espiritismo codificado
por Kardec, o Consolador prometido por Jesus, trouxe novo alento para
todos aqueles já eletivos a este conhecimento.
Segundo
Emmanuel (A Caminho da Luz, médium Chico Xavier), a queda do império
romano foi uma determinação do alto. Ao atingir os excessos em
vícios de todas as naturezas com a consequente desagregação das
famílias, abusando ainda do poder que possuía na subjugação de
outros povos, tornaram-se necessárias ações corretivas mais
contundentes. Assim, por fugir totalmente da programação que havia
sido estabelecida mesmo com a insistente ação do alto para que
despertassem e por tornar-se um peso demasiado oneroso para a
evolução do planeta, foi determinada a fragmentação deste
império. Não existe uma improvisação por parte das esferas
siderais que coordenam a evolução do planeta. O livre arbítrio que
temos é limitado, tanto a nível individual como coletivo, sendo
corrigido conforme as circunstâncias com interferências do plano
maior sempre em beneficio da evolução intelecto-moral de toda a
humanidade.
Vivenciamos
hoje situação bastante similar à época romana. O egoísmo
atingindo o seu ápice na sociedade atual, com contrastes gritantes
com a fome e a miséria de um lado e a opulência e o descaso de
outro, entre os governos das nações ricas e pobres e mesmo entre os
indivíduos na população presente em todo o orbe terrestre. O
modelo econômico, baseado no consumismo desenfreado, gradativamente
tem demonstrado a sua exaustão. A insatisfação popular não se
restringe mais apenas a países do terceiro mundo. Temos como
exemplos o grande movimento chamado de “primavera árabe”, que
removeu ditadores na Tunísia, no Egito e na Líbia e deu início à
guerra na Síria. Esta frustração tem também surgido de forma
nítida nos habitantes de grandes cidades da Europa, como já
aconteceu em cidades européias, particularmente na Bélgica e
França, de onde saíram radicais islâmicos que atacaram Paris há
algumas semanas atrás.
Este
contraste entre a riqueza abusiva e a pobreza dos que não tem acesso
aos bens de consumo, associado à corrupção e impunidade e junto à
incompetência dos governos em encontrar alternativas viáveis para a
melhora social, vem criando uma insatisfação popular cada vez mais
intensa, principalmente pela falta de religiosidade de nossa
humanidade. E os prognósticos para os próximos anos revelam-se de
dificuldades ainda maiores para as famílias em geral, em face da
crise econômica mundial que vem afetando todos os países. No
Brasil, as informações que chegam neste aspecto, são realmente
estarrecedoras, com o aumento do desemprego, inflação e a
precarização do serviço público necessário para atender a
coletividade.
Mas a
humanidade tem recebido inúmeras oportunidades de evitar situações
estressantes como a atual. O próprio império romano foi criado por
Jesus, de modo a facilitar a transformação moral da humanidade. A
facilidade de comunicação tinha por objetivo difundir a mensagem
redentora do Mestre. Mas, assim como negligenciamos no passado, agora
nos vemos em situação similar. Passaram-se dois mil anos desde o
recebimento da mensagem renovadora da Boa Nova trazida por Jesus. Mas
isto não impediu as duas grandes guerras de caráter mundial, e
mesmo depois delas o mundo ainda não conseguiu encontrar a
necessária paz e uma vida dentro dos padrões éticos e morais. A
violência, os vícios e a corrupção alastram-se como um câncer
social, trazendo sérias consequências para a sociedade. Como um
catalisador negativo, os valores morais são colocados em dúvida
através da televisão com sua programação muitas vezes imoral,
onde a desonestidade e permissividade sexual assumem ares de
normalidade, arrastando. para condutas infelizes, as mentes
invigilantes.
Mas a
Humanidade caminha em passos largos para o seu aprimoramento moral,
mesmo entre o caos social aparente. Vivenciamos os tempos chegados,
na separação do joio do trigo ou dos bodes das ovelhas conforme as
sagradas escrituras. As pessoas de bem devem fortalecer-se na Fé.
Esta transição planetária segue as etapas da evolução do planeta
conforme a programão evolutiva deste orbe há milênios. Passará de
planeta de provas e expiação para planeta de regeneração. Os
Espíritos recalcitrantes no mal serão transferidos para um mundo
inferior, melhorando o panorama moral da Terra.
A
humanidade continuará a evoluir como tem sido desde os primeiros
passos do Homo sapiens, seguindo a sua trajetória redentora conforme
programado por Jesus. Mas, devido à fase difícil deste período que
estamos vivendo, nunca foi tão necessário seguir a recomendação
do Mestre Galileu: “orai e vigiai”. Como sempre têm ocorrido ao
longo dos séculos, os governantes siderais, sem improvisar, manterão
o equilíbrio do planeta, saneando a sociedade sempre que necessário.
Que possamos contribuir neste processo renovador, dando os primeiros
passos na transformação moral de nós mesmos.
Álvaro
Augusto Vargas-União Espírita de Piracicaba