Recorda Kardec que a prece é
recomendada por todos os Espíritos. Renunciar a ela é ignorar a bondade de
Deus; é rejeitar para si mesmo a sua assistência; e para os outros, o bem que
se poderia fazer. [1] O Cristo instruiu: “por isso vos digo: todas as coisas
que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos sucederão.
” [2]
A prece se reveste de características
especiais, pois a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o
magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos
revela outra força poderosa na mediunidade curativa e a influência da oração. O
Codificador, ao emitir seus comentários na questão 662 de O Livro dos
Espíritos, afirma que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de
ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A rigor, a
eletricidade é energia dinâmica; o magnetismo é energia estática; o pensamento
é força eletromagnética.” [3]
A imprensa tem noticiado que médicos
e instituições hospitalares do mundo contemporâneo já incluem nas suas rotinas,
de maneira sistemática e definitiva, a prática de estimular os pacientes quanto
a fortalecer a esperança, o otimismo, o bom humor e a espiritualidade
(religiosidade), os pensamentos como recursos imprescindíveis no combate às
doenças. Esses procedimentos funcionam como remédios para a alma, obviamente,
com repercussões benéficas para o corpo físico. Isso tem sido observado,
sobretudo, em centros de tratamento de doenças graves, como câncer e patologias
que exigem do enfermo uma força sobre-humana.
Em 2012, o The Huffington Post
informou que Andrew Newberg, diretor de pesquisa no Hospital de Thomas
Jefferson e Medical College, na Pensilvânia, realizou um estudo em que scanners
de cérebro de ressonância magnética confirmou as formas em que a oração e
meditação afetam o cérebro humano. Sua pesquisa mostrou que quando uma pessoa é
dedicada à oração, há um aumento da atividade nos lobos frontais e a área da
linguagem do cérebro, conhecida por se tornar ativo durante a conversa. [4]
Segundo Newberg a cura física pode ocorrer como resultado do poder da oração.
O estudo foi realizado em
participantes contendo corante radioativo inofensivo injetado enquanto eles
estavam em profunda oração ou meditação. Corante emigrou para diferentes partes
do cérebro em que o fluxo de sangue era o mais forte. Newberg chegou à
conclusão de que, independentemente da religião, a oração cria uma experiência
neurológica entre pessoas. [5] Eis aqui uma questão interessante para o tema ou
seja a prece coletiva.
Será que a oração coletiva é mais
poderosa? Sim! Se todos os que a fazem se associam de coração num mesmo
pensamento e têm a mesma finalidade, porque então é como se muitos clamassem
juntos e em uníssono. “Mas que importaria estarem reunidos em grande número, se
cada qual agisse isoladamente e por sua própria conta? Cem pessoas reunidas
podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração
comum, orarão como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do
que a daquelas cem”. [6]
O pensamento é dínamo condutor da
vida física para a vida espiritual, pois permite-nos estabelecer um
relacionamento positivo com os espíritos que participam das atividades
curadoras. Por outro lado, o pensamento também estabelece ligação a espíritos
cuja presença pode ser prejudicial a nossa cura. Toda moeda tem dois lados e as
leis da natureza são estradas de mão dupla. A mente é fonte de energia curativa
ou de energia destruidora.
A prece sincera é, sem dúvida, um dos
meios pelos quais a cura de um mal pode ser alcançada. Destarte, cremos que o
assunto sobre a oração deveria ser tema de constante reflexão nos Centros
Espíritas. Através dos estudos sérios são afastadas as considerações
fantasiosas, puramente místicas, que impedem alcançar a sua essência e
importância.
É comum surgirem aqueles que
contestam a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as
necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo
regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os
desígnios do Criador. Sim, mas é através de um processo de modificação
comportamental que o doente ganha forças para neutralizar a doença.
O Espiritismo busca convencer o
enfermo a reorientar seu comportamento mental pela fé raciocinada, sugerindo a
oração que se potencializa na ética das atitudes de caridade, da qual deve
resultar um modo particular de motivação para uma vida saudável e engrandecida,
muito acima dos dissabores e seduções do mundo material.
Oremos, pois e sempre!
JORGE HESSEN-Fonte: Chico de Minas
Xavier
Referências Bibliográficas:
[1] Kardec, Allan. O Evangelho
Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1990, cap 27;
[2] Mc, (XI: 24);
[3] Kardec, Allan. O Livro dos
Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994, questão 662;
[4] Disponível em
.
Acessado em 25/08/2016;
[5] Disponível em
.
Acessado em 25/08/2016;
[6] Kardec, Allan. O Evangelho
Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1990, cap 27.