Muitas pessoas criticam o Espiritismo, dizendo não acreditar
nesta doutrina porque não há uniformidade na comunicação dos Espíritos.
Respostas diferentes para as mesmas perguntas. Dizem que há Espíritos que
ensinam a fazer o bem e outros ensinam a
fazer o mal. Logo, não pode ser coisa de Deus; e sim do Demônio.
Claro que estas pessoas
não estudaram a fundo a Doutrina Espírita. São como crianças que se
recusam a comer determinado alimento sem ao menos se dar ao trabalho de experimentar. Não se
pode criticar algo que não se conhece.
Afinal, quem são os Espíritos.?
O Planeta Terra é uma cópia do mundo Espiritual. Tudo que existe aqui; com exceção da Matéria, também
existe lá. Os Espíritos, nada mais são do que as almas das pessoas que um dia
viveram aqui em nosso planeta, e com
certeza, aqui voltarão novamente para expiar suas faltas, até se
desgarrar das impurezas da matéria e poder alcançar esferas mais altas, planos mais evoluídos, e não ter mais necessidade da reencarnar.
Ora, em nosso planeta existem todos os tipos de
pessoas. Boas. Más. Egoístas.
Orgulhosas. Zombeteiras, etc.etc.
Ninguém muda o caráter após a noite do tumulo. Ninguém se
torna bonzinho só porque morreu. Levamos
para o mundo Espiritual todos os nossos valores morais. Todos os nossos defeitos, todas as nossas qualidades. Todos os
nossos vícios e paixões.
Sendo os Espíritos de diferentes qualidades morais, é
natural que as comunicações com os médiuns não sejam uniformes.
No mundo espiritual, como na terra, existem sábios,
pseudo-sábios, idiotas, fanfarrões, egoístas, orgulhosos, e estes espíritos
quando interrogados, respondem conforme
o grau de conhecimentos que cada
um tem.
Um Espírito do bem, que já alcançou um certo grau de
evolução, responde apenas aquilo que sabe. Se não sabe, simplesmente se cala.
Se afasta, procura obter mais conhecimentos, e depois volta para responder
corretamente.
Já os espíritos maldosos,
zombeteiros, psedo-sábios respondem tudo que perguntar a eles. Se fazem
passar por espíritos de personalidades importantes, assim como alguns homens,
se comprazem em fazer o mal, ou enganar as pessoas, para depois rirem da
decepção das mesmas.
-Mas um motivo para não acreditar nos Espíritos dizem os
críticos. Pois não sabemos quando estão falando a verdade.
Vejamos o que disse São João, 1 Epístola Cap. IV, v. 1.
Não acrediteis em
todos os Espíritos, mas experimentais primeiro se os Espíritos são de Deus,
porquanto,vários falsos profetas se erguerão no mundo.
Também disse Jesus: “Uma arvore boa não dá maus frutos,
assim como uma arvore má não pode dar bons frutos”. Um bom médium saberá
identificar um mal espírito. Nenhum espírito por mais evoluído que seja, é
obrigado a responder de imediato tudo que se perguntar a ele. Espíritos que sabem tudo, que respondem tudo
com muita precisão, que não aceita contestação; geralmente não merecem
credibilidade. Se interrogados a fundos, fatalmente caíram em contradição.
Mas, como em todas as profissões, existem bons e maus
profissionais; em todas as crenças, também existem charlatões, e no Espiritismo não é diferente.
Por isso; é preciso ficar atento aos bons e maus médiuns. Jesus também disse:”Daí de graça aquilo que
recebeis de graça.” Mediunidade é um dom e não pode ser vendido.
Além disso, existe a lei da atração; forças iguais se
atraem, enquanto às forças opostas se repelem. Um bom Espírito,
dificilmente se comunicara com um mal médium; pois não perde tempo com futilidades.
O Objetivo dos bons espíritos é ajudar na nossa evolução, e não ser
interrogados sobre heranças, tesouros escondidos, trazer seu amor de volta,
desmanchar trabalhos, etc.etc.
Por isso, antes de
acreditar em determinadas comunicações espirituais, é preciso levar em
conta a idoneidade, os valores morais do médium. Embora, isso não seja motivo
para se condenar a doutrina.
Não se condena toda a classe médica por causa de um ou outro
mal médico. Não se condena todo o Ministério Público por causa de alguns Magistrados
corruptos. Assim também, não se condena
a Doutrina Espírita por causa de alguns maus médiuns.
Fonte: O Livro dos Médiuns. "Allan Kardec"